A configuração dispersa da cidade já era problematizada desde o fim da década de 70 com a elaboração do PEOT - Plano Estratégico de Ordenamento do Território. Nele, é sugerido um eixo de ocupação junto a alternativas para o desenvolvimento da capital.

O fim da década de 70 até a primeira metade da década de 80 é marcado por uma série de estudos relacionados a ocupação e transporte no Distrito Federal, como o PEOT (1977), PDTU (1979) e os trabalhos de urbanização das ocupações informais pelo GEPAFI (1980).

Esses estudos nortearam, de certa forma, a implantação das novas ocupações promovidas pelo governo nos anos seguintes.

Ao analisar a proposta do PEOT em contraste com a atual configuração na ocupação dessa região, é evidente que essas áreas acabaram por ser subutilizadas, o que dificultou no ganho de densidade para elaboração de um transporte de massas. Além disso, a região ao sul da Samambaia acabou por não ter costuras viárias internas, sendo a conexão realizada pela Estrada Parque do Contorno.

Dessa forma, identifica-se que apesar de uma série de planejamentos, a efetiva manipulação do tecido urbano de Brasília não esteve comprometida em minimizar os impactos de sua dinâmica dispersa.

Também é válido ressaltar que, por mais pertinentes que esses estudos da década de 70 sejam, a relação com o Entorno foi pouco tangenciada.

Além da subutilização, a gestão da Capital foi relativamente omissa em relação a urbanização de áreas em processo de ocupação informal. Regiões como Ponte Alta e Vicente Pires se desenvolveram em condomínios fechados, que dificultam na implantação de infraestruturas. E, no caso de Vicente Pires, a localização central dificulta na articulação e costura entre as Regiões Administrativas vizinhas. Essa relação acontece em menor grau com a Ponte Alta, que está localizada mais ao sul.

Além disso, o PEOT também indica que essas novas ocupações fossem vinculadas com o desenvolvimento de centros urbanos e, também, de áreas industriais. Dessa forma, a ideia era a de construir novas centralidades nessas áreas e diminuir a depência das regiões com o Plano Piloto.