Pérolas Brasileiras

"Nossos filmes são diferentes de todos os outros (...) Nosso cinema apresenta algo especial,

uma força a mais...”

                              Rogério Sganzerla

 

"O pensamento iconoclasta, a vontade de romper com os modelos exixtentes. Isso entrou na corrente sanguínea do cinema brasileiro."

                             Rui Guerra  

 

  O cinema mundial constantemente nos brinda com frases e bordões inesquecíveis repetidos a todo momento. E nosso cinema não fica atrás. As telas brasileiras também perpetuaram algumas citações e diálogos marcantes, que valem a pena lembrar. Estão registradas em palavras a realidade e a fantasia do nosso povo no que ele tem de mais trágico e divertido. Isso inclui desde as estratégias do galanteador Zé Trindade “É formidáááável!” “O negócio é perguntar pela Maria” conhecidas e repetidas por toda uma geração, à frase que se tornou clássica e reproduzida até em bares e salas de aula “Eu estou grávida de Luis Carlos Prestes”, dita por Camila Morgado, com sua característica voz grossa, em Olga. O bordão “Pede pra sair, 01!”, exaustivamente falado por Wagner Moura em Tropa de Elite, foi empregado pela torcida do Flamengo no Maracanã pressionando a saída do técnico. À sua aparição num camarote da Marquês de Sapucaí durante um desfile de escola de samba o ator Selton Mello ouviu do público os gritos de “ Ambrosia! Ambrosia!”, apelido dado à cocaína por seu personagem no filme Meu Nome Não É Johnny. São mais de 1.600 citações classificadas por temas como, política, amor, casamento, poder, beleza e etc.

    Desfilarão por aqui portanto memoráveis falas de Oscarito , Grande Otelo, Mazzaropi, malandros eternizados por Jece Valadão, Hugo Carvana e Leandro Firmino, tão diferentes quanto fascinantes, musas que se foram cedo, caso de Anecy Rocha, Leila Diniz e Adriana Prieto e outras que estão aí, como, Fernanda Torres, Dira Paes e Andréa Beltrão, citações de José Lewgoy, Paulo Autran, Jofre Soares, Othon Bastos, José Dumont, Paulo José, e das grandes Zezé Macedo, Marília Pera, Sonia Braga, Fernanda Montenegro, Helena Ignez. E mais centenas de outros astros e estrelas estão presentes nessa antologia que vai dos clássicos da Cinédia e da chanchada, passando pelo Cinema Novo e Marginal aos filmes da retomada, filmes que utilizam novas mídias, como Vida de Balconista, primeiro longa-metragem a ser lançado para celular, chegando ao Novíssimo Cinema Brasileiro, ou pode-se dizer Cinema Independente, com trabalhos de Marina Meliande, Felipe Bragança, os irmãos Pretti, Juliana Rojas, Cavi Borges e Ardiley Queirós. E, claro, não se pode esquecer, a excelência dos grandes roteiristas brasileiros. Entre muitos outros, figuram Alinor Azevedo (Aviso ao Navegantes), Marçal Aquino (Cão Sem Dono, Cheiro do Ralo), Bráulio Mantovani (Cidade de Deus, Tropa de Elite 1 e 2), Adriana Falcão (Auto da Compadecida), Marcos Berstein (Central do Brasil, Zuzu Angel), Fernando Bonassi (Carandiru, Cazuza), Luis Bolognesi (Bicho de Sete Cabeças), Paulo Gil Soares (Deus e o Diabo na Terra do Sol, Ganga Zumba), Jose Cajado Filho (O Homem do Sputnik, Pintando o Sete), Melanie Dimantas (Não Quero Falar Sobre Isso Agora, Carlota Joaquina, Outro Lado da Rua), George Moura (O Nome da Morte), Hilton Lacerda (Amarelo Manga, Baixio das Bestas), Alcione Araújo (Policarpo Quaresma, Patriamada). 

OPINIÕES

Muitos pesquisadores, escritores e profissionais têm um trabalho fundamental na preservação da memória cinematográfica. Os livros de Mariza Gualano atuam diretamente no sentido de resgatar e prolongar as NOSSAS memórias em relação ao cinema. Suas seleções de frases oferecem algo que o Google sozinho não consegue: uma curadoria feita por quem conhece e vive o cinema. Nada mais justo, portanto, que termos um volume inteiro dedicado ao cinema nacional. Agrupadas por temas, as frases muitas vezes permitem que se perceba como os filmes acompanharam as mudanças da sociedade ao longo das décadas. Muitas frases se destacam graças ao trabalho dos atores que as interpretam, mas é importante ressaltar também o papel dos roteiristas. O novo livro de Mariza é, antes de qualquer coisa, um convite para revisitarmos filmes que, de uma maneira ou de outra, fizeram a história do nosso cinema.

Marcelo Janot – Crítico e professor

 

"O cinema brasileiro é o melhor do mundo!" Frase tirada de algum filme ou realizador (não me lembro onde) mas que sempre uso nas minhas palestras e debates que participo. Conhecer o nosso cinema é essencial para conhecer quem somos. Conhecer nosso país! E neste livro temos a chance de ler e lembrar através de frases e diálogos desses filmes maravilhosos que realizamos por aqui e ficamos com vontade de ver e rever nossa cinematografia! Leia o livro! Depois...veja os filmes! 

Cavi Borges – Produtor e diretor de cinema

 

Pérolas Brasileiras merece parabéns! O livro é um grande barato! Leiam!

André Saddy - Diretor Geral do Canal Brasil

 

Sempre fui colecionadora de frases. Ainda tenho um cadernão que comecei no início adolescência, para onde transportava tudo que achava bonito e revelador. Era minha forma de fazer diário. Mais tarde, passei a marcar tudo que lia de amarelo, comecei a comprar todo livro de citações que encontrava, de frases de cinema, a fazer arquivos no computador - o cadernão ficou pra lá mas a paixão pelas grandes frases continuou.
É nesse clima de puro amor que se deu meu encontro com este livro da Mariza. Um trabalho de pesquisa realmente bem feito. E quantas risadas, eu dei!
O exercício de tentar pinçar algumas falas é praticamente impossível, muito melhor vocês correrem pra ler, mas vou me deter só num capítulo, cheio de pérolas, que me fez perceber o quanto o cinema brasileiro já foi inclinado a usar metalinguagem pra rir de si mesmo: - Escuta, dá pé esse negócio (cinema) no Brasil? - Sou Bruno, mas não sou Barreto. Vai se vivendo. (Fulaninha, de Davi Neves); - Esses caras do Cinema Novo são uns chatos. Dão uma porrada de entrevista para explicar o filme. Aí a gente vai ver, não tem porra nenhuma a ver com o que eles disseram. (Leila Diniz fala isso no filme de Luiz Carlos Lacerda, nosso Bigode). E, bem, a gente também sempre gostou de brincar com os outros: - Seu Padre, eu acho que ela tá com o demônio. Eu já vi isso num filme.”O Eletricista&r dquo;. (Mazzaropi, no filme Jeca contra o capeta). Eu ganhei mais um livro de citações pra minha coleção, mas o importante é que nós todos ganhamos um trabalho que faz uma bela homenagem ao talento dos roteiristas brasileiros.

Adriana Scorzelli Rattes - Diretora Executiva do Grupo Estação – Circuito Estação Net de Cinema

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