Julgada ou julgadora: qual papel a mulher mais desempenha?

Quando foi lançado o filme "A filha perdida", na Netflix, surgiu comentário de tudo quanto é tipo e de tudo quanto é lado. Muitos comentários que julgavam a personagem principal da história.


A obra cinematográfica é inspirada no livro homônimo, escrito por Elena Ferrante, autora que, ela mesma, desperta curiosidade e também muito julgamento. Suas personagens femininas, aliás, parecem sempre estar em uma ou outra posição: por vezes julgando, por vezes sendo julgadas.

Para entender melhor essa relação entre julgar e ser julgada, fomos olhar para as obras de Elena Ferrantes e conteúdos analisando não só sua escrita, como seu impacto sobre temas que rondam o universo feminino.

Sobre o filme que inspirou o tema

A filha perdida

As férias de uma mulher na praia tomam um rumo sombrio quando ela começa a enfrentar os problemas de seu passado.

Psicóloga e doutora em psicanálise fala sobre os desafios que a maternidade impõe à saúde mental das mulheres e que são retratados em obras como o filme ‘A Filha Perdida’, baseado em livro de Elena Ferrante

Grande sucesso de público e crítica, o primeiro filme da atriz e diretora Maggie Gyllenhaal rendeu muita discussão entre a equipe do Sala de Projeção, que discute assuntos tabus, espinhosos, difíceis de expressar em linguagem.

Como pensar a maternidade, partindo do enredo desse filme baseado na obra de Elena Ferrante? Existe mãe ideal? Existe filha ideal? Crianças ideais? Até que ponto as nossas visões são atravessadas por uma herança cultural machista e patriarcal?

Ju Wallauer e Cris Bartis discutem o filme “A Filha Perdida”, de Maggie Gyllenhaal, estrelado por Olivia Colman. Para isso, usam comentários nas redes sociais como ponto de partida para a mergulhar em uma jornada de dúvida, angústia e abandono.

Mais conteúdos sobre Elena Ferrante e suas obras

"Em uma resenha do romance 'A filha perdida' para a página Mulheres que Escrevem, a psicanalista e crítica literária Fabiane Secches aponta que o tema da maternidade aparece de forma “recorrente e inquietante” na obra da escritora italiana."

"A confusão entre a autora e a narradora embaralhou um pouco as fronteiras entre realidade e ficção. Mas se acreditarmos que Ferrante é, mais do que um pseudônimo, também uma espécie de personagem, uma criação literária, então a equação vai se tornando mais e mais sofisticada."

"Em 2016, Ferrante foi eleita uma das personalidades mais influentes do mundo pela revista Time e, desde janeiro deste ano, passou a assinar uma coluna semanal no jornal britânico The Guardian. É como se, sob o pseudônimo Elena Ferrante, essa instância mediadora passasse a ter voz fora dos suportes literários convencionais."

O 451 MHz convidou dois críticos literários para comentar esses romances impressionantes pela qualidade literária e pela capacidade de atrair leitores: a ensaísta Eliane Robert Moraes e o tradutor Mauricio Santana Dias. O fenômeno Ferrante ajudou a impulsionar uma boa quantidade de autoras e autores italianos, vivos ou mortos, em diversos países. Starnone é um deles, e suas inegáveis afinidades com a prosa de Ferrante foram um dos temas desta conversa.

A Febre Ferrante dá vida ao universo literário de Elena Ferrante. Uma autora que apesar do seu sucesso internacional permanece no anonimato. Escritores, críticos, editores e livreiros discutem a escrita íntima de Ferrante e traçam-lhe o retrato.

Livros da Elena Ferrante (em ordem cronológica)