GLOBALIZATION OF ENGLISH AND CHANGING DEFINITIONS OF PROFICIENCY
A. Suresh Canagarajah (Penn State University)
Debates about testing international English have revolved around two important questions. They are: Whose norms should we adopt? How do we define proficiency in the English language? The answers to these questions have been dominated by positions belonging to two well-entrenched ideological camps that I would label the World Englishes (WE) perspective (see Lowenberg 2002) and the Standard English (SE) perspective (see Davies 2002). SE would argue that the norm for testing should center on one of the dominant varieties—standardized British or American English. WE proponents would contest the relevance of these exogenous norms for postcolonial communities with institutionalized varieties of their own, and would argue that correctness should take into account local norms. As for proficiency, SE proponents would measure it in terms of the “native speaker,” defined as the monolingual speaker from the homogeneous “inner circle” speech communities that have traditionally claimed ownership over the language. For WE proponents, proficiency means the ability to engage in meaningful social and institutional functions in multilingual communities according to local conventions. While scholars of both campus have been engaged in this debate, unknown to them the ground has been shifting under our feet. We find ourselves in a new geopolitical order with different communicative needs. What I call postmodern globalization rules the previous arguments irrelevant and calls for a more complex orientation that moves the discourse on proficiency to a totally different level.
In this presentation, I first introduce the changing social context and outline the new communicative needs people are faced with. Based on this context, I then describe the new orientation to norms and proficiency that should inform teaching and assessment. This means that we have to move away from the previous paradigms of teaching to creatively devise new practices that would address our emerging communicative needs.
ASSUMINDO A TAREFA DE DESVELAR SILÊNCIOS EPISTÊMICOS EM AULAS DE LÍNGUA NO CURSO DE LETRAS
Rosane Rocha Pessoa (UFG)
Segundo Grosfoguel (2010), o que chegou às Américas nos finais do século XVI não foi apenas um sistema econômico de capital e trabalho destinado à produção de mercadorias para serem vendidas com lucro no mercado mundial, mas sim um sistema-mundo mais complexo: o homem heterossexual, branco, patriarcal, cristão, militar, capitalista, europeu, com as sua várias hierarquias globais (econômica, política, étnico-racial, epistêmica, linguística, espiritual, de gênero, sexual etc.). Essa compreensão histórica é relevante para nós, professoras/es de língua, que trabalhamos com perspectivas críticas de Linguística Aplicada e que objetivamos problematizar questões sociais em nossas aulas. No entanto, mais que isso, pensamos ser necessário assumir uma das tarefas do pensamento decolonial, que é a de desvelar os silêncios epistêmicos da epistemologia ocidental e a de afirmar os direitos das pessoas marginalizadas (Mignolo, 2009). Mas como fazer isso em aulas de língua? Nessa fala, mostrarei como tenho tentado realizar esse trabalho em aulas de inglês no curso de Letras, abordando temas de modo a desnaturalizar o que é visto como natural, trazendo corpos diferentes para a sala de aula (vozes do sul) e problematizando relações sociais, tais como as de sala de aula.
QUEM ENSINA O QUÊ A QUEM? PAPÉIS DE ALUNOS E PROFESSORES NA ERA DIGITAL
Orlando Vian Jr. (UNIFESP)
Esta contribuição à mesa tem por objetivo debater e deflagrar reflexões sobre os novos papéis assumidos e atribuídos a alunos e professores nesta época atual que alguns autores convencionaram chamar de “era digital”. Partimos da perspectiva da formação inicial de professores (GIL e VIEIRA ABRÃO, 2008; PIMENTA e LUCENA LIMA, 2010), no campo da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006) e dos Novos Letramentos (LANKSHEAR; KNOBEL, 2007; ROJO, 2012) para discutirmos (1) como se caracteriza o momento atual e quem são os alunos de Letras, futuros professores de inglês; (2) quais são as realidades com as quais esses futuros profissionais deverão conviver; (3) de que forma as metodologias de ensino de línguas podem ser consideradas para o trabalho nas salas de aula para, finalmente, debatermos (4) quais questões devem ser consideradas para conviver com essas novas realidades e para atender às necessidades do contextos de ensino em que esses profissionais atuam ou irão atuar.
A LÓGICA EPISTÊMICA DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E SEUS IMPACTOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E NO ENSINO DE LÍNGUAS
Juliana Zeggio Martinez (UFPR)
Na atual globalização neoliberal, a Educação Superior passa por transformações e é eminentemente afetada por políticas, práticas e discursos de internacionalização que, muitas vezes, são compreendidos como 'a (única/melhor) alternativa' para o futuro da Educação Superior. Não é raro observar a expansão de acordos e parcerias internacionais nas universidades, a busca por novas oportunidades de mobilidade acadêmica docente e discente, novas iniciativas de pesquisa e programas internacionais, a inclusão de uma dimensão internacional ou global no currículo local, bem como a promoção da língua inglesa (e de outras línguas) em contextos de ensino e pesquisa nas universidades. O que não ocorre com a mesma frequência, entretanto, é a análise da lógica epistêmica que informa e alimenta o imaginário de internacionalização da Educação Superior. As trocas entre os participantes da internacionalização e as práticas de produção de conhecimento nesses contextos quase nunca são consideradas e debatidas, o que se torna uma questão grave, pois desconsidera a distribuição desigual de poder entre sujeitos, nações, línguas, culturas, conhecimentos, povos, raças, etc., ou seja, desconsidera a colonialidade do poder, do saber e do ser que sustenta tais trocas e práticas. Tal apagamento da colonialidade e naturalização da internacionalização acabam por impactar fortemente a formação de professores e o ensino de línguas. Diante desse cenário e com base nos estudos latino-americanos de modernidade/colonialidade, o objetivo desta apresentação está em discutir a desnaturalização da narrativa da internacionalização que se coloca, muitas vezes, acima da crítica e/ou se projeta como uma consequência lógica e neutra da globalização, não permitindo que o racismo epistêmico e o pensamento abissal possam ser interrompidos.
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE INGLÊS: QUAL O LUGAR DOS LETRAMENTOS DIGITAIS?
Ana Karina de Oliveira Nascimento (UFS)
Apesar de ainda existir uma grande parcela da população excluída digitalmente, vivenciamos tempos de expansão no acesso às tecnologias digitais. Diante desse quadro, cabe questionar o quanto e de que forma estas têm (ou não) adentrado os espaços de educação formal, em especial a escola de educação básica, e ainda, mais especificamente, as salas de aula de língua inglesa. Diretamente ligada a esta questão está a formação de professores, em especial, a inicial, meu foco de investigação. Partindo de pesquisa realizada em bases de dados (NASCIMENTO; KNOBEL, 2017), buscando entender o estado da arte das pesquisas sobre letramentos digitais na formação inicial de professores, nesta mesa buscarei discutir os principais resultados encontrados nesta pesquisa e relacioná-los a um outro projeto que venho desenvolvendo na Universidade Federal de Sergipe atualmente, como parte do programa institucional de bolsas de iniciação científica. Com uma equipe de mais dois pesquisadores, a pesquisa qualitativa de base interpretativista ainda em andamento, objetivou investigar a maneira como professores de inglês em formação inicial entendem e visualizam práticas de novos letramentos, especialmente letramentos digitais e multimodalidade, como parte do processo educativo. Focarei, contudo, nesta apresentação, nas questões relativas aos letramentos digitais, buscando discutir os principais resultados obtidos que apontam para a necessidade da formação inicial de professores possibilitar a ampliação do entendimento de letramentos digitais, abrindo as portas para que práticas socioculturais adentrem a escola e possam nela ser problematizadas.
PROCESSOS TECNOLÓGICOS E LINGUAGEM: FETICHISMOS E A ESCOLA
Rodrigo Esteves de Lima Lopes (Unicamp)
Este trabalho tem por objetivo refletir sobre os processos de inclusão tecnológica no ensino de línguas. Nesse sentido, busca-se entender como aspectos técnico-sociais podem ser levados em conta de forma a evitar a valorização fetichistas e descontextualizadas de processos tecnológicos. Parte-se de uma definição do conceito de tecnologia e seu papel dentro da escola, assim como em um contexto social mais amplo de forma a observar como tal inclusão pode levar à construção da cidadania por meio de práticas midiáticas conscientes. Tais práticas podem contribuir para o ensino a media que têm como elemento norteador a comunicação midiaticamente relevante.
TRADUÇÃO, EXPANSÃO INTERPRETATIVA E INCLUSÃO SOCIAL
Liliam Cristina Marins (UEM)
O objetivo deste estudo é propor uma reflexão sobre como a tradução, pensada segundo um viés pós-moderno e derridiano, pode promover a inclusão social ao possibilitar tanto a expansão interpretativa do texto (MONTE MÓR, 2015; 2017; 2018), como a democratização do acesso a textos (sejam eles verbais ou não-verbais) antes restritos a determinados grupos/línguas/lugares/meios de prestígio. Ao partir do questionamento da racionalidade logocêntrica (DERRIDA, 2009), o centro do discurso deixa de ser unicamente o meio escrito (e o suporte impresso) e expande-se para outras possibilidades semióticas (no caso deste estudo, o televisivo e o auditivo), de construções de sentidos e de participação de grupos sociais minoritarizados (no caso deste estudo, o grupo da terceira idade e, indiretamente, a comunidade cega/de baixa visão). Esta discussão se faz especialmente importante neste momento histórico/político/social/cultural, no qual a tradução precisa ser reconhecida enquanto meio de representação da diferença e de resistência aos modelos tradicionais de produção do conhecimento e da cultura.
ENSINO PÚBLICO E AS AULAS DE INGLÊS: ESPAÇOS FÉRTEIS DE EXPANSÃO DE PERSPECTIVAS
Maria Amália Vargas Façanha (UFS)
Esta apresentação trata de experiência vivida em um projeto de extensão junto a docentes de inglês da rede pública de Sergipe. Com base nas teorias dos letramentos e na compreensão de que, segundo Monte Mór (2018), formamos e seguimos padrões/hábitos interpretativos que são resultados de leituras de mundo carregadas por valores de forças dominantes culturais, políticas e sociais, os quais podem ser expandidos quando consideramos objetivos ampliados para o ensino, buscamos problematizar o papel do inglês para além se sua função linguística, enfatizando seus usos como prática social. Discutimos a ideia de fracasso comumente associada a narrativas influenciadas por ideias neoliberais, as quais privilegiam a formação para o mercado de trabalho, incentivando a ideia de competitividade e de sucesso individual em detrimento de um projeto mais coletivo/colaborativo de sociedade (SANTOS, 2000; HOLBOROW, 2012; SOUZA, 2011). Nesse sentido, é comum estar o foco do ensino em aspectos instrumentais (gramática e elementos linguísticos). No entanto, ao refletimos sobre a diferença entre as finalidades/objetivos do ensino de inglês em escolas de ensino regular e em escolas de idiomas (OCEM, 2006), entendemos que a escola também deve formar para a cidadania crítica/engajada (MONTE MÓR; MORGAN, 2014). Nessa perspectiva, discutimos diferentes possibilidades interpretativas, explorando o que a multimodalidade presente nos materiais didáticos e nas trocas comunicacionais, em geral, podem proporcionar aos agentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem (KRESS, 2003; ZACCHI, 2016).
EXPANDINDO PERSPECTIVAS: ENSAIOS PARA UMA FORMAÇÃO DOCENTE DECOLONIAL
Leina Jucá (UFOP)
Considerando a noção de habitus interpretativo, a partir da qual Monte Mór (2009; 2016; 2018) convida à utilização de práticas de expansão de perspectivas a fim de promover novas formas de construção de sentido (meaning making), este trabalho objetiva apresentar algumas práticas, utilizadas por uma formadora de professores em disciplinas de língua inglesa (LI) em um curso de Letras-Licenciatura. Procurando ressignificar o ensino de LI e considerando a formação de professores como foco principal das disciplinas, foram propostas atividades com temáticas variadas, inclusive voltadas para a formação docente, no intuito de problematizar questões sócio-históricas, políticas e econômicas que influenciam a formação, a prática docente e o status da docência em LI no contexto brasileiro e, dessa forma, promover expansão nas leituras e interpretações de mundo/texto dos participantes. A essa proposta de elaboração e uso de suas próprias práticas de expansão de perspectivas, a formadora denominou ensaios para uma formação docente decolonial, considerando a si própria e a seus alunos como participantes-aprendizes dessa formação. As práticas propostas pela formadora revelaram-se promotoras da percepção: 1. das posições que, como professores brasileiros de inglês, ocupamos no Brasil e no mundo e das relações de poder que perpassam essas posições; 2. de que somos constituídos pelas narrativas/discursos sócio-historicamente construídos; e 3. da presença da colonialidade em diferentes esperas de nossas vidas (MIGNOLO, 2014; 2016; 2018). Os ensaios para uma formação docente decolonial, materializados, nesse caso, na construção de pedagogias próprias, procuram responder ao convite de Walsh (2013; 2018) de tomarmos a decolonialidade como projeto, a fim de revelar/explicitar os mecanismos de invenção do nosso ser e do nosso saber para, assim, podermos perceber a pluralidade de verdades, realidades, identidades, sentidos e saberes existentes, evidenciar nossos saberes locais e compreendê-los em posição de co-existência – e não de inferioridade – a outros saberes (SOUSA SANTOS, 2009; 2010).