Processo de construção

Grace (2015) afirma que na construção de uma HMS é fundamental a escolha correta de palavras para a narrativa, assim como a seleção adequada de todos os estímulos sensoriais a utilizar na história. Na seleção destes estímulos, a mesma autora refere dois aspetos a ter em atenção:

• a experiência que determinado estímulo proporcionará ao ouvinte;

• a forma como este estímulo se relaciona com a HMS que se quer contar.

Este equilíbrio, entre a qualidade da narrativa e a dos estímulos sensoriais, é deveras importante. Ten Brug et al. (2013) mencionam a importância desta relação entre o estímulo de cada página e o conteúdo do texto, pois ambos devem ser facilitadores da compreensão do conteúdo, assim como possibilitar que o ouvinte se envolva ativamente no conto da HMS.

Tendo por base esta informação, e sabendo da relevância desta relação, tentámos escrever a narrativa da nossa HMS respeitando as características preconizadas por Nunes et al. (2020).

Assim, e indo ao encontro do que Mendes (2022) refere, tentámos que o conteúdo da nossa HMS fosse “compreensível, pedagógico e agradável para o ouvinte” (p. 22). A criação desta história não foi pensada para uma criança em específico porque consideramos que o seu conteúdo, assim como toda a experiência sensorial proporcionada ao longo da mesma, poderá ser de grande interesse para vários ouvintes.

Uma vez que estamos na época estival e a ida à praia poderá ser uma atividade comum, consideramos que será oportuno introduzir este tema às crianças, familiarizando-as com esta atividade.

Na seleção dos diferentes objetos, cada um destes foi pensado ao pormenor, na forma como teria impacto na criança com MD, tendo sempre em atenção que “é necessário estar atento às nossas próprias experiências do dia-a-dia” (Grace, 2015, citada por Mendes, 2022, p. 23).

Quando escolhemos utilizar, por exemplo, o protetor de uma marca em específico, foi porque este é bastante conhecido e mediatizado e poderá ser mais facilmente associado à praia. O logotipo da marca, a sensação de espalhar o creme e sentir a sua fragrância poderá desencadear esta associação e facilitar o envolvimento da criança nesta atividade.

Acima de tudo, para nós, é fundamental que, através desta história e com a repetição da mesma, a criança com MD consiga antecipar os acontecimentos da história. Poderá então participar no conto e assim perceber que pode ter um maior controlo sobre o que se passa à sua volta (Oliveira, 2019).

De uma forma muito simples, apresentamos os passos para a construção da nossa história, adaptando as etapas a percorrer para a construção de uma HMS de Proença (2010):