Celebração com Arte, Cultura e Empreendedorismo da população LGBTQIAPN+
De 26/06/2024 a 28/06/2024 | 09:00 às 17:00 horas |
Átrio do TJBA
Celebração com Arte, Cultura e Empreendedorismo da população LGBTQIAPN+
De 26/06/2024 a 28/06/2024 | 09:00 às 17:00 horas |
Átrio do TJBA
Sangrando em cores os desdobramentos da transvivência num corpo preto em terreno e existência invisíveis, transbordando o desejo de se fazer visto. A partir dessa inquietude e do nascimento intuitivo de formas surreais de corpos em (re)construção e destruição como parte da cíclica cruel e fugaz da vida, me vi pintar dores e dissabores nas cores mais vibrantes, dotado da vontade de construir pontes entre os que fingem não me ver e os que se enxergam em mim.
Estou vivo.
Você sangra.
E eu também.
Dante Freire é um multiartista nascido em Salvador (Bahia) e criado no sertão do sudoeste baiano na cidade de Caculé, homem trans negro e fabricante de entidades imaginárias de tinta. Suas experimentações passeiam entre as fronteiras do onírico de tinta até às provocações e percepções do/as corpo/as, vivências em tecidos, telas, esculturas e peles. Se pudesse ressoar ao mundo uma única verdade íntima, diria: “Nunca segure o grito."
"O Ativismo se faz necessário em minha existência, é com a pintura consigo ter ações que mobilizem mais pessoas e como artivista, meu objetivo é desempenhar comoções em diversas esferas sociais e fazer desses impactos, ferramentas de mudanças na própria arte, em grupos comunidade e nações. Isso está sendo feito através de minhas poéticas e das práticas artísticas, pesquisas acadêmicas ancestrais, experimentações e vivências "
Kin Bissents é neta da Edite, Artista plástica, ilustradora, ativista LGBTQIAP+ discente da Escola de belas artes UFBA e cofundadora do Projeto itinerante Caixote Cultural. Sua área de pesquisa e trabalho é sobre fenótipos. Nas obras que desenvolve, também estão presentes temáticas como raça e etnia, cultura, gênero, suas identidades, corpas e interseccionalidades.
"Exu é trans. Trânsito. Transgressão.
Exu é transição, transmutação, travessia. Essa exposição nos convida a pensar os caminhos entre as existências trans e as ancestralidades africanas, conectadas a energia geradora de exu. Lugar central da comunicação, do encontro e da partilha. Caminho por onde ocorre as produções de vida e as revoluções cotidianas. A encruzilhada é o ponto de partida, o lugar por onde as memórias das trasmasculinidades negras estarão sempre vivas, pulsantes e potentes.
Bruno Santana é professor, pesquisador, poeta, escritor, umbandista, Soterapolitano e transativista negro pelos coletivos Transbatukada, Fórum trans da Bahia e Manifesta ColetivA. Licenciado em Educação Física pela (UEFS), Pós-Graduado em Gênero, Diversidade e Direitos Humanos pela (UNILAB). Idealizador do arquivo Transencruzilhadas da Memória e um dos organizadores e autores do livro Transmasculinidades Negras Brasileiras: Narrativas Plurais em Primeira Pessoa.
Thiffany Odara, Marina Paim e Bruno Santana farão uma roda de conversa com o lançamento e venda de suas obras e falando sobre a produção acadêmica e literária feita por pessoas LGBTQIAPN+.
Dia 28/06/2024 | 09:00 às 12:00 horas |
Praça de Serviços do TJBA
“Pedagogia da Desobediência: Travestilizando a Educação” da pesquisadora, pedagoga e Iyálorixá Thiffany Odara conta sobre a produção de saberes travestis na cidade de Salvador. Costurando as histórias do movimento trans com os diálogos teóricos do feminismo negro, Thiffany propõe travestilizar a educação como forma de construção de espaços de conhecimento que sejam para todas as pessoas. Uma pedagogia transgressora que diz de reivindicação e acesso, em especial das pessoas trans, à condição de humanidade
“Lugar Comum”, da poeta, professora, pesquisadora, militante feminista Mariana Paim.
Para Milton Santos, cada lugar é um mundo inteiro, a partir da perspectiva de que o espaço gera uma tensão de forças que modifica a paisagem natural, cartográfica e psicossocial e dialoga entre si e para fora. Há entrecruzamento, violência, hibridismo e contágio (palavra tão cinzenta nesses dias, mas que na visão de Deleuze e Guattari ganha uma dimensão de possibilidades e resistência). Um lugar também é feito de vazios que se aproximam, se despem e trilham jornadas diversas, como ilhas, como línguas que, um dia nascidas, e com tanto a dizer, hoje são puro deserto: nesse mundo existem mais de seis mil línguas quantas delas já morreram e quantas possibilidades de mundo se perderam com elas em silêncio como agora que sinto que dentro de mim tudo é ilha e em você também
Pensando nesses espaços, Lugar comum, de Mariana Paim, sustenta um coral de cifras atravessadas pela ausência e por uma beleza longa e delicada, especialmente erótica, de capturar palavras em pleno voo, de sondar o indizível e de pensar no isolamento que nos impõe o instransponível(?) e um novo e confuso imediato: só tua voz na tela arranhando o vermelho Nesses lugares, a poeta também trabalha a reinvenção de distâncias, rememorações, perdas, perpetrações tecnológicas e o próprio ofício de alinhavar palavras. Mas, como atesta o título do volume, é o lugar partilhado, e do amor, sob nuances em trânsito, perto-longe, que impera, reinando-conversando sobre todas as outras, relevantes, pontuações, conferindo a tônica do livro e trespassando o olhar da leitura. Tenho uma noite à minha espera e nenhum mudo convite só à espera Espera que em minha cama [nem branca ou limpa] teu corpo possa amanhecer manhãs No livro aqui tateado, seja nas formas breves, seja em textos mais longos, seja, ainda, em feições que dançam sobre a página, ou por meio das googlagens, há uma voz poética firme e consciente de suas trilhas, que passeia por uma lira cotidiana e por fissuras tênues do corpo, cortinas de silêncio, montando um conjunto de poemas que nos tocam e pedem perene passagem, como um mar, cujas águas sempre molham de encanto nossos pés. Clarissa Macedo
“Transmasculinidades Negras: Narrativas Plurais em Primeira Pessoa”, da editora Ciclo Contínuo Editorial é organizado pelos escritores: Bruno Santana, Leonardo Morjan Britto Peçanha e Vércio Gonçalves Conceição e traz a participação de vários homens-trans pretos e não bináries com escritas em primeira pessoa pois quem habita um corpo Trans sabe que não é e nunca foi uma escolha, e sim um sentimento que vem de sempre, das percepções, olhares, corpos negados, corpos aceitos, angústias, sabores doces e amargos e vivências.
Dia 28/06/2024 | 12:00 às 13:00 horas |
Átrio do TJBA
Dia 28/06/2024 | 13:00 às 14:00 horas |
Átrio do TJBA