Abstract
The leishmaniases are diseases widely distributed in the world and are considered one of the seven endemic diseases of absolute priority for the World Health Organization (WHO). These diseases are frequently seen in poor and developing countries, such as Sudan, Bangladesh, India and Brazil. They are commonly associated to deforestation, biodiversity loss, climate changes, unplanned growth of cities, human incursion in the forests, lower indeces of human development (HDI), high income inequality and lack of adequate public policies to fight deforestation, disorderly growth and zoonoses. According to WHO, in 2015, Brazil alone had more than 50,000 new cases of cutaneous and visceral leishmaniasis, with most cases concentrated in Northern and Northeastern regions. Despite the efforts of the Brazilian health system (Health Unic System - SUS) to monitor the cases of leishmaniasis in nearly all states and counties within the country, knowledge is scarce about how socio-demographical and environmental parameters affect the potential distribution of leishmanioses cases. Thus, the main goal of this project is to assess by using a niche modeling approach how climate variation, forest cover and socio-demographic indeces may alter the real and potential distribution of cutaneous and visceral leishmaniasis of Northeastern Brazil.
Resumo
As leishmanioses são amplamente distribuídas no mundo e são consideradas uma das sete endemias mundiais de prioridade absoluta da Organização Mundial de Saúde (OMS). Essas doenças são mais frequentes em países pobres e em desenvolvimento, tais como Sudão, Bangladesh, Índia e Brasil. Suas incidências estão geralmente associadas à fragmentação e/ou devastação das florestas, perda de biodiversidade, mudanças climáticas, crescimento desordenado das cidades, incursão humana em áreas florestais, baixo índice de desenvolvimento humano (IDH), baixa distribuição de renda e ausência de políticas públicas adequadas de combate ao desmatamento e controle de zoonoses. De acordo com a OMS, o Brasil em 2015 respondia com 50.000 novos casos comprovados de leishmaniose cutânea e visceral, sendo a maioria deles no Norte e Nordeste do país. Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) monitore os casos de leishmanioses em boa parte dos munícipios do Brasil, há ainda uma carência de informação sobre como parâmetros sociais e ambientais (i.e. urbanização, índices sociais, perda de biodiversidade, e desmatamento) podem afetar o potencial de distribuição das leishmanioses. Portanto, o principal objetivo desse projeto é avaliar, por meio da modelagem de nicho, como as alterações do clima, da cobertura florestal e índices sócio-demográficos alteram as distribuições reais e potenciais das leishmanioses visceral e cutânea no Nordeste do Brasil.