Educação Infantil, Infância e Sociedade: educação compartilhada dos bebês e crianças sob perspectivas de famílias e profissionais
RESUMO
O projeto desdobra-se de pesquisa em andamento vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Infância, Bebês e Crianças-GERAR. A partir de questionários e entrevistas coletivas, busca-se entrecruzar olhares e perspectivas de dois grupos em particular: mulheres (grávidas, puérperas, mães), pais, famílias e outros responsáveis pelo cuidado, provisão, acolhimento de crianças, desde bebês, e profissionais da Educação Infantil (professoras/res, gestoras/res, dentre outros), tendo como principal objetivo compreender concepções sobre ser criança, infâncias, bem como apostas e sentidos no que tange à escolha (ou não) pela educação compartilhada com a etapa da Educação Infantil. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996) define a Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica. Contudo, indaga-se: essa modalidade de acolhimento e educação das crianças desponta-se como horizonte para a partilha da educação pelas famílias? Se sim, ou não, o que motiva tal escolha e/ou aposta? Do plano das/dos profissionais responsáveis pela inserção institucional das famílias e das crianças, objetiva-se compreender apostas, conhecimentos e práticas estabelecidos nesse encontro que implica a transição entre essas duas instâncias sociais: famílias e instituições de Educação Infantil. A Constituição Federal (Brasil, 1988, s.p., grifos próprios), no seu artigo 205, institui que a “educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Quais os limites entre a efetivação de um direito legal e os sentidos subjetivos, construídos no interior das famílias e de suas escolhas? Pretendemos que essas e outras perguntas sejam tangenciadas no desenvolvimento da pesquisa. Compreendendo a complexidade cultural, social, política, econômica que impactam na constituição subjetiva dos sujeitos implicados na pesquisa, buscaremos analisar a relação do adulto com a infância, a sua própria, a da (s) criança (s) pela (s) qual (ais) são responsáveis. Como categoria, compreende-se a infância além de sua dimensão cronológica, mas como registro de um tempo que constitui e produz marcas na vida adulta, favorecendo que este se identifique (ou não) com a condição de ser criança, desde bebê. Assim, constituem-se registros (memórias, afetos, alteridades) nos adultos; as infâncias permitem a construção de sentidos e escolhas para os bebês, numa relação de mutualidade, no tempo presente. Dimensão essa que impacta, refrata, enseja práticas, relações, apostas, escolhas. Nesse sentido, o tripé teórico-analítico da pesquisa, Educação Infantil, Infância e Sociedade, busca conhecer e tensionar perspectivas e olhares dos adultos com e entre as crianças, desde bebês.
PALAVRAS-CHAVE: Infância; Educação Infantil; Famílias; Sociedade.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética da UFF
Situação: EM ANDAMENTO.