Olá, aluno(a)! Nesta lição, você terá a oportunidade de entender como a tecnologia tem sido importante para a gestão dos negócios. Como estamos estudando, através dos recursos tecnológicos, as empresas conseguem automatizar diversas demandas operacionais de forma ágil, segura e organizada, o que é essencial em tempos dinâmicos.
As empresas, através dos recursos tecnológicos, conseguem ter cenários melhores para análise, dados em tempo real e agilidade na tomada de decisão, e tudo isso resulta em diversas vantagens, entre elas, redução de custos, maior competitividade no mercado e maior produtividade do profissional.
Sabendo disso, você saberia quais são alguns dos principais sistemas que podem gerar inteligência para os negócios e como eles funcionam? É isso que aprenderemos aqui!
À medida que uma organização avança em seus canais de venda e de comunicação, é possível perceber que outro desafio aparece: o de integrar todas as informações que são geradas. Esse problema também está presente à medida que a empresa precisa trocar seus sistemas de informação, quer seja porque foram desenvolvidos em uma tecnologia que está ficando obsoleta (antiga), ou então, porque o sistema não corresponde mais às necessidades.
Em qualquer uma das situações, uma coisa é certa: é preciso ter sistemas de apoio que possam auxiliar o processo de gestão para tomada de decisão a partir dos dados de diversas fontes e formatos.
Dessa maneira, os sistemas de Business Intelligence – ou simplesmente BI – ocupam uma importância cada vez maior entre as organizações e a cada dia que passa tem avançado mais na questão de se tornar um sistema de gestão à vista e em tempo real. Mas, o que seria esse sistema? Como esses sistemas participam da tomada de decisões?
O livro de Laudon e Laudon (2014, p. 363-364) traz um case muito interessante para verificarmos a importância do tema que estamos aprendendo aqui:
Em 23 de setembro de 2011, o filme “O homem que mudou o jogo (Moneyball)” estreou em todos os cinemas dos Estados Unidos, estrelado por Brad Pitt como Billy Beane, o gerente geral iconoclasta do Oakland Athletics. O filme foi baseado no livro mais vendido de Michael Lewis, que descreveu como Beane levou o azarão A’s, com um dos menores orçamentos da Major League (Liga Principal) de beisebol, a ganhar 103 jogos em 2002. Sob a tutela de Beane, o A’s participou das eliminatórias cinco vezes nas oito temporadas seguintes.
No começo da temporada de beisebol de 2002, o time mais rico era o New York Yankees, com uma folha de pagamento que valia 126 milhões de dólares; o Oakland A’s e o Tampa Bay Devil Rays tinham cada um uma folha de pagamento de cerca de 41 milhões de dólares, eram os mais pobres. Essas disparidades significavam que apenas as equipes mais ricas podiam pagar pelos melhores jogadores. Um time com poucos recursos financeiros como o A’s só poderia pagar por aqueles que haviam sido rejeitados pelos “melhores” times e, portanto, a derrota era praticamente certa. Isto é, até que Billy Beane e Moneyball entraram em cena.
Como Beane fez isso? Ele examinou os dados atentamente. A sabedoria do beisebol convencional sustentava que grandes rebatedores atléticos de mais renome e jovens arremessadores hábeis eram os principais ingredientes para conquistar a vitória. Beane e seu assistente gerente geral, Paul DePodesta, usaram a análise estatística avançada de dados sobre os jogadores e sobre a equipe para provar que isso estava errado. As métricas vigentes para previsão de vitórias, perdas e desempenho de jogadores, como média de rebatidas, corridas impulsionadas e bases roubadas, eram vestígios dos primeiros anos de estatísticas disponíveis no beisebol naquela época. Olheiros do beisebol usavam essas métricas, bem como a intuição, para aumentar o número de talentos em suas equipes.
Beane foi capaz de formar uma equipe consistentemente vencedora utilizando análises avançadas para obter percepções sobre o valor e a contribuição de cada jogador para o sucesso da equipe, coisa que outras equipes mais ricas haviam ignorado.
O beisebol tem sido, de acordo com o subtítulo do Moneyball, um “jogo injusto”. Em decorrência das enormes disparidades nos orçamentos das equipes da MLB, as mais ricas certamente levam vantagem na hora de recrutar os melhores jogadores. Mas, usando análises avançadas para orientar as decisões sobre quais jogadores recrutar e cultivar, Billy Beane foi capaz de transformar o azarão Oakland Athletics em uma equipe vencedora.
Conforme mencionado anteriormente, a melhoria na tomada de decisão, principalmente em relação a agilidade e qualidade, é uma das principais contribuições que um sistema de informação pode oferecer, isso porque, cada vez mais, a tomada de decisão nas empresas está deixando de ficar limitada apenas aos cargos mais altos, visto que, uma tomada de decisão consiste em optar por uma alternativa dentre todas que estão disponíveis no momento, ou seja, também acontece em níveis mais baixos dentro de uma empresa.
Laudon e Laudon (2014) apresentam a importância da tomada de decisão por meio da mensuração do valor monetário para uma pequena fábrica norte-americana, com faturamento anual de 280 milhões de dólares e 140 funcionários. A empresa identificou uma série de decisões-chave em que o investimento em novos sistemas poderia melhorar a qualidade da tomada de decisão. Veja o Quadro 1:
A partir do quadro, é possível perceber que todos os níveis da empresa tomam decisões e algumas são mais comuns e fazem parte da rotina, outras são mais complexas e realizadas poucas vezes. E, dessa maneira, pode-se perceber como é importante um sistema de informação para auxiliar as empresas.
Laudon e Laudon (2014, p. 366) indicam que “muitas decisões tomadas por organizações não são feitas por administradores ou por qualquer ser humano”, mostram, inclusive, alguns exemplos:
Numa consulta no mecanismo de busca do Google, o sistema computacional do site precisa decidir quais URLs exibir em cerca de meio segundo em média (500 milissegundos).
Programas de pregões de alta demanda em bolsas de valores eletrônicas nos Estados Unidos executam suas operações em menos de 30 milissegundos.
Nessas decisões automatizadas de alta velocidade, os estágios do processo de tomada de decisão — inteligência, concepção, seleção e implementação — são capturados por algoritmos computacionais que definem com precisão os passos a serem seguidos, que resultarão em uma decisão. Mas, como isso acontece na prática?
Os desenvolvedores de software fazem assim:
Identificação do problema.
Criação de um método para encontrar uma solução.
Definição de um conjunto de soluções aceitáveis.
Implementação de uma das soluções.
Nesses casos, o que ocorre na prática é que as organizações passam a tomar decisões mais rápidas e dependem menos das tomadas de decisão dos gerentes e, assim, o processo fica mais ágil e com possibilidades de evitar prejuízos ou estoques demasiados, bem como otimização de recursos diversos.
Laudon e Laudon (2014, p. 362) dizem que:
A Inteligência empresarial (BI, do inglês Business Intelligence) é um termo usado por fornecedores de hardware e software e consultores de tecnologia da informação para descrever a infraestrutura para armazenamento, integração, elaboração de relatórios e análise de dados que vêm do ambiente empresarial. A infraestrutura básica coleta, armazena, limpa e torna os dados relevantes disponíveis para os gestores.
Os autores Laudon e Laudon (2014, p.362) também definem que “Analítica de negócios” (BA, do inglês Business Analytics) também é um termo definido pelo fornecedor de dados, que se concentra mais em ferramentas e técnicas de análise e compreensão dos dados”.
Analisando as definições apresentadas, podemos compreender que a inteligência e a análise empresarial procuram realizar uma integração dos fluxos de informações produzidos por uma empresa em um único conjunto de dados que possa ter coerência. No entanto, para isso ser possível, é necessária a utilização de ferramentas de modelagem, análise estatística e de mineração de dados. Em conjunto, elas podem dar sentido a todos esses dados de forma que os gestores possam tomar decisões melhores e realizar melhores planejamentos.
É importante lembrar que inteligência e análise empresarial são produtos definidos por fornecedores de tecnologia e empresas de consultoria e consistem em pacotes de hardware e software que são vendidos. As cinco maiores fornecedoras desses produtos são: SAP, Oracle, IBM, SAS Institute e Microsoft.
Para ter dimensão do quanto esses recursos estão sendo utilizados, o tamanho das vendas de software de inteligência empresarial, em todo o mundo, chegou a bilhões de dólares!
A Figura 1 apresenta uma visão geral de um ambiente de inteligência empresarial:
Conforme visto na Figura 1, existem seis elementos no ambiente de inteligência empresarial. Vejamos com detalhes cada um deles:
as empresas possuem dados estruturados e não estruturados, que são de várias fontes (call centers, site, dispositivos móveis etc), e esses precisam ser integrados e organizados.
os dados do ambiente empresarial precisam ser armazenados em bancos de dados ou combinados e integrados em um armazenamento de dados corporativo, a elaboração e uso de data marts interligados ou plataformas analíticas que podem ser na nuvem ou mesmos locais.
com os dados integrados, um conjunto de ferramentas de software é usado para analisar os dados e produzir relatórios, responder às questões levantadas pelos gestores e acompanhar o andamento dos negócios utilizando indicadores-chave de desempenho.
o hardware e o software de inteligência empresarial apenas terão sentido e serão úteis em gerar inteligência para os negócios à medida que os seres humanos os utilizarem.
a ideia é que esses sistemas forneçam informações e conhecimentos para pessoas e níveis diferentes na empresa — funcionários operacionais, gerentes de nível médio e executivos seniores.
as ferramentas devem possibilitar a visualização de dados, tais como relatórios, gráficos, quadros, painéis e mapas detalhados.
Conforme vimos, não basta apenas a ferramenta ser desenvolvida ou comprada, é necessário que a empresa realize uma preparação para a criação de um ambiente que favoreça a gestão por meio de um BI. Isso deve envolver não apenas as pessoas que entendem ou tomam decisão em relação à tecnologia, mas também todas as pessoas que geram, atualizam ou excluem dados, pois todas elas serão fundamentais para tornar o processo de entrega de tomada de decisão mais ágil!
Aluno(a), observe a evolução tecnológica que estamos abordando. Todo o percurso formativo e as diversas áreas que conhecemos ao longo deste componente curricular corroboram para que o “nível de inteligência” sistematizada nas instituições se torne algo de muito valor. Veja que assuntos como banco de dados, sistemas, redes, entre outros ficam evidentes ao estudarmos Business Intelligence.
Algo muito importante a ser feito antes da compra ou do desenvolvimento de um BI, é realizar um mapeamento das tecnologias que são utilizadas por uma organização. Na maioria dos casos, a empresa vai utilizando e desenvolvendo sistemas que preenchem necessidades mais gerais ou mais específicas dos departamentos. Isso leva, muitas vezes, a um descontrole do que de fato é usado e o que não gera mais dados importantes.
Assim, sempre que estiver inserido em uma discussão sobre a utilização de um BI, não se esqueça de realizar um levantamento dos sistemas de informação que são utilizados pela organização. O número de aplicações pode te surpreender.
Recentemente, estive envolvido em um levantamento desses, e mesmo o gerente de TI não foi capaz de chegar próximo ao número real de sistemas que estavam em uso. Não fazer esse tipo de atividade pode ocultar dados importantes que poderiam auxiliar no processo decisório.
LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de Informação Gerenciais. 11. ed. São Paulo: Pearson, 2011.