terça-feira
2º dia - 16/03/2021
2º dia - 16/03/2021
Para Libâneo (2013, p. 245) o planejamento escolar é uma tarefa que inclui tanto a previsão das atividades didáticas quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. Segundo o autor, há três modalidades de planejamento, articuladas entre si: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aulas.
O plano da escola pode ser no nosso contexto, compreendido como o Projeto Político-Pedagógico ou outro documento oficial que contenha o planejamento escolar em sentido formal. O plano de ensino, pode ser sinônimo de plano anual, plano de curso ou plano de trabalho, a depender que cada contexto escolar. O plano de aula, na perspectiva da BNCC e do Currículo de Sergipe, pode significar uma sequência didática que envolve várias aulas ou, simplesmente, uma aula.
No caso específico da educação infantil e dos anos iniciais, tem-se também o plano semanal.
Não podemos deixar de mencionar o planejamento de projetos escolares, tão comum nas escolas de Sergipe.
Libâneo (2013) nos adverte que o trabalho docente é uma atividade consciente e sistemática, cujo foco está na aprendizagem dos estudantes sob a direção do/a professor/a. Por ser uma atividade humana complexa que envolve variáveis cognitivas, emocionais, culturais, sociais, políticas, estruturais e éticas, o planejamento e constante reflexão sobre o processo para seus devidos ajustes é incontornável.
Contudo, para estarem alinhados à BNCC e ao Currículo de Sergipe, os planejamentos precisam atentar para alguns aspectos. Esse será nosso foco no curso.
A BNCC (BRASIL, 2017, p. 15) enfatiza que o planejamento do trabalho anual e as rotinas e eventos do cotidiano escolar devem levar em consideração a necessidade de superação das desigualdades e para isso o planejamento deve ter foco claro na equidade, que pressupõe que as necessidades dos estudantes são diferentes. Alunos com dificuldade de leitura, por exemplo, precisam de um atendimento diferente daqueles que dominam a leitura. Alunos que já viram determinado conteúdo no ano anterior podem (e devem) ver os conteúdos de forma mais complexa.
O Currículo de Sergipe (SERGIPE, 2018, p. 42) lembra que “é o professor quem planeja as melhores atividades, aproveita as diversas situações do cotidiano e potencializa interações”. Na perspectiva do Currículo de Sergipe esse planejamento deve ser intencional, significativo para os estudantes e contemporâneo (p. 105).
Referência bibliográfica
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
SERGIPE. Currículo de Sergipe: Educação Infantil e Ensino Fundamental. Aracaju-SE: MEC, SEDUC, UNDIME/SE, 2018.
Existem diversas formas de se elaborar um plano de curso. Vários modelos estão disponíveis em todos os lugares. Se você escrever “plano de curso” no Google, aparecerá, ao menos, 300 mil resultados. Por isso nosso foco aqui não é trazer uma receita pronta, mas uma orientação sobre aspectos importantes a se considerar na hora de planejar alinhado à BNCC e ao Currículo de Sergipe. Ao dizer isso, queremos enfatizar que os modelos aqui propostos são apenas sugestões à título de orientação. Sabemos perfeitamente que cabe a cada escola definir junto com o coletivo docente qual(ais) modelo(s) irá adotar.
É a indicação do componente curricular, dentre os nove da Base Comum: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Arte, Educação Física, História, Geografia, Ciências, Matemática ou Ensino Religioso. Pode ser também algum dos componentes da parte diversificada: Sociedade e Cultura, Projeto de Vida, Educação Empreendedora e Financeira, Redação dentre outros.
A expressão componente curricular tem ganhado força frente ao termo disciplina justamente porque pretende-se buscar a interdisciplinaridade e a transversalidade no planejamento do trabalho pedagógico.
O planejamento pode ser anual, semestral, trimestral, bimestral ou mensal a depender do contexto em que você se encontra. Caso não seja um planejamento anual, será importante especificar o período daquele planejamento. Do dia 20 de março a 20 de maio, por exemplo.
O termo série está entrando em desuso, visto que as escolas já fizeram a transição para a entrada dos alunos no ensino fundamental aos 6 anos. Aqui indicasse 6º Ano, 7º Ano, 8º Ano ou 9º ano. Caso seja um plano específico para uma turma, indicasse a letra da turma, por exemplo: 7º ano “C”.
Indicação do ano letivo em que esse planejamento irá ser aplicado.
Número de aulas do componente curricular no ano. Língua Portuguesa, por exemplo, possui 200 aulas, assim como Matemática; História, Geografia e Ciências, 120 aulas; Educação Física e Língua Inglesa, 80 aulas; Arte e Ensino Religioso, 40 aulas. Isso pode variar em cada rede de ensino em função de eventuais componentes curriculares na parte diversificada.
Caso seja um planejamento semestral, bimestral, trimestral ou mensal é fundamental indicar quantas aulas serão destinadas a essa parte do planejamento, afim de dimensionar os conteúdos e as estratégias didáticas. Por exemplo, para o componente curricular Língua Inglesa, um bimestre costuma ter 16 aulas. Para esse cálculo, será importante o/a professor/a ter acesso ao calendário escolar.
Indicação do/s professor/s responsável(is) pela elaboração do planejamento.
Segundo Libâneo (2013, p. 258), esse tópico do planejamento dever responder à seguinte pergunta: qual a importância e o papel desse componente curricular no desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos estudantes? Para que ensinar esse componente curricular? Essa parte é um breve texto que, em geral, pode conter de uma a duas páginas.
Para a construção dessa parte do planejamento, recomendamos a leitura dos textos introdutórios do Currículo de Sergipe e da BNCC referentes ao seu componente curricular de trabalho na escola.
As competências gerais são o fim integrado de toda a educação brasileira, colocando todos os componentes curriculares em busca dos mesmos objetivos para os estudantes. Assim, o planejamento anual de cada componente curricular precisa explicitar para a comunidade escolar quais são esses fins. Registram-se, então, nessa seção às 10 competências gerais do Currículo de Sergipe.
Cada componente curricular está inserido em uma área do conhecimento. As competências dessa área ajudam a integrar o esforço dos professores de cada componente. Nesta seção, registram-se as competências da área.
Os componentes curriculares, por sua vez possuem competências que serão desenvolvidas como consequência do desenvolvimento das habilidades, articulado com valores, conhecimentos e atitudes.
As unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades formam um todo integrado. Eles já estão registrados no Currículo de Sergipe. Porém a sequência das unidades e das habilidades fica a cargo do/a professor/a ao analisar o seu contexto, a realidade dos seus alunos e seus objetivos de aprendizagem.
Cada ano (6º ano, 7º ano etc.) possui um conjunto de habilidades específicas. No caso de Língua Portuguesa, Educação Física e Arte há ainda habilidades por ciclo, ou seja, habilidade que se referem a dois ou mais anos diferentes.
No planejamento anual, vamos indicar quais habilidades pretendemos desenvolver em cada unidade do planejamento.
Quando escolhe a unidade temática, o professor
Os conteúdos, geralmente, estão associados no Currículo de Sergipe, às habilidades e unidades temáticas, embora seja perfeitamente possível indicar outros conteúdos a serem trabalhados na unidade temática.
No planejamento anual, o total de aulas do componente curricular precisa ser dividido pela quantidade de unidades do planejamento. Assim, cada unidade temática possui um conjunto de aulas. Logicamente, isso pode ser alterado no decorrer do processo.
É a definição, em linhas gerais, o que o/a professor/a e estudantes farão em cada unidade temática. A metodologia pode se referir ao desenvolvimento de uma ou mais habilidades. Caso o professor adote algum método ativo específico (ensino híbrido, sala de aula invertida, projetos), levará em consideração os procedimentos desse método.
Especificação dos materiais que serão necessários para a realização das atividades pedagógicas. Isso ajudará a equipe diretiva da escola definir prioridades de investimento no uso das verbas que chegam na escola.
É a definição, também em linhas gerais, dos procedimentos de avaliação para saber se os estudantes desenvolveram as habilidades daquela unidade. A BNCC e o Currículo de Sergipe apontam para uma avaliação formativa, contínua e diversificada, que vá além das tradicionais provas bimestrais. O ideal é que se adotasse uma estratégia de avaliação diagnóstica para saber o que estudantes já sabem sobre o tema, junto com processos de avaliação contínuos e, ao final, uma avaliação somativa.
Caso tenha sido, mencionada alguma obra específica na elaboração do plano anual, sua referência bibliográfica virá para esse espaço. É importante também colocar aqui o livro didático a ser utilizado pelos estudantes. O professor pode também inserir obras que foram ou serão consultadas para a execução dos trabalhos.
Fonte: PROGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC & CURRÍCULO DE SERGIPE
Vídeo explicando os principais aspectos na elaboração de um plano anual alinhado ao Currículo de Sergipe.