Analise de Texto

 AS MÍDIAS NA EDUCAÇÃO



A televisão alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que as crianças e os jovens – e a maioria dos adultos – levam para a sala de aula. Como a TV faz isso de forma mais despretensiosa e sedutora, fica muito mais difícil para o educador se opor a uma visão mais crítica.

Como educadores e espectadores, sentimos o peso de visões contraditórias do mundo e de narrativas (formas de contar) tão diferentes das da mídia e das escolas. Você já percebeu que na busca desesperada por um público imediato e fiel, a mídia desenvolve estratégias e fórmulas de sedução cada vez mais aperfeiçoadas? indefinido.

As crianças e os jovens habituaram-se a expressar-se de forma versátil, recorrendo a dramatizações, jogos, paráfrases, imagens concretas, em movimento. A escola desvaloriza a imagem e essas linguagens como negativas para o conhecimento, isto é, os processos educacionais convencionais e formais como a escola não podem voltar as costas para os meios, para e Ignora a televisão, o vídeo; exige somente o desenvolvimento da escrita e do raciocínio lógico. É fundamental que a criança aprenda a equilibrar o concreto e o abstrato, além disso, a passar da espacialidade e continuidade visual para o raciocínio sequencial da lógica falada e escrita. Não se trata de opor os meios de comunicação às técnicas convencionais de educação, mas de integrá-los, de aproximá-los para que a educação seja um processo completo, rico e estimulante.

A informação e a forma de ver o mundo predominantes no Brasil provêm fundamentalmente da televisão. Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que crianças e jovens – e grande parte dos adultos -- levam para sala de aula. 

Em que níveis pode ser pensada a relação Comunicação, Meios de Comunicação e

Escola? Entendemos que esta pode ser pensada em três níveis:

1. organizacional

2. de conteúdo

3. comunicacional

No nível organizacional: uma escola mais participativa, menos centralizadora, menos autoritária, mais adaptada a cada indivíduo. Para isso, é importante comparar o nível do discurso - do que se diz ou se escreve - com a práxis - com as efetivas expressões de participação. No nível de conteúdo: uma escola que fale mais da vida, dos problemas que afligem os jovens. Tem que preparar para o futuro, estando sintonizada com o presente. É importante buscar nos meios de comunicação abordagens do quotidiano e incorporá-las criteriosamente nas aulas.

No nível comunicacional: conhecer e incorporar todas as linguagens e técnicas utilizadas pelo homem contemporâneo. Valorizar as linguagens audiovisuais, junto com as convencionais.

Tem-se enfatizado a questão do conhecimento como essencial para uma boa educação. É básico ajudar o educando a desenvolver sua inteligência, a conhecer melhor o mundo que o rodeia. Por outro lado, fala-se da educação como desenvolvimento de habilidades:«Aprender a aprender», saber comparar, sintetizar, descrever, se expressar.

Desenvolver a inteligência, as habilidades e principalmente, as atitudes. Ajudar o educando a adotar atitudes positivas, para si mesmo e para os outros. Aqui reside o ponto crucial da educação: ajudar o educando a encontrar um eixo fundamental para a sua vida, a partir do qual possa interpretar o mundo , desenvolva habilidades específicas e tenha atitudes coerentes para a sua realização pessoal e social.

A relação com os meios eletrônicos é prazerosa – ninguém obriga – ela se faz através da sedução, da emoção, da exploração sensorial, da narrativa. Mesmo durante os anos escolares, a mídia mostra o mundo de uma forma diferente - mais fácil, mais agradável, mais compacta - sem necessidade de esforço.

A educação escolar precisa compreender e incorporar melhor as novas linguagens, desvendar seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e possíveis manipulações. A mídia continua educando em contraponto à educação convencional, educa enquanto nos divertimos. As autoridades públicas podem proporcionar a todos os estudantes o acesso às tecnologias de comunicação como paliativo.

As crianças precisam desenvolver de forma mais consciente o conhecimento e a prática da imagem sonora estática e em movimento. e torná-lo parte da aprendizagem central e não marginal. Não perca a dimensão lúdica da televisão e dos computadores. A escola parece um desmancha-prazeres. Tudo o que as crianças amam, a escola odeia, questiona ou muda.