Cultura científica em tempos de negacionismo: quando a história e a filosofia da ciência não é perfumaria

A Ciência não deve ser concebida como “verdade eterna e imutável”, mas em seu caráter de provisoriedade, como, aliás, atesta a história. Entretanto, cabe perguntar: tal assertiva poderia dar força a argumentos negacionistas? Considerando o contexto social recente de maior exposição de movimentos negacionistas (p.ex.: terraplanismo, anti-vacinas, negação das mudanças climáticas), abordarei alguns dos desafios à construção de uma cultura científica e a contribuição do ensino de física para atingirmos esse objetivo. Em particular, compreendendo a ciência como um grande estilo de pensamento, a partir da epistemologia de Ludwik Fleck, trarei elementos do campo da Filosofia e da Sociologia da Ciência para questionar perspectivas relativistas, bem como uma eventual e nefasta apropriação de tais perspectivas pelo negacionismo científico. A ideia central seria evitarmos a apresentação de visões ingênuas e ultrapassadas de ciência, optando por um ensino de ciências/física que apresente uma visão mais robusta e contemporânea do processo de construção do conhecimento científico e que permita – com tolerância – realizar a necessária e lúcida oposição ao negacionismo.


Prof. Dr. Gustavo de Alencar Figueiredo 

UFCG

gustavo.alencar@professor.ufcg.edu.br 


Data: 18/05/2023 - 19/05/2023
Horário: 14h00 - 15h30
Local: Sala 105 1º Andar UAF
Carga horária: 3 horas