Olá, estudante! Nesta lição, aprenderemos sobre os tipos de sistemas empresariais e suas funções. Esses sistemas servem para automatizar diversas atividades da empresa e são capazes de integrar vários tipos de dados, o que possibilita a melhoria dos processos internos da empresa. Veremos que são essenciais para o controle, armazenamento e processamento das operações da empresa e que são os responsáveis por toda a gestão empresarial. Prepare-se para uma “sopa de letrinhas” que são as abreviações dos nomes desses sistemas.
Todos os anos, um assunto que sempre está na pauta das empresas é em relação aos sistemas de informação que utilizam. Muitas empresas decidem por desenvolver os seus próprios sistemas, enquanto outras resolvem comprar sistemas já prontos, e outras têm um misto dessas duas opções.
Você saberia dizer qual das opções é a melhor? Hoje, conseguiria explicar, de forma bem ampla, qual a importância desses sistemas e como eles podem auxiliar no dia a dia de uma empresa? Saberia explicar ao cliente os tipos de sistemas e a diferença entre eles? Sua resposta, neste momento, pode ser “não” para todas as perguntas; com isso, pode-se perceber como é fundamental estudarmos sobre os tipos de sistemas empresariais, pois essa é uma dúvida persistente e que sempre voltará à discussão. Entender os tipos e suas possibilidades e funções será crucial para que você auxilie os clientes nesse processo.
Os autores Laudon e Laudon (2014) apresentam um case interessante envolvendo a empresa Telus, que é uma empresa de telecomunicações canadense. Ela está no mercado há mais de 100 anos e, atualmente, comercializa conexão por meio de dispositivos sem fio, da Internet, de televisão ou de linhas telefônicas tradicionais. A empresa tem 13 milhões de clientes.
Até pouco tempo atrás, o processo de aprendizagem dos empregados da Telus ocorria em salas de aula formais e fora da empresa. Entretanto a empresa decidiu se concentrar em fazer o treinamento dos empregados de forma contínua, colaborativa e conectada, por meio da aprendizagem informal e social, utilizando mentores, coaching, job rotation, vídeos, blogs e wikis. A Telus definiu um orçamento de treinamento no valor de 21 milhões de dólares, em que 40% foram destinados para a aprendizagem informal e social, e 60%, para aprendizagem formal (LAUDON; LAUDON, 2014).
Laudon e Laudon (2014, p. 230) indicam que:
Para apoiar a nova iniciativa de aprendizagem, a Telus aproveitou os recursos do Microsoft SharePoint, que oferece aos membros da equipe um ponto único de acesso para o conhecimento compartilhado dentro da empresa e a capacidade de pesquisar simultaneamente todos os itens de aprendizagem da empresa. O MySites do SharePoint oferece ferramentas de blog que possibilitam aos membros da equipe criar seus próprios blogs e contribuir nos dos demais. A Telus usou o SharePoint para desenvolver sites de equipe, chamados de My Communities (“Minhas comunidades”), onde as equipes de projeto, os departamentos e outros grupos podem trabalhar juntos e compartilhar documentos e outros conteúdos.
A implantação do SharePoint reduziu o orçamento de treinamento da Telus para 21 milhões de dólares. A empresa foi capaz de cortar o orçamento em 20% no ano seguinte, uma vez que continuou o processo de mudança para a aprendizagem informal e social. Mais economias ocorrerão, à medida que as novas soluções de aprendizado forem implantadas. Nos próximos três anos, a Telus planeja que o orçamento de aprendizagem formal seja reduzido para 50% do orçamento total de aprendizagem (LAUDON; LAUDON, 2014).
Este case real mostra como as empresas podem pensar em criar estratégias para seus processos por meio de tecnologias de sistemas de informação que poderão não somente gerar economia, mas qualificar o processo como um todo.
Os sistemas de informação são responsáveis pelo principal ativo das empresas: a informação. Dessa maneira, é uma preocupação perceber se os sistemas estão conseguindo gerar o que é necessário em termos de conhecimento para a tomada de decisão e definição das estratégias de negócio. Existem diversos tipos de sistema, com especificidades e objetivos diferentes, e não há um tipo de sistema que podemos dizer que “somente ele basta para gerir bem uma empresa”. Na maioria das vezes, as empresas compram ou desenvolvem o sistema e utilizam diversos tipos de sistemas diferentes, de acordo com sua necessidade.
Os autores Laudon e Laudon (2014) afirmam que uma empresa, geralmente, escolherá e implantará sistemas que podem apoiar os processos de suas principais funções, como sistemas de vendas e marketing, manufatura e produção, finanças e contabilidade e recursos humanos. No entanto, nos últimos tempos, tem-se percebido que sistemas específicos têm dado lugar a sistemas multifuncionais, pois facilitam a integração das atividades de processos de negócios para organizações que possuem filiais.
Sabendo que há diferentes tipos de sistemas, precisamos compreender as características de cada um deles. Dessa forma, o primeiro tipo de sistema que apresentarei a você são os Sistemas de Processamento de Transações (SPT). Esses sistemas podem monitorar as transações e as atividades básicas da organização, como vendas, recebimentos, depósitos em dinheiro, folhas de pagamento e decisões de crédito, ou o fluxo de materiais em uma fábrica. É um sistema que realiza e registra as transações rotineiras necessárias ao funcionamento organizacional, tais como o registro de pedidos de vendas, sistemas de reservas de hotel, folha de pagamento, manutenção do registro de funcionários e expedição. O principal objetivo dos sistemas nesse nível é responder a perguntas de rotina e monitorar o fluxo de transações (LAUDON; LAUDON, 2014).
A Figura 1, a seguir, apresenta um esquema que nos ajuda a entender como funcionam e que tipo de informações podem gerar.
Os autores Laudon e Laudon (2014) explicam que a Figura 1 mostra um SPT (sistema de processamento de transações) para o processamento de folha de pagamento, que, por sua vez, controla o salário pago aos colaboradores. Cada folha de horas, contendo o nome do empregado, número do CPF e número de horas trabalhadas por mês, representa uma transação única no sistema. Uma vez fornecida a transação ao sistema, ele atualiza o arquivo do sistema, que mantém, permanentemente, as informações dos funcionários da empresa. Os dados no sistema são combinados de formas diferentes para criar relatórios de interesse da gerência e dos órgãos governamentais e, também, para gerar os cheques de pagamento dos funcionários.
Temos, no entanto, alguns problemas que os SPTs não conseguem resolver nas empresas, como integrar os diferentes tipos de sistemas de uma empresa. Isso pode ocorrer não porque a empresa foi comprando ou desenvolvendo os sistemas, mas, sim, porque, talvez, adquiriu uma empresa nova, e esta possuía um sistema implementado. Nesse sentido, como mencionado, é um problema ao profissional fazer com que o sistema dessa empresa nova converse com os sistemas da primeira empresa.
Laudon e Laudon (2014) apontam que uma das soluções para esse problema é implantar aplicativos integrados, que são sistemas que abrangem todas as áreas funcionais, concentrando-se na execução de processos de negócios que permeiam toda a empresa e incluem todos os níveis de gerência. São quatro grandes aplicativos organizacionais integrados: sistemas integrados (ERP), sistemas de gestão da cadeia de suprimentos (SCM), sistemas de gestão do relacionamento com o cliente (CRM) e sistemas de gestão do conhecimento (SGC). Vejamos cada um deles a seguir:
Conhecidos como sistemas de planejamento de recursos empresariais, são úteis para realizar a integração dos processos de negócio nas mais diversas áreas de uma empresa. Seu objetivo é manter as informações em uma única solução. Dessa maneira, os dados dos departamentos de manufatura e produção, finanças e contabilidade, vendas e marketing e recursos humanos estarão em um único sistema de software e em um único banco de dados. Isso facilita a verificação da validade e qualidade das informações bem como a construção de relatórios. Outra vantagem é que se trata de um sistema modular. Isso permite implantar e utilizar o módulo que a empresa realmente precisa. Isso pode diminuir o valor para a sua compra.
Ajudam as empresas a administrar suas relações com os fornecedores. Seu objetivo é prover ajuda entre os vários atores de uma cadeia, como fornecedores, empresas de compras, distribuidores e empresas de logística. Sua maneira de ajudar é por compartilhar informações sobre pedidos, produção, níveis de estoque e entrega de produtos e serviços, de maneira a buscar insumos bem como produzir e entregar mercadorias e serviços com eficiência.
Ajudam as empresas a administrar suas relações com os clientes. Os sistemas de CRM fornecem informações para coordenar todos os processos de negócios que lidam com os clientes, em termos de vendas, marketing e serviços. Seu objetivo é otimizar a receita, a satisfação e a retenção de clientes. Essas informações ajudam as empresas a identificar, atrair e reter os clientes mais lucrativos, prestar serviços de melhor qualidade aos clientes existentes e aumentar as vendas.
Permitem às organizações administrar melhor seus processos, a fim de capturar e aplicar conhecimento e experiência. Esses sistemas coletam todo conhecimento e experiência relevantes na empresa e os tornamos disponíveis onde e quando forem necessários para melhorar os processos de negócios e as decisões administrativas. Podem, ainda, vincular a empresa a fontes externas de conhecimento.
São muitos tipos diferentes de sistemas, não é mesmo? Percebeu que cada um tem uma finalidade e um objetivo distinto? Portanto, em sua carreira como profissional de tecnologia, você se deparará com a decisão de escolher entre os sistemas mais apropriados para sua empresa — ou empresa do seu cliente. Com o passar do tempo, você se deparará com mais um problema: integrar as informações de sistemas diferentes. Isso nos mostra como um departamento de tecnologia sempre terá grandes desafios em sua atuação.
A escolha de um sistema de informação não passa apenas pela decisão do tipo de sistema que a empresa precisa para acelerar o seu negócio ou suprir suas necessidades. A escolha passa também por um dilema que, pessoalmente, considero ainda mais complicado: compensa a minha equipe desenvolver esse sistema, comprar um produto pronto no mercado ou contratar uma fábrica de software?
Todas as opções possuem vantagens e desvantagens e muito dependerá do que esse sistema representa em termos de urgência e necessidade para a organização. Por exemplo, o desenvolvimento interno, pela própria equipe de TI, possui a vantagem de ter maior controle do projeto em termos de custo e pessoas, verificar, com mais frequência, o status do projeto e realizar as adaptações que forem necessárias. A desvantagem é a dificuldade em fechar o escopo do projeto, pois, uma vez que o projeto está inteiramente nas mãos da equipe interna, não se tem muitos argumentos para não modificar o escopo. Isso pode levar a projetos sem data final para término ou deadline.
Já em relação a comprar um sistema pronto, tem-se a vantagem de ter nas mãos uma ferramenta que sempre estará sendo atualizada pelo fornecedor, pois ele precisa continuar vendendo esse produto no mercado. Também, terá à disposição pessoas com capacidade de treinar a sua equipe para explorar as melhores funções de um sistema. Isso significa menos preocupações. A desvantagem desse tipo de sistema é o custo, pois qualquer necessidade de adaptação, customização ou, mesmo, treinamento significa horas a serem pagas. Além disso, há outra questão: o pagamento mensal pelo uso do sistema ou de acordo com o número de licenças.
Nossa última opção seria contratar uma fábrica de software. Essa é uma opção interessante, uma vez que dá agilidade ao processo, principalmente, em relação a prazo. Além disso, tem à disposição tecnologias mais atuais para implementação por pessoas qualificadas. A desvantagem está em conseguir um bom fluxo de comunicação entre as partes.
São grandes desafios, não é verdade? Não tenha dúvida de que você se confrontará, em algum momento, com esse tipo de situação. Então, prepare-se, pois não temos uma receita de bolo para essa questão. Dependerá muito da empresa, das pessoas, das tecnologias e dos problemas!
LAUDON, K. LAUDON, J. Sistemas de Informação Gerenciais. São Paulo: Pearson, 2014.