Simpósios

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Simpósios



SIMPÓSIO 01


LITERATURA NEGRA: SOBRE REPRESENTAÇÕES E NUANCES

Ana Maria Soares Zukoski (PG-UEM)

André Eduardo Tardivo (PG-UEM)

Resumo: O cânone, assim como o campo literário, atua como um mecanismo de opressão contra as maiorias minorizadas. Nessa perspectiva, as produções literárias de mulheres, negros, homoafetivos, entre outros grupos secularmente postos à margem, não são difundidas, (re)lidas e debatidas e, portanto, não alcançam o reconhecimento da crítica literária especializada, de modo que lhes restringe a visibilidade, ao mesmo tempo em que os/as encaminham à margem perpetuando a pouca visibilidade de outrora. Tendo isso em vista, o presente simpósio tem por objetivo acolher propostas de trabalhos que orbitem em derredor das literaturas negras, num espectro maior, isto é, que englobe a seara brasileira e estrangeira, discutindo as nuances dessa literatura, assim como as representações dela decorrentes, a fim de iluminar essas produções sistematicamente marginalizadas. Considerando o enraizamento do racismo, a nível social, psicológico e estrutural, sobretudo em tempos tão sombrios no país e no mundo, faz-se necessário proporcionar espaços de reflexões acerca desses impactos negativos e estigmatizados, valorizando o direito de narrar, nos termos de Bhabha (2014) e, consequentemente, o direito à voz; e por meio dela, expressar suas agendas. Nesse sentido, a literatura mostra-se como um terreno fértil para fomentar tais discussões e reflexões, suscitando a resistência discursiva e configurando-se como um mecanismo de combate ao racismo.

Palavras-chave: Literatura negra. Representações negras. Racismo. Resistência discursiva.



SIMPÓSIO 02


LACUNAS DA IMAGINAÇÃO: DIVERSIDADE NA LITERATURA INFANTOJUVENIL DE MAIORIAS MINORIZADAS

Érica Fernandes Alves (UEM)

Elizandra Fernandes Alves (Unicentro)

Nelci Alves Coelho Silvestre (UEM)

Resumo: O surgimento e desenvolvimento da literatura infantojuvenil não abarcou a diversidade de sujeitos existentes na sociedade, de forma que quando lançarmos nosso olhar para as publicações voltadas para a criança e ao adolescente, principalmente as do século XX, observamos uma grande lacuna no que concerne aos temas das maiorias minorizadas. Quando não ausente, a figura do negro e do indígena, por exemplo, propagava estereótipos não condizentes com sua condição de sujeito agente, daí a presença do pensamento racista e marginalizante desde a infância. Essa, que Thomas (2015) nomeou de lacuna da imaginação, é nada mais que a escrita de obras guiadas pelo prisma eurocêntrico e excludente, que contam somente uma história e hifenizam as vivências de crianças e adolescentes pertencentes às minorias. Não sendo representados, esses indivíduos podem entender que a sociedade não os enxerga e não quer ouvir sua narrativa. Atualmente, no entanto, cresce a literatura infantojuvenil focada na diversidade e na resistência. Autores como a afro-brasileira Kiusam de Oliveira, o indígena brasileiro Daniel Munduruku, a afro americana Angie Thomas e o nativo estadunidense Sherman Alexie, dentre outros, são fundamentais para a inserção dessa literatura afirmando a identidade daqueles que invariavelmente foram relegados à invisibilidade. Assim sendo, este simpósio tem por objetivo apresentar e discutir obras infantojuvenis brasileiras e de outras nacionalidades que contemplem a diversidade. Serão aceitos trabalhos que versem sobre sujeitos ditos minoritários, como negros, indígenas, imigrantes, LGBTQIAP+, dentre outros.

Palavras-chave: Diversidade; Maiorias minorizadas; infantojuvenil.

SIMPÓSIO 03


A ENCRUZILHADA COMO [R]EXISTÊNCIA E AFIRMAÇÃO DA

DIFERENÇA

Paulo Petronilo Correia (UnB)

Maurício Borges (UFG)

Resumo: Propõe-se pensar a encruzilhada sob o signo da [r]existência, traçando assim o feminismo negro como afirmação da política da diferença e crítica à colonialidade do poder, ao pensamento eurocêntrico e patriarcal. O objetivo é compreender a complexidade do movimento de mulheres negras e suas encruzilhadas interseccionais, a sua importância para o movimento negro, bem como perceber a escrita preta e a batalha discursiva como marca da [r]existência dessas mulheres ao nos fazerem pensar acerca do lugar de fala que os sujeitos e as sujeitas ocupam na sociedade. Pretendo, ainda, tensionar o discurso autorizado e legitimado pelo pensamento hegemônico que, ao só tempo, invisibiliza, nulifica e desautoriza a existência preta. No entanto, a encruzilhada transforma-se em um complexo agenciamento onde se coloca questões que empoderam e humanizam o povo preto. No entanto, a encruzilhada como dispositivo e máquina de guerra contra toda opressão, transforma-se no lugar do saber, do fazer, da transformação e do movimento, ou seja, lugar político de desobediência e revolucionário por excelência. Para esse movimento, é necessário recuar no tempo e buscar as bases que pavimentaram o feminismo brasileiro com Lélia Gonzalez e outras mulheres negras que potencializaram esse pensamento e lutaram contra o racismo e o sexismo instaurado na cultura brasileira. No entanto, pensar questões como lugar social de fala, dispositivo de racialidade, empoderamento e interseccionalidade a partir das escritas pretas, afro-diaspóricas é fundamental para tensionarmos essas gramáticas da modernidade eurocêntrica e fazer da escrita afro uma potente política da [r]existência.

Palavras-chave: Diferença. Encruzilhada. Feminismo negro. [R]existência.



SIMPÓSIO 04


REPRESENTAÇÕES DE DISCRIMINAÇÃO INTERSECCIONAL NA LITERATURA ACERCA DE MAIORIAS MINORIZADAS

Fernanda Favaro Bortoletto (PG-UEM)

Geniane Diamante F. Ferreira (UEM)

Natacha dos Santos Esteves (PG-UEM)

Resumo: Diante da incompletude verificada quando da compreensão dos sujeitos, discussões acerca da interseccionalidade como ferramenta para análise da sociedade nas esferas políticas, econômicas, sociais e educacionais ganharam força a partir do século XXI, com a virada culturalista da década de 1960. Esse período é marcado pelo crescimento de estudos e debates sobre os diretos civis de negros e pessoas queer, ou seja, a sexualidade racializada. No entanto, esse termo – interseccionalidade – cresceu ao ser adotado por diferentes áreas da comunidade acadêmica e ao ser acrescentado de outras perspectivas que perpassam os sujeitos para tentar explicar o funcionamento social e a busca de direitos equitativos para os diversos grupos presentes na sociedade. A Literatura, arte que por meio da palavra representa a sociedade, também não se furtou de nos apresentar histórias ficcionais, embora metonímicas de milhares de pessoas, que abordam os vários tipos de discriminação interseccional. Pautando-se nas teorias interseccionais propostas por diversos autores como Patricia Hill Collins e Sirma Bilge (2021) e Carla Akotirene (2018), o presente simpósio se propõe a receber produções acadêmicas que analisem corpora literários que abordem as temáticas de raça, classe, gênero, orientação sexual, nacionalidade, capacidade, etnia e faixa etária como categorias interligadas e essenciais para a compreensão da complexidade do ser humano, sobretudo na sociedade contemporânea, permeada por violências sobre os corpos negros, femininos, imigrantes, indígenas, transexuais, gays, entre outros grupos de maioria minorizada.

Palavras-chave: Interseccionalidade. Discriminação. Violência. Literatura minoritária.


SIMPÓSIO 05


LITERATURA, ARTE E CULTURA: INTERFACES IDENTITÁRIAS E PROTAGONISMO NEGRO

Sandro Adriano da Silva (Unespar)

Resumo: Este simpósio acolhe propostas de comunicação cujos objetos e corpus de análise e abordagens de alguma forma motivam e compartilham uma inquietude crítica e investigativa sobre as possíveis interfaces estéticas e identitárias na literatura, na arte e na cultura de autoria negra, considerando diferentes percursos críticos, interpretativos e perspectivas metodológicas. São bem-vindos trabalhos oriundos dos estudos literários, a partir de vieses teóricos e interpretativos múltiplos, especialmente, os dos estudos de literatura negra e/ou afro-brasileira, dos estudos de literatura comparada, das teorias interartes, dos estudos de intermidialidade, de teorias e metodologias da tradução, dos estudos culturais, dos estudos de crítica feminista, dos estudos Queer, dos estudos de letramento literário e racial, entre outros. Da mesma forma, busca-se um diálogo com outros campos do conhecimento, como a sociologia, a antropologia, a filosofia, a psicanálise etc. Para além de trabalhos de caráter propriamente inter/transdisciplinares, o simpósio enseja constituir-se um espaço de reflexão heterogêneo sobre práticas literárias, artísticas, intermidiáticas, tradutoras e culturais que promovam o protagonismo negro no interior dessas áreas de estudo e suas implicações estéticas, identitárias e políticas, seja esse protagonismo localizado no objeto das pesquisas ou em seus sujeitos. O espectro mais amplo do simpósio aposta na intensificação do debate e suas interseccionalidades, com vistas ao enfrentamento do racismo estrutural e ao fomento de práticas equitativas, democráticas e antirracistas.

Palavras-chave: Literatura negra. Arte negra. Cultura negra. Protagonismo negro.



SIMPÓSIO 06


RELAÇÕES ENTRE HISTÓRIA E FIGURAS NEGRAS NAS ARTES VISUAIS

Ana Maria Rufino Gillies (Unespar)

Claudia Priori (Unespar)

Resumo: Partindo da observação de que as desigualdades de inclusão, diversidade e representações de figuras negras nas artes visuais são resultantes e partícipes de construções históricas orientadas por interesses de subalternização, no passado, e de preconceitos, na contemporaneidade, propomos neste Simpósio Temático dialogar com pesquisas que têm se ocupado em averiguar nas histórias das artes visuais como estão representadas as figuras negras, bem como até que ponto artistas negros e negras têm sido incluídos nessas histórias. É relevante, nesse sentido, também visibilizar e dar a conhecer as trajetórias de superação e sucesso, evidenciando os protagonismos negros nos processos criativos, que por muitas vezes são invisibilizados historicamente. O recorte temporal leva em consideração a produção artística, nacional e internacional, a partir do século XVIII até os dias atuais.

Palavras-chave: Negros/as; História das artes; Representação; História.



SIMPÓSIO 07


MEMÓRIA E RESISTÊNCIA: A LITERATURA AFRO-BRASILEIRA COMO FORMA DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DOS NEGROS

Weslei Roberto Candido (UEM)

Rafael Zeferino de Souza (PG-UEM)

Resumo: O presente simpósio tem por objetivo discutir a memória como forma de resistência aos apagamentos e silenciamentos impostos pelas instituições de poder, pelas políticas autoritárias e pelos projetos de nacionalidades, sempre violentos. Foi o caso de José de Alencar, que escolheu para si o índio como herói e excluiu o negro da constituição da identidade nacional brasileira. Os estudos sobre memória estão na moda, no entanto, comenta-se muito de uma memória branca, eurocêntrica e classe médio burguesa. Apenas nos últimos anos é que outras vozes têm se levantado e exigido para si o direito a narrar suas próprias histórias. É o caso de autores como Carolina Maria de Jesus, Tom Farias, Conceição Evaristo, Itamar Vieira Junior, Jeferson Tenório e Eliana Alves Cruz, que exigem para si o direito de narrar as histórias de milhares de negros que foram excluídos da sociedade brasileira. Portanto, este simpósio acolherá comunicações que versem sobre a negritude brasileira, sobre a memória dos negros e negras que têm o direito de falar sobre seus passados, que se mesclam com o próprio passado de um Brasil escravagista, que resiste em abandonar seus preconceitos. A memória que, aqui, pretende se discutir, é a memória de uma herança afrodescendente, de homens e mulheres que contribuíram para construir a história de nosso país. Neste sentido, a memória auxilia a compor a história de um genocídio diário de homens e mulheres negras, que resistem a um racismo estrutural que tenta submergi-los todos os dias. Portanto, o foco do simpósio é a memória como resistência e como preservação de uma negritude que não quer mais ser invisível. A memória diz-nos muito mais sobre o atual estado do Brasil, do que de seu passado, pois, e memória é revisitada no presente e é neste tempo que se (re)elabora uma visão da história oficial.

Palavras-chave: Memória. Resistência. Literatura Afro-brasileira. Negritude.



SIMPÓSIO 08


RACISMO ESTRUTURAL E RESISTÊNCIA CULTURAL: REFLEXÕES INTERDISCIPLINARES SOBRE A “MAIORIA MINORIZADA”, A PARTIR DA EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E SOCIOLOGIA

Danieli Cássia dos Santos (PG - Unespar)

Gabriela Lasta (PG - Unespar)

Wilma dos Santos Coqueiro (Unespar)

Resumo: Na obra Maioria Minorizada, publicada em 2020, o rapper e professor Richard Santos cunha um novo dispositivo analítico para refletir acerca da etnia negra no Brasil, comumente, denominada como “minoria”, assim como os grupos LGBTQUIA+ e de mulheres. Como ferramenta de análise da discriminação e também das possibilidades de resistência negras em um país que foi o último das Américas a abolir a escravidão e, de forma equívoca e problemática, se define como “democracia racial”, o termo “maioria minorizada” parece -nos rentável aos estudos negros, posto que designa, na visão do autor, um “coletivo desidentificado”, marcado pela desconstrução cultural e pela marginalização social; contudo, pode, também, representar um discurso de emancipação negra. Com efeito, a partir desse conceito, podemos refletir acerca da problemática que envolve os afrodescendentes no Brasil, em relação à saúde, educação, mercado de trabalho, identidade e representatividade política e cultural. Nessa perspectiva, com o objetivo de refletir acerca da inserção negra na sociedade brasileira desde a época colonial à atualidade, esse simpósio de feição interdisciplinar acolhe pesquisas que, a partir de áreas como Educação, História e Sociologia, discutam questões relacionadas ao povo negro no Brasil, tais como: racismo estrutural, marginalização social, cultural e educacional, como também resistência à opressão, empoderamento, ancestralidade, subjetividade e afirmação identitária.

Palavras-chave: Maiorias Minorizadas. Estudos negros. Interdisciplinaridade. Inserção social negra.


SIMPÓSIO 09


HISTÓRIA DA ÁFRICA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NAS LUTAS ANTIRRACISTAS

Jessica Caroline de Oliveira (Unespar)

Priscila Emanoeli Rodrigues Cozer (Unespar)

Resumo: O campo educacional, à luz de quase duas décadas da Lei 10639/03, ainda reflete um processo de ensino-aprendizagem pautado em estereótipos no tocante à história e à cultura afro. Os discursos e representações depreciativas em relação a temática são perceptíveis nos materiais didáticos que circulam entre os centros educacionais, como também, nas falas de docentes que desconhecem, desconsideram ou pouco se preocupam em produzir uma discussão crítica ao tema. Por outro lado, é importante destacar que uma marcha contrária a estes melindres educacionais tem configurado um movimento de resistência. Pode-se destacar, deste modo, a implementação da Lei 11645/08, como outro instrumento orquestrado a fim de dar tratamento a questão africana e afro-brasileira na rede educacional, a qual incluiu a obrigatoriedade da temática indígena aos conteúdos programáticos. Nesta direção, é oportuno dizer que tanto a Lei quanto os movimentos sociais anseiam pela problematização e pela valorização a partir de diferentes metodologias e disciplinas, como também, a (re)apresentação de forma crítica. Partindo destes pressupostos, este Simpósio Temático objetiva refletir acerca do ensino, dinâmicas de aprendizagens, práticas e projetos voltados para as lutas antirracistas, positivação e desmistificação da história e da cultura africana e afro-brasileira. Entende-se como imprescindível a reflexão não só sobre a história do continente africano, mas também acerca da diáspora dos povos e grupos afro pelas Américas. Isso impele a compreender as formas distintas e conectadas que atuaram nas múltiplas épocas e espaços, pensar nas singularidades dos povos africanos e desmistificar o imaginário colonizado a eles arraigados. Mais do que apenas olhar os materiais didáticos, é preciso problematizar as posturas e práticas docentes diante de tais propostas, as quais podem ser sensibilizadas e despidas dos próprios preconceitos a fim de romper com os estigmas que se fazem presentes em textos, imagens e outras fontes que compõe as dinâmicas e materiais didáticos.

Palavras-chave: Ensino. Positivação e Desmistificação. História e Cultura da África e afro-brasileira-brasileira