A artista plástica Dilva Conte (Caxias do Sul, 1931-2018) dedicou-se à arte, mais especificamente à escultura durante boa parte dos 87 anos de sua vida. Em 1995 cursou História da Arte e Escultura na UCS, no programa Universidade da Terceira Idade, onde desenvolveu sua paixão na área da escultura – a representação da figura humana e desde então descobriu na escultura sua paixão pela arte. Foi aluna de mestres da escultura como Bez Batti e Xico Stockinger, além dos estudos com professores e artistas locais.

Com mais de uma centena de obras realizadas, a exposição faz um recorte sobre a materialidade da sua obra e a representação humana em trinta obras escultóricas em bronze, terracota e gesso, além da reprodução fotográfica de 6 obras públicas instaladas na cidade e região, entre elas “A acolhida", que se encontra exposta na recepção do Hospital Pompeia, criada por ocasião dos 90 anos da sua fundação e o Memorial Irmãos Bertussi, em Criúva cuja obra foi concebida a partir de uma extensa pesquisa realizada pela artista.

Conforme a curadora da exposição, Silvana Boone, professora nos Cursos de Artes Visuais da Universidade de Caxias do Sul, “Dilva Conte nos dá uma lição de vida ao trazer a arte na sua essência através da tridimensionalidade”. Também destaca parte do texto da curadoria em que nos diz que “a artista descobriu-se escultora com a maturidade e encontrou na arte a completude para os espaços que a vida lhe ofereceu para preencher. A partir do seu olhar ímpar sobre a vida, a literatura e as pessoas, criou um universo em três dimensões e, generosamente, produziu e ofereceu suas obras mais significativas para a cidade onde nasceu e viveu, para que assim, sua arte fosse vista e vivida também pelos outros. Dilva nos ofereceu a possibilidade de nos sentarmos ao lado de Beatrice, musa de Dante Alighieri, na praça que o homenageia no centro de Caxias do Sul e nos emociona com seu anjo Samuel abençoando os caminhos de quem tem a dor como seu companheiro ao se despedir de alguém querido no seu momento derradeiro. Ela materializou os mestres das artes, como Leonardo da Vinci e Camille Claudel, da literatura e do conhecimento universal, como Cervantes, Einstein e Freud, imortalizados pela sua sensibilidade de artista que via o mundo sob múltiplas perspectivas”.

Sobre a curadoria:

Silvana Boone é Doutora em Artes Visuais pelo PPGAVI da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Especialista em Artes Visuais pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Licenciada em Educação Artística (UCS). Professora e pesquisadora na Universidade de Caxias do Sul desde 1995, curadora e crítica de arte.