Olá, aluno! Chegou a hora de estudarmos uma área muito interessante e que engloba outras áreas da computação: os sistemas de informação! Muitos se confundem em relação ao que eles são e nosso objetivo é deixar isso bastante claro, dado que praticamente toda empresa precisa de um sistema de informação para fazer o controle e o funcionamento das próprias atividades por meio dos dados gerados todos os dias. Vamos lá?
Existe uma confusão com alguns termos da área da computação. Muitos acreditam que “sistema de informação” é o mesmo que “software”, “programa” e “sistema”. Na verdade, constataremos que são coisas distintas e saber essa diferença faz muito sentido para todos os profissionais e as pessoas que utilizam a tecnologia.
Inicialmente, precisamos entender que software ou programa de computador é apenas um componente do sistema de informação. Conheceremos os outros componentes em breve. Tendo isso em mente, já entendemos que os sistemas de informação dizem respeito a algo mais “encorpado” ou “maior” que um software. Quando você conhecer os demais componentes, será possível entender melhor do que estamos falando.
Você sabia que existe até mesmo uma graduação para estudar apenas os Sistemas de Informação? Então, perceba como essa área de estudo é importante.
Ao ouvirmos falar de Sistema de Informação, Engenharia de Computação, Ciência da Computação e Desenvolvimento de Sistemas, é possível ter a impressão de que é tudo a mesma coisa. No entanto, você sabia que são áreas distintas? Diferenciaremos cada uma delas!
O Sistema de Informação se preocupa mais em formar o profissional, para que ele tenha a capacidade de desenvolver um sistema computacional por intermédio de tecnologias já existentes no mercado. Ele ainda terá uma mistura de aulas de gestão e computação.
A Ciência da Computação se preocupa em formar um profissional que tenha não apenas capacidade para desenvolver um sistema computacional, mas também para construir novas tecnologias de banco de dados, redes de computadores, linguagens de programação, sistemas operacionais, compiladores, Inteligência Artificial (IA) etc. Ele terá mais aulas de formação matemática e de física.
O Engenheiro de Computação se preocupa mais em ter habilidades para trabalhar com hardware e projetos de hardware. Para isso, precisará aprender bastante física, eletrônica, matemática e projetos de circuitos.
O aluno de Desenvolvimento de Sistemas aprenderá e se concentrará em técnicas de desenvolvimento de software.
Quanta coisa, não? No entanto, poucas pessoas têm esse tipo de informação sobre as possibilidades dos cursos e da área de computação. Qual você escolheria? Independentemente de sua escolha, qualquer caminho pode te levar ao sucesso. Isso depende do quanto você se dedica em aprender. Há exemplos de pessoas com sucesso na carreira em qualquer um desses cursos. Portanto, a escolha do curso é apenas um detalhe. O que importa é a sua dedicação em aprender e estabelecer a sua jornada.
Toda empresa existe para prover uma solução no formato de um produto ou de um serviço para a sociedade. Dessa maneira, as organizações estabelecem os processos de acordo com esse produto ou serviço.
É justamente nesse aspecto que se encontra um dos elementos mais complicados da área de tecnologia. Em geral, as empresas tentam utilizar a tecnologia como algo para facilitar o próprio dia a dia. Assim, escolhem um sistema de informação para gerenciar, atualizar e controlar o próprio negócio. Para isso, em geral, elas tentam desenvolver ou comprar uma tecnologia de acordo com o funcionamento dos próprios processos. No entanto, os processos, ao longo do tempo, são alterados, quer por pessoas, quer por máquinas. Quando isso ocorre, a tecnologia que antes existia e funcionava de acordo com os processos começa a não funcionar mais.
Como resultado dessas “trocas” de sistemas, as aplicações cujas atualizações são descontinuadas e a utilização secundarizada nas organizações acabam caracterizadas como sistemas legados.
Neste momento, a empresa tem um dilema a resolver: trocar o sistema de informação por causa dos processos alterados ou remodelar os processos de acordo com o funcionamento do sistema de informação?
Esse é um problema tão grave que Laudon e Laudon (2007) afirmam que, nos Estados Unidos, são gastos mais de 1 trilhão de dólares em compra de sistemas de informação, e outro 1 trilhão de dólares em consultorias, para que os sistemas de informação funcionem bem.
Durante a minha carreira, visitei muitas empresas para prestar consultoria. Tenha certeza: todas elas têm problemas recorrentes com as tecnologias e os processos. Isso ocorre, porque a empresa é dinâmica e se altera constantemente.
Embora essa notícia pareça ruim, para quem está estudando computação, ela é ótima! Afinal, mostra que há uma necessidade presente e constante para que esse profissional atue fazendo a conexão e a alocação dos processos nas tecnologias para agilizar, organizar e fomentar o negócio da empresa.
Laudon e Laudon (2007) definem sistema de informação como um conjunto de componentes inter-relacionados e desenvolvidos para coletar, processar, armazenar e distribuir informação, a fim de facilitar a coordenação, o controle, a análise, a visualização e o processo decisório.
Sendo assim, entende-se que o objetivo de um sistema de informação é produzir informações de boa qualidade e que possibilitem uma boa tomada de decisão. Para isso, ele é composto por:
Hardware.
Software.
Banco de dados.
Telecomunicações.
Pessoas.
Esses cinco componentes formam o que chamamos de sistemas de informação. Em sua opinião, qual deles é o mais importante? Se você respondeu “pessoas”, acertou!
Sem pessoas você não consegue ter nenhum tipo de utilização para hardware, software, banco de dados e telecomunicações. Isso explica claramente a importância das pessoas, não é mesmo?
Não se esqueça desse fato em suas ações profissionais. Ao construir um software ou ao implantar uma tecnologia, lembre-se de que são as pessoas que utilizarão e que é importante ouvir o que elas pensam sobre isso. Além disso, é importante ter certeza de que essas pessoas se sentem confortáveis com o uso e o que essa tecnologia facilitará durante o cotidiano.
De acordo com Laudon e Laudon (2007), um sistema de informação funciona da forma como apresentado na Figura 1.
A figura exibe que todo sistema de informação tem a seguinte sequência: entrada, processamento e saída. Além disso, deve conter o que chamamos de feedback.
A entrada corresponde às interações que podem existir para que o sistema receba dados. Isso pode acontecer por meio de alguém digitando alguma coisa, um arquivo importado pelo sistema ou mesmo por uma interação por voz.
Após a entrada dos dados, deve ocorrer o processamento. Por exemplo, todos os dados que um sistema recebe são armazenados em um banco de dados. Além do mais, há interações, como a busca de uma informação, um cálculo, uma atualização de dados ou mesmo uma exclusão de informação: todas são operações de processamento.
Após o processamento, tem-se a saída. Ela pode ser feita por meio de uma tela, uma impressão ou um arquivo a ser armazenado.
A seguir, é importante existir o que se chama de feedback. Trata-se de uma análise em relação ao resultado gerado. Será que a informação mostrada está correta? Ela é útil? Será utilizada por quem? O feedback ajuda a perceber se o sistema precisa ser revisto ou não.
A pergunta que sempre deve existir é: com base nas informações geradas pelo sistema, eu tenho confiança em tomar decisões importantes para a empresa?
É importante lembrar que a organização dos dados e a qualidade da entrada são os elementos que farão com que o elemento seja considerado informação.
Contudo, temos mais um passo acerca deste assunto: todo dado que for organizado se torna uma informação e toda informação que for utilizada para tomar uma decisão é um conhecimento.
Assim, temos a sequência exibida na figura a seguir.
Praticamente todo sistema funciona com a lógica do sistema de informação, pois tem como papel apoiar todos os níveis de uma empresa, desde o operacional até o estratégico. Para isso, existem diversos tipos de tecnologia de sistema de informação. Citaremos alguns como exemplos:
ERP (Enterprise Resource Planning): um sistema que trabalha por módulos e que tem como função sistematizar toda a organização.
CRM (Customer Relationship Management): um sistema que tem a função de gerar informação sobre clientes de uma organização.
BI (Business Intelligence): um sistema que tem por função fornecer inteligência aos negócios para uma organização baseada nos dados que ela tem em suas estruturas.
Sistemas especialistas: sistemas construídos com base em um conhecimento para resolver ou fornecer diagnóstico a um problema específico.
Portanto, as principais funções internas de um sistema de informação são processar, classificar, organizar e calcular dados de entrada do sistema.
É importante lembrar que os dados de entrada, em muitos casos, também são realizados por pessoas externas à organização, como fornecedores e clientes. Além disso, o próprio sistema de informação é muito influenciado por outros atores externos, como o governo, a legislação e os concorrentes. Internamente, não se deve esquecer que há os problemas organizacionais provocados pelas próprias pessoas, pela tecnologia e pela própria organização.
Todos esses atores impulsionam modificações no sistema. Eles devem ser considerados e entendidos como uma questão positiva para a melhoria da ferramenta de software. Mudanças devem ser bem-vindas!
Dessa maneira, sempre se lembre que um sistema de informação possui um ciclo de vida. Os sistemas de informação não são eternos. Ao longo do tempo, as alterações que uma empresa realiza são tantas que, em um determinado momento, o sistema precisará ser substituído. Em alguns casos, nem são os processos e a dinâmica de mercado, mas a própria tecnologia: talvez, o sistema de informação que foi construído pode ter se tornado obsoleto.
Um sistema de informação trabalha com a sequência Entrada-Processamento-Saída. Essa é a mesma sequência de um algoritmo, não é?
Contudo, ela pode ser utilizada para pensarmos em um sistema qualquer. Por exemplo, pense em um sistema de um restaurante de comida a quilo.
Quais seriam as entradas?
O que seria o processamento?
Qual seria a saída?
Ao pensar nesse formato simples, você conseguirá pensar nos possíveis controles e na geração de informações necessárias para o negócio. Afinal, um sistema de informação nada mais é que uma tecnologia que digitaliza os processos de um negócio.
Assim, sempre que for construir ou implantar um sistema de informação, lembre-se de utilizar esse formato simples de pensamento: Entrada-Processamento-Saída. Isso fará você pensar nos processos, nas pessoas e nos possíveis produtos da empresa.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de Informações Gerenciais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.