Olá, estudante! Você já deve ter ouvido falar sobre a computação em nuvem, não é mesmo? É um termo que cada vez ouvimos com mais frequência e, além disso, potencialmente, utilizamo-la todos os dias, seja para ouvir músicas no Spotify, seja para salvar arquivos no Google Drive, seja para assistir a um filme na Netflix. Dessa maneira, não faria nenhum sentido você estar se preparando para ser um(a) profissional de computação sem ter estudado sobre a computação em nuvem. Afinal, a tendência atual e futura é que todos os serviços estarão alocados nesse tipo de tecnologia. Portanto, vamos lá!
Até meados dos anos 2000, as empresas precisavam criar as suas próprias estruturas de tecnologia, e era comum as empresas terem o seu próprio servidor de dados, de aplicação, de e-mail, de web etc. Isso, embora representasse certa segurança em termos de que, “se houver um problema, eu consigo resolver pelas minhas mãos”, trazia, também, a necessidade constante de realizar upgrades (melhorias de tecnologia, como expansão de memória ou poder de processamento) nos servidores. Além disso, obviamente, existia a preocupação constante em garantir a segurança dos servidores, tanto lógica como física. Esse cenário significava que praticamente quase todo orçamento de tecnologia era consumido para que os servidores ficassem atualizados.
Esse cenário mudou a partir do momento em que a computação se tornou um serviço. Um serviço disponível na nuvem. A partir disso, as empresas que, inicialmente, tinham certo receio em relação à segurança, com o passar do tempo, foram convencidas de que seria melhor manter um foco em entregar a informação e de que existiam bons serviços especializados em banco de dados, segurança, e-mail e web que poderiam entregar a um custo menor e sem a necessidade de espaço físico.
Assim, nasceu um novo processo na computação, a oferta e a demanda por serviços na nuvem, que facilitaram — e muito —o acesso à informação bem como a garantia de serviços bem executados. Gigantes da computação, como Amazon, Google e Microsoft, são exemplos de empresas de tecnologia que oferecem serviços na nuvem.
Quer ver como a computação em nuvem é importante? Pense, por exemplo, em uma companhia aérea. É em virtude da computação em nuvem que ela consegue, por exemplo, estabelecer um sistema de relacionamento com seu cliente, conseguindo entender quais são seus gostos, comportamentos e outras informações. Além disso, por causa da computação em nuvem, esse relacionamento pode acontecer em qualquer instante e em qualquer lugar. Muito diferente do que acontecia antes, quando esse relacionamento somente acontecia no balcão de atendimento de um aeroporto.
Talvez, uma das empresas que podem mais nos ajudar a identificar o que é a computação em nuvem seja o Google.
Você tem um e-mail @gmail.com? Se sim, toda vez que você o acessa, você está utilizando a computação em nuvem, pois, para acessar seu e-mail, você não precisa instalar nenhum software específico para isso, não é? Você não tem ideia de que lugar do mundo os dados do seu e-mail e seu usuário estão. O mesmo acontece quando você acessa o Google Photos ou, mesmo, o seu Google Drive pela mesma conta do seu e-mail.
Não importa em que parte do mundo você esteja, se você tiver acesso à internet e conectar no seu e-mail @gmail.com, você conseguirá acessar os seus dados, podendo ser uma mensagem que chegou na caixa de entrada do e-mail, um documento que está no Google Drive ou uma foto que está no Google Photos. E por que isso acontece? Bom, a resposta é simples: por causa do serviço de e-mail ou de dados estar na nuvem.
Vamos ver outro exemplo? Pense em quando você instala um aplicativo, como o Netflix ou o Spotify, quantos filmes, séries ou músicas você precisa baixar? Nenhum, não é mesmo? Isso acontece porque todas as informações para serem transmitidas estão armazenadas na nuvem!
De acordo com Microsoft ([2023], on-line) “a computação em nuvem é o fornecimento de serviços de computação, incluindo servidores, armazenamento, bancos de dados, rede, software, análise e inteligência, pela Internet (‘a nuvem’) para oferecer inovações mais rápidas, recursos flexíveis e economias de escala”. Sendo assim, quando é utilizada a computação em nuvem, os dados das empresas — ou dos usuários — “ficam fora dela”, ou seja, a empresa não necessita de um servidor próprio para armazenar seus dados, pois tudo é armazenado na nuvem.
Acredito que compreender isso não é tão difícil, mas pode ser que fique com uma dúvida: qual a vantagem de colocar essas necessidades para “fora” da empresa? Uma enorme vantagem é a economia nos recursos. Isso acontece porque, anteriormente, existia grande preocupação com a manutenção dos recursos computacionais, como os próprios computadores, a estrutura de redes etc. Uma segunda vantagem é a flexibilidade. Se você precisar de mais espaço de armazenamento ou maior velocidade de processamento, basta solicitar uma alteração no seu plano.
Uma terceira vantagem é não precisar realizar instalações de software nos computadores da empresa. Isso ajuda em relação à economia de recursos e, ao mesmo tempo, facilita o controle de acessos. Outra vantagem é o fato de que toda preocupação e custo com segurança ficam por conta de quem oferta o serviço. Assim, a preocupação com investimentos em antivírus e com segurança de sistemas e acessos sai da organização e passa a ser do serviço contratado.
Com tantas vantagens, será que há desvantagens nesse tipo de serviço?
Muitas empresas, durante um longo tempo, tiveram receio de migrar para a computação em nuvem justamente pelo fato de que a segurança lógica é bem complicada de ser mantida. Quer ver um exemplo? Veja a dificuldade da Netflix em controlar quem acessa as contas dela. Esse, também, é um problema nas empresas. Não há certeza de quem está acessando. Se alguém conseguir o login e a senha, o indivíduo não dependerá de estar dentro da empresa para acessar as informações.
Esse problema de “não ter certeza de quem está acessando” — como você deve imaginar — não ocorre somente na Netflix! Quer mais alguns exemplos?
Google Maps.
Dropbox.
Softwares de gestão.
Google Docs.
Trello.
Spotify.
YouTube.
Netflix.
Gmail.
Não importa o serviço, o que precisamos entender é que um serviço em nuvem apresentará o conceito de trabalhar ou funcionar sob demanda. Isso significa que ele consome de acordo com a necessidade. Por exemplo, no Spotify, apenas a música que você deseja ouvir é que será carregada. O mesmo acontece no YouTube, Netflix etc.
Microsoft ([2023]) mostra alguns tipos de computação em nuvem, sendo elas:
IaaS — Infraestrutura como serviço: será um serviço para recursos de rede, computadores e armazenamento de dados. Aqui, é possível ver um nível alto de flexibilidade e controle dos recursos.
PaaS — Plataforma como serviço: a ideia aqui é o gerenciamento de aplicativos e a implantação deles. Isso é importante pois não torna necessária a preocupação com correções, atualizações e manutenção.
SaaS — Software como serviço: um bom exemplo aqui é a utilização de e-mails, e, portanto, inclui aqui o usuário mais comum.
Computação sem servidor: essa é uma sobreposição ao PaaS. Aqui, o objetivo é criar funcionalidades de aplicativos, sem se preocupar com o gerenciamento de servidores ou, mesmo, com a infraestrutura necessária para essas possíveis funcionalidades. Tudo que for necessário em relação a configurar para que a capacidade seja a ideal, e os servidores, dispensados.
Também há uma classificação relacionada à implantação dos serviços e, para isso, temos:
De modo geral, são de provedor de serviços de nuvem terceirizada. Este fornecerá recursos (servidores e armazenamento) pela Internet. Um exemplo desse tipo de serviço é o Microsoft Azure. Microsoft ([2023], on-line) explica que, “com uma nuvem pública, todo o hardware, software e outras infraestruturas de suporte são de propriedade e gerenciadas pelo provedor de serviços de nuvem”.
São recursos de computação usados, de maneira exclusiva, em uma empresa. Essa nuvem não é compartilhada. Ela pode estar, fisicamente, em um data center da empresa mesmo ou pode alugar um data center terceirizado.
É uma combinação de nuvem pública e privada. São conectadas por uma tecnologia que tem a função de compartilhamento entre as nuvens.
A Figura 1, a seguir, apresenta uma ideia de nuvem privada, em que uma empresa permite o acesso a suas informações por meio da contratação de um serviço em que somente quem tem o usuário consegue acessar. Isso permite que o acesso às informações seja feito de qualquer parte do mundo.
Anteriormente, já mencionamos que são vários os serviços disponíveis para contratação e uso. Inclusive, é algo que as gigantes da tecnologia ofertam, como Microsoft, Google Amazon etc. Tornou-se mais barato e conveniente que os departamentos de TI das empresas focassem em criar soluções para utilização e geração de dados para tomada de decisão do que se preocupar com infraestrutura de servidores, segurança e outras coisas que tiravam muito tempo dos departamentos.
Assim, que tipos de serviços você poderia implementar em uma computação em nuvem? Veja, a seguir, de acordo com Microsoft ([2023]):
Criação de aplicativos nativos da nuvem: aplicativos móveis, Web e APIs podem ser criados e disponibilizados.
Testar e criar aplicativos: utilização de infraestruturas que podem ser ampliadas ou reduzidas de acordo com o teste que você deseja fazer ou sua necessidade.
Armazenar, fazer backup e recuperar dados: sistema de armazenamento em nuvem externo, porém pode ser acessado em qualquer local e qualquer dispositivo.
Analisar os dados: oportunidade para unificar os dados e usar serviços que a nuvem disponibiliza, como aprendizado de máquina e inteligência artificial. Isso pode fazer com que sejam descobertos dados para agilizar a tomada de decisões.
Transmitir áudio e vídeo: disponibilizar vídeo e áudio de alta definição.
Inserir inteligência: oportunidade de usar modelos com inteligência artificial com o objetivo de auxiliar e fornecer insights.
Fornecer software sob demanda: oferecer versões de software e atualizações.
Ufa! São muitas possibilidades, não é? Que tal visitar alguns fornecedores de serviços de computação em nuvem? Você mesmo poderá criar uma conta e começar a utilizar serviços e aplicações:
https://aws.amazon.com/pt/
https://azure.microsoft.com/pt-br/
MICROSOFT. O que é computação em nuvem? [2023]. Disponível em: https://azure.microsoft.com/pt-br/resources/cloud-computing-dictionary/what-is-cloud-computing. Acesso em: 29 mar. 2023.