A merenda que não estar nas escolas

Quando não há merenda nas escolas ou são oferecidos biscoitos com suco artificial, as tribunas se calam.

Quando este comportamento passivo chega às ruas e algum cidadão reclama, indigna-se; há quem costuma dizer:

— O que você tem com isso? A gente tem que arrumar um jeito de comer também!

Indignar é o verbo ignorado pelos vendidos, pelos que comem. Dessa forma a prática da corrupção recebe apoio de parte da população eleitoral. E pasme! Ela é dita “culta”, “esclarecida” e alegram-se com as artimanhas políticas.

Por isso a maioria dos vereadores e gestores não cumpre com os seus deveres. Estes tem a obrigação de fiscalizar, mas colocam o rabo no ventre, no egoísmo, na facilidade, na “naturalidade da corrupção” entregando-se ao regozijo da impiedade e aqueles a de fazer, mas omitem-se, violentando todo tipo de Lei.

E o dinheiro da merenda, que deveria ser escolar, vai para as bebidas, as farras, os conchavos políticos, as construções e reformas de casas, descem pela garganta e terminam no bolso; alegrando os corações desses larápios.

E os olhos das nossas crianças são ignorados pelos que presenciam e se calam. Pelo convencimento vil e mesquinho sem que nada se faça.

E os olhos desfalecidos das crianças vão até as cantinas e de lá retornam com as forma geométricas na face que só a fome sabe aplicar.

https://oeleitoral.blogspot.com/2012/03/a-merenda-que-nao-estar-nas-escolas.html. Acesso em 27 de maio de 2019.