Programação

Quadro da Programação

Conferência de Abertura

"Usos do passado: a memória da ditadura e a democracia no Brasil "

> Mediadora: Raquel Campos - UFG

Samantha Quadrat

"Usos do passado: a memória da ditadura e a democracia no Brasil"

Possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (1995), mestrado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000) e doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (2005). Atualmente é professora associada de História da América Contemporânea da Universidade Federal Fluminense, onde atua no Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) e no Núcleo de Pesquisa História e Ensino das Ditaduras (NUPHED). Tem experiência na área de História Latino-Americana, com ênfase nas últimas ditaduras, atuando principalmente nos seguintes temas: memória, violência política, direitos humanos, lugares de memória e consciência, ensino de História, biografias, juventudes e HIV-AIDS. .

http://lattes.cnpq.br/3677327042198821

Mesa Redonda

"Ditaduras: suas artimanhas e alguma aprendizagem para enfrentá-las"
> Mediador: Roberto Abdala - UFG

Eugênio Bucci

"A corrosão da verdade factual como estratégia antidemocrática"

Professor Titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP). Coordenador Acadêmico da Cátedra Oscar Sala (IEA-USP). Membro do Conselho Científico-Cultural do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Conselho Deliberativo do Instituto Vladimir Herzog, do Conselho de Ética da Agência Lupa, do Conselho Administrativo do Colégio Santa Cruz de São Paulo, do Conselho Consultivo da Fundação OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), do Conselho Consultivo da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), do Conselho Consultivo do Programa de Comunicação e Jornalismo do Insper, do Conselho Consultivo do Instituto Palavra Aberta e do Conselho Editorial da revista Interesse Nacional (ISSN 1982-8497). Escreve quinzenalmente na página 2 do jornal "O Estado de S. Paulo". Foi professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), entre 2010 e 2014, onde dirigiu o curso de Pós-Graduação em Jornalismo com Ênfase em Direção Editorial, de 2011 a 2013. Foi presidente da Radiobras de 2003 a 2007. Na Editora Abril, foi diretor de redação das revistas Superinteressante e Quatro Rodas e Secretário Editorial. Ganhou o prêmio Luiz Beltrão de Ciências de Comunicação, na categoria Liderança Emergente (2011), o Prêmio Excelência Jornalística 2011, da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), o Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa (2013) pela Revista de Jornalismo ESPM, o Prêmio Tese Destaque USP (2017) como orientador da melhor tese de doutorado em Ciências Sociais Aplicadas (O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas Redes Sociais, de Maíra Carneiro Bittencourt Maia). Foi o Jornalista Homenageado 2017 do Prêmio Especialistas - Negócios da Comunicação. Desenvolve pesquisas nas seguintes áreas: ética e imprensa, comunicação pública, superindústria do imaginário, informação e cultura democrática. Escreveu, entre outros livros, "O Estado de Narciso" (Companhia das Letras, 2015) e "A forma bruta dos protestos" (Companhia das Letras, 2016), "Existe democracia sem verdade factual" (Estação das Letras e Cores, 2019), pela Estação das Letras e Cores, e "A superindústria do imaginário" (Autêntica, 2021).

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Luis Fernando Cerri

"Democracia e ditadura segundo os jovens brasileiros hoje"

Possui graduação em História (1992), mestrado (1996) e doutorado (2000) em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. É professor associado no Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Atua no mestrado acadêmico de História da UEPG. Tem experiência na área de História, com ênfase em ensino de História, atuando principalmente nos seguintes temas: cultura histórica, didática da história, consciência histórica, identidade social, ensino de história. Líder do Grupo de Estudos em Didática da História (GEDHI) e coordenador do Mestrado Acadêmico em História da UEPG. É presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Ensino de História (mandato 2019-2021) e bolsista de produtividade em pesquisa nível 2 do CNPq.

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Mesa Redonda

"Os desafios da História Digital para a Teoria da História em tempos de ameaça à democracia"
> Mediador:
Breno Mendes - UFG

Anita Lucchesi

"Experimentação e hermenêutica da prática no fazer-pensar histórico digital"

Anita Lucchesi é doutora em História pela Universidade do Luxemburgo (UL, Luxemburgo, Setembro de 2020) e tem um mestrado em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Brasil, Março de 2014), onde também fez Bacharelato e Licenciatura em História (2011). No seu doutoramento, desenvolveu uma investigação sobre teoria e método da história digital em intersecção com a história pública, discutindo as questões epistemológicas emergentes do que ela define como 'hermenêutica da prática'. A tese de doutoramento 'For a New Hermeneutics of Practice in Digital Public History: Thinkering with memorecord.uni.lu', desenvolvida no Centro de História Contemporânea e Digital (C²DH) com o apoio do Fundo Nacional de Investigação do Luxemburgo, foi indicada para o Prêmio de Tese Excelente da Escola de Doutoramento em Humanidades e Ciências Sociais da Universidade do Luxemburgo. Seu interesse pelas tecnologias digitais se desdobra em atividades de investigação e ensino desde 2008. Atualmente é coordenadora do departamento de Pesquisa e Referência da Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA Museu), em Itu, São Paulo. Entre as suas outras afiliações, Lucchesi faz parte da Rede Brasileira de História Pública e é também membro do comitê diretor da Federação Internacional de História Pública. Principais interesses de pesquisa: história digital, história pública, história oral, estudos de memória, ensino e divulgação científica da história.

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Pedro Telles

"Dados para a história: transformações epistêmicas nas fronteiras da disciplina historiográfica"

Licenciado (2009) e bacharel (2013) em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (2012) e doutor em História pela UFRGS (2018). Foi professor substituto na Universidade Federal de Santa Maria (2017) e atualmente é pós-doutorando Fapesp na Unicamp. Áreas de interesse são a teoria da história, história da historiografia e a reflexão sobre o conhecimento histórico no geral, destacando-se os períodos da Idade Moderna e a intersecção entre historiografia e as novas tecnologias, buscando atuação na área de história digital e humanidades digitais. Também tem experiência na educação patrimonial, de caráter histórico e artístico, já tendo elaborado materiais paradidáticos nessa área, além de atuação profissional no setor de Business Intelligence aplicado à política.

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Mesa Dinâmica

"Divulgação científica em História: possibilidades e desafios"
> Mediador:
Jiani Langaro - UFG

Filipe Figueiredo

Xadrez Verbal e Nerdologia

Chamo-me Filipe Figueiredo, sou graduado em História pela Universidade de São Paulo, sem a pretensão de me rotular como historiador. Interessado em política, atualidades, esportes, comida, música e Batman, com tendências groucho-marxistas. Este site (Xadrez Verbal), inaugurado em 2013 como um blog, não tem intenção outra além de servir como uma forma de publicar o que escrevo. Não que o que eu pense vá ter alguma grande importância. Escrever pra si, porém, é quase um ato de covardia. Além disso, pragmaticamente, me incentiva a escrever, ler, interagir. O tipo de coisa que nunca é demais. A maioria dos posts serão sobre política ou atualidades, domésticas e internacionais. Outros podem ser sobre cultura, esportes, receita de bolo, o que der na telha. Caso queira saber mais, você pode ler o que já foi publicado na categoria de textos sobre o autor e sobre o blog. Um ou outro texto é pessoal, até. Além disso, aqui estão os colaboradores, que contam com minha gratidão, que já escreveram aqui no Xadrez Verbal. Fui também colaborador do site de política internacional Opera Mundi e possuo um blog na seção brasileira do jornal Huffington Post. Atualmente escrevo colunas de política internacional na Gazeta do Povo. Também faço os roteiros e a locução dos vídeos de História no canal Nerdologia, um dos maiores canais educativos e científicos do YouTube. E deixo claro que essa página não tem vínculo nem expressam a opinião ou a postura de quaisquer pessoas ou instituições com as quais eu tenha, ou venha a ter, relação.

https://xadrezverbal.com/sobre-o-autor/

Paulo Cesar

História da Ditadura

Historiador. Pós-doutorando do PPG em História da Universidade Federal de Fluminense (UFF). É bacharel em História pela UFRJ (2007), mestre em História Social pelo Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ (2010) e doutor pela mesma instituição, com período de doutorado-sanduíche no Institut des Hautes Etudes de l'Amérique latine (IHEAL/ Université Paris 3 - Sorbonne Nouvelle) (2017). No doutorado, obteve bolsa do Programa Bolsa Nota 10 da Faperj e bolsa PDSE/CAPES. Sua dissertação de mestrado foi publicada em 2014 pela editora Record. Sua tese de doutorado foi publicada em 2019 pela mesma editora. Em 2018, atuou como professor substituto de História do Brasil no Instituto de História da Universidade Federal Fluminense por um ano. Foi membro do Grupo de Estudos sobre Ditadura Militar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (GEDM). É pesquisador do Núcleo de Estudos Contemporâneos (NEC) da Universidade Federal Fluminense, onde coordena o Grupo de Estudos História da Ditadura (GEDH). É membro da Association pour la Recherche sur le Brésil en Europe (ARBRE). É membro da rede de investigação Direitas, História e Memória (DHM/ CNPq). Integra a Red Internacional de Estudios sobre Estados de Excepción y Terrorismo de Estado. É pesquisador no Grupo de Pesquisa Núcleo de História Oral e Memória (TEMPO/UFRJ), da UFRJ. Atuou como historiador da Fundação de Arte de Niterói (2008-2017). Exerceu a função de analista de pesquisa na Comissão Nacional da Verdade (2014). É fundador e editor-chefe do site História da Ditadura (www.historiadaditadura.com.br). Atuou na criação e na coordenação do projeto História em Quarentena (www.historiaemquarentena.com). Foi curador do Clube Da Vinci - clube de livros por assinatura da Livraria Leonardo da Vinci, no Rio de Janeiro. Em 2019, o Instituto Tomie Ohtake publicou o catálogo da exposição AI-5 50 Anos: Ainda Não Terminou de Acabar, referente ao período da ditadura militar brasileira, com textos de Gomes e outros onze autores. Por este livro, ele ganhou em 2020 o Prêmio Jabuti na categoria "Artes". Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil República e História das Relações Internacionais, atuando principalmente nos seguintes temas: ditadura militar no Brasil, história do tempo presente, Igreja Católica, história das relações internacionais, diplomacia, história da política externa brasileira, França, sistema repressivo, espionagem, história de Niterói, arquivologia e documentação, história pública, mídias digitais e divulgação científica.

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Luciano Figueiredo

Revista Nossa História e Revista de História da Biblioteca Nacional

Professor titular da Universidade Federal Fluminense e editor do site Impressões Rebeldes: www.historia.uff.br/impressoesrebeldes Graduado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1982), Mestre e Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (1989 e 1996, respectivamente). Entre 1996 e 1997 ganhou bolsa da Fundação Lampadia para investigar na John Carter Brown Library (Brown University,Providence, EUA) quando se dedicou a estudos comparativos entre as rebeliões na América britânica e no Brasil. Alguns anos depois recebeu bolsa Fullbright para trabalhar no Boston College (MA, EUA). Fez estágio de Pós-doutorado na Universidade de São Paulo em 2005, mais uma vez sob supervisão do Professor Fernando Novais, quando estudou as relações entre as revoltas coloniais e as revoltas da Catalunha e de Nápoles no século XVII. Entre 2014 e 2015 realizou pós-doutorado na Universidade de Stanford (California) dedicando-se a comparar a cultura política na Inglaterra e em Portugal no século XVII. Em 2018 pesquisou como bolsista no Omohundro Institute Of Early American History & Culture (Va, EUA). Entre 2002 e 2010 foi pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, condição que retomou entre 2013 e 2016 e a partir de março de 2019. A ênfase de sua experiência na área de História concentra-se na época do Brasil Colônia, tratando principalmente dos seguintes temas: Portugal; Brasil colônia; Revoltas e ideias políticas. Nos últimos anos concentrou seus estudos na história das lutas políticas na Época moderna, na Europa e na América. Recebeu em 2018 Bolsa Cientista do Nosso Estado (FAPERJ) para desenvolver o projeto "Das guerras de conquista à independência do Brasil: um Rio de revoltas (séculos XVI-XIX)" Foi editor da Revista Acervo (Arquivo Nacional) e da revista TEMPO (2013-15), e fundador e editor da Revista Nossa História e da Revista de História da Biblioteca Nacional, publicações voltadas para a popularização da disciplina. A experiência com este tipo de trabalho e a coordenação de inúmeros projetos desde 2003 ampliaram seu interesse nos temas relacionados à divulgação científica e História.

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Wendryll Tavares
Ogro Historiador

Professor do Instituto Federal Goiano e Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás. Pesquisador interessado em temáticas político-militares da Antiguidade, especialmente no Império Romano da Antiguidade Tardia. Atualmente desenvolve uma pesquisa sobre as obras Compêndio da Arte Militar e Sobre os Assuntos Militares.

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Lançamento de Livros

Dona Leonarda Maria da Silva Velho: Uma Dama da Corte Imperial (1754-1828)
Lucilia Maria Dieguez
Capa do Livro: https://drive.google.com/file/d/1XGQdfqOTFe2Uh_pPIpyURoQB1EVAswbh/view?usp=sharing

A obra aborda a trajetória histórica de Leonarda Maria da Silva Velho, Dama da Corte Imperial, que nascera em 1754 na cidade do Rio de Janeiro, onde constituiu fortuna como negociante e como senhora de engenho até falecer na mesma cidade em 1825. Quando viúva, herdou os negócios do marido e demonstrou agir com firmeza perante sua rede de sociabilidade, construída no meio mercantil dos oitocentos. Dona de um patrimônio avaliado em 285:499$677 réis à ocasião de sua morte, Leonarda foi um exemplo de proeminência feminina, não apenas na praça mercantil do Rio de Janeiro, cujo meio era predominantemente masculino, mas ainda na sociedade em que vivia. Contrariando a visão de que as mulheres do XVIII e do XIX viviam somente para os salões e festas promovidas pelo Império, a biografada provou exercer os papéis a ela previamente destinados: o de mãe e o de mulher e, principalmente, o de uma relevante negociante, comprovados por sua documentação estudada e explicitados por suas deliberações em vida e ainda naquelas que seriam dirigidas após sua morte.

Editora Dialética, 28/9/2021, 156 páginas.

Ensino de História Regional e as Linguagens da Arte - Uma experiência viva na história de Goiás
Cristina Helou Gomide - Miriam Bianca Amaral Ribeiro
Ca
pa do livro: https://drive.google.com/file/d/164MJYZMBMZ2jFYB6zOY5Y9tS7TAZbxE1/view?usp=sharing

Neste trabalho coletivo de criação e pesquisa, as autoras e autores propõem a aproximação entre linguagens artísticas e a produção científica, instigando o debate através da peça de teatro Quecosô, Oncotô, Oncovô: Goiás, singulares no plural. escrita por Miriam Bianca Amaral Ribeiro e encenada pelo Teatro Destinatário, e do fanzilivro A Saudade de José, de autoria de Cristina Helou Gomide, com ilustrações de Gazy Andraus.

Publicado pela Editora Semibreve, em março de 2020. Contém 127 páginas, mais o encarte.

História das Ciências - saberes e práticas em análise
Eduardo Henrique Barbosa de Vasconcelos (org.)
Capa do Livro: https://drive.google.com/file/d/1-x3W7TYBTeV5wBW2hE0khsVovpDnrcGM/view?usp=sharing

Refletindo sobre a necessidade crescente de divulgação científica, a obra "História das ciências - saberes e práticas em análise" reúne 11 artigos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros sobre temas diversos no campo de História das Ciênicas. Os capítulos abrangem, assim, um leque amplo de interesses, refletindo as abordagens mais recentes, as miríades de possibilidades e empenhos internos ao campo da História da Ciência. O livro abre, assim, se debruçando sobre a maternidade e a interseccionalidade (Capítulo 1), os paradigmas sobre o conhecimento médico do câncer (Capítulo 2), a institucionalização das ciências naturais no Pará (Capítulo 4), a construção de uma imagem do sertão do Norte de Minas como local isolado e foco de doenças (Capítulo 5), o estudo do fenômeno do esoterismo (Capítulo 6), o ensino de obstetrícia na e a condições socioculturais que propiciaram o surgimento da psiquiatria na França (Capítulo 11).

Os capítulos se debruçam sobre múltiplas temporalidades, englobando saberes e práticas que incidiram sobre a experiência humana diante do processo de adoecimento, do parto e da maternidade, a percepção da relação entre doença e espaço geográfico, a relação entre corpo e alma, entre outros. A obra evidencia a abrangência e importância da reflexão desta área, que pode ainda reverberar sobre a sociedade atual.

Eduardo Henrique Barbosa de Vasconcelos (org.). História das Ciências - saberes e práticas em análise. São Paulo: Intermeios, 2019, 223 páginas.

História e trauma: linguagens e usos do passado
Fabiana de Souza Fredrigo
Ivan Lima Gomes

Capa do Livro:
https://drive.google.com/file/d/11tuZ-i8kLOMN3Tphco7pDZiej8iTCQ_n/view?usp=sharing

Hayden White modificou o panorama historiográfico, ao provocar um debate vigoroso sobre os usos e significados dos recursos narrativos na escrita histórica. Também trouxe à tona questões relativas à representação do passado e à imaginação historiadora. Nesse percurso, o universo das artes foi assumindo proeminência. História & Trauma examina como as linguagens artísticas apropriam-se de latências, sublimações e silêncios, tornando-os experiência compartilhada e discernível. Entre outras reflexões, atravessam este livro a relação entre trauma, testemunho e linguagem; as mediações estéticas na representação do trauma; a historicidade da experiência do testemunho. A organização deste volume colocou em destaque as escolhas estilísticas dos autores e o enfrentamento de um cânone. Por um lado, uma escrita peculiar anuncia que a elaboração distintiva da linguagem é condição para explorar eventos-limite. Por outro, a releitura amplia a interpretação canônica erigida em torno do Holocausto. A maioria dos artigos desta coletânea se dedica a contextos como as Américas e África, delimitando a contribuição de História & Trauma, ao localizar temas em cenários extra europeus.

Milfontes, 2020, 382.

Nossa Senhora dos Cordéis: A figura de Maria nos folhetos de Minelvino Francisco Silva e Rodolfo Coelho Cavalcante
Neffertite Marques da Costa
Capa do Livro:
https://drive.google.com/file/d/1S3USoUNqIAheVGSWjlXH-D9XvxCP_aa9/view?usp=sharing

A pesquisa publicada investigou a religiosidade popular, concentrando-se na Literatura de cordel, principalmente na produção dos poetas populares Minelvino Francisco Silva e Rodolfo Coelho Cavalcante, com folhetos acerca de devoções marianas. Compreendendo a Literatura de cordel como um documentário de mitos e ritos do mundo rural brasileiro, foi investigada a formação do catolicismo no Brasil para entender a forte presença da figura de Maria neste tipo de literatura. Ao colher as palavras poéticas/comunitárias expressas nos folhetos, registrando devoções e práticas devocionais, constatou-se a presença de uma mística popular sertaneja de cunho marial, que se constitui numa forma peculiar/privilegiada de experiência de fé.

Sagga Editora, lançamento em 2020, ISBN 978-65-86555-02-8, 171 páginas, disponível na Amazon e na Estante Virtual.

Os legítimos representantes do povo: câmaras municipais e oligarquias locais na construção do Império liberal
Pablo de Oliveira Andrade
Capa do livro:
https://drive.google.com/file/d/1pIItik05BWDgCNcw7Xa9dhdbFE9Gi-i2/view?usp=sharing

O livro Os legítimos representantes do povo: câmaras municipais e oligarquias locais na construção do Império liberal analisa a construção do Estado Nacional brasileiro fundamentada na inserção das câmaras municipais e das oligarquias locais nesse processo. Contrariando a historiografia tradicional, o autor propõe que esses grupos políticos locais instituíram uma aliança com D. Pedro e a elite política estabelecida no Rio de Janeiro em bases liberais. Essa aliança envolveu várias negociações em que se buscou garantir os modos tradicionais de exercício do poder das oligarquias locais, consagrados desde o Antigo Regime, e o estabelecimento da ordem constitucional liberal. Era um amálgama de tradições do Antigo Regime com as propostas do liberalismo político. Para embasar essa proposta, o autor faz uma profunda discussão sobre o papel das câmaras municipais no arcabouço institucional da monarquia portuguesa e acerca da organização e da composição das oligarquias locais nesse Império, entre os séculos XVIII e XIX. É preciso olhar para o período colonial brasileiro para se compreender melhor as escolhas feitas nos primeiros anos após a independência. Entre as diversas municipalidades existentes no início do Império brasileiro, o autor examina o caso específico de Mariana em virtude da sua localização na província mais importante do país na época, Minas Gerais, e também da sua projeção econômica, administrativa, religiosa, política e histórica. Assim sendo, o autor também faz um amplo levantamento sobre a atuação da Câmara e da oligarquia marianenses nos principais momentos da estruturação da ordem liberal nas duas primeiras décadas do Brasil independente. Por ser uma obra que traz uma nova visão sobre o envolvimento das câmaras municipais e das oligarquias locais no processo de construção do Estado e da unidade nacionais, a sua leitura é fundamental para pesquisadores das áreas de história política, das instituições, das elites e dos períodos colonial e imperial brasileiros e para estudantes de História, Sociologia e Ciência Política. É também uma leitura importante para todos aqueles que querem conhecer um pouco mais da História do Brasil e da sua organização política.

Editora Appris. Data de lançamento: 26/08/2021. Número de páginas: 187

A obra pode ser encontrada no site da Editora Appris ou através do link: https://www.editoraappris.com.br/produto/5612-os-legtimos-representantes-do-povo-cmaras-municipais-e-oligarquias-locais-na-construo-do-imprio-liberal

Quem é o sujeito dos direitos humanos: na Declaração Universal e na autobiografia de Eleanor Roosevelt (1950-1960)
Fernanda Linhares Pereira
Capa do livro:
https://drive.google.com/file/d/1QoJusMiTsIChgCo7Nhfy8XjnVK9HhXY_/view?usp=sharing

Quem é o sujeito dos direitos humanos? É a pergunta norteadora da presente obra, que ao mesmo tempo que se ocupa em apresentar uma história dos direitos humanos, a partir dos acontecimentos do final da primeira metade do século XX, também considera essencial divulgar de que modo ocorreu a afirmação histórica desses direitos e a quais sujeitos eles se destinavam. Para tal, a ênfase foi colocada tanto na trajetória de vida e na construção do sujeito Eleanor Roosevelt, quanto nas redes políticas que tornaram possível a elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. Um diálogo foi estabelecido entre a Autobiografia de Eleanor Roosevelt e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, duas das principais fontes utilizadas na obra.

O objetivo deste livro é então identificar quem é o sujeito dos direitos humanos nas décadas de 1950 a 1960, a partir do cotejamento historiográfico feito entre essas duas fontes. Ao mesmo tempo, fazer uma investigação das transformações históricas, jurídicas e filosóficas impulsionadas pelo novo projeto de direitos humanos nascente após os conflitos da Segunda Guerra Mundial.

Editora UFG, data de lançamento 08/2021,162 Páginas.

Trabalhar é preciso, viver não é preciso: povos e lugares no mundo ibero-americano. Séculos XVI-XX.
Isnara Pereira Ivo - Maria Lemke - Cristina de Cássia Moraes
Capa do livro:
https://drive.google.com/file/d/1_6_SU4GX1Q05x2PybssMsaBjNb2doM6T/view?usp=sharing

Navegar é preciso, viver não é preciso. A frase cantada por Caetano Veloso ao musicar o poema de Fernando Pessoa, poeta português, na verdade é bem mais antiga e pode ser atribuída ao general romano Pompeu Magno (106-48 a.C.) que em missão à Sicília, escoltava frotas com provisões para Roma a enfrentar a rebelião de escravos liderada por Spartacus. Com a expedição em posição de partida, Pompeu foi alertado sobre a possibilidade de tempestades em alto mar, mas, confiante na força e coragem dos seus homens, proferiu: “Navigare necesse, vivere non necesse”. Séculos depois, Fernando Pessoa, afirma querer para si “o espírito desta frase, transformada: Viver não é necessário, o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida, nem de gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo”.

Talvez tenham sido estes os sentimentos que levaram portugueses e espanhóis a se aventurarem pelo mundo e protagonizarem as novas estruturas hierárquicas fundantes da escravidão moderna. Se para Pompeu os escravos romanos representavam empecilhos para o progresso de Roma, para os ibéricos, em seus movimentos de conquistas e expansão, não tinham o mesmo significado. Representaram mão-de-obra para trabalho e status.

Na verdade, serão esses homens e mulheres africanos os grandes agentes dos encontros planetários ocorridos em solo americano nos primeiros anos do século XVI. Os resultados das imersões que envolveram pessoas dos quatro continentes inauguraram, em larga escala, foram, entre outros aspectos, o comércio de almas e o trânsito de dor até então desconhecidos pela história. Para além dos males da escravidão, grupos e indivíduos tornados escravos e seus descendentes, apesar das amarras das estruturas do escravismo moderno, conseguiram protagonizar experiências e se tornaram agentes históricos que construíram seus destinos de forma ímpar.

Pardos, pretos, cabras, crioulos, curibocas, mamelucos, morenos, negros, índios, categorias aplicadas para identificar mestiços e não mestiços, têm protagonizado as narrativas dos historiadores nas últimas três décadas. Grupos de pesquisas no Rio de Janeiro, na Bahia, em Goiás e em Minas Gerais têm consolidado novos olhares, novas abordagens e novos problemas sobre a história da escravidão e das mestiçagens na América. Numa aventura incessante, com diferentes objetivos, europeus, africanos e asiáticos, num movimento de ir e vir se conectaram ao chamado Novo Mundo.

A obra trabalhar é preciso, viver não é preciso, congrega estudos que priorizam cuidados conceituais e metodológicos ao analisar as formas de trabalho, os modos de viver e as maneiras de pensar dos espaços escravistas e imediatamente pós escravista, no Brasil tão marcadamente mestiço. Diacronia e sincronia envolvem as abordagens alicerçadas em base documental que demonstram a variabilidade no tempo e no espaço das categorias sóciohistóricas que identificavam, classificavam e hierarquizavam indivíduos e grupos sociais não somente durante os séculos da escravidão, mas, principalmente, depois da instauração da “liberdade”, categoria histórica cara no passado e nos dias atuais.

O leitor é convidado a passear do Sertão da Bahia, no século XVIII, passa por Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará e até a fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, no início do século XIX. Não poderíamos tomar uma abordagem una, pois, não estamos diante de uma história única. Tal como nos tempos de outrora, é a diversidade que nos une.

IVO, Isnara Pereira; LEMKE, Maria; MORAES, Cristina de Cássia. (ORGS) São Pulo: Alameda, 2021.

Conferência de Encerramento

"História pública, verdade e narrativa em tempos de ameaça à democracia"
> Mediador:
Cristiano Nicolini - UFG

Hebe Mattos

"História pública, verdade e narrativa em tempos de ameaça à democracia"

Professora Titular Livre da Universidade Federal de Juiz de Fora e pesquisadora 1 A do CNPq, possui graduação (1980), mestrado (1985) e doutorado (1993) em História pela Universidade Federal Fluminense, com Pós-Doutorado na University of Maryland at College Park (1997) , na UNICAMP (2001) e na Sorbonne - Paris IV (2008). É Professora titular aposentada da Universidade Federal Fluminense, onde continua como credenciada no Programa de Pós-Graduação em História. Foi Professora Visitante na Columbia University (Ruth Cardoso Chair, Fulbright/CAPES, 2013/2014), na Universidade Federal de Pernambuco (CNPq, 2013), na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (2004) e na University of Michigan (1996). Coordenadora associada do Laboratório de História Oral e Imagem - rede de pesquisa (LABHOI UFF/UFJF), é autora dos livros Ao Sul da História (1987); Das Cores do Silêncio (1995); Memórias do Cativeiro (2005) e co-diretora dos vídeos-documentários Memórias do Cativeiro (2005); Jongos, Calangos e Folias (2007); Versos e Cacetes (2009) e Passados Presentes (2011). É também coordenadora do banco de dados e das exposições do Projeto Passados Presentes. Memória da Escravidão no Brasil www.passadospresentes.com.br, (2015) bem como dos aplicativos de turismo de memória para tablet e celular Pequena África; Quilombo do Bracuí, Quilombo São José e Jongo de Pinheiral (2017). Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: escravidão, abolição, memória, vídeo-história e história oral.

http://lattes.cnpq.br/2719300158070968

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