Tema atual (Biênio 2024-2025)

Vislumbrando uma contribuição conjunta mais específica ao desenvolvimento da proposta teórico-metodológica da Semiótica Discursiva, a atual gestão resolveu seguir o exemplo de gestões anteriores escolhendo como tema para os trabalhos de pesquisa no biênio 2024-2025 – com a concordância dos membros do GT – uma noção-chave: fidúcia. A problemática da fidúcia é central para várias das linhas de interesse da pesquisa semiótica, funcionando como uma espécie de pedra angular para todas elas. Talvez por isso mesmo seja difícil encontrar uma discussão teórica mais circunscrita e detalhada sobre o tema, de modo que a proposição é justamente a de sistematizar os estudos sobre tal conceito, mostrando e ampliando a sua produtividade operatória, bem como seu valor explicativo para a investigação das condições de produção do sentido de textos verbais, não-verbais e/ou sincréticos. Além disso, atualmente, no âmbito da Semiótica Discursiva, diversas pesquisas tratam de questões diretamente relacionadas à temática, discutindo, por exemplo, o problema da veridicção (fake news, desinformação, etc), da manipulação discursiva (inteligível e sensível), da construção de simulacros, das paixões de modo geral, etc. Interessa, pois, tanto incentivar o avanço de questões teóricas sobre a noção quanto desenvolver proposições metodológicas que mostrem o seu rendimento por meio de análises práticas bem fundamentadas.

Para estimular a discussão e a pesquisa sobre a noção de fidúcia, propõem-se, então, os seguintes eixos de discussão:

● condições de emergência e circulação da fidúcia;

● crença, confiança e simulacro: os componentes da fidúcia;

● a gradação da fidúcia e os diferentes tipos de interação fiduciária;

● a dimensão sensível e passional da interação fiduciária;

● entre confiança e desconfiança: a dimensão inteligível da fidúcia;

● dimensão fiduciária e gêneros do discurso;

● fidúcia e manipulação;

● valores fiduciários e valores veridictórios nas relações intersubjetivas;

● o percurso intersubjetivo da confiança;

● o coeficiente fiduciário dos simulacros: hierarquia, embates e convergências;

● a dimensão fiduciária em textos não-verbais;

● fidúcia, redes sociais e inteligência artificial.

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