A expressão "nem-nem" surgiu para caracterizar jovens que não estão nem estudando nem trabalhando, espelhando uma circunstância em que o indivíduo está isolado tanto do mercado laboral quanto do contexto educacional. Este conceito ganhou relevância principalmente no Brasil a partir da década de 2000, quando pesquisadores e instituições de pesquisa começaram a notar o aumento dessa população que estava fora do sistema de educação formal e sem trabalho.
O conceito foi empregado para enfatizar uma questão social em ascensão, particularmente entre os jovens, ligada à escassez de oportunidades educacionais, disparidades econômicas e obstáculos na entrada no mercado laboral. A frase "nem-nem" ganhou popularidade na mídia e na fala pública, estando ligada ao fenômeno da exclusão social e à fragilidade das condições de vida de muitos jovens.
Apesar de ter sido amplamente debatido no Brasil, o termo também é aplicado em outros países, sofrendo variações e adaptações de acordo com o contexto social e econômico local.
A situação da geração "nem-nem" (jovens que não estudam nem trabalham) no Brasil é alarmante e reflete desafios estruturais de educação, mercado de trabalho e inclusão social. Atualmente, o país tem uma das maiores proporções de jovens nessa condição entre os países da OCDE, agravada pelos efeitos da pandemia de COVID-19. Muitos jovens dessa geração enfrentaram interrupções em sua formação educacional e profissional, acumulando dificuldades para retornar ao mercado de trabalho, o que cria "cicatrizes" que impactam negativamente suas trajetórias futuras.
Dados de 2024
No Brasil, existem 4,6 milhões de jovens que não frequentam a escola, não trabalham e não estão à procura de trabalho. O cálculo leva em conta a população entre 14 e 24 anos. Significou uma queda de 0,95% em comparação com o mesmo trimestre de 2023 (4,8 milhões).