Ficha 27

Ficha de Inventário 27 - Estrutura Arquitetônica e Urbanística

Nome do imóvel: Escadaria da Polar

Endereço: Rua Arnaldo José Diel

Localização Geográfica e Imagem de satélite do entorno:

Fonte: https://www.google.com.br/maps/@-29.5008166,-51.9674504,341m/data=!3m1!1e3?hl=pt-BR

Propriedade: Público - Prefeitura Municipal de Estrela

Situação da ocupação:  Área de Lazer

Relevância Histórica: Este local é tido como o grande responsável pelo desenvolvimento da cidade de Estrela. Segundo Diel (1951), a escadaria foi inaugurada em mil novecentos e vinte e quatro. Na verdade, não era a escadaria mas sim o Porto de Estrela. A porta de entrada e saída de pessoas, mercadorias, escoamento da produção, ponto de encontro de pessoas, era aqui. Os trapiches (armazéns) e as maxambombas eram responsáveis pelas operações de carga e descarga. Para explicitar, Schierholt (2002) explica o funcionamento da maxambomba: Mecanismo característico nos portos do rio Taquari. Na parte interna do armazém ou trapiche havia um grande pião de madeira, com um cambão para movimentá-lo, por tração animal, cavalar ou muar, o qual caminhava

em cancha circular, fazendo o pião rodar. No pião, estava enrolado um cabo de aço, em cujas extremidades estavam presos os troles. Estes rodavam por sobre dois pares de trilhos de aço, semelhantes a uma estrada de ferro. Os trilhos estavam assentados sobre caibros ou dormentes, fixados em cima de grossos troncos de madeira, fincados no chão, ou então por sobre muros de pedras, de tijolos ou mesmo de concreto. Os caibros estavam colocados transversalmente sob os trilhos, desde o trapiche, até dentro da água do rio, em seu nível mais baixo. Ao ser movimentado o grande pião, os dois troles rodavam por sobre os trilhos, de maneira que, enquanto um subia, desde o barco até o armazém, o outro descia, do armazém ao barco, para a carga e a descarga, num contínuo vaivém. Normalmente, entre os trilhos havia uma escadaria para os passageiros e

tripulantes. A primeira maxambomba é de 1852, em Taquari. Nos principais portos do Rio Taquari, havia em torno de 30 maxambombas. Só aqui em Estrela existiam quatro maxambombas. No trapiche da Navegação Arnt (Kasper e Mainhat), no da Navegação Capital (A. M. Arenhart), na fábrica de sabão Costa e no Oriental (nos fundos da Fundição Wirtz). 

A função da escadaria foi um sucesso até mil novecentos e quarenta e um quando uma das maiores enchentes registradas até então assolou a cidade de Estrela. Para se ter uma ideia, a cota média do Rio Taquari é treze metros em Estrela. Dezenove metros é a cota de inundação. Em mil novecentos e quarenta e um, a enchente atingiu a cota de vinte e nove metros. O Rio Taquari ficou devastado, sua encosta destruída impossibilitava a navegação e a rota, Estrela/Muçum foi praticamente desativada. Em mil novecentos e setenta e quatro, diversos quarteirões foram entregues à Cervejaria Polar e um prédio foi edificado em cima da antiga escadaria, soterrando-a. As estátuas que aqui estavam foram para a escadaria da Rua Chá Chá Pereira (Ficha de Inventário 26). Em dois mil e seis a cervejaria foi fechada, em dois mil e sete o governo e grupo Conpasul adquiriram a antiga fábrica e em dois mil e oito as ruas foram (re)abertas à comunidade. Em dois mil e quatorze o governo reconstruiu o espaço, sendo descobertos os degraus originais da antiga escadaria. As características do antigo porto foram preservadas, dentro do possível e as estátuas voltaram para este local. 

Documentação fotográfica: