Ao lugar que passo todos os dias.
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Esse trabalho investiga formas de intervir nos territórios onde hoje são chamadas as Regiões Administrativas de Brasília, especificamente as conhecidas como cidades-satélite¹. Nesse sentido, busca-se entender a capital moderna para além do seu centro construído na década de 60, com enfoque nos núcleos urbanos situados fora da Bacia do Paranoá.
Esses estudos iniciais tem como objetivo identificar e problematizar a configuração espacial da metrópole brasiliense, caracterizada pelo IBGE como uma Metrópole Nacional. Para isso, esses estudos partem de 2 eixos de entendimento:
História e processo de ocupação do território, focado em estudos relacionados aos processos de formação e construção dessas cidades-satélite.
Análise e críticas acerca das políticas econômicas junto ao desenvolvimento recente das metrópoles brasileiras, vinculando o desenvolvimento de Brasília não apenas pelo seu planejamento territorial, mas, também, pelas dimensões conceituais que nortearam as políticas econômicas brasíleiras.
Essa etapa de pesquisas tem como principal objetivo construir o lastro para possibilidade se especular intervenções que sejam capazes, em algum nível, de pensar novas possibilidades nessas cidades-satélite. Essas propostas não acabam em si e, na verdade, serão experiencias projetuais em um debate sobre paisagem, arquitetura e infraestrutura.
Ao pensar em Brasília, a paisagem desenhada por Lucio Costa toma o imaginário da capital. Entretanto, apenas 8%² da população do DF reside no Centro de Brasília. Ao mesmo tempo, as cidades-satélite, por vezes, são vistas como "não-Brasília".
Portanto, essa proposta de intervenção tem como objetivo reivindicar essas cidades-satélite como parte da capital, usando o lastro teórico construído para realização de uma leitura "pós-pós-Brasília"4. Que possibilite a formação de um plano de necessidades produto de discussões recentes sobre a capital. Ao mesmo tempo, identificando formas de como intervir nas cidades contemporâneas.
1 O termo "cidades-satélite" foi problematizado nos últimos anos por intensificar de forma conceitual a dependência dos núcleos urbanos periféricos ao Plano Piloto. Entretanto, esse trabalho fará uso desse termo como uma referência ao passado da cidade.
2 Dados arrendodaros do brasília Metropolitana, acessado em Setembro de 2025.
3 Ao observar o Gama, cidade-satélite criada no início da década de 60, podemos identificar, em algum nível, a manifestação de conceitos como a Unidade Vizinhança. E, a forma de ocupação das Superquadras também foram sendo experimentadas ao longo de várias outras RAs (Regiões Administativas), apenas não tiveram o mesmo controle que no Plano Piloto.
4 Essse termo "pós-pós-Brasília" é uma resposta ensaística, própria, para o que entende-se como o atual tempo da cidade. Como se continua Brasília pós-niemeyer? Pós críticas tão duras desenvolvidas nos últimos anos? Pós ascenção do fascismo e agravamento das desigualdades? Como pensar a Capital do Brasil em um momento tão complexo político e socialmente falando. Ou seja, pensar Brasília, pós o pós-Brasília.