Minicursos

A história da e na crônica jornalística do século XIX 

Proponente: Priscila Renata Gimenez (FL/ PPGLL-UFG)


Área temática: História cultural da literatura

Modalidade: Presencial

Faculdade de História - UFG

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9, das 9h às 12h

Palavras-chave: Crônica. Imprensa periódica. História.


Originalmente, na matriz francesa de imprensa periódica do início do século XIX, a crônica era uma lista de fatos ou um estudo de modos, que, com a colaboração cada vez mais ininterrupta de escritores e escritoras, se instalou definitivamente nos jornais diários nos anos de 1830 com um estilo mosaico (Thérenty, 2013). Ou seja, valendo-se de vários assuntos da atualidade, além de recursos como a ficção, em interlocução como mundo real e o literário, e como o diálogo, em interlocução com o leitor. Nessa matriz, a crônica é o espaço voltado a comentários das notícias, à interpretação e ao registro de acontecimentos aparentemente banais do cotidiano, mas também é, por excelência, um gênero jornalístico-literário aberto a experimentações redacionais e literários. 

 Na França, mas também no Brasil, se é verdade que muitas vezes o mote da crônica surgia de fatos políticos ou sócio-políticos contemporâneos, também é certo que tantas outras vezes ele surgia de vivências extremamente usuais do cotidiano, muitas delas banais ou hilárias. Igualmente, o tom de conversa, a ironia e a perspicácia aguda do/da cronista, manifestados na escrita da crônica da matriz francesa, foram características aclimatadas, conservadas e matizadas pela crônica brasileira produzida para os periódicos desde meados do século XIX.

No Brasil, dentre os aclamados e célebres cronistas desse século estão José de Alencar, Machado de Assis, Olavo Bilac, Júlia Lopes de Almeida e tantos outros nomes menos (re)conhecidos, como Francisco Otaviano, Carmem Dolores etc.

Tendo em vista tal panorama, este minicurso propõe um estudo teórico-analítico da presença e do desenvolvimento da crônica, enquanto gênero literário jornalístico, em periódicos franceses e brasileiros do século XIX, bem como das temáticas típicas da rubrica, em especial aquelas de assuntos e fatos históricos.

A partir da exploração de trabalhos teórico-críticos mais recentes sobre a crônica – na França e no Brasil –, baseados na poética do suporte e situados nos estudos sobre as relações entre literatura e imprensa (Thérenty 2007, 2007a, 2011, 2019; Vaillant e Thérenty 2001, 2004, 2010; Granja 2013), pretende-se oferecer aos participantes do minicurso uma reflexão teórica e analítica da conjuntura histórico-cultural e literária do estabelecimento desse gênero literário-jornalístico nos periódicos, observando os movimentos internacionais das práticas culturais da imprensa no século em questão em que se estabelecer a “civilização do jornal” (Kalifa et al 2013).

Além disso, o intuito desta proposta é oferecer a oportunidade dos participantes conhecerem e lerem cronistas – mais e menos (re)conhecidas e (re)conhecidos – pela leitura analítica de crônicas significativas e exemplares dos aspectos teóricos explorados. Com a intenção de otimizar as possibilidades de leitura e estudo das crônicas, os textos selecionados para o minicurso serão apresentados e acessíveis tanto em fontes primárias, como nos periódicos digitalizados e disponíveis em bases de dados digitais, como a Hemeroteca Digital Brasileira, e a francesa Gallica, como em reproduções em edições realizadas por autores e editores, coletâneas de autores e de crônicas entre outros tipos de volumes editados.

Por fim, com tal percurso de apresentação e discussão teórico-analítica a respeito da história da crônica jornalística e suas temáticas, os participantes terão tido contato com um largo panorama crítico atual sobre o gênero literário em questão e com variado corpus de crônicas e cronistas, brasileiros e franceses, representativos da crônica – e da literatura – da imprensa periódica do século XIX.



Bibliografia

BURKE, Peter. O que é História Cultural? Trad. Sergio Goes de Paula. 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2008.

CANDIDO, Antonio. A vida ao rés-do-chão. In: ANDRADE, Carlos Drummond de et al. Para gostar de ler. 5. ed. São Paulo: Ática, 1987. p. 4-13.

CANDIDO, Antônio et al. A crônica. O gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas: EdUnicamp; Rio de Janeiro: Fundação Casa Rui Barbosa, 1992. 

GRANJA, Lúcia. Machado de Assis – Antes do livro, o jornal. Suporte, mídia e ficção. São Paulo: Editora Unesp Digita, 2018. Disponível em: https://editoraunesp.com.br/catalogo/9788595462816,machado-de-assis-antes-do-livro-o-jornal. Acesso em: 3 abr 2023. 

GRANJA, Lúcia; ANDRIES, Lise. (org.). Literaturas e escritas da imprensa Brasil /França, século XIX. Campinas-SP: Mercado de letras, 2015.

KALIFA, Dominique et al. (org.). La civilisation du journal: histoire culturelle et littéraire de la presse française au XIXe siècle. Paris: Nouveau Monde, 2011.

LUCA, Tania Regina de. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, Carla Bassanezi. (org.). Fontes Históricas. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008, p. 111-153.

MEYER, Marlyse. Folhetim: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

MOLINA, Matias M. História dos jornais no Brasil. Da era colonial à Regência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

MOLLIER, Jean-Yves, Sirinelli, Jean-François, VALLOTTON, François. (org). Culture de masse et culture médiatique: En Europe et dans les Amériques 1860. Paris : PUF, 2006.

ORY, Pascal. L’histoire culturelle. Paris: Presses Universitaires de France, 2004.

SIMÕES JÚNIOR, Álvaro S.; CAIRO, Luís Roberto; RAPUCCI, Cleide A. (org). Intelectuais e imprensa. Aspectos de uma complexa relação. São Paulo: Nankin, 2009.

SOARES, Marcus Vinicius Nogueira Soares. A crônica brasileira do século XIX. Uma breve história. Rio de Janeiro: É Realizações Editora, 2015.

THÉRENTY, Marie-Ève. La littérature au quotidien. Paris: Nouveau Monde, 2007.

THÉRENTY, Marie-Ève.La case ironique: Delphine de Girardin et Théophile Gautier feuilletonistes (1836-1848). In: TAMINE, Joëlle Gardes; MARCANDIER, Cristine; VIVES, Vincent (Org.). Ironies: entre dualités et duplicités. Aix-Marseille: Presses de l'Université de Provence, 2007a. p.79-90. (Textuelles littérature).

THÉRENTY, Marie-Ève.La chronique. In : KALIFA, Dominique et al. (org.). La civilisation du journal: histoire culturelle et littéraire de la presse française au XIXe siècle. Paris: Nouveau Monde, 2011. p. 953-968.

THÉRENTY, Marie-Ève. Femmes de presse, femmes de lettres. De Delphine de Girardin à Florence Aubenas. Paris: CNRS Éditions, 2019.

THÉRENTY, Marie-Ève; VAILLANT, Alain (org.). 1836 L’An I de l’ère médiatique. Paris: Noueau Monde, 2001. 

THÉRENTY, Marie-Ève; VAILLANT, Alain (org.). Presse et plume. Journalisme et littérature du XIXe siècle. Paris: Noueau Monde, 2004. 

THÉRENTY, Marie-Ève; VAILLANT, Alain (org.). Presse, nation et mondialisation au XIXe siècle. Paris: Nouveau Monde, 2010. 

A perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica na educação histórica

Proponente: Dra. Talita Bordignon (FE-UFG)


Área temática: Ensino de História

Modalidade: Presencial

Faculdade de História - UFG

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Ensino de História. Pedagogia Histórico-Crítica. Pedagogia das competências.


Por este minicurso serão apresentadas algumas aproximações acerca da educação histórica a partir da perspectiva do materialismo histórico e dialético e, mais especificamente, as possibilidades de trabalho sob o ângulo da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC). A proposta justifica-se pelo que se observa da ineficácia da pedagogia das competências preconizada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ora, aprovada em 2018, a Base apresenta uma visão de mundo que corporifica o escopo ideológico hegemônico no campo da educação. Pelo documento se revela a intenção de direcionar a formação dos indivíduos de modo que estes se ajustem à realidade proposta pelo mundo do trabalho. O discurso hegemônico presente na regulação de nosso ensino enfatiza exaustivamente a necessidade do desenvolvimento de habilidades e competências, justificando a exigência de que os estudantes as desenvolvam por meio de um tipo de protagonismo. Há, inclusive, um apelo para que aperfeiçoem as suas competências socioemocionais de modo que, ajustados a uma coletividade definida pelas relações sociais capitalistas de produção, não prejudiquem a engrenagem do sistema. Em outras palavras, é uma prática educativa cujo objetivo é moldar cidadãos-trabalhadores para que se comportem a partir dos princípios que decorrem da concepção neoliberal de sociedade e do mundo do trabalho. Autogestão, amabilidade, engajamento com os outros, resiliência emocional e abertura ao novo: estas são as competências socioemocionais gerais que conduzem os princípios do documento, soando como uma sugestão de que as ideias pedagógicas devam ocupar a função de modelagem psicológica dos indivíduos que ocupam os bancos escolares (LIBÂNEO, 1985). Nesse sentido, indicaremos uma alternativa de trabalho para o licenciando-educador, na direção de contribuir com a formação de sujeitos críticos e capazes de atuar de forma consciente na resolução dos problemas que se observam numa sociedade de formação capitalista.  A abordagem do materialismo histórico sugere ao professor que apresente os conteúdos históricos como um processo dinâmico e complexo influenciado por fatores econômicos, políticos, culturais e sociais, de forma a enfatizar a compreensão das contradições e mudanças ao longo do tempo. Neste sentido, a didática da PHC pode oferecer subsídios para uma compreensão da realidade que pressupunha a totalidade como categoria que norteia o processo educativo. O método aponta para o desenvolvimento de uma visão crítica da História - de modo a indagar as relações de poder entre as classes sociais; instiga conceber a História como um processo dinâmico e contínuo de transformação e, principalmente, indica a necessidade de promover uma consciência histórica crítica, objetivando como fim a transformação radical da realidade. O ponto de partida será uma apresentação geral da História da Educação brasileira de modo a situar o cursista ao que levou Dermeval Saviani à formulação da proposta da PHC. Seguindo-se, pretende-se que sejam discutidas as formulações gerais do que seria a proposta do materialismo histórico e dialético aplicado à educação histórica e, por fim, a apresentação da possível postura do educador diante da propositura em estudo. Os encontros deverão ocorrer a partir da exposição dialogada dos conteúdos com os pares.




Bibliografia

GASPARIN, J. L. Uma didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

LIB NEO, J. C. Democratização da escola pública: pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Edições Loyola, 1985.

SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. São Paulo: Autores Associados, 1995.

SAVIANI, D. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.

SAVIANI, D. Escola e democracia. Campinas, SP: Autores Associados, 2008.


Carlos Lacerda e as matrizes de seu pensamento político

Proponente: Me. Fabrício Ferreira de Medeiros (PPGH-UFF)


Área temática: História Política do Brasil Republicano

Modalidade: on-line

Link para a reunião: em breve.

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Carlos Lacerda. Pensamento Político. Ideologia.


Carlos Lacerda (1914-1977) foi protagonista da política carioca e brasileira entre as décadas de 1940 e 1960 como opositor das principais lideranças do comunismo e do nacional-desenvolvimentismo. Embora a historiografia acentue o tom golpista presente em seus discursos e textos, penso que precisamos ir além do imediatismo das lutas políticas e inserir o objeto numa perspectiva histórica mais ampla e atenta à pluralidade de referências políticas e intelectuais apropriadas pelo personagem em questão. 

Assim, para Márcio Delgado (2006), Lacerda seria um liberal-conservador, defensor da propriedade privada, da livre iniciativa e do alinhamento internacional entre o Brasil e o bloco capitalista ocidental; salvos os seus “arroubos” nacionalistas e desenvolvimentistas, expressos em discursos favoráveis a economia nacional, bem como no protagonismo atribuído ao Estado em seu governo na Guanabara (1960-1965). 

Jorge Chaloub (2015) distingue o liberalismo cultivado por Carlos Lacerda do liberalismo conservador vigente na União Democrática Nacional (UDN), argumentando que o político carioca não valorizava o passado como fonte de legitimidade das ações políticas no presente, muito menos erguia o Direito a uma categoria central como faziam os bacharéis udenistas. Sua interpretação está alinhada com o estudo feito por Mônica Aguiar (2019), para quem o político udenista se identificaria como um “liberal-autoritário”, cujas contradições e inconsistências seriam resultantes do imediatismo de suas reflexões. 

Lucas Berlanza (2019), por outro lado, aponta uma série de deslocamentos na identidade ideológica de Carlos Lacerda, que, após romper com o comunismo entre 1939 e 1945, passou a simpatizar com o trabalhismo britânico e o liberalismo social norte-americano, aderindo a pressupostos liberais e conservadores entre as décadas de 1950 e 1960. Penso que essa perspectiva permite compreender melhor o pensamento político de Lacerda, porque ela atenta para o caráter dinâmico característico do fenômeno observado. 

O objetivo deste minicurso é apresentar as matrizes políticas e ideológicas do pensamento político lacerdiano, quais sejam: liberalismo, udenismo, doutrina social católica, democracia cristã, tenentismo, trabalhismo e socialismo. Com base na revisão bibliográfica e na análise de um conjunto variado de fontes, com destaque para artigos, editoriais, transcrições de discursos e documentos oficiais, pretendo explorar aspectos relativos à trajetória e, especialmente, ao pensamento político de Carlos Lacerda, inserindo-o numa discussão mais ampla sobre a democracia no Brasil.

Por meio do estudo da trajetória e do pensamento político de Carlos Lacerda, vamos refletir criticamente sobre temas relevantes e que apresentam repercussões significativas até os dias de hoje, a exemplo da liberdade de expressão, da corrupção, do papel das Forças Armadas na política, da participação política das camadas populares e do autoritarismo. Portanto, trata-se de um objeto importante não só para a historiografia, como também para a sociedade brasileira em geral, que continua enfrentando sérios desafios no que tange ao funcionamento de seu regime democrático.




Bibliografia

AGUIAR, Mônica Heinzelmann Portella de. Carlos Lacerda. Penápolis: Editora FUNEPE, 2019.

BERLANZA, Lucas. Lacerda: a Virtude da Polêmica. São Paulo: LVM Editora, 2019.

CHALOUB, Jorge Gomes de Souza. O liberalismo entre o espírito e a espada: a UDN e a República de 1946. 2015. 311f. Tese (Doutorado em Ciência Política) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

DELGADO, Márcio de Paiva. O “golpismo democrático”: Carlos Lacerda e o jornal Tribuna da Imprensa na quebra da legalidade (1949-1964). 2006. 162 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2006.

Catolicismo e Santos Populares: Manifestações do Sagrado entre o povo

Proponentes: Francisca Cibele da Silva Gomes (Graduada-UESPI); Evaniele Pereira Lages (Especialista-UFPI); Elida Maria Dias Pereira (Especialista-UFPI); Marcilia Gomes Duarte (Especialista-UFPI)


Área temática: Catolicismo Popular

Modalidade: on-line

Link para a reunião: em breve.

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Santos Populares. Religiosidade Popular. Catolicismo. 


O ser humano desde seus primórdios busca explicações para entender como funciona os fenômenos naturais e/ou sobrenaturais, seria uma tentativa de preencher lacunas que a lógica não consegue desvendar como os mistérios, a gênese, o desenvolvimento e a construção do espaço metafisico. Nesse sentido, a religião surgiu como uma “ponte” entre o meio físico e o mundo espiritual, aquele que não se vê, não se toca, mais sabe-se, segundo os maiores aglomerados de devotos em torno de um eixo religioso: judaico, cristão, mulçumano, Budismo, Hinduísmo etc. existe e pode ser alcançado. Em torno dos indivíduos que juntaram-se ao universo espiritual, através da morte,  e principalmente aqueles que  em vida foram mártires, e do sofrimento de sua morte, renasceram santos, protetores, milagreiros, abençoados pela bondade, e pelo poder divino, desenvolveu-se crenças e são alvos de intensa devoção e busca por milagres por aqueles que vivem aflitos, que sofrem malefícios, doenças que degradam o corpo e/ou a alma, são os “padrinhos” protetores como Padre Cicero no Canindé- Ceara, que intercedem junto a Deus e gozam por um milagre ao seus devotos flagelados. Entre as figuras milagreiras existem os canonizados, ou seja, no qual seus feitos foram legitimados pela Igreja Católica tornando-se santos, e os santos populares que fazem milagres, porém não foram ainda reconhecidos pelo corpo clerical. Sobre os últimos, eles são reconhecidos pela população por seu caráter de mártir e generosidade que através das ações milagrosas e as promessas que são feitas em torno de um desejo, que pode gerar a materialização de sua fé. O advento e a expansão do conceito de “Santo” surgiram com o estabelecimento do Cristianismo. 

Para tanto, o presente minicurso pretende discutir as origens e a difusão dentro da Cultura Popular das imagens e representações dos santos populares a partir das análises dos autores: Jurkevics (2014), Pereira e Silva (2021), entre outros intelectuais que abordam essa temática. Desde o início, figuras religiosas como Cristo, Santa Maria entre outras entidades passaram a serem veneradas pelos seus seguidores e fies. A crença provém da morte de Cristo, uma vez que muitos adeptos passaram difundirem a religiosidade em busca espalhar sua fé a um número mais amplo de seguidores. Nesse contexto, a Igreja Católica recém-criada passou a adaptar as práticas populares de culto os sujeitos que realizavam milagres aos seus próprios santos, sobretudo na figura dos mártires. Jesus Cristo e seu martírio foi visto como um exemplo de devoção e veneração que serviria para fortalecer e expandir a imagem do martírio como símbolos milagroso e devocional. Logo, a justificativa pode ser definida a partir da necessidade em desenvolver um discursão em torno do martírio, no qual inaugurou a experiência de santificação, seus representantes, a devoção da população e o contexto social, político, econômico e cultural em que florescem como Santos populares. No qual, os mártires estavam prontos e comprometidos a morrem em nome da causa cristã e seu exemplo de sofrimento seria visto pelo público cristão como êxtase (ou ponto alto) de dedicação e santificação aos súditos mais humildes e benevolentes. A concessão do título de santo pelos populares surgir a partir da identificação da comunidade com o sujeito e seus feitos após a morte refletindo a comoção social do martírio. Onde o fim da sua vida terrena, abriu caminho para um logo e divino trajeto de vida construída e reconstruída no imaginário social dos seus seguidores. Aparados na ideia de que a alma é imortal, permite que os mortos participem das atividades cotidianas como entidades vivas, emergindo da memória individual e coletiva possibilitando que assim seja feito a vida eterna.





Bibliografia

BARBOSA TERCEIRO, José Gil. Almas: martírio, devoção e milagres no Piauí, Altos-PI: Edições do Autor, 2019.

BONFIN, L.A. Uma fábrica de relíquias: os ex-votos entre a representação e a coleção. 26ª Reunião Brasileira de Antropologia. 01 e 04 de julho, Porto Seguro, Bahia, Brasil. Disponível em: http://www.abant.org,br/conteudo/Anais/CD_virtual_26_RBA/grupos_de_trabalho/trabal/GT%2037/luis%20americo%20bonfim.pdf Acessado em: 04 de abr.2024.

JURKEVICS, Irene Vera. Os Santos da Igreja e os Santos do povo: devoções e manifestações de religiosidade popular. 2004. 230f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2004. Disponível em: http://www.poshistoria.ufpr.br/documentos/2004/Veraluciajurkevics.pdf. Acessado em: 04 de abr. 2024. 

NASCIMENTO, Isaline Cardoso do. Morre uma jovem e nasce uma santa: a História da Finada Alda no contexto religioso local em Barras-PI (1961 a 2017). Licenciatura Plena em História (Monografia), Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Barras-PI, 2018. 63f.

PEREIRA, Antonio Renaldo Gomes; SILVA, Weverson Bezerra. O sagrado entre nós: ritos e representações em torno dos santos populares. In: II Seminário Nacional de História Social dos Sertões, Caicó-RN, p.60-71, 2021. Disponível em: https://www.doity.com.br/anais/sehis2021/trabalho/187823. Acessado em: 05 abr. 2024.

VAUCHEZ, A. Santidade. Enciclopédia Einaudi. Lisboa: Imprensa Nacional/ Casa da Moeda, 1987, v. 12, p. 287-300.

História, arte e proibição: As novas ações e as velhas estratégias de censura no Brasil

Proponente: Matheus Alves Silva Gonçalves (Doutorando - PPGH-UFG)


Área temática: História e Censura; História do Brasil

Modalidade: on-line

Link para a reunião: em breve.

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Censura às Artes. Liberdade de expressão. Extrema direita.


A segunda edição do minicurso que discute a história da censura no Brasil propõe uma análise dos casos recentes de proibição às artes no país, especialmente no que diz respeito a obras literárias em instituições de ensino. Nos dois últimos anos, “Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios”, de Marçal de Aquino, “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório e outros livros, foram retirados de listas de escolas e universidades. Consequências da atuação de líderes e grupos conservadores, as ações serão examinadas enquanto componentes do amplo movimento de reorganização da extrema direita no Brasil.

Para estabelecer relações entre as estratégias censórias de ontem e hoje, o curso pretende: retomar a experiência de institucionalização da censura às artes no final da primeira metade do século XX – a partir da criação do Serviço de Censura de Diversões Públicas (SCDP); examinar os conflitos entre censores e artistas resistentes; discutir as diretrizes que nortearam as admoestações oficiais e destacar as modificações dos órgãos de controle social durante a Ditadura Militar, bem como os focos principais das proibições. 

No espaço serão apresentados e averiguados fragmentos de obras censuradas, matérias jornalísticas que repercutiram os conflitos, entrevistas com profissionais envolvidos, excertos de legislações, além de outros materiais que nos ajudam a investigar a dinâmica de restrição às artes no país, tanto em períodos de regimes ditatoriais quanto em governos denominados democráticos. 

Por fim, o curso buscará avaliar: a existência de continuidades entre as práticas censórias do passado e do presente; o modo em que a atividade censória está inserida na agenda política da extrema direita; o efeito que as ações produzem na organização do campo político averiguado e as recentes experiências de resistência desenvolvidas por artistas e outros profissionais perseguidos.




Bibliografia

DARNTON, Robert. Censores em ação: como os estados influenciaram a literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

DI CARLO, Josnei; KAMRADT, João. Bolsonaro e a cultura do politicamente incorreto na política brasileira. Teoria e Cultura, Juiz de Fora, v. 13, p. 55-72, 2018.

DUARTE, Luisa (org.). Arte, Censura, Liberdade: Reflexões à luz do presente. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2018.

FICO, Carlos. O Golpe de 1964: momentos decisivos. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014.

FICO, Carlos. “Prezada Censura”: cartas ao regime militar. Topoi, Rio de Janeiro, n. 5, p. 251-286, set. 2002.

GARCIA, Miliandre. Ou vocês mudam ou acabam: teatro e censura na ditadura militar. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2008.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere, V. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira 2017.

KUSHNIR, Beatriz. Cães de Guarda: Jornalistas e Censores, do AI-5 à constituição de 1988. São Paulo: Boitempo: FAPESP, 2004.

MARCELINO, Douglas Attila. Salvando a pátria da pornografia e da subversão: a censura de livros e diversões públicas nos anos 1970. 2006. Dissertação (Mestrado em História Social) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2006. NAPOLITANO, Marcos. Coração Civil. A vida cultural brasileira sob o regime militar (1964-1985). São Paulo: Intermeios, 2017.

MOREIRA, Vagner José. Ditadura, democracia e a questão agrária: 1946-1964. In. SILVA, Carla Luciana; CALIL, Gilberto Grassi; SILVA, Marco Antônio Both da. Ditaduras e democracias: Estudos sobre poder, hegemonia e regimes políticos no Brasil (1945 – 2014). Porto Alegre: FCM Editora, 2014.

RIDENTI, Marcelo. Cultura e política: os anos 1960 e 1970 e sua herança. In. FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida Neves. O Brasil Republicano: os tempos da ditadura - regime militar e movimentos sociais em fins do século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

VIEIRA, Rafael de Farias. Quando a babá eletrônica encontrou a integração nacional: ou uma história da censura televisiva durante a Ditadura Militar (1964-1988). Dissertação (Mestrado em História), Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, 2016.

SILVA, Thiago de Sales. GONÇALVES, Matheus Alves Silva. “É uma censura diferente, mas é censura”: crise de hegemonia e controle das artes no Brasil (2019-2021). CLIO Revista de Pesquisa Histórica, vol.41, Jan-Jun, 2023. https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2023.41.1.05.

WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

Lugar de mulher é no campo e onde ela quiser: apontamentos da participação feminina nos esportes

Proponente: Harian Pires Braga (doutorando Programa de Pós-Graduação em Educação Física da UNICAMP)


Área temática: Ensino de História

Modalidade: on-line

Link para a reunião: em breve.

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Futebol de mulheres. Ensino de História.


O futebol desempenha um papel fundamental na construção da sociedade brasileira ao longo do século XX, marcando tensões que perpassam desde o regramento do tempo livre das camadas populares, até mesmo elementos do racismo estrutural do país e as possíveis representações dos corpos masculinos e femininos. A amplitude do futebol como produto cultural é fundamental para compreender as estruturas que formam o Brasil contemporâneo, incluindo questões de gênero, como o acesso de mulheres aos espaços públicos de divertimento e a representação de seus corpos no meio esportivo. Este minicurso dialoga com a ideia de do futebol como um elemento de representação social brasileiro, portanto, parte de uma rede de significados que permitem discutir não a modalidade em si, mas a própria ideia de como diferentes agentes históricos posicionam-se, ao longo do tempo, dentro do campo esportivo, focando, neste caso específico, na participação das mulheres e como a tensões do marcador gênero apareceram - e continuam a aparecer. Seguindo a literatura mais recente, que evidencia que o futebol de mulheres não se resume a uma prática proibida e apagada, entre 1941 e 1978, o objetivo central do minicurso é penar como essa temática pode contribuir para a discussão de gênero e do papel público da mulher ao longo do século XX em nossa sociedade. Que pese guinadas conservadoras nas proposições curriculares, as discussões de gênero precisam estar presentes na Educação Básica e no Ensino de História, como forma de desconstruir padrões opressivos e normatizações de corpos e de comportamentos. Tendo como ponto de partida uma prática amplamente difundida e que desperta atenção em diferentes públicos, serão apresentadas propostas de trabalho pedagógico dialogando com o tema, utilizando a análise de fontes escritas e imagéticas, a sugestão de atividades avaliativas para a sala de aula, além de uma breve discussão conceitual sobre pontos básicos do que é esporte e do que tem sido a construção do papel das mulheres nesse campo. Metodologicamente, o minicurso estrutura-se numa exposição oral, em plataforma virtual, o que em tese amplia o público alvo - docentes do ensino básico - que poderia participar do espaço formativo. Além da exposição oral, o minicurso pretende observar os saberes prévios das/dos cursistas, a fim de construir uma atividade prática que possa ser feita como exercício de planejamento didático, com vistas a ser uma atividade adaptável para o contexto de trabalho docente. Ainda sobre a importância do tema, vale frisar que o Brasil foi recentemente escolhido para sediar a Copa do Mundo FIFA Feminina de 2027, o que traz o futebol de mulheres para um protagonismo midiático e permite que se legitime como um efeméride possível dentro do ambiente escolar. Na medida do possível, pensando diferentes temas correlatos, serão apresentados exemplos de outras manifestações esportivas, incluindo exemplos internacionais e seus pontos de contato com temas consagrados no Ensino de História.




Bibliografia

ALMEIDA, Caroline Soares de. Mulheres futebolistas. Debates sobre violência e moral durante o Estado Novo brasileiro. Lusotopie, v. 18, n. 1, p. 95-118, 2019.

BITTENCOURT, Circe. Maria. F. Ensino de História: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2009.

BONFIM, Aira Fernandes. Football Feminino entre festas esportivas, circos e campos suburbanos: Uma história social do futebol praticado por mulheres da introdução à proibição (1915-1941). 2019. 213 f. Dissertação (Mestrado em História) - Escola de Ciências Sociais, Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, 2019.

BONFIM, Aira Fernandes; MORAES, Carolina Farias. Mulher no Futebol - no campo e nas arquibancadas. In: STEFANO, Daniela; MENDONCA, Luiza (Org.). Direitos Humanos no Brasil 2016 - Relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. Ed. Primeiras Expressões, São Paulo, 2016. p.177-187.

BOURDIEU, Pierre. Como é possível ser esportivo? IN: _____ Questões de Sociologia, Lisboa: Fim de Século, 2003.

BRAGA, Harian Pires. A doce recordação do que não vivi: a formação de uma identidade nacional no futebol (1938-1950), 2015, 184f. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, 2015.

CERRI, Luís Fernando. Ensino de História e consciência histórica: implicações didáticas de uma discussão contemporânea. Rio de Janeiro: FGV, 2021

COSTA, Leda Maria. O futebol feminino nas décadas de 1940 a 1980. Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, n.13, p. 493-507, 2017.

DAMO, Arlei Sander.  Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo: Aderaldo & Rothschild Ed., ANPOCS, 2007.

ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. A busca da excitação. . Lisboa: Difel, 1992.

GIGLIO, Sérgio Settani; PRONI, Marcelo. W. (Org.) .O futebol nas ciências humanas no Brasil. Campinas: Editora da Unicamp, 2020

GOELLNER, Silvana Vilodre. Mulher e esporte no Brasil: entre incentivos e interdições elas fazem história. Revista Pensar a Prática, v. 8, n. 1, p. 85-100, jan./jun. 2005.

GOELLNER, Silvana Vilodre. Mulheres e futebol no Brasil: entre sombras e visibilidades. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 19, n. 2, p. 143-151, 2005

HALL, Stuart. Da Diáspora: Identidades e Mediações Culturais. Liv Sovik (org). Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da Unesco no Brasil, 2003.

HOOKS, Bell. O feminino é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2020.

MOURÃO, Ludmila. Representação social da mulher brasileira nas atividades físicodesportivas: da segregação à democratização. Movimento, Porto Alegre, n. 13, p. 5- 18, jul./dez.2000.

MOURÃO, Ludmila; MOREL, Marcia. As narrativas sobre o futebol feminino: o discurso da mídia impressa em campo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 26, n.2, ago. 2005.

PINSKY, Carla. Bassanezi. (org). Novos temas nas aulas de história. São Paulo: contexto, 2010.

PISANI, Mariane. Sou feita de chuva, sol e barro: o futebol de mulheres praticado na cidade de São Paulo. Tese (Doutoramento em Antropologia Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2018.

PRIORE, Mary Del; MELO, Victor Andrade de (orgs). História do esporte no Brasil. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora.; URBAN, Ana Claudia. Aprendizagem e formação da consciência histórica: possibilidades de pesquisa em Educação. Hist. Educar em Revista, [S.l.], v. 32, n. 60, p. p. 17-42, jun. 2016. ISSN 1984-0411. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/46052/28507. Acesso em: 8 set. 2022.

SILVA, Giovana Capucim e. Narrativas sobre o futebol feminino na imprensa paulista: entre a proibição e a regulamentação (1941-1983). 2015. 135 f. Dissertação (Mestrado em História) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

TOLEDO, Luiz Henrique de. No país do futebol. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

TOMAZ Tadeu SILVA (org). Identidade e diferença – a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000.


O ensino de história das comunidades tradicionais de Goiás a partir de metodologias ativas 

Proponente: Cristianne Prado Silva (ProfHistória - UFG)


Área temática: Ensino de história e metodologias ativas

Modalidade: Presencial

Faculdade de História - UFG

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Ensino de História. Metodologias Ativas. Comunidades tradicionais. 


O presente minicurso busca explorar possibilidades do ensino de história das comunidades tradicionais de Goiás a partir de metodologias ativas, como o uso de gamificação. É notável que a educação formal privilegia uma visão eurocêntrica de mundo, deixando em lugar secundário a história, a cultura e as contribuições de povos indígenas, quilombolas, entre outros. Apesar da legislação estabelecer a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana, afro-brasileira e de povos indígenas, como estabelecem as leis 10.693 de 2003 e 11.645 de 2008, ainda persiste um silenciamento dos povos tradicionais, que são representados de forma homogênea, passivos no movimento de constituição do Brasil e submetidos ao processo civilizador. 

Dessa forma, se faz necessário ampliar o espaço ocupado pela história das comunidades tradicionais de Goiás, como povos indígenas e quilombolas, dentro do ambiente de ensino-aprendizagem. A proposta dará destaque para a multiplicidade étnica e social da região, ressaltando a diversidade cultural, com o intuito de promover o respeito. O objetivo é  identificar a pluralidade de identidades simbólicas regionais e seus modos de viver e de interpretar o mundo, ressaltando seus elementos constitutivos.  Através do estudo de algumas comunidades tradicionais, o minicurso busca aumentar a compreensão da relação de povos tradicionais com o território, a luta pela terra e o trabalho, interpretar narrativas sobre hábitos culturais e aspectos do cotidiano e abordar crenças, elementos da cultura material, concepções de religiosidade e ritos comuns na região. 

A ampliação do conhecimento sobre história das comunidades tradicionais só será possível se rompermos com as abordagens tradicionais de ensino,  que não viabilizam a promoção de um senso crítico acerca do tema, nem tão pouco contribui para formação de um senso de cidadania a respeito dos deveres e direitos para com às minorias etno-identitárias. Para que isso seja possível, os métodos tradicionais não devem fazer parte do processo de ensino, já que estão mais preocupados com a rápida passagem do conteúdo, resolução de provas e obtenção de notas. Existem novas abordagens que se preocupam com esses aspectos, e que podem melhor contribuir para a obtenção do objetivo aqui proposto.   

Os métodos tradicionais de ensino, como a aula expositiva, não se mostram eficazes como resultado de não reterem a atenção e interesse dos estudantes, que se mostram em muitos momentos desmotivados. Nesse ambiente, não há espaço para reflexões sobre como o conhecimento é construído, mantendo-se a imagem do professor como transmissor do conteúdo e o estudante na perspectiva de memorizador. O uso de metodologias ativas permite efetivar uma maior autonomia do estudante, com ampliação da sua participação no processo de ensino e aprendizagem, se tornando protagonista da construção do seu conhecimento, a partir de questionamentos, reflexões e formulação de ideias, no lugar da memorização e reprodução. A utilização de metodologias ativas é uma estratégia que possibilita maior engajamento dos estudantes, motivação, estimula a cooperação, trabalho em equipe e estabelece na aula um ambiente com mais dinamicidade e fluidez, onde o professor deixa de ser o detentor único do saber e os estudantes assumem um papel central no processo de ensino e aprendizagem. 

A proposta se baseará na utilização de material teórico, fontes iconográficas e exposição sobre possibilidades do uso de metodologias ativas para o ensino de história, como gamificação, sala de aula invertida e rotação por estações. Como exemplificação utilizaremos o Kahoot, plataforma que permite a construção de desafios interativos no formato quizzes, baseado na abordagem de gamificação, onde o participante é recompensado através de brindes ou prêmios, para aqueles que conseguirem as melhores pontuações, durante a participação do desafio, fazendo com que a atenção seja redobrada e que seja possível reaver memórias de curto prazo relacionadas ao conteúdo exposto anteriormente. A partir dos resultados é possível monitorar o aprendizado dos estudantes, aumentar a compreensão do conteúdo, criar novas estratégias e reforçar pontos do que foi exposto que se mostram insuficientemente absorvidos. 



Bibliografia

Almeida, Alessandra Barboza Barros, et al. Gamificação com o uso do Kahoot! - Utilização de quizzes em sala de aula no Ensino Fundamental I. Revista Foco, Curitiba, v. 16, n. 11, p.01-10, 2023. 

AVELAR, G. A.; DE PAULA, M. V. Comunidade Kalunga: trabalho e cultura em terra de negro. GEOgraphia, n. 9, p. 115-131, 2003.

CAMARGO, Fausto. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018. 

POLECK, Lydia (Org.). Adornos e pintura corporal Karajá. Goiânia : UFGO ; Brasília : Funai, 1994.  


Podcast como ferramenta de trabalho para historiadores

Proponentes: Ana Flávia Vitorino Honório (PPGHIS/UFOP); Flávia Fidellis (PPGHIS/UFOP)


Área temática: História Pública 

Modalidade: on-line

Link para a reunião: em breve.

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Podcast. Ferramenta digital. Historiadores.


O objetivo deste minicurso é apresentar, discutir e ensinar possibilidades relacionadas a criação de podcast. Ele destina-se a historiadores e professores/pesquisadores, que procuram incrementar sua atuação com o uso dessa tecnologia. Explorar o mundo da podosfera, como uma eficaz ferramenta para compartilhar e divulgar a História, é um meio para impulsionar e aumentar a visibilidade da produção científica. Propomos discussões teóricas em que abordaremos o trabalho do historiador e sua relação com a produção digital, bem como, o conceito de podcast e suas diversas facetas, abrangendo desde a seleção do tema até o planejamento do conteúdo: roteiro, gravações, equipamentos. Como parte prática do minicurso, ensinaremos sobre os equipamentos básicos necessários, o desenvolvimento do roteiro e a como editar os áudios. 



Bibliografia

PODCAST NA HISTÓRIA 

SILVA, D. O trabalho artesanal do historiador e o produto histórico: reflexões sobre a construção de uma história no digital. Revista Faces de Clio, 2023.

SANTOS, D. SILVA, L. Pod-quem? Quais são e onde estão os podcasts de professores de História e historiadores do Brasil. S/d. 

NUNES, R. INOUE, Figueiredo. S. História, podcast e formação de professores: o uso de podcast no ensino de História, experimentações do PIBID História. Revista Convergência: estudos de humanidades digitais. Goiânia, 2023. 


Produzindo uma Revista Didática

Proponentes: Natália Alves de Almeida (Graduada-UFJ); Vítor Alves Souza Alecrim


Área temática: Ensino de História e Produção de Material Didático

Modalidade: on-line

Link para a reunião: em breve.

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Revista Didática. Problematização. Ensino de História.


As revistas de história desempenham um papel fundamental na divulgação de conhecimento histórico e de pesquisas em andamentos e/ou concluídas e são muito utilizadas no meio acadêmico e escolar. A Problematiza Aê! é uma revista didática, baseada em metodologia ativa e história problema, que se preocupa em produzir material para o ensino de história, mais especificamente problematizações, onde a partir os produtores escolhem fontes históricas, a partir de tema pré-definidos e elaboram questões norteadoras para serem trabalhadas em sala de aula através de fontes escolhidas. Os objetivos da Problematiza Aê! é que suas produções contribuam para discussões importantes em sala de aula, como racismo, resistência, povos indígenas, mulheres, regimes opressores, genocídios na história, democracia, política entre outros. A revista nasceu no ano de 2021 dentro de uma disciplina de núcleo livre Educação Para as Relações Étnicos Raciais, ministrada pelos professores, durante o ensino remoto, onde a proposta final da disciplina era a produção de um material para a sala de aula, após o encerramento da disciplina a ideia de Revista Didática acabou se tornando um projeto maior, onde outros colegas do curso se envolveram no projeto, que atualmente conta com uma diretoria composta por 7 professoras e professores de história. As revistas didáticas já foram produzidas sobre diversos temas, como autoritarismo, imprensa, museus, gênero, política, arte. Os objetivos deste minicurso é: divulgar a produção de material didático; apresentar as bases metodológicas e epistemológicas que embasam a produção desse material; as etapas da construção de uma revista didática, como a seleção de fontes, bibliografia e escrita das problematizações; apresentar os materiais didáticos produzidos por esse projeto; discutir sobre a importância da produção de materiais didáticos para o ensino de história . A produção de material didático tem sido bastante utilizada em sala de aula e está ocupando bastante discussões em torno do ensino de história, como o Prof História (Mestrado Profissional em Ensino de História) que tem produzido material e propostas didáticas para serem utilizados no ensino de história. A revista se ocupa em produzir, principalmente, problematizações acerca de temas ligados à memória, temas sensíveis, educação para as relações étnicos raciais e gênero, que são temas bastante discutidos entre aqueles e aquelas que se ocupam de pensar o ensino de história. A partir das inúmeras discussões sobre ensino de história/currículo, apresentar e discutir a construção de uma revista didática faz com que as produções cheguem à graduandas(os), professoras (es) e os demais profissionais de educação, sejam utilizadas e testadas em sala de aula e fomentam a produção de material didático, além disso, a proposta deste minicurso dá a oportunidade de divulgar o que tem sido produzido, de diferentes formas, sobre aprendizado histórico e ensino de história na realidade atual que as/os professoras(es) se encontram, em que a disciplina de história é descredibilizada e alguns temas específicos são muitas vezes silenciado em suas salas de aula, espera-se que o minicurso contribua com encontro de possibilidades, pesquisas e projetos para se pensar o ensino.





Bibliografia

BURKE, Peter. A Escola dos Annales. São Paulo: UNESO, 1991.

CERRI, Luís Fernando. Ensino de História e consciência histórica: Implicações didáticas de uma discussão contemporânea. Rio de Janeiro: FGV, 2011. 138 p.

KOSELLECK, Reinhart. História de Conceitos. Rio de Janeiro: Contraponto, 2020. 

MATTAR, J. METODOLOGIAS ATIVAS EM EDUCAÇÃO A DIST NCIA: Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 2, n. Especial, 8 abr. 2021. Disponível em: http://seer.abed.net.br/index.php/RBAAD/article/view/549. 

SANTOS, L. F. DOS; TEZANI, T. C. R. Aprendizagem colaborativa no ensino de História: a Sala de Aula Invertida como Metodologia Ativa. RENOTE, v. 16, n. 2, p. 101–111, 28 dez. 2018. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/renote/article/view/89302. 

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Rezende (Org.). Jörn Rüsen e o Ensino de História. Curitiba: Editora da UFPR, 2019.

SETEMY, A. Ensino de História, memória e direitos humanos: reflexões sobre a transmissão da memória através do ensino de passados traumáticos. Revista História Hoje, [S. l.], v. 10, n. 19, p. 12–29, 2021. DOI: 10.20949/rhhj.v10i19.752. Disponível em: https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/view/752. Acesso em: 19 maio. 2024.


Reorientando a produção: História Conectada na Península Ibérica Medieval

Proponentes: Dr.ª Adriana Vidotte (Docente, PPGH-UFG); Me. Saymon da Silva Siqueira (Doutorando, PPGH-UFG)


Área temática: História Medieval; Historiografia

Modalidade: on-line

Link para a reunião: em breve.

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Medieval. Natureza. História Conectada.


A preocupação primeira neste minicurso é propor um debate historiográfico acerca da relação entre Natureza, Território e Poder dentro do espaço medieval ibérico, sobretudo, entre os séculos XIII e XVI castelhano. É mister que se produzam debates acerca das relações estabelecidas entre humanos e não-humanos, a partir da interação entre os sistemas naturais e humanos. Tornou-se sobejamente conhecido o fato de que nos encontramos em um momento histórico crítico para nossa sobrevivência no planeta Terra, especialmente, diante das transformações aceleradas que vêm ocorrendo nesse cenário geológico a que muitos especialistas nomeiam como Antropoceno e/ou pós-Holoceno. Diversos esforços têm sido realizados pela comunidade internacional, exempli gratia, temos a Organização das Nações Unidas (ONU), que propôs a Agenda 2030, composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que devêm ser alcançados entre os anos de 2016 e 2030. Segundo Guattari (1990, p. 7-9), “Não haverá verdadeira resposta à crise ecológica a não ser em escala planetária e com a condição de que se opere uma autêntica revolução política, social e cultural, reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais. Essa revolução deverá concernir, portanto, não só às relações de forças visíveis em grande escala, mas também aos domínios moleculares de sensibilidade, de inteligência e de desejo.”. Diante dessa demanda, neste minicurso, nos preocupamos em refletir acerca de como podemos participar dessa “reorientação da produção de bens imateriais” a partir de nossos trabalhos enquanto historiadores (de modo geral), medievalistas (enquanto especificidade de campo de conhecimento). Se é verdade que um dos principais problemas que temos que lidar são as mutações técnico-científicas e o considerável crescimento demográfico, é possível afirmar que não são fenômenos completamente exclusivos da contemporaneidade, guardadas as devidas particularidades. Desse modo, propomos analisar as potencialidades e limites de chaves hermenêuticas e heurísticas que residem na construção conceitual e metodológica da História Conectada em sincronia com conceitos circulantes de Natureza, Fronteiras, Território e Poder, principalmente, a partir da análise de práticas sociais concretas de agentes históricos em interação com o meio natural, as crises ecológicas e o aproveitamento de recursos.

Assim, reiteramos o chamado para esse debate urgente, uma vez que “a compreensão de outras formas de estar no mundo pode nos oferecer ferramentas para refletir sobre nossas concepções. A alteridade do medieval pode nos ajudar a perceber que nossas concepções não são únicas e nos provocar para ser.” (VIDOTTE; RUI, 2023, p. 145–146). O minicurso consistirá em duas sessões de três horas, nas quais utilizaremos a metodologia inspirada no Problem Based Learning (PBL) a fim de convidar o público a participar ativamente no desenvolvimento de “soluções” para o problema da “reorientação da produção de bens imateriais e materiais”. Na primeira sessão pretende-se desenvolver aspectos teórico-metodológicos a fim de consolidar um ferramental epistemológico coletivo e comum. Desse modo, os debates conceituais e historiográficos serão fundamentais nesse processo. Na segunda sessão, faremos estudos de caso a fim de mobilizar os diversos conhecimentos e habilidades dos participantes a fim de elucidar esse processo de investigação histórica, e suas diversas aplicações em contextos distintos. 




Bibliografia

GUATTARI, Félix. As três ecologias. Campinas: Papirus, 1990.

VIDOTTE, A.; RUI, A. J. A floresta no espaço cristão ibérico medieval: uma provocação para o debate atual. Antíteses, [S. l.], v. 16, n. 31, p. 143–171, 2023. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/47619. Acesso em: 09 mai. 2024.

Superando a pobreza na escola

Proponente: Eliene Gomes da Silva Alves (mestranda, ProfHistória - UFG)


Área temática: Ensino de História 

Modalidade: on-line

Link para a reunião: em breve.

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: Ensino de História. Pobreza. Desigualdade social. 


O minicurso intitulado “Superando a pobreza na escola”, tem como público alvo professores, graduandos e pós-graduandos em História. O curso parte da premissa de que a pobreza existe, persiste e está dentro das escolas. Propõe o estudo, a reflexão, a discussão e encaminhamentos acerca da relação entre pobreza, educação e a história social e política brasileira. O objetivo principal é a compreensão da pobreza como uma condição histórico/social, com raízes escravocratas, assentadas na super-exploração da força de trabalho, concentração de renda e outras desigualdades, que são produtos de um capitalismo injusto. Desta reflexão, espera-se que passemos a reconhecer nossos alunos e principalmente, fazer com que eles se reconheçam como “injustamente pobres” no sentido enunciado por Miguel Arroyo de que “o pobre tem o direito a saber-se...” A partir desse reconhecimento que possamos buscar juntos estratégias a curto e a longo prazo de superação dessa condição degradante e, intencionalmente, desumana. Através do uso de fontes diversas como textos, vídeos, poemas, crônicas, músicas e etc, pretende-se despertar a inquietação nos alunos sobre as injustiças sociais e suas origens, bem como nas possibilidades de superação dessa condição. Na concepção freiriana, nenhuma situação é dada ou natural, mas produzida e passível de mudanças desde que haja uma “postura rebelde e criticamente transformadora do mundo”. É essa postura transformadora que procurarei despertar. Como trabalho final do curso, será feito um planejamento coletivo interdisciplinar para que os professores (alunos do minicurso) encontrem subsídios para trabalharem a temática da pobreza em suas escolas e salas de aula. 




Bibliografia

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 64ª edição. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017.

GARCIA, Adir Valdemar [et al] orgs. Reflexões sobre a pobreza – Concepções, enfrentamentos e contradições. 1ª edição. Florianópolis: NUP/UFSC, 2017. Disponível em http://online.fliphtml5.com/wskm/whai/#p=4 Acesso em 15 de novembro de 2023.

MESZÁROS, Istvan. A Educação para além do capital. São Paulo: Boi Tempo Editorial, 2006.

Uma Introdução às Cidades Baixo Medievais.  Uma perspectiva a partir dos concelhos ibéricos

Proponente: Paulo Henrique Ennes de Miranda Eto (Mestrando PPGH-UFF)


Área temática: História Medieval; História Social

Modalidade: on-line

Link para a reunião: em breve.

Duração: 6h

Sessões: 10 e 12 /9

Palavras-chave: História das Cidades. Baixa Idade Média: Reinos de Castela e Portugal.


De início será feita uma aproximação geral do ouvinte com aspectos amplos e estruturais das cidades medievais, especialmente entre os séculos XII-XIV de modo a gerar uma introdução sobre alguns dos grandes temas e debates que abarcam a História Urbana no período medieval como um todo: Cidade e Feudalismo; Relações entre a urbe e o campo; os conflitos e relações entre os estamentos urbanos, e o "renascimento" urbano e comercial; a importância econômica e política das cidades. Uma vez apresentados esses debates, será feita uma aproximação ao contexto ibérico (sobretudo castelhano e português) ao longo da Baixa Idade Média. Nesse sentido, as medidas governativas e o papel dos concelhos urbanos sobre as cidades e suas coletividades, especialmente os artesãos e camponeses, serão o foco da segunda parte.  O poder municipal abrange uma problemática que abarca grandes debates na historiografia. Ao passo que foram travados grandes debates sobre o papel das governanças locais no medievo, na centralização e formação dos Estados monárquicos no alvorecer do período Moderno. De modo que se buscou entender o papel ou as dinâmicas de relações entre um poder régio central e os concelhos municipais (elemento que também envolveu a América Portuguesa e Hispânica). Dessa forma, o curso ressalta a compreensão dessas “conformações”, ressaltando o peso e a organização das cidades Ibéricas.



OBJETIVOS


Gerar uma aproximação geral do ouvinte com aspectos amplos e estruturais das cidades medievais;


Efetuar uma apresentação sobre a formação e conformação dos concelhos urbanos na Baixa Idade Média Ibérica e o seu papel político e social;


Compreender a lógica dos "mundos do trabalho" nas cidades do medievo;


Reforçar uma compreensão acerca dos conflitos sociais e do cotidiano nos espaços urbanos;





Bibliografia

ASTARITA, Carlos. Del Feudalismo al capitalismo cambio social y político en Castilla y Europa Occidental,1250-1520, Editorial Universidad de Granada: Granada, 2005.

BERNARDO, João. Poder e Dinheiro. Do Poder Pessoal ao Estado Impessoal no Regime Senhorial, dos séculos V-XV, Partes I e II, Edições Afrontamento: Porto, 1995-1997.

COSTA, Bruno Marconi da. Os Mestres de Ofício da Lisboa Medieval -Uma Análise Comparada de sua Atividade Política entre os Séculos XIII e XIV. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de História, Programa de Pós-Graduação em História Comparada: Rio de Janeiro, 2018. 

DUBY, Georges. Economía Rural y Vida Campesina en el Occidente Medieval. Ediciones Altaya: Barcelona, 1999.

DUARTE, Luís Miguel; MORENO, Humberto Baquero (coord). História de Portugal Medievo político e Institucional, Universidade Aberta: Lisboa, 1995.

FOSSIER, Robert. O Trabalho na Idade Média. Tradução de Marcelo Berriel, Editora Vozes: Petrópolis-RJ, 2018.

GILLI, Patrick. Cidades e Sociedades Urbanas da Itália Medieval. Séculos XII-XIV. Editoras UNICAMP, UFMG: Campinas, 2011.

HOBSBAWM, Eric. Introdução In: MARX, Karl. Formações Econômicas Pré-Capitalistas. Editora Paz e Terra: Rio de Janeiro, 2009.

LE GOFF, Jacques. O Apogeu da Cidade Medieval. Editora Martins Fontes: São Paulo, 1992.

MONSALVO ANTÓN, José María. Los Conflictos Sociales En La Edad Media, Editorial Sintesis, Edição Kindle: Madri, 2016.

MONSALVO ANTÓN, José María. Conflictividad em las ciudades medievales. Consideraciones sobre tendencias historiográficas de las últimas décadas IN: MUÑOZ FERNÁNDEZ, Angela. RUIZ GÓMEZ. Francisco. La Ciudad Medieval, Nuevas Aproximaciones, Editorial UCA, Universidad de Cádiz: Cádiz, 2020.

OLIVEIRA MARQUES, A.H. SERRÃO, Joel. Portugal na Crise dos séculos XIV e XV-Coleção Nova História de Portugal, Volume IV. Editorial Presença, 1°Edição: Lisboa, 1987.