Durante o verão do presente ano, tive a oportunidade de participar no programa “Ciência Viva no Laboratório 2025”. Vivi uma semana incrível ao fazer parte do estágio “Aprender Citogenética num Laboratório de Diagnóstico”, no Laboratório de Genética da Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULSTMAD). Esta experiência foi, sem dúvida, uma das mais enriquecedoras do meu percurso académico, ao representar uma verdadeira imersão no mundo da genética, da andrologia e na realidade dos laboratórios de investigação biomédica.
Desde o primeiro dia fui recebido por uma equipa acolhedora de técnicos e investigadores, com os quais aprendi imenso acerca de citogenética, a área que estuda os cromossomas e as suas alterações. Pude observar e participar nos mais diversos procedimentos laboratoriais: desde a preparação de culturas de sangue periférico até à obtenção de cromossomas. Aprendi e executei técnicas de bandagem de cromossomas, de análise dos mesmos e montagem de cariogramas. O estágio permitiu-me também integrar na rotina de um laboratório hospitalar, dar entrada de amostras, preparar reagentes e saber como estar corretamente em tal ambiente.
Aquilo que mais me marcou foi a paciência e a disponibilidade de todos os profissionais de saúde que nos acompanharam ao longo de todo o processo, a quem fiquei expressamente grato. Também merece destaque o desenvolvimento do espírito de trabalho em equipa e das capacidades de comunicação, visto que este foi um estágio em que tive a oportunidade de não só trabalhar, mas de desenvolver um trabalho com outra aluna, que conheci nesta experiência.
Assim, recomendo vivamente esta iniciativa da Ciência Viva, que conta com diversos estágios, de diferentes durações, espalhados por todo o país, que permitem a alunos, desde o 9.º ano de escolaridade até ao 12.º ano, desenvolver os seus conhecimentos nas mais diversas áreas e criar laços com outros jovens.
Caso sejam alunos curiosos e com sentido de responsabilidade, não hesitem em inscrever-se na edição de 2026. Podem consultar mais informações acerca da iniciativa através da seguinte ligação: https://www.cienciaviva.pt/ciencia-viva-no-laboratorio/2025.
Trabalho realizado, no âmbito da disciplina de Português, por:
Bernardo Anão
N.º 3 12.º A
Ano letivo 2024/2025
O cartoon “Exploração Infantil” de Vasco Gargalo mostra uma criança malnutrida debaixo de uma grande máquina de costura com um padrão que representa a Terra. Esta criança está a coser um vestido vermelho para uma mulher.
Este trabalho, tal como o seu título indica, é suposto ser uma metáfora que retrata o trabalho infantil. A máquina de costura e a criança juntas representam as inúmeras crianças em volta do mundo forçadas a trabalhar para que certas empresas vendam os seus produtos injustamente produzidos aos seus clientes (como a mulher de vestido vermelho). A metáfora é claramente entendida através desta simbologia.
Para além disso, o sentido desta imagem pode ser facilmente associado ao capítulo IV do Sermão de Santo António, porque ambos os trabalhos expõem o tema da injustiça e da desigualdade social. Enquanto o Sermão exemplifica estes temas através da forma como os peixes, geralmente grandes, comem os mais pequenos (ou, no caso dos homens, se aproveitam uns dos outros), a ilustração também inclui uma hierarquização e uma relação de poder em que os “maiores” controlam os mais “pequenos.”
Resumindo, o cartoon transmite uma crítica bem representada e de significado facilmente entendível.
Lara Pinguicha 11.º E
Os resultados do Concurso Nacional de Acesso de 2025 das 1.ª e 2.ª fases revelam que 80% dos alunos e das alunas que concluíram o Ensino Secundário, no ano letivo 2024-2025, decidiram prosseguir os seus estudos no Ensino Superior, apostando na sua formação académica. É sempre gratificante, para o nosso agrupamento, saber que muitos deles optaram por um caminho formativo, rumo a um futuro profissional, de acordo com os seus resultados académicos, as suas capacidades e os seus interesses.
De acordo com os resultados das 1.ª e 2.ª fases do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior de 2025, da Escola Básica e Secundária Públia Hortênsia de Castro, 64 alunos apresentaram candidatura na 1.ª fase e 20 na 2.ª fase, tendo ficado colocados, respetivamente, 63 e 12 alunos. Esclarece-se ainda que dos 12 candidatos colocados na 2.ª fase, 7 concorreram pela 1.ª vez ao Ensino Superior, nesta mesma fase, tendo todos obtido colocação, exceto 1.
É também de referir que, contabilizando as duas fases, de um total de 71 candidatos, foram colocados 70 (99%) e não obteve colocação apenas 1 (1%).
Salienta-se ainda que, na 1.ª fase, dos 63 colocados, 39 (62%) ficaram na sua 1.ª opção, 16 (25%) na 2.ª, 4 na 3.ª (6%), 3 na 4.ª (5%) e 1 na 5.ª (1%), o que significa que a maior parte dos que reuniam condições de acesso ao Ensino Superior conseguiu entrar nas suas três primeiras escolhas (93%). Uma situação semelhante ocorreu, na 2.ª fase, dos 12 alunos colocados, 4 (33%) ficaram na 1.ª opção, 5 (42%) na 2.ª, 1 (8%) na 3.ª, 1 (8%) na 5.ª e 1 (8%) na 6.ª, isto é, a maioria destes candidatos conseguiu ficar nas três primeiras escolhas (83%).
À semelhança de anos anteriores, os alunos que concluem o 12.º ano, no AEVV, fazem opções muito diversificadas, quer na escolha da universidade ou do instituto politécnico, quer na opção do curso.
No que respeita aos locais escolhidos para prosseguir estudos no ensino superior, considerando as duas fases de 2025, destaca-se a cidade de Évora, como destino preferido dos nossos estudantes, onde ficaram colocados 27. Seguiu-se a capital do país, Lisboa, onde foram colocados 8, Faro (6), Covilhã (4), Portalegre (3) e Tomar (3), entre outras cidades. (Ver gráfico 1).
Constata-se, igualmente, uma grande variedade de opções de cursos, tendo também em conta as colocações das duas fases, conforme se apresenta nos gráficos 2 e 3. No gráfico 2, entre os cursos mais escolhidos, evidenciam-se três: Gestão, Turismo e Enfermagem.
Além destes, registaram-se outras colocações em mais 35 cursos de áreas muito díspares, onde ficou apenas um aluno, conforme se apresenta no gráfico 3.
Agora, estamos certos de que todos estes jovens vão viver intensamente uma nova etapa da sua vida, por vezes, com incertezas e receios, mas esperamos que tenham a coragem e resiliência necessárias para enfrentar os novos desafios e superar as suas dificuldades.
Neste momento especial, a equipa d’ “O Cábula” e toda a comunidade escolar congratula-se e deseja a todos os novos estudantes universitários os maiores sucessos pessoais, académicos e profissionais. Muitos Parabéns a todos/as!
A equipa d’ O Cábula
No âmbito das disciplinas de Ciências Naturais, do projeto Eco-Escolas e do Clube Ciência Viva, os alunos do 8.º ano iniciaram um trabalho de pesquisa sobre a biodiversidade existente nos espaços exteriores da escola. Organizados em pequenos grupos, os alunos estão a observar, identificar e registar espécies de flora e fauna presentes no recinto escolar, recorrendo a registos fotográficos e ferramentas digitais de identificação científica.
O projeto pretende promover a literacia ambiental, sensibilizar para a importância da biodiversidade em contextos urbanos e incentivar a adoção de medidas de preservação do património natural da escola. “A escola é também um ecossistema, e queremos que os alunos aprendam a olhar para este espaço como um lugar vivo, que merece cuidado e atenção”, referiram as docentes responsáveis.
Os resultados serão apresentados em formato de cartaz e estarão expostos nos corredores da escola, permitindo à comunidade educativa conhecer as espécies identificadas e refletir sobre formas de proteger a biodiversidade local.
Cábula(C): Olá, Leonor! Antes de mais, queremos dizer-te que é com muito prazer que O Cábula realiza esta entrevista, pois é sempre gratificante conhecer o percurso de antigos alunos da nossa escola.
C: Para começarmos, podes dizer-nos onde trabalhas e em que área?
A: Olá! Agradeço o convite.
Atualmente, trabalho na Academia das Ciências de Lisboa, no Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa. A minha área de trabalho é a lexicologia e a lexicografia, dois ramos da linguística/ciências da linguagem, dedicados ao estudo do léxico — o conjunto das palavras que usamos no nosso dia a dia — e às formas de as registar, organizar e descrever. Dicionários, glossários ou vocabulários são grandes exemplos da lexicografia.
Assim, a nossa principal ferramenta de trabalho é a língua portuguesa. Entre outras tarefas, uma parte central da minha atividade consiste na atualização sistemática do Dicionário da Língua Portuguesa (DLP), o que envolve a criação e o tratamento de novas entradas, bem como a revisão e aperfeiçoamento de artigos já existentes. O DLP é um dicionário digital, adaptado às novas tecnologias e acessível em qualquer dispositivo. É atualizado diariamente, quer com o registo de palavras recentes ou de uso corrente que ainda não estavam incluídas, quer com a adição de novos sentidos a vocábulos já registados. Se tiverem alguma sugestão, podem sempre contactar-nos. Todas as mensagens que recebemos são cuidadosamente analisadas!
C: Pedimos-te, agora, que relembres os momentos vividos na nossa escola. Quais são, passados estes anos, os melhores momentos que aqui viveste?
A: Não consigo escolher um momento específico, mas sempre gostei de estudar e, por isso, gostava de ir à escola (mesmo que nem sempre o demonstrasse).
C: Quando estavas no secundário, já tinhas claro o que querias ser e fazer no futuro? Ou isso só foi descoberto mais tarde?
A: Sempre gostei muito de línguas e de literatura. Então, no secundário, eu já tinha um plano: queria estudar Línguas, Literaturas e Culturas e depois fazer o mestrado em Ensino de Português e Inglês, para voltar à escola e poder dar aulas.
De facto, no início, segui esse caminho! No entanto, a vida raramente é linear e é importante saber aproveitar as oportunidades que surgem! Durante o primeiro ano no mestrado em Ensino descobri a área da linguística e tive o meu primeiro contacto com a investigação. Essa experiência despertou em mim um novo interesse e levou-me a mudar de direção, passando para o mestrado em Ciências da Linguagem.
C: A tua opção por esta via é empolgante e gostávamos de saber mais. Por favor, conta-nos o teu percurso.
A: Como referi antes, tinha um plano bem definido. No entanto, no primeiro ano do mestrado em Ensino, por exigências curriculares, tive de frequentar algumas disciplinas do curso de Ciências da Linguagem. Já tinha tido contacto com a área durante a licenciatura, mas de forma muito superficial.
Acabei por escolher estudar Linguística Computacional e Lexicologia e Lexicografia, sem saber muito bem o que me esperava. Quando vi os programas, percebi que poderiam ser interessantes e, de facto, excederam todas as expetativas! Lembro-me de esperar com entusiasmo pelos dias em que tinha essas aulas, porque me divertia imenso nelas. Rapidamente percebi que estava mais envolvida e motivada nessas disciplinas do que naquelas que pertenciam ao mestrado em Ensino.
No final desse semestre, a professora responsável por ambas as cadeiras informou-me que iria abrir uma vaga para investigadora num projeto que coordenava e perguntou-me se teria interesse em concorrer. Candidatei-me e fui selecionada. Essa oportunidade, e o apoio dessa professora, foram decisivos para a minha mudança de rumo académico e profissional. Foi assim que alterei a matrícula para o mestrado em Ciências da Linguagem.
Mais tarde, e depois desse primeiro projeto, comecei a trabalhar no Dicionário da Língua Portuguesa (DLP), onde continuo a trabalhar atualmente.
Na dissertação de mestrado, tive ainda a oportunidade de integrar o trabalho desenvolvido em ambos os projetos, reunindo ambas as experiências num único percurso de investigação!
C: Sabemos que atualmente estás a viver em Lisboa e já disseste que te dedicas à lexicologia e à lexicografia. Podes contar-nos um pouco dessa experiência? (como surgiu a oportunidade, se o trabalho é bom/difícil/árduo…).
A: A oportunidade de trabalhar no DLP surgiu através de uma das minhas professoras de mestrado, que é coordenadora do dicionário. A professora informou-nos que iria abrir um concurso para trabalhar no dicionário e, mais uma vez, candidatei-me e fui selecionada. No início, confesso que não sabia muito bem o que esperar: tinha pouca experiência prática com dicionários e não conhecia ninguém que tivesse trabalhado na área para poder partilhar impressões.
Apesar disso, rapidamente descobri que era um trabalho muito estimulante! Costumo dizer que me divirto a trabalhar, e sei que muita gente se surpreende com isso, porque tende a imaginar o dicionário como algo estático, aborrecido, esquecido numa prateleira a ganhar pó.
Mas, na realidade, um dicionário é muito mais do que isso: é um reflexo de uma cultura, de uma sociedade e da própria história de uma língua. Ter a oportunidade de participar na construção e atualização desta ferramenta é fascinante, porque nos permite observar de perto como a língua funciona e como nós, falantes, a usamos diariamente, muitas vezes sem sequer refletirmos sobre isso.
C: Quais são os aspetos de que mais gostas na tua profissão/área?
A: Gosto sobretudo da possibilidade de investigar, questionar e estar sempre a aprender. Quanto mais aprendemos, mais vimos que há muito mais a aprender. Adoro poder estudar e criar, enquanto contribuo para algo que, muitas vezes, passa despercebido, mas que faz parte da nossa sociedade e dia a dia.
C: E menos bons?
A: Apesar de ser uma pessoa introvertida e de gostar de trabalhar sozinha, às vezes sinto falta de um contacto mais direto com outras pessoas, já que trabalhamos em regime de teletrabalho e a comunicação é quase sempre feita por email. Além disso, trabalhamos frequentemente sem horários fixos e em várias tarefas em simultâneo. Isso faz com que, por mais horas que dedique, sinta que nunca fui suficientemente produtiva e que deveria ter feito sempre mais e melhor. Nesses momentos, desligar torna-se um verdadeiro desafio.
C: Quais são os teus futuros projetos?
A: Em setembro, vou iniciar o doutoramento em Ciências da Linguagem! Quando estava na escola, nunca pensei sequer em fazer um doutoramento, mas agora não me consigo imaginar a fazer outra coisa. Não sei exatamente o que esperar do futuro, mas quero continuar a trabalhar e a aproveitar todas as oportunidades e desafios que surgirem.
C: O Cábula sabe que, apesar de teres sido uma aluna dedicada, também eras um pouco introvertida e descontraída durante os tempos na nossa escola. Aliás, és mais um exemplo de que há que desenvolver esforços para conseguirmos aquilo que queremos. Então, neste momento, perante tudo o que fizeste até agora, o que dirias a todos aqueles que se encontram a estudar? Achas que os alunos devem apostar na sua formação? Vale mesmo a pena?
A: Sem dúvida que vale a pena apostar nos estudos. Estudar ensina-nos a pensar, a questionar e a procurar respostas. É um processo que nos oferece ferramentas para compreender melhor o mundo e tomar decisões mais conscientes.
Diria também que o percurso académico e profissional não precisa de ser perfeito nem linear. O mais importante é estarmos disponíveis para aprender, experimentar e aproveitar as oportunidades que surgem, mesmo aquelas que não estavam nos nossos planos iniciais. Cada percurso deve ser adaptado a cada pessoa: não precisa de ser aquilo que outros considerem melhor para nós, mas aquilo que sentimos ser mais adequado, seja num ambiente formal de educação ou fora dele.
A formação é, acima de tudo, um investimento em nós próprios. É isso que, mais tarde, nos abre portas e nos permite fazer a diferença.
C: Obrigado pelo tempo despendido e desejamos-te a continuação de um ótimo percurso académico e de trabalho de muito sucesso!
A: Eu é que agradeço o convite! Desejo-vos tudo de bom.
Queridos/as leitores/as d’O Cábula!
É com grande alegria que o jornal digital da nossa escola, O Cábula, vos dá as boas-vindas para o novo ano letivo 2025-2026!
Após o merecido descanso das férias, desejamos que este seja um ótimo ano de descobertas, aprendizagens e crescimento para todos/as. Acreditamos que a escola é mais do que apenas um lugar para estudar. É um espaço de partilha, de amizades e de desafios que nos ajudam a evoluir e a construir um futuro promissor.
O nosso jornal continuará a ser o espelho da comunidade escolar, através da projeção de histórias, opiniões, atividades e projetos. Convidamos todos a participar ativamente, seja a escrever textos ou a divulgar trabalhos de temas curriculares, de projetos ou clubes do AEVV, devidamente ilustrados com desenhos ou fotografias. A vossa colaboração é fundamental para que O Cábula digital seja um reflexo do dinamismo, criatividade e inovação do Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa.
O Cábula pretende, assim, continuar a promover o desenvolvimento das competências da escrita e da leitura na comunidade escolar, a fomentar a inclusão e a implementar uma cultura e sentimento de pertença ao agrupamento.
Como tal, é fundamental a vossa participação (alunos/as, encarregados/as de educação, pessoal docente, pessoal não docente, …), através do envio de textos (textos expositivos, textos de opinião, apreciações críticas, notícias, poemas, crónicas, entrevistas, reportagens, ensaios, …), sempre que possível, ilustrados com imagens/fotografias (sempre enviadas, em anexo e em formato de imagem – jpeg, jpg…) para o seguinte endereço eletrónico:
Esclarecemos que, em caso de artigo sobre uma atividade ou visita de estudo, este deve conter não só a descrição da mesma, referindo o(s) local(ais) visitado(s) e data(s) de realização, mas também a reação dos/as alunos/as envolvidos/as.
Para manter a atualidade, o envio dos textos alusivos a atividades deve ocorrer dentro de 8 dias, após a sua realização.
Além disso, relembramos que as imagens identificativas de alunos/as exigem atempadamente uma autorização de captação e divulgação de imagem dos respetivos pais/ encarregados de educação para cada atividade, de acordo com a lei de proteção de dados pessoais.
Por fim, O Cábula ao longo deste ano letivo visa aumentar a quantidade, a qualidade e a diversidade dos textos publicados, contando com uma maior participação da comunidade escolar. Afinal, O Cábula é um jornal de todos e para todos!
Com os melhores cumprimentos,
A equipa d' O Cábula
Leontina Pires
Fátima Garcia
Mariana Louzeau