Superar o fracasso

"Falhámos a vida, menino!"

Esta constatação de Ega exprime bem a desolação e o fracasso das personagens com quem sonhámos ao longo de 18 capítulos.

TAREFA 1

Atentem nos seguintes extratos extraídos da página 294 do manual.

Excerto 1

"E os dois amigos atravessaram o peristilo. Ainda lá se conservavam os bancos feudais de carvalho lavrado, solenes como coros de catedral. Em cima porém a antecâmara entristecia, toda despida, sem um móvel, sem um estofo, mostrando a cal lascada dos muros. Tapeçarias orientais que pendiam como numa tenda, pratos mouriscos de reflexos de cobre, a estátua da Friorenta rindo e arrepiando-se, na sua nudez de mármore, ao meter o pezinho na água - tudo ornava agora os aposentos de Carlos em Paris: e outros caixões apinhavam-se a um canto, prontos a embarcar, levando as melhores faianças da Toca. Depois no amplo corredor, sem tapete, os seus passos soaram como num claustro abandonado. Nos quadros devotos, num tom mais negro, destacava aqui e além, sob a luz escassa, um ombro descarnado de eremita, a mancha lívida de uma caveira. Uma friagem regelava. Ega levantara a gola do paletó.

No salão nobre os moveis de brocado cor de musgo estavam embrulhados em lençóis de algodão, como amortalhados, exalando um cheiro de múmia a terebintina e cânfora. E no chão, na tela de Constable, encostada à parede, a condessa de Runa, erguendo o seu vestido escarlate de caçadora inglesa, parecia ir dar um passo, sair do caixilho dourado, para partir também, consumar a dispersão da sua raça...

- Vamos embora, exclamou Ega. Isto está lúgubre..."


EXCERTO 2

"Então Ega perguntou, do fundo do sofá onde se enterrara, se, nesses últimos anos, ele não tivera a ideia, o vago desejo de voltar para Portugal...

Carlos considerou Ega com espanto. Para quê? Para arrastar os passos tristes desde o Grémio até à Casa Havaneza? Não! Paris era o único lugar da terra congénere com o tipo definitivo em que ele se fixara: - «o homem rico que vive bem». Passeio a cavalo no Bois; almoço no Bignon; uma volta pelo boulevard; uma hora no club com os jornais; um bocado de florete na sala de armas; à noite a Comédie Française ou uma soirée; Trouvile no verão, alguns tiros às lebres no inverno; e através do ano as mulheres, as corridas, certo interesse pela ciência, o bric-à-brac, e uma pouca de blague. Nada mais inofensivo, mais nulo, e mais agradável.

- E aqui tens tu uma existência de homem! Em dez anos não me tem sucedido nada, a não ser quando se me quebrou o fáeton na estrada de Saint-Cloud..: Vim no Fígaro.

Ega ergueu-se, atirou um gesto desolado:

- Falhámos a vida, menino!



1. Que traços contribuem para o ar de abandono e decadência do Ramalhete?

2. De que modo se sugere simbolicamente a decadência da família?



3. De que modo esta decadência se pode relacionar com a caracterização que Carlos faz de si no quinto parágrafo (Excerto 2)?


Registem as respostas no vosso "padlet"

TAREFA 2

Carlos e Ega refletem sobre a sua existência e Ega conclui que eles sempre foram românticos, isto é, "indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento e não pela razão". Isto é o ponto de partida para uma reflexão sobre aquilo que conduz à felicidade: a razão ou o coração? Qual a vossa opinião sobre este assunto?

Acedam ao link do Tricider e coloquem pelo menos dois argumentos na linha de diálogo. Devem ler os argumentos dos colegas e apoiá-los ou refutá-los.


TAREFA 3

É dado um nome ao tipo de existência que Carlos escolheu para ele e que se encontra ao lado em código binário. Para o conhecerem, acedam a esta aplicação e descodifiquem a mensagem.

01000110 01100001 01110100 01100001 01101100 01101001 01110011 01101101 01101111 00100000 01101101 01110101 11100111 01110101 01101100 01101101 01100001 01101110 01101111

TAREFA 4

Sintetiza, no padlet, a teoria de vida exposta por Carlos e relaciona-a com a atitude final dos dois amigos.


Aferição de aprendizagens

Entrem no SOCRATIVE e resolvam o questionário que está ativo. Registem a pontuação obtida pelo grupo no vosso PADLET.

Estão aptos para criar a segunda cena. Podem construir a claquete. Os procedimentos já conhecem....

Acedam aqui e preencham a claquete da segunda cena, que incidirá sobre o desfecho de Carlos e Ega. Sigam os passos seguintes:

1. Atribuir um nome ao filme;

2. No local do nome do diretor, registam o nome do grupo (máximo de 18 carateres)

3. Colocar a data da atividade;

4. Atribuir um nome à cena (máximo de 16 carateres)

5. No local destinado ao responsável pela câmara, colocam o grau conquistado nesta etapa: GUIONISTA

6. Descarregar a imagem e colocar no padlet.


MISSÃO CUMPRIDA!