DO CÉU À TERRA.
DO CÉU À TERRA.
O VATICANO E A MÁFIA.
ESCREVI EM 09 DE JANEIRO DE 2012:
DIRIJO-ME A MEUS AMIGOS E IRMÃOS ESPIRITUAIS CATÓLICOS, E AOS LAICOS SIMPATIZANTES DE CARDEAIS, BISPOS E DO PRÓPRIO SANTO PADRE.
FREQUENTEMENTE EM CONGRESSOS E ENCONTROS ME OUVISTES GRITAR EM ALTA VOZ QUE O VATICANO FOI CONDICIONADO E EM PARTE VENCIDO PELAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS, COSA NOSTRA IN PRIMIS. SOB A LUZ DESTA INVESTIGAÇÃO PUBLICADA HOJE PELO SITE DA REPÚBLICA, ASSINADA POR VIVIANO E TONACCI, ACREDITO PODER AFIRMAR QUE NÃO ME ENGANEI.
NA SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO PELO HOMICÍDIO DE ROBERTO CALVI ESTAVA IMPUTADO, ENTRE OUTROS, O BOSS DA COSA NOSTRA, PIPPO IMPREGNO, E POR QUANTO É UMA SENTENÇA SEM CULPADOS, HÁ BASTANTE MATERIAL PARA SE DEMONSTRAR MATEMATICAMENTE, GRAÇAS AO TRABALHO PRECISO DO PROMOTOR TESCAROLI, QUE ENORMES SOMAS DE DINHEIRO DE PROCEDÊNCIA CRIMINOSA TRANSITARAM ATRAVÉS DO IOR PARA SAÍREM LAVADAS.
SE LER TEXTUALMENTE NA SENTENÇA DE 07 DE MAIO DE 2010: “A COSA NOSTRA UTILIZAVA O BANCO AMBROSIANO E O IOR COMO INTERMEDIÁRIO PARA ENORMES OPERAÇÕES DE LAVAGEM. O FATO NOVO QUE EMERGIU É QUE ISSO OCORRIA PELO MENOS TAMBÉM PELAS MÃOS DE VETO CIANCIMINO, (EX-PREFEITO MAFIOSO DE PALERMO, FALECIDO EM 2002.) ALÉM DISSO, PELAS MÃOS DE GIUSEPPE IMPREGNO”. TAMBÉM O FILHO DE DOM VETO, MASSIMO CIANCIMINO, TESTEMUNHOU NO ÂMBITO DO MESMO PROCESSO COMO CIANCIMINO DESENVOLVE UM PAPEL CENTRAL NA REAPLICAÇÃO DE ENORMES QUANTIDADES DE DINHEIRO, POR CONTA DELA (COSA NOSTRA) COMO TAMBÉM PELA MAOS DOS CORLEONESES.
AGORA ME PERGUNTO: POR QUE O PAPA, BENTO XVI OU SEU VIGÁRIO DESIGNADO, NÃO SE DIGNA EM RESPONDER AOS PRECATÓRIOS AVANÇADOS PELOS REPRESENTANTES DA JUSTIÇA ITALIANA? QUAL É A POSIÇÃO DA SANTA IGREJA FRENTE A UMA SENTENÇA EMITIDA POR UMA CORTE DE JUSTIÇA ITALIANA? E QUAL É A REAÇÃO DOSMUITOS FIÉIS FRENTE A TAIS VERDADES TERRÍVEIS E AO MESMO TEMPO LAICAMENTE ANTICRISTICAS?
GRAÇAS A DEUS, E É O MOMENTO DE DIZÊ-LO, A IGREJA CATÓLICA NÃO É SOMENTE AQUELA ENVOLVIDA EM ASSUNTOS DE MÁFIA E LAVAGEM, MAS SIM TAMBÉM É A DOS SANTOS MISSIONÁRIOS DO EVANGELHO COMO DOM CIOTTI OU PADRE ZANOTELLI, MAS ISSO NÃO BASTA!
SOMOS NÓS COMO FIÉIS, OS PRIMEIROS QUE DEVEMOS PEDIR E DESEJAR UMA REFORMA, UMA LIMPEZA E UMA REAL E VERDADEIRA PURIFICAÇÃO DAS CÚPULAS MAIS ALTAS DA IGREJA SE QUISERMOS QUE SE APRESENTE LIMPA E TRANSPARENTE AOS OLHOS DO MUNDO. TAMBÉM PORQUE, AQUELE QUE ACREDITA, SABE QUE PODERÁ VOLTAR “COMO UM LADRÃO NA NOITE” UM TAL JESUS CRISTO E PEDIR PRESTAÇÃO DE CONTAS AOS “MERCADORES DO TEMPLO”
Giorgio Bongiovanni.
IOR, OS SILÊNCIOS DO VATICANO.
Entre o ano 2002 e 2008 a Promotoria de Roma enviou três precatórias à autoridade judicial pontifícia, indispensáveis para reconstruir o fluxo de dinheiro da máfia que teria transitado por algumas contas secretas do Banco IOR, o Instituto para as Obras de Religião. Uma investigação nascida de uma costela do processo sobre a morte de Roberto Calvi, o presidente do Banco Ambrosiano encontrado enforcado em Londres em junho de 1982. Mas aIgreja não responde.
TRÊS PRECATÓRIAS SOBRE A LAVAGEM, PORÉM A SANTA SEDE NÃO RESPONDE.
(Por Fabio Tonacci e Francesco Viviano)
Da investigação sobre a morte de Roberto Calvi nasce uma série de perguntas incômodas para o Vaticano sobre as relações do IOR com a máfia e o crime. As quais jamais tiveram respostas. Agora a nova Ministra de Justiça Paola Severino por sua vez terá que voltar a fazer. Desta vez, do outro lado do Tíber, teriam que responder: está em jogo o procedimento para entrar na lista dos “Estados virtuosos” e a solicitação do Papa de uma nova transparência.
Roma; - Três pedaços de papel incomodam à Santa Sede. E poderiam fazer estourar um grave incidente diplomático com o governo italiano. São as três precatórias (solicitações de colaboração) que a Promotoria de Roma enviou entre 2002 e 2008 à autoridade judicial vaticana, indispensáveis para reconstituir o fluxo de dinheiro da máfia que teria transitado, através de algumas contas secretas do IOR, o Instituto para as Obras de Religião, com o propósito de ser lavado. Uma investigação nascida de uma costela do processo sobre a morte do Roberto Calvi,o presidente do Banco Ambrosiano encontrado enforcado debaixo da ponte dos “Monges Negros” em Londres (Blackfriars) em Junho de 1982.
Ao Vaticano solicitaram os documentos bancários e atos confidenciais que se remontam diretamente ao passado mais turvo do “banco de Deus”, o dos escândalos de Sindona e Calvi, da quebra do Banco Ambrosiano, dos milhares de milhões de duvidosa procedência ocultos da fazenda e enviados ao exterior sob a direção de Monsenhor Paul Marcinkus, presidente do IOR de 1971 a 1989, falecido em 2006. Mas apesar dos avanços realizados pela Santa Sede quanto à transparência financeira, as precatórias, quer dizer, as solicitações de colaboração judicial para iniciar atos processuais fora do território nacionalde competência (neste caso entre a Itália e o Estado Vaticano) ricocheteiam de um despacho a outro entre as paredes do Estado da Igreja, sem resposta.
Um silêncio que dura há dez anos e que impulsionou o magistrado romanoLuza Tescaroli, titular da investigação sobre o Calvi, a escrever o passado 16de dezembro à nova Ministra de Justiça Paola Severino para que atue oficialmente com referência ao governo da Igreja e que “peça respostas sobre a tramitação das precatórias”. Um “problema diplomático” para o governo italiano que se encontra apertado entre duas necessidades: manter as boas relações estabelecidas com o Vaticano, mas também mandar sinais concretos de oposição à lavagem e à evasão fiscal.
Que a Cosa Nostra tenha oculto uma parte de seus capitais no IOR e no banco Ambrosiano é uma realidade judicial comprovada pela Corte de Apelações de Roma, na sentença de 07 de maio de 2010 de absolvição com fórmula plena para Giuseppe “Pippo” Calò, Ernesto Diotallevi e Flavio Carboni, acusados do assassinato de Calvi. A Corte escreve nessa ocasião: “Cosa Nostra utilizava o Banco Ambrosianoe o IOR como intermediário para grandes operações de lavagem de dinheiro. O fato novo que emergiu, é que estes movimentos eram realizados pelo menos também pelas mãos de Veto Ciancimino (ex-prefeito mafioso de Palermo, falecido em 2002.) além das de Giuseppe Caló. O próprio Massimo Ciancimino filho de Veto,falou várias vezes de operações bancárias suspeitas e relações do pai com altos prelados do IOR. Eis aqui, portanto, porque as três precatórias “jamais tramitadas” assumem um ulterior e novo interesse de investigação.
Com o primeiro, com data 28 de novembro de 2002, a Promotoria pedia aoVaticano que “se verificassem os fluxos financeiros produzidos no período1976-1982”. Entre o IOR e uma série debancos italianos e estrangeiros como o Banco da Sicilia, o Sicilcassa di Palermo, o Banco Ambrosiano (sedes italianas e estrangeiras), o Banco suíço de Gottardo e a rede de sociedades relacionadas com estes no Peru, Argentina, Bahamas, Nicarágua, Luxemburgo e Venezuela. Não só isso, pede-se que se verifique se “no registro de clientes do IOR há nomes de pessoas implicadas nas investigações”; que sejam indicadas “quais eram as sociedades atribuíveis ao IOR no período 1975-1982”; “quais estavam envolvidas na rastreabilidade de ações do Banco Ambrosiano”, e quais eram “as operações atribuíveis à sociedade Inecclesia (uma financeira venezuelana.)”. Em prática a Santa Sede teria que aceitar abrir uma gaveta mantida selada por trinta anos. E desvendar a teia de aranha de atividades e financiamentos do Instituto para as Obras de Religião,ocultas durante anos atrás do status do “sujeito autônomo em um estado extracomunitário” opaco ante o fisco e fora das normativas internacionais em matéria bancária.
Na segunda precatória, de 23 de janeiro de 2004, o magistrado italiano solicitava que se revisasse os “telex relacionados com operações efetuadas por Calvi no exterior aproveitando as estruturas materiais da Cidade do Vaticano”. No último (telex), o mais recente, com data de 20 de novembro de 2008, aponta a verificar quando e como as duas cartas escritas a máquina por Calvi poucos dias antes de morrer e dirigidas ao Papa João Paulo II e ao Cardeal Pietro Palazzini, nesse então Prefeito da Santa Congregação para as causas dos Santos, foram recebidas pelos destinatários. Cartas contraditórias e que alguns consideram que não são autênticas, nas quais Calvi, assustado e desesperado sentindo-se “encurralado”, conta detalhadamente algumas operações financeiras “incômodas” realizadas sob a cobertura de altos prelados.
Até o dia de hoje as perguntas da Promotoria romana não tiveram respostas. Uma falta de colaboração que poderia congelar o procedimento empreendido pelo Vaticano para entrar na “white list” dos estados “financeiramente virtuosos”, iniciada em 2009 com a assinatura da convenção monetária com a União Europeia e que em meados de 2012 terá uma passagem decisiva com a apresentação ante o Conselho da Europa do relatório final de um grupo de peritos sobre como o Estado da Igreja se adequou ao sistema antilavagem vigente na União.
De fato com este objetivo em 30 dezembro de 2010 o Papa Bento XVI promulgou a lei Nº 127, que entrou em vigor em abril deste ano, que afeta àlavagem de dinheiro sujo e o financiamento do terrorismo. No artigo 41 se lêque a recém-nascida Autoridade de Informação Financeira Pontifícia “intercambia informações em matéria de operações suspeitas e colabora com as autoridades dos Estados estrangeiros que perseguem as mesmas finalidades de prevenção e de contraste contra a lavagem”. Por agora, ao que parece, não são mais que palavras.
05 de Janeiro de 2012.
OS MISTÉRIOS DO BANCO DE DEUS
(De Sindona a Roberto Calvi)
Lavagem. Real ou presumida. Como é, o ponto débil do Instituto para as Obras de Religião. Em maio de 2010 a Promotoria de Roma abre uma investigação sobre as relações suspeitas entre o IOR e dez bancos italianos, entre os quais figuraram colossos Unicredit e Intesa San Paolo, além de realidades mais modestas como o Banco de Fucino. O Instituto vaticano está sendo acusado de utilizar de formaacumulativa, sem proporcionar os dados para identificar quais sujeitos faziam circular o dinheiro por dito Instituto, uma conta corrente aberta na sucursal 204 do Ex-banco de Roma (hoje Unicredit) na Via della Conciliación, no amparo das paredes Leoninas. Violando assim a normativa antilavagem.
http://inchieste.repubblica.it/it/repubblica/rep-it/2012/01/08/news/ior_scheda
http://inchieste.repubblica.it/it/repubblica/rep-it/2012/01/08/news/ior_scheda27778425/?inchiesta=%2Fit%2Frepubblica%2Frep-it%2F2012%2F01%2F05%2Fnews%2Fior_i_silenzi_del_vaticano-27639454%2F
Nessa conta durante dois anos circularam 180 milhões de euros. A suspeita da magistratura é que sujeitos com residência fiscal na Itália tenham usado ou continuam usando o IOR como uma “tela” para esconder o dinheiro da evasão fiscal ou os lucros das fraudes. Mas tudo se deteve porque os promotores italianos não têm competência para investigar sobre o IOR, a não ser que contem com uma precatória internacional, por causa de sua natureza formalmente estrangeira. Em 20 de setembro de 2010 novamente a Promotoria da capital, por indicação do Banco da Itália, dispõe o sequestro preventivo (que logo não foi realizado) de 23 milhões de euros depositados em uma conta da filial romana do Credito Artigiano SPA em nome do IOR.
A suspeita, é que inclusive neste caso se esteja violando a normativa antilavagem. Na mira dos promotores há duas operações de transferência de 20 milhões de euros ao JP Morgan do Francoforte e de outros três milhões ao Banco de Fucino. Investigou-se o presidente do IOR, Ettore Gotti Tedeschi e o diretor geral Paolo Cipriani. “A Santa Sede - sublinha o Vaticano - encontra-sesurpreendida diante da iniciativa da Promotoria de Roma, os dados informativos necessários já estão disponíveis no escritório competente do Banco da Itália. Quanto às importâncias citadas se trata de operações de remessa bancária para tesouraria nas instituições creditícias não italianas cujo destinatário é o proprio IOR”.
QUANDO O BANQUEIRO DE DEUS SE CONVERTEU EM “HOMEM MORTO”.
Em 1947 começa sua carreira no Banco Ambrosiano Veneto, a instituição creditícia relacionada com o IOR. Abre-se passagem graças aos contatos com a loja maçônica P2 de Licio Gelli. A história de Roberto Calvi é uma história de bancos e grupos que se finda tragicamente em 17 de junho de 1982 em Londres quando foi encontrado enforcado debaixo da ponte dos “Monges Negros”. Uma primeira investigação arquiva sua morte como “suicídio”. Em 1992 o caso se reabre. Em 1997 chega a primeira ordem de medida cautelar. No ano seguinte uma perícia estabelece a falta de fundamentos da hipótese de suicídio. Em 2005 se inicia o processo. Segundo o Promotor Luca Tescaroli seriam três os motivos fundamentais do delito: o banqueiro administrou mal o dinheiro da Cosa Nostra; se temia revelações sobre o sistema de lavagem de dinheiro orquestrado pelo Banco Ambrosiano; matando Calvi se acreditava que, poderia pressionar ainda mais seus “sócios”. Em 2007 a Corte de Apelações de Roma, absolveu todos os acusados. Em 2010 a sentença é confirmada na apelação. Mas em razões se ler: “Roberto Calvi foi assassinado, não se matou.”
CALVI: “PAGUEI SUBORNOS PARA A IGREJA.
NÃO POSSO SILENCIAR FATOS TÃO IMPORTANTES”.
Em 20 de novembro de 2008, o magistrado Lucas Tescaroli com uma precatória (=solicitação de colaboração) pede que se verifique como e quando as duas cartas escritas por Calvi poucos dias antes de morrer chegaram a seus destinatários. As missivas escritas pelo banqueiro estavam dirigidas ao Papa João Pablo II e ao Cardeal Pietro Palazzini, esse então, Prefeito da Santa Congregação para as causas dos Santos. O conteúdo é contraditório. Segundo alguns não é autêntico: Calvi assustado e desesperado, sentindo-se “encurralado” conta detalhadamente algumas operações financeiras “incômodas” realizadas sob a cobertura de altos prelados.
ESSAS PRECATÓRIAS “ESQUECIDAS”.
PARA ENTENDER O AMBROSIANO E O IOR.
Foram três as solicitações de colaboração judicial que a Promotoria de Roma enviou ao Vaticano sem obter resposta. São indispensáveis para reconstituição do fluxo de dinheiro que a máfia teria movimentado, com o propósito de ser lavado, por algumas contas secretas do IOR, o Instituto para as Obras de Religião. A primeira é de 2002, a segunda de 2004 e a terceira de 2008. O Magistrado romano Luca Tescaroli, titular da investigação sobre o homicídio de Roberto Calvi, no passado 16 de dezembro pediu à nova Ministra da Justiça Paola Severino que atue oficialmente em relação ao governo da Igreja.
CRIMES NO VATICANO (PRIMEIRA E SEGUNDA PARTE)
- Crimes no Vaticano (1ª Parte) (Em espanhol)
- Crimes no Vaticano (2ª Parte) (Em espanhol)