segunda-feira
5º dia - 22/03/2021
5º dia - 22/03/2021
Prezados professores, chegamos ao nosso último dia da nossa semana pedagógica virtual.
Quando falamos em desnutrição, muitas pessoas acreditam que esse é um problema distante do nosso município, um problema já superado. Porém, a realidade é bem diferente. Fome/Desnutrição que tem sido agravada, principalmente, neste momento de crise econômica e sanitária como o que estamos vivendo.
Neste sentido, buscando práticas pedagógicas que deem respostas ao momento atual, pois significativas por estar próximas à realidade material vivida por nossos alunos e suas famílias, a Secretaria Municipal de Educação de Riachão do Dantas sugere a realização de um Projeto Pedagógico Escolar para iniciar o ano letivo 2021, cujo tema sugerido será Horta em Casa: combatendo a desnutrição, projeto pensado como sendo a continuidade do anterior: Alimentação saudável.
Todos os diretores já foram orientados acerca deste projeto. Disponibilizamos, hoje, materiais que darão suporte aos senhores para a elaboração dos projetos a serem adequados à realidade de suas respectivas escolas.
Eu não me lembro exatamente como tudo começou. O fato é que alguns anos atrás, quando meus filhos eram menores, resolvi que era hora de termos uma horta. Afinal moramos numa casa com quintal e o “projeto horta” fazia todo sentido. As crianças teriam contato com o processo de plantar, cultivar e colher, criariam um vínculo com as plantas e provavelmente teriam mais interesse em comer todas aquelas verduras que plantaríamos. O único problema é a minha total e completa falta de talento para o cultivo de ervas e hortaliças. Eu já tinha consciência dessa característica pessoal na época, mas mesmo assim, resolvi ir em frente. Afinal, essa era uma experiência que eu queria muito que meus filhos tivessem, então me esforçaria.
Comprei terra, vasos grandes, plaquinhas e muitas mudas de verduras e temperos. Com a ajuda do jardineiro e a participação animada das crianças, passei duas tardes preparando a nossa pequena plantação caseira. Ficou linda e durou uns três meses, ao fim dos quais comemos algumas alfaces, rúculas e colhemos folhas de manjericão e hortelã. Nunca mais achei tempo para procurar sementes e mudas e olhava com pesar para aqueles vasos abandonados, pensando que talvez essa história de horta não tivesse sido uma ideia muito boa.
O tempo passou e, em algum momento, meu filho menor percebeu que aquele grande vaso redondo, já sem uso, era um lugar muito legal para brincar. Nessa mesma época ele também começou a acompanhar o pai no cultivo de mudas a partir de sementes de árvores coletadas em nossas viagens e passeios. Nosso jardim sempre foi um lugar muito especial para ele e as sementes das árvores que temos sempre chamaram muito a sua atenção. Por isso, ele sempre manteve uma coleção delas, vindas do nosso quintal e também de outros lugares. E assim, por volta dos 4 anos, com quase nenhuma orientação e de forma totalmente autônoma, ele passou a tomar conta da horta, que passou a ser conhecida na família como seu pedaço de terra particular.
Desde então, passaram-se dois anos e nesse tempo ele plantou milho, feijão, abóbora, hortelã, manjericão, castanha do maranhão, tomate, pinhão e alface. Todas as sementes e mudas ele mesmo conseguiu sozinho ou por meio de outras crianças e adultos. Pediu e ganhou terra adubada em duas ou três ocasiões. Muitas vezes recolheu folhas secas e montou uma camada de matéria orgânica na superfície da horta, além de pedir cascas de ovo e de frutas para adubá-la. Estaqueou, regou e selecionou as plantas que ele desejava que crescessem, manejando o desenvolvimento e a expansão de muitas mudas. Transplantou pequenas mudas de árvores para saquinhos, para que crescessem mais e depois fossem plantadas por aí ou virassem presentes e lembrancinhas na sua festa de 5 anos. Viveu fracassos quando as sementes não vingaram ou quando algumas plantas apodreceram depois de serem regadas em excesso.
E assim, num misto de admiração e encantamento, assisti meu filho se tornar um jardineiro, um horticultor, uma pessoa capaz de cultivar um pedaço de terra, semeando, plantando e colhendo. Curioso notar que ele nunca demonstrou grande interesse pelo canteiro que há em sua escola ou outros que visitamos durante viagens. É a sua horta que o atrai e na qual ele é capaz de passar longas horas em uma linda entrega: manejando a terra e as plantas em completa sintonia com seu trabalho. É dela que ele sente saudades quando se ausenta de casa, e é a sua horta o primeiro lugar que ele vai quando chega de uma viagem ou da escola.
Embora meu “projeto horta” não tenha saído como eu imaginava – um lindo canteiro que produzisse nossa salada de cada dia – ele foi muito além, dando a um menino de 4 anos a chance de cultivar um pedaço de terra no qual suas sementes germinam e florescem tal qual ele mesmo. Esse processo me mostrou que é preciso dar espaço para que as crianças liderem seus próprios caminhos para encontrar-se consigo mesmas e com o mundo natural. As hortas são ferramentas incríveis de aproximação entre as crianças e a natureza, mas elas precisam ser usadas com cuidado para que possam realmente exercer esse papel e não ser apenas mais um “projeto” que nós, adultos, encabeçamos e no qual a criança tem pouco ou nenhum protagonismo.
Um exemplo de como o cultivo da terra pode promover engajamento e afeto é a Terra das Crianças, idealizada por Joaquim Legía, diretor da Asociación para la Niñez y su Ambiente – ANIA, no Peru. A ideia é simples e brilhante: outorgar a cada criança um pequeno pedaço de terra para que ela possa cultivar a vida e promover a biodiversidade, gerando bem-estar para si mesma, para outras pessoas e para a natureza, sendo por isso reconhecida como agente de mudanças para um mundo sustentável. Seu testemunho conta como uma experiência semelhante vivida por ele no quintal da sua infância o inspirou a ajudar mais crianças a desenvolverem um vínculo duradouro com o mundo natural.
Uma horta não é apenas um lugar onde cultivamos plantas, mas também um lugar onde cultivamos esperanças e nutrimos ideias, onde muitos planos crescem de cada pensamento semeado. Amor, atenção e criatividade. Requer vigilância, manutenção e cuidado. Ato de fé no futuro que deve ser renovado por meio de práticas diárias. E também implica riscos, pois plantar é lidar com o fracasso, e como poderia ser de outra forma? Nesse verão meu filho ganhou um pedaço de terra maior, um pedido recorrente. Meu desejo é que este seja o solo fértil para que sua relação com a natureza contemple todo aprendizado, sobre as plantas e sobre si mesmo, que uma horta é capaz de oferecer.
Fonte: Maria Isabel Amando de Barros, disponível em: https://conexaoplaneta.com.br/blog/sobre-hortas-e-criancas/
Crianças e adolescentes estão aproveitando o tempo em casa para cultivar alimentos.
Heloísa B., 11 anos, sempre foi fã de salsinha e cebolinha. Na quarentena, com terra e vasos que tinham em casa, ela e a mãe resolveram cultivar esses alimentos. “Gosto porque a cada dia você vê a evolução das plantas. Demora um pouco para crescer, mas você vê que o seu esforço deu frutos. Eu já comi a salsinha que plantei e agora está crescendo mais”, conta Heloísa.
Outro que passou a se dedicar à prática foi Lucas S., de 14 anos. Ele já gostava de plantas, mas entrou de vez nesse mundo durante o isolamento social. “Como agora eu tenho bastante tempo livre, comecei a plantar mais. Já plantei alface, rúcula, tomate, feijão, beterraba e hortelã. Em casa, a gente já comeu algumas coisas”, diz ele, que só dispõe da ajuda do pai às vezes.
Heloísa B., de 11 anos, já plantou salsinha, cebolinha e tomate cereja em sua horta
“Eu gosto muito da sensação de plantar a sementinha, ver crescer e depois colher aquilo que você plantou”, diz Lucas S., de 14 anos.
No Brasil, 57% da população vive em cidades, segundo dados de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o biólogo Anderson Santos, da Escola de Botânica (SP), isso faz com que muitas pessoas tenham pouca conexão com a natureza. Cuidar de uma horta ajuda a criar ou retomar essa ligação. “Você tem que dosar a quantidade de água, o tempo que a planta fica no sol, plantar a semente e esperar sair uma folha… Isso nos coloca no lugar de observadores da natureza. Estudos mostram que quem cuida de hortas é menos ansioso, por exemplo”, explica.
Dicas de cultivo do Anderson
1) Separe sementes ou alimentos que você já tenha na sua residência
Usando sementes: a vantagem de começar uma horta com sementes é que você poderá acompanhar todas as etapas do crescimento das plantas. Você pode adquirir as sementes em sites ou lojas que vendem produtos de jardinagem ou pode aproveitar de alimentos que compramos para comer, como tomate, maçã, laranja, mexerica e abacate. Basta separar e plantá-las na terra.
Alimentos que já tenha em casa: itens que os seus pais ou responsáveis adquirem no mercado podem ser aproveitados na sua horta. No caso da alface e da cebolinha, por exemplo, basta cortá-las um centímetro acima do fim da raiz (peça a ajuda de um adulto para fazer isso) e plantá-las na horta. Você verá que, na terra, esses vegetais continuarão a crescer. Quando estiverem maduros, você poderá colhê-los e servi-los no almoço ou jantar.
2) Molhe a horta todos os dias
As hortaliças que ficam em áreas externas devem ser molhadas todos os dias. Não tenha medo de exagerar na quantidade de água. Como elas passam muito tempo expostas à luz solar, se você não as regar todos os dias, a tendência é que elas sequem rapidamente.
Adubos
Toda planta cultivada pelo homem, independentemente de ser uma hortaliça ou não, precisa de três elementos básicos para sobreviver: água, luz e adubo. Por isso, ao longo de toda a vida da planta, é necessário adubá-la. O ideal é que isso seja feito uma vez por mês. Se não conseguir, tente fazer pelo menos uma vez a cada três meses. O melhor é o adubo de húmus de minhoca.
Vasos ou recipientes
Você pode fazer uma horta usando vasos ou recipientes – de preferência recipientes já usados, como potes de alimentos, para que você possa reaproveitá-los e ajudar a natureza evitando o descarte de resíduos.
O ideal é disponibilizar um vaso ou recipiente para cada planta. Na parte de baixo deles, é fundamental fazer furinhos (peça a ajuda de um adulto para isso). Se acumular água, as raízes apodrecem e a planta morre.
– Faça plaquinhas com o nome de cada planta e coloque-as na terra ou no recipiente em que as plantas estão. Assim, todos saberão o que você está cultivando.
– Faça uma tabela de acompanhamento das plantas. Marque o dia em que você a plantou, o dia em que a primeira folha apareceu, o dia em que fez a colheita… Assim, você terá uma boa noção da evolução da hortaliça e de como o seu trabalho contribuiu para o crescimento dela. Vale a pena até desenhar cada etapa do processo.
Fonte:https://www.jornaljoca.com.br/jovens-cuidam-de-hortas-na-quarentena/
Já pensou em poder colher alguns temperos e verduras no quintal da sua casa ou até em seu apartamento? Ter uma horta caseira pode soar como um desafio ou algo fora do real, especialmente em grandes cidades, mas isso tem se tornado cada vez mais comum.
Se você está em dúvida sobre fazer ou não uma hortinha, saiba que além de estimular um estilo de vida mais saudável, ter uma horta em casa colabora com o desenvolvimento infantil. Confira alguns dos benefícios das hortinhas caseiras para seu pequeno:
Será que picar os legumes ou escondê-los no meio do arroz ou do ensopado é a melhor forma de ajudar as crianças a terem uma alimentação mais saudável? Que tal vocês começarem a hortinha na sua casa com um passeio na feira ou sacolão? Lá, você pode apresentar os diferentes tipos de alimentos para as crianças e mostrar que a maioria das coisas ali veio de uma plantação e que pode ser reproduzida dentro de casa, em menor escala.
Essa apresentação dos alimentos é muito importante para a criança, que precisa ter consciência sobre o que está comendo e de onde vem aquilo. Depois, vocês podem escolher o que ali podem comprar para usar em casa e replantar. Em algumas feiras, você vai encontrar mudas de temperos como cebolinha, manjericão, orégano e tomilho que são fáceis de plantar e não precisam de muito espaço, nem de tanto sol.
Muitas raízes e tubérculos também podem ser replantados, como cenoura, batata, beterraba e cebola. Para plantar esses alimentos, você vai precisar de um vaso um pouco mais fundo e de um espaço que tenha mais sol.
Ter uma horta em casa requer cuidados. Você pode deixar a responsabilidade de colocar água na horta com as crianças. Elas também podem ficar encarregadas de avaliar o desenvolvimento das plantinhas. Ensine primeiro, mostrando a diferença entre uma planta saudável e uma não-saudável. Depois, peça para ela ficar de olho e acompanhar.
Esperar uma planta crescer, brotar e estar pronta para consumo é uma importante lição da natureza sobre paciência. Ao acompanhar o desenvolvimento de sua hortinha, a criança vai entender com mais facilidade que as coisas requerem um tempo.
A maioria das plantas precisa de poucas coisas para ficar saudável e uma das mais importantes é, com certeza a água. Aos poucos a criança vai compreender que a água é vital não só para pessoas e animais, como também para o cultivo. Portanto, desperdiçar água não é um problema somente para nós, mas também para todas as plantações que precisam de irrigação.
Mesmo a menor das hortinhas é uma amostra do quão importante é termos respeito e cuidado com a natureza. Acompanhar o desenvolvimento das plantas, como elas são essenciais para nossa vida e como elas podem ser frágeis, é uma aprendizagem e tanto para os pequenos. Muitas vezes falamos sobre a natureza como se ela fosse algo que só existe fora de casa, em lugares distantes, traz isso para perto, mostrar que cada pedaço de terra merece cuidado e atenção, vai ajudar seu pequeno a compreender de forma mais fácil sobre a importância do respeito e cuidado com o planeta.
Fonte: https://leiturinha.com.br/blog/horta-caseira/
São diversas os temas que podem ser explorados. Desde as temáticas centradas nas áreas da alimentação, agricultura biológica, compostagem, etc.
1 – Entender a sazonalidade dos alimentos – conhecer o calendário de plantação/sementeiras e colheitas
2 – Conhecer e explorar as variedades e importância das sementes
3 – Conhecer várias flores e ervas aromáticas e sua importância na biodiversidade e controlo de pragas no jardim e horta
3 – Explorar e conhecer alguns dos insetos úteis
4 – Poder explorar o processo de compostagem (degradação de resíduos orgânicos em fertilização natural)
5 – Construir e utilizar uma “estufa” para semear ou transplantar plantas jovens
6 – Construir abrigos para insetos amigos
7 – Oficinas com lupas para explorar toda a biodiversidade do micro-sistema da horta
8 – Construir casas para pássaros
9 – Recolher água da chuva e entender melhor a importância de poupar água
10 – Conhecer e explorar alguns provérbios populares sobre colheitas
11 – Explorar algumas oficinas de cozinha – preparação simples de refeições com legumes da horta
12 – Conhecer os princípios da agricultura biológica e suas vantagens para a saúde e ambiente
Fonte: https://cultivosdacaseiro.pt/cultivar-com-criancas/hortas-escolares-10-atividades-para-explorar/