História dos números inteiros

Será que você estranhou os números negativos quando os viu pela primeira vez? Será que teve a impressão de que eles não eram números?

Se isso aconteceu, saiba que reações desse tipo ocorrem várias vezes na história da Matemática.

No século III, ao resolver um problema, o matemático Diofante encontrou a resposta -4. Ele a recusou, pois achava absurda a ideia de uma quantidade negativa.

Passaram-se mais de mil anos e o preconceito permaneceu. O matemático Fibonacci recusou os negativos, apesar de ter percebido que um resultado negativo, num problema envolvendo dinheiro, significava prejuízo, em vez de lucro.

Mais ou menos na época do descobrimento do Brasil, o matemático Stiffel publicou um livro no qual dizia que os negativos eram números absurdos. Um pouco depois, o matemático Cardano chamou-os de números falsos. E até em 1600 o famoso matemático François Viète continuava não aceitando os negativos.

Mas veja só que curioso: muito antes de Viète e Cardano, antes também de Diofante, os matemáticos babilônios aceitavam muito bem os números negativos. Conheciam até as regras para operar com eles.


O problema é que os Babilônios foram esquecidos e, depois disso, foram necessários mais de vinte séculos para os negativos voltarem a ser aceitos. Você acha isso esquisito? Pode ser, mas a história humana é assim mesmo, cheia de retrocessos, de idas e vindas.

Somente a partir do século XVII é que os matemáticos passaram a usar os negativos com desembaraço. Mas o nome desses números mostra o quanto eles foram vistos com desconfiança. Afinal, número negativo indica negação de número, isto é, não número.

Hoje em dia, os negativos são comuns no dia-a-dia. Estão nas medidas de temperatura e nos saldos bancários. Por isso, pouca gente os estranha.

Mas eles ainda assustam algumas pessoas. Assustam não porque as pessoas os ignorem, mas justamente porque sabem muito bem o que eles significam.

Abaixo, um pouco da trajetória dos números negativos.

Referências:

LELLIS, Marcelo Cestari; JAKUBOVIC, José; IMENES, Luiz Marcio. Números negativos. São Paulo: Atual, 1992. (Coleção Pra que serve matemática?)


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LELLIS, Marcelo Cestari; JAKUBOVIC, José; IMENES, Luiz Marcio. Números negativos. São Paulo: Atual, 1992. (Coleção Pra que serve matemática?)