Milton Hobus é um dos principais líderes políticos do Alto Vale, tendo exercido o cargo de deputado estadual em dois mandatos. No entanto, aparentemente, ele está afastado da política atualmente. Nesta série, estamos mostrando que os políticos tradicionais de centro-direita estão entre aqueles afetados pela onda Bolsonaro. Muitos eleitores optam por votar com base em questões nacionais, o que inclui o apelo do bolsonarismo, em detrimento de políticos locais. Isso é em parte devido à legislação que permite o voto em deputados de outras regiões (o distrito eleitoral é o estado todo) e ao clima de polarização política e até emocional, que para muitos 'queimou' a política como um todo*. Esses efeitos foram destacados nas três primeiras partes desta série e em um texto deste site datado de 2021, no qual analisamos o mesmo fenômeno que estamos analisando aqui, porém na cidade de Rio do Sul.
Veja a lista de links mencionados :
*Segundo FUKS et al. (2021), o voto em Bolsonaro esteve associado ao antipartidarismo e afetou de algum modo outros partidos tradicionais, não somente o Partidos dos Trabalhadores (PT), seu principal rival no pleito presidencial. Fonte: FUKS, Mario; RIBEIRO, Ednaldo; BORBA, Julian. From Antipetismo to Generalized Antipartisanship: The Impact of Rejection of Political Parties on the 2018 Vote for Bolsonaro. Bras. Political Sci. Rev., São Paulo , v. 15, n. 1, e0005, 2021 . Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198138212021000100202 &lng=en&nrm=iso. Acesso em 22 mar. 2020. Epub Dec 02, 2020.
Sugiro também a leitura de :
Queda do Miltismo no Alto Vale continuou em 2022. Em que se analisam as mesmas 27 cidades só que com dados das eleições de 2022.
Rio do Sul é a maior cidade de uma região composta por 28 municípios. Esta cidade foi a que mais votou em Hobus, tanto em números absolutos quanto em porcentagem de votos válidos. No entanto, os outros 27 municípios também foram significativamente relevantes para a vitória do político em duas ocasiões: em 2014 e 2018.
Em 2022, o 'miltismo' (termo livremente atribuído ao movimento político-eleitoral liderado entre 2004 e 2022 por Hobus) falhou. O candidato da coalizão Gerri da Consoli não obteve sucesso, conseguindo apenas a suplência. Houve uma grande queda entre 2014 e 2018, ocasiões em que Milton Hobus concorreu. Indo de uma vitória em 2014 como o quarto mais votado no estado para o cargo de deputado estadual para em 2018 obter "apenas" o vigésimo-primeiro lugar. Foi nesse contexto (2014-2018) que tudo começou. Neste texto, analisaremos onde essa queda ocorreu e quais características contribuíram mais para a redução na votação.
Dada a diferença populacional entre as 27 cidades utilizadas, optei por trabalhar com 27 unidades de análise, usando a porcentagem de votos válidos obtidos por Hobus em cada cidade para permitir comparações. No entanto, antes de prosseguir, é necessário verificar se a queda na votação de Hobus foi tão significativa nas 27 cidades quanto em Rio do Sul. Isso será demonstrado no gráfico abaixo.
A análise da diferença na votação de Milton Hobus entre 2018 e 2014 em 27 cidades da região revela uma tendência esperada. Das 27 cidades analisadas, verificou-se que em 20 houve uma queda na votação em 2018 em comparação com 2014, enquanto em 7 cidades houve um aumento na votação. Isso indica que, em sua maioria, as cidades experimentaram uma diminuição no apoio político a Hobus durante esse período, o que pode refletir mudanças nas preferências dos eleitores ou em seu engajamento político.
Ao examinar as medidas de tendência central dos dados, observamos que a mediana da diferença na votação é de -7,34%, enquanto a média é de -7,16%. Esses valores indicam que a maioria das cidades teve uma queda na votação de Hobus entre os dois anos, com algumas variações locais. A mediana, ligeiramente mais baixa que a média, sugere a presença de algumas cidades com quedas significativamente grandes na votação.
O gráfico de barras, com as cidades no eixo y e a queda na votação no eixo x, fornece uma visualização clara dessas variações na votação de Hobus em cada cidade. As barras positivas indicam um aumento na votação, enquanto as barras negativas indicam uma diminuição. Essa análise nos permite entender melhor as dinâmicas políticas locais e as mudanças no apoio a Hobus ao longo do tempo.
A fim de identificar as possíveis causas da redução na votação de Hobus entre 2018 e 2014, foi realizada uma análise de cluster. Esta análise utilizou várias variáveis para descrever o perfil das cidades onde Hobus teve uma queda maior e onde teve uma queda menor em sua votação.
As variáveis utilizadas foram:
Voto em Bolsonaro no segundo turno em 2018
Tamanho populacional da cidade
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade
Quantidade de votos recebidos por Hobus em 2014
Percentagem da população com formação superior
Percentagem da população rural
Esses dados foram coletados do censo demográfico e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A análise de cluster agrupou as cidades com base nessas variáveis, permitindo identificar padrões e correlações entre elas. Análises mais técnicas, incluindo detalhes sobre os métodos utilizados na análise de cluster e interpretações mais aprofundadas dos resultados, serão disponibilizadas em um apêndice metodológico ao fim deste texto.
Foram dois cluster gerados :
Esse gráfico mostra que dois clusters entre as 27 cidades é o que melhor explica a diferença entre o voto de Hobus em 2018 e em 2014.
A tabela abaixo apresenta os atributos e os municípios pertencentes a cada cluster:
Já esse gráfico mostra as características de cada cluster
É nas cidades com mais área rural em que Hobus se destacou, ou seja onde menos sofreu a influência do contexto eleitoral de 2018.
As diferenças são comprovadas quando vemos a tabela abaixo com os valores da diferença por clusters:
Note como as médias são completamente diferentes. No cluster 1, que possui mais áreas rurais e menos voto em Bolsonaro no segundo turno em 2018, a média é de aumento de 0,24. Já no cluster 2, a média é de -13,08.
Ou seja, a análise realizada indica que Hobus 2018 foi significativamente prejudicado nos locais pertencentes ao Cluster 2. Isso é evidenciado pela média negativa da diferença nas votações de Hobus entre 2014 e 2018
Ao explorar variáveis importantes entre os clusters, observamos padrões que podem ajudar a explicar essa diferença. Por exemplo, no Cluster 2, onde Hobus 2018 foi prejudicado, pode haver características socioeconômicas e políticas que influenciaram esse resultado. O aumento nas votações de Bolsonaro em 2018 e a menor proporção de áreas rurais nesse cluster podem ser fatores associados a essa diminuição nas votações de Hobus.
Milton Hobus, como candidato a deputado estadual em 2018, pode ter enfrentado desafios significativos em decorrência da onda Bolsonaro que influenciou as cidades da região, especialmente aquelas pertencentes ao Cluster 2. A ascensão de Jair Bolsonaro e seu partido trouxe consigo uma dinâmica política e eleitoral que impactou diversos candidatos e partidos em nível nacional e regional.
No contexto específico do Alto Vale do Itajaí, onde as cidades do Cluster 2 estão localizadas, é importante considerar o desempenho de Bolsonaro nas eleições de 2018 ( e testar nossa tese de "pedra no sapato"). Um possível teste para entender como essa onda Bolsonaro afetou Milton Hobus e outros candidatos na região seria comparar os resultados de Bolsonaro2018 nessas cidades, especialmente aquelas do Cluster 2, com os resultados obtidos por Milton Hobus em sua campanha.
Se Bolsonaro obteve uma votação expressiva nessas cidades, isso poderia indicar uma preferência dos eleitores locais pelo espectro político representado por Bolsonaro e seu partido. Ao analisar esses dados e realizar esse teste comparativo, seria possível elaborar um argumento mais embasado sobre como a onda Bolsonaro pode ter afetado Milton Hobus e outros candidatos na região do Alto Vale do Itajaí em 2018. Essa análise ajudaria a compreender melhor os padrões de voto e as dinâmicas políticas locais durante esse período eleitoral. É disso que se ocupa a figura abaixo.
Nas cidades do Cluster 2, Bolsonaro foi muito mais votado. Ou seja, onde foi mais impactado pelo fenômeno bolsonarista, Hobus sofreu perda de votos para políticos ligados à pauta nacional. É razoável supor, portanto, que no Alto Vale, especialmente nas cidades menos rurais da região, Hobus tenha sofrido mais impacto da chamada "Nova Política" que, à época, renegava os partidos políticos como parte da "velha política". Não há aqui quaisquer conotações ideológicas nesta análise. É fato, portanto, que essas bandeiras e discursos eram notórios.
Em áreas com maior contingente rural, os efeitos da queda de apoio ao Hobus foram menos acentuados ou até mesmo não foram tão perceptíveis. Isso pode ser atribuído a uma série de fatores, como uma base eleitoral mais estável em áreas rurais, menor exposição a certos eventos políticos ou mesmo diferenças nas preferências e preocupações dos eleitores nessas áreas.
Ou seja, a dinâmica política em áreas rurais pode ser mais estável ou menos suscetível a mudanças bruscas devido a fatores como tradições locais, relações pessoais mais próximas entre políticos e eleitores e uma agenda política muitas vezes centrada em questões específicas da comunidade rural. Isso contrasta com áreas urbanas ou menos rurais, onde há uma diversidade de opiniões e uma dinâmica política potencialmente mais volátil.
Durante a análise dos dados das eleições de 2018, identificamos a existência de dois clusters distintos nas cidades da região estudada. Ao investigar mais a fundo, observamos uma diferença significativa na votação de Jair Bolsonaro no segundo turno entre esses dois grupos de municípios. O Cluster 2, composto por determinadas cidades da região, apresentou uma votação relativamente maior em Jair Bolsonaro em comparação com o Cluster 1. Essa diferença nas votações sugere uma variação de preferências políticas entre os clusters, refletindo a diversidade de opiniões e tendências políticas dentro da região analisada.
É importante ressaltar que essa análise busca compreender padrões e tendências sem emitir juízos de valor ou interpretações políticas. Os dados simplesmente refletem as diferenças nas votações observadas nos clusters identificados, fornecendo insights sobre a dinâmica política na região durante as eleições de 2018. Como já notamos (vide textos indicados na introdução), esse fenômeno fez com que políticos tradicionais de centro-direita tivessem que se preocupar com "adversários" inesperados. A esquerda fragilizada e combalida não é mais a "ameaça" (ao menos não em um cenário de fragilidade da esquerda como no Alto Vale).
Como as pautas nacionais virão à tona no pleito que se avizinha em 2024? Propus em um texto recente uma análise sobre o cenário diversificado em uma região bolsonarista com cidades sem segundo turno. Se não leu, segue o link: [LINK].
À medida que nos aproximamos das eleições de 2024, a política regional continuará a evoluir e a apresentar novos capítulos. Os insights obtidos a partir das eleições passadas fornecem uma base sólida para entendermos as dinâmicas políticas em nossa região. À medida que observamos o cenário diversificado em uma região bolsonarista, com cidades sem segundo turno e novos desafios políticos emergindo, é fundamental continuar analisando e compreendendo as nuances e tendências que moldam o panorama político.
As pautas nacionais certamente estarão em destaque nas discussões políticas à medida que nos aproximamos do pleito. A análise de padrões, preferências e comportamentos eleitorais nos clusters identificados é uma ferramenta valiosa para compreendermos as mudanças e os desafios que enfrentaremos nas próximas eleições. Portanto, vamos continuar atentos às transformações políticas em nossa região e nos preparar para os novos capítulos que estão por vir.
Agradeço ao leitor, por vir até aqui. Para mais conteúdos navegue nesse site. Como leitura recomendada sugiro novamente: Queda do Miltismo no Alto Vale continuou em 2022. Em que se analisam as mesmas 27 cidades só que com dados das eleições de 2022.
Espaço dedicado para testes adicionais e para aqueles que querem dados mais profundos e robustos. Requer alguma noção básica de testes estatísticos.
Aqui se vê a relação entre a área rural e a diferença (2018-2014). Quanto mais rural, maior a diferença a favor de 2018. Em casos de pouca área rural, os valores são negativos. Por volta de 66% de área rural, os modelos preveem que Hobus, em 2018, tenha uma votação maior do que em 2014.
Os dados que fizeram parte da análise
Correlações entre as variáveis da análise.
Médias das 6 variáveis usadas na análise por Cluster (Vermelho Cluster 1; Verde Cluster 2)
Acima as distribuições de Hobus 2014 e Hobus 2018 pelos clusters.
Observe como em 2014 (gráfico de cima), Hobus ia até "melhor" entre as cidades do Cluster 2. Em 2018, ocorre o oposto (mais abaixo lista de cidade).
A seguir as demais variáveis:
O Cluster 2 votou muito mais em Bolsonaro! Na área rural é oposto. As cidades do cluster 2 tinham mais prefeituras do MDB (que nem deu tão forte no cluster), tinha muito mais graduados, população e desenvolvimento (idh).
Apenas para ilustrar quais cidades compõe cada cluster
Aqui uma lista detalhada de como cada uma das 27 cidades votou e suas oscilações no período.
Abaixo uma análise de Cluster com menos variáveis (sem as eleitorais do Alto Vale)
Também dois clusters
Se Vê como Bolsonaro foi mais votado em locais com mais graduados, + desenvolvido, com mais população e com menor área rural. Bem os atributos do Cluster 2 da análise do Miltismo. Por fim uma regressão linear para voto em Bolsonaro, tendo essas 4 variáveis como explicativas.
Voto Em Bolsonaro = Educação + Desenvolvimento Municipal + Tamanho da cidade + % área rural
Quem já leu mais textos nesse site, sabe como interpretar a tabela. A esse respeito acesse o conteúdo: LINK
Somente o desenvolvimento municipal (idh_mun) permanece significativo quando controlado pelas outras variáveis. No entanto, os sinais estão todos conforme o esperado. A adição de mais cidades com certeza faria com que todos se tornassem significativos (presença do ***). O que é relevante aqui são os sinais (rural negativo e os demais positivos, ou seja, conforme o esperado).
Agora vejamos os gráficos de valores preditos de Bolsonaro para as 4 variáveis
Todos no sentido esperado.
Também fizemos modelos para diferença, Hobus 2014 e Hobus 2018. Rural foi a única mudança entre 14 e 18 (de sinal) e isso pode estar por trás da "queda" nas 27 cidades. Pode-se supor que não conseguiu conter a "onda Bolsonaro" nas cidades menos rurais.
Agora um pouco de código:
Milton27$cresceu <- Milton27$dif_votos_hobus>0
table(Milton27$cresceu)
R é uma linguagem de programação usada principalmente para analisar dados. Pense nele como uma ferramenta que ajuda cientistas de dados e estatísticos a entenderem melhor os números.
O código acima foi escrito em R e faz uma análise de dados de votação.
Antes de mais nada
dif_votos_hobus: refere-se à votação de Hobus em 2018 menos a votação de Hobus em 2014.
O Código Explicado
A primeira parte do código cria uma nova coluna chamada "cresceu" na tabela chamada "Milton27" (é nossa base de dados). Esta nova coluna é preenchida com "TRUE" (verdadeiro) ou "FALSE" (falso) dependendo se o valor na coluna "dif_votos_hobus" é maior que 0. Em outras palavras, essa coluna indica se a votação de Hobus em 2018 foi maior do que em 2014.
A segunda parte do código conta quantas vezes aparece "TRUE" e "FALSE" na nova coluna "cresceu". Isso mostra quantos valores são maiores que 0 (TRUE) e quantos não são (FALSE).
O código cria uma nova coluna para ver se os números de outra coluna são maiores que zero e depois conta quantas vezes isso acontece. É uma maneira de entender rapidamente se a maioria dos números é positiva ou não.
O resultado da table:
FALSE TRUE
20 7
Em sete cidades houve aumento da votação de Hobus, enquanto em 20 cidades não houve aumento. Antes de continuar é necessário mais explicações:
O que é Logit?
O modelo de regressão logística (ou logit) é uma técnica estatística utilizada para modelar a relação entre uma variável dependente binária (ou dicotômica) e uma ou mais variáveis independentes. A variável dependente é geralmente codificada como 0 ou 1, representando dois resultados possíveis, como sucesso/falha, presença/ausência, ou, neste caso, crescimento/não crescimento. A regressão logística estima a probabilidade de ocorrência do evento de interesse (por exemplo, crescimento) em função das variáveis independentes.
O que é Odds Ratio?
O Odds Ratio (OR) é uma medida de associação utilizada em modelos de regressão logística. Ele representa a razão das odds (chances) de um evento ocorrer em um grupo em comparação com as odds de ocorrer em outro grupo. Especificamente, no contexto de um modelo logit, o OR para um dado preditor quantifica a mudança nas odds do evento de interesse (crescimento de Hobus, por exemplo) associada a uma unidade de aumento na variável preditora, mantendo as outras variáveis constantes.
Como interpretar os Odds Ratios?
Os valores dos Odds Ratios podem ser interpretados da seguinte forma:
Odds Ratio > 1: Indica que, conforme a variável preditora aumenta, as odds do evento de interesse (crescimento) aumentam. Em outras palavras, a variável preditora tem um efeito positivo sobre a probabilidade do evento ocorrer.
Odds Ratio < 1: Indica que, conforme a variável preditora aumenta, as odds do evento de interesse (crescimento) diminuem. Isso significa que a variável preditora tem um efeito negativo sobre a probabilidade do evento ocorrer.
Odds Ratio = 1: Indica que a variável preditora não tem efeito sobre as odds do evento de interesse; ou seja, a probabilidade do evento ocorrer permanece a mesma independentemente do valor da variável preditora.
Exemplo de Interpretação com Coeficiente Real
Vamos considerar um dos coeficientes reais obtidos de um modelo de regressão logística:
Para a variável superior_comp (educação superior completa), o Odds Ratio para essa variável é aproximadamente 0.72. Esse valor de Odds Ratio nos informa que, para cada aumento unitário na variável superior_comp, as odds de crescimento diminuem em cerca de 28.2%, mantendo todas as outras variáveis constantes.
Em outras palavras, se a proporção de pessoas com educação superior completa aumenta em uma unidade (por exemplo, de 20% para 21%), a chance de crescimento de Hobus diminui, pois o Odds Ratio é menor que 1. Esse resultado sugere que a educação superior completa tem um efeito negativo sobre a probabilidade de crescimento de Hobus nas cidades analisadas.
Este tipo de análise é útil para identificar quais fatores influenciam positivamente ou negativamente o crescimento, ajudando a direcionar políticas e ações específicas para incentivar ou mitigar determinados efeitos.
Explicado o funcionamento vamos apresentar resultados de logits para Milton27$cresceu
Todos seguem o pressuposto esperado (educação indicativo negativo [menor que 1], população indicativo negativo [menor que 1], e rural indicativo positivo). Em modelos isolados rural seguiu com efeito positivo e se tornou significativo. Vera o R2 de Tjur (que é quanto o modelo tem de eficiência, vai de 0 a 1). Nesse caso adicionar população e educação pouco elevam (0.675) a qualidade do modelo que já é bem alto só com 'rural_' (0.6333).
Também foi rodado um modelo com Hobus14. O valor de Odds menor que 1 indica que cidades em Hobus foi bem votado em 2014 tem menor chance de crescimento. As imagens a seguir colocam de forma gráfica essas odds. (Azul indica efeito positivo e vermelho negativo)
A linha tracejada é sem efeito. O linha é o intervalo de confiança da predição. Veja que população é pouco significativo.
Observando os efeitos juntos, nota-se que as variáveis mais relevantes são essas.
Voto em Bolsonaro também reduz a chance de o voto em Hobus ter crescido na cidade.
Bolsonaro perde efeito significativo (mas permanece com indicativo negativo). Ruralidade segue relevante;
Esse é o gráfico de valores preditos de a cidade ter crescido (1 é 100 % e 0 é 0%). Em verde vemos que em um hipotético município com cerca de 15% de área rural (em verde) a chance de de Hobus ter crescido está no intervalo entre 0 e 7 % de chance prevista. Em um dado município com supostos 80% de área rural (em rosa na imagem), a chance de Hobus ter tido mais votos em 18 do que em 14, está no intervalo entre 62,5% e 100% de chance prevista. Uma difernça notável.
Para você que me acompanhou até aqui meu muito obrigado! Espero que tenha gostado! Para mais conteúdo da região: LINK