"Encantados - um olhar sobre nossas águas"
de Consuelo Vallandro (RS)
"Encantados - um olhar sobre nossas águas"
de Consuelo Vallandro (RS)
Ajuricaba
Esta é a única peça que leva nome de um personagem histórico. Ajuricaba, líder indígena Manao da região amazônica, conhecido por sua resistência contra a colonização portuguesa no século XVIII, tornou-se um símbolo de resistência e liberdade, por lutar incansavelmente contra a ocupação portuguesa.
Aruaque
Aruaque é um grupo de povos indígenas que habita o norte da América do Sul e o Caribe. Eles são falantes de línguas Aruaques, uma família linguística com ampla distribuição geográfica, abrangendo Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Venezuela e Antilhas.
Ashaninka
Os Ashaninka têm uma profunda conexão com a floresta, que é vista como um lugar sagrado e fonte de sustento. Possuem uma rica cultura, com costumes e tradições próprias, que incluem a medicina tradicional, a agricultura e a caça e pesca. Este povo tem uma longa história de luta, repelindo os invasores desde a época do Império Incaico até a economia extrativista da borracha do século XIX e, particularmente entre os habitantes do lado brasileiro da fronteira, combatendo a exploração madeireira desde 1980 até os dias de hoje.
Baré
O povo Baré é uma etnia indígena que vive no noroeste da Amazônia, em comunidades ao longo do Rio Negro e do Rio Xié, no Brasil e na Venezuela. São conhecidos por suas tradições culturais, como o ritual de iniciação chamado Kariamã, envolvendo música, dança, pinturas corporais, entre outras práticas.
Dâw
Os Dâw são um povo pequeno, com pouco mais de 140 pessoas, e habitam uma única comunidade chamada Waruá, localizada na margem direita do rio Negro e em frente à área urbana de São Gabriel da Cachoeira (AM), cidade situada na outra margem do rio.
Kayapo
Kayapó é uma etnia indígena que habita a região da Floresta Amazônica, entre os estados de Mato Grosso e Pará. São conhecidos pela sua cultura rica, organização social complexa e pelo protagonismo na luta pelos direitos indígenas.
Manáos
O povo Manáos foi uma tribo indígena que habitava a região do Rio Negro, no Amazonas, antes da chegada dos europeus. Seu nome, que significa "Mãe dos Deuses" em sua língua, deu origem ao nome da cidade de Manaus.
Mandukuru
O povo Munduruku, também conhecido como Wuy jugu, é um grupo indígena brasileiro que habita a região do Alto Tapajós, principalmente na Terra Indígena Munduruku. Eles pertencem à família linguística do tronco Tupi, e se organizam socialmente através de duas metades exogâmicas: a metade vermelha e a metade branca, com cerca de 38 clãs.
Marubos
Os Marubos são um grupo indígena da família Pano que habita o Sudoeste do estado brasileiro do Amazonas, mais precisamente a Área Indígena Vale do Javari.
Matis
Os Matis são um grupo indígena do Amazonas que vive na Terra Indígena Vale do Javari, perto da fronteira com o Peru. Eles pertencem à família linguística Pano e são conhecidos por suas práticas de caça e agricultura de subsistência.
Ticuna
O povo Ticuna é a maior etnia indígena do Brasil, com uma presença significativa na região da Amazônia, incluindo áreas no Peru e na Colômbia. Eles são conhecidos por sua rica cultura, incluindo artesanato, as tradições orais e a língua ticuna, que é considerada uma língua única.
Tukano
O povo Tukano é uma etnia indígena que habita o noroeste da Amazônia, no Brasil, Colômbia e Venezuela. Eles são conhecidos por suas tradições culturais, língua e organização social, além de suas habilidades artesanais, como a produção de bancos rituais e cerâmica.
Xapiri
O nome Xapiri não se refere a um grupo étnico específico, mas sim a uma categoria de espíritos ou ancestrais animais que os povos Yanomami acreditam que auxiliam os xamãs. Eles são considerados guardiões da floresta e são chamados durante os rituais para diversos propósitos, como refrescar a terra, curar e afastar males.
"Encantados - um olhar sore nossas águas"
A exposição Encantados das margens – um olhar sobre o Amazonas, de Consuelo Vallandro, multiartista que já teve trabalhos expostos e venceu o Prêmio nacional Mark Ferrez de Fotografia em parceria Adriana Marchiori, resgata o mais recente trabalho de pesquisa da artista, que tem buscado a conexão com a água – a matéria-prima da vida – como plataforma para suas experiências estéticas. Consuelo, que também é guardiã de uma casa de preservação de um patrimônio imaterial brasileiro desenvolvido na região da Floresta Amazônica, o Santo Daime, em 2025 levou sua câmera para uma das maiores concentrações de água doce no planeta: a bacia do Amazonas. Ela traz para esta exposição um olhar diferenciado para a magia e o encantamento do encontro da floresta com o rio ao jogar com o efeito do seu reflexo na água. As imagens geradas pela rotação em 90 graus da fotografia original são hipnotizantes e sugerem máscaras, animais e seres mitológicos – são os próprios seres encantados da floresta, revelados pelo olhar da arte diante das margens do maior rio do mundo.
Ao mesmo tempo em que fascinam e intrigam o olhar, convidando o público literalmente mudar seu ponto de vista para olhar de um outro jeito para a Floresta, as imagens trazem em seus títulos nomes de algumas das mais de cem etnias de comunidades indígenas que guardam as florestas onde habitam enquanto se veem hoje literalmente às margens da sociedade, algumas já extintas e muitas sendo silenciosamente dizimadas pelo garimpo e a exploração agrícola ilegais na Amazônia.
Consuelo Vallandro (RS)
Consuelo Vallandro, multiartista LGBTQIA+, é graduada em Letras pela UFRGS. Há quase duas décadas, vem expandindo seus horizontes e práticas artísticas no campo da arte transdisciplinar, envolvendo as artes cênicas, as artes visuais e a performance, sendo esta última foco de sua pesquisa de mestrado junto à UFRGS. Trabalha com diversas nuances do corpo e da natureza como substância material para a expressão de sentimentos seus e de reflexões sobre questões pungentes do hoje. Estuda a potência do corpo no espaço e seu movimento dentro do circo, da dança contemporânea e da performance com suas intersecções com a literatura e a fotografia, com objetivo de promover sementes de reflexão a respeito do mundo humano e da sua (des)ordem. Já participou de mais de 10 espetáculos, inclusive integrando os maiores festivais das artes cênicas do Estado. Realizou performances em inúmeros eventos de artes cênicas, literatura e artes visuais, inclusive na FLIP de Paraty e no Festival de Arte de Porto Alegre. Com a parceria de Adriana Marchiori (principalmente com o Coletivo Las Dos), conquistou o Prêmio Mark Ferrez de Fotografia, assim como participou de inúmeras exposições com a série Diálogos entre Carnes Comestíveis. Também teve obras das séries Nekros e Encantados, de sua autoria solo, selecionadas para exposições e Mostras coletivas e participou do Projeto Epiceno de intervenção urbana e videoarte. Na atuação política, é atual conselheira suplente do Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre. Foi presidente do Conselho Estadual de Cultura em 2023, delegada nacional representante do RS na Conferência Nacional de Cultura em 2024, além de participar de inúmeros fóruns nacionais e estaduais de representação e articulação da sociedade civil em prol da classe cultural.
Para conferir o vídeo da artista, clique aqui.
Instagram: @consuelovallandro