Produção de Coelhos Biológicos
Produção de Coelhos Biológicos
Parâmetros Analíticos (médias observadas) - entre 2017 e 2021
Consumo médio diário de Alimento Concentrado e Sementes
Reprodutores fêmeas: 60g/dia
Reprodutores machos: 70g/dia
Láparos do nascimento ao desmame (45 dias): 0g/dia
Láparos do desmame ao abate (45 dias) – engorda em jaulas separadas dos reprodutores: 68g/dia
Consumo de feno e pastagem e sobras de fruta e hortícolas (valores estimados com base nas amostragens da massa verde existente nas zonas de pastagem e nas quantidades de feno e de sobras de fruta e hortícolas fornecidas)
Reprodutores fêmeas: 80g/dia
Reprodutores machos: 86g/dia
Láparos do nascimento ao desmame (45 dias): 6g/dia
Láparos do desmame ao abate (45 dias) – engorda em jaulas separadas dos reprodutores: 70g/dia
Consumo de água
ad libitum
Taxa de fertilidade
Nº fêmeas paridas/total de fêmeas reprodutivas: 75,2%
Taxa de prolificidade
Nº de láparos nascidos/ninhada: 8,1
Nº de láparos nascidos vivos/ninhada: 7,8
Nº de láparos desmamados/ninhada: 6
Nº de láparos para abate (90 dias)/ninhada: 5,4
Nº de partos/ano
Nº de partos/reprodutora/ano: 1,84
Peso vivo dos láparos
Láparos ao nascimento: 55g/láparo
Láparos ao desmame (45 dias): 950g/láparo
Láparos aos 70 dias: 1.800g/láparo
Láparos ao abate (90 dias): 2.300g/láparo
Registo de doenças (morbilidade)
A exposição a temperaturas extremas, predadores e a agentes patogénicos (vírus e parasitas) representou alguma dificuldade na produção de coelho biológico em pastagem.
Taxa de mortalidade dos láparos
Mortos ao nascimento: 3,6%
Mortos do nascimento ao desmame (45dias): 23,4%
Mortos na engorda (45 dias): 11,2%
Taxa de mortalidade dos reprodutores
Reprodutores (doença e causas desconhecidas): 18,6%
Reprodutores (ataque de predadores): 35%
CONCLUSÕES SOBRE O PROJETO E PERSPETIVAS FUTURAS
Aquando do início deste projeto existia um vazio na legislação sobre a produção de coelhos em Modo de Produção Biológico. Não era possível produzir coelhos Biológicos dado que não existia nem a divulgação do conhecimento técnico nem a produção estava regulamentada.
Foi nesse estado que surgiu a oportunidade de experimentar a prática de produção de coelhos de acordo com as regras da Agricultura Biológica, sendo necessário cumprir as regras básicas da Produção Biológica e, com base em experiências já realizadas em Itália, Espanha e França, testar a aplicabilidade em Portugal,
O objetivo geral foi o de criar um produto novo em Portugal: coelho biológico de produção nacional. Para isso experimentámos este novo modo de produção, observámos as dificuldades e fizemos as necessárias alterações em função das especificidades existentes em Portugal.
O nosso objetivo no pós-projeto foi conseguido. Na realidade a produção de coelhos biológicos está instalada em, pelo menos, 3 explorações: uma em Coimbra, no parceiro INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA, e outras duas em Ourém, nos parceiros QUINTA DO MONTALTO II AGROINDÚSTRIA, LDA e QUINTA DO MONTALTO, LDA.
Para além da produção foi acrescentada uma mais-valia a de, em simultâneo controlar as infestantes em hortas/pomares e vinhas.
As jaulas inicialmente previstas foram adaptadas de modo a evitarem que os animais escapem pelo solo. Também se revelou necessário melhorar as condições de bem-estar animal e contribuir para melhores resultados quer através da melhoria das condições de alojamento quer de uma abordagem alimentar alternativa para reduzir a carga parasitária.
Este modo de produção adapta-se muito bem a pequenas hortas e vinhas, pois permite produzir coelhos para autoconsumo, mas também para venda em vivo, o que pode constituir um complemento alimentar e financeiro. Para grandes extensões não será tão indicado por exigir bastante mão-de obra, contudo os custos de exploração são baixos quando comparados com a produção convencional. Aqui é de notar o facto de ser possível a produção de coelhos sem a administração de concentrado, apenas com as sobras de hortícolas e fruta.
Verificámos ainda que o confinamento misto dos animais (semi-ar livre e alojamento individual) terá contribuído para a baixa mortalidade verificada e gericamente para a obtenção dos melhores rácios entre todas as Unidades Experimentais.
DESVIOS:
Conteúdos técnicos para elaboração de folhetos de divulgação e para divulgação pelos meios digitais disponíveis em todos os parceiros e também através da plataforma da RRN para a divulgação de todas a fases deste projeto. Devido à pandemia (Covid-19) a informação foi reconvertida para formato digital online.
Realização e Participação em feiras e em 5 seminários "Produção de coelhos biológicos". Não foi possível realizar os seminários de forma presencial, contudo os conteúdos e o formato desses seminários foram convertidos de forma que, cumprindo os constrangimentos impostos devido à pandemia (Covid-19), pudessem ser apresentados numa plataforma digital.
Realização e Participação em ações de divulgação/consolidação técnica em várias regiões do País em colaboração com as Câmaras municipais e associações locais. Não foi possível realizar algumas ações devido à Covid-19 e foram reformulados e convertidos conteúdos para sessões à distância.
Realização de visitas técnicas em Portugal, Espanha e França. Devido à pandemia fomos obrigados a não realizar as visitas. Tentámos colmatar essa falha com pesquisas na internet e consulta de publicações sobre a temática.
Apoio e dinamização da Comercialização. Não foi possível recuperar a parceria cuja empresa foi vendida ao grupo “Continente” e também não se conseguiu a sua substituição formal. A Agrobio desempenhou aqui um papel importante e encontrou uma entidade transformadora (MAGOMAR) que mostrou disponibilidade para desenvolver a comercialização deste produto.