Família da viúva Ermínia junto com seus filhos, e seu cunhado Vitório (irmão de Antonio) que era chamado de bisavô.
A história do ramo da família de Antonio Berton e Ermínia Alberton tem início, no Rio Grande do Sul, por volta de 1887, quando aqui chegaram.
Apesar da farta documentação existente sobre muitas famílias de imigrantes, inclusive de membros da família Berton, existe uma lacuna quanto à família deste casal que é tronco da árvore genealógica alvo deste trabalho de pesquisa.
Para começar, não localizou-se o registro de desembarque no Brasil deste casal. Via de regra, os caminhos eram por Rio de Janeiro ou São Paulo. Supõe-se que tenham entrado no país através do Rio de Janeiro, cujos registros de desembarque não são de fácil acesso, tendo em vista que na relação de desembarque no porto de Santos, em São Paulo, não constem seus nomes.
A seguir, o nome de Antonio Berton não aparece como concessionário de terras na Linha Barão do Triunfo, em Alfredo Chaves (atual Veranópolis), como sabe-se ter acontecido. Acredita-se, assim, que antes de ir residir em Alfredo Chaves, tenha ele permanecido por algum tempo em Bento Gonrçalves, já que seu segundo filho, nascido em plena fiagem para o Brasil, Aurélio Berton, tem seu registro de nascimento naquele município. Antonio Berton faleceu em (incluir dia e mês) 1894 e nos registros de chegada e de terra, só aparece o nome de sua esposa, Ermínia e filhos.
Embora sem documentos comprovatórios, pode-se fazer um breve resumo das vidas de seus membros:
Nascimento: 23/05/1859
Casamento: 29/11/1882
Falecimento: 01/07/1894
Nasceu por volta de 1859, na Itália, segundo depoimentos, em Béssica. Era filho de Nicola Berton e Pásqua Sbrissa, que não vieram para o Brasil. Veio ao país já casado com Ermínia Alberton. Teve quatro filhos: Aurélio (Orélio - que nasceu no mar, durante a viagem), Augusta, Eugênio (Gênio) e Alberto (Berto).
Faleceu em 1894, com apenas 35 anos de idade, degolado por um bando de revolucionários federalistas.
A esposa Ermínia, desde a morte de seu marido passou a sofrer de ataques epiléticos. Mesmo assim, prosseguiu no comando da família, que muito bem soube conduzir, até vir a falecer, com cerca de 80 anos de idade (buscar data correta). Tudo o que Antonio trouxe da Itália foi uma fotografia sua, guardada como relíquia pelos familiares, já que seus filhos pouco tempo o tiveram junto e seus netos sequer o conheceram.
Veja a transcrição de alguns dados coletados:
Certidão de Óbito - Religiosa: "Aos 1º de junho de 1894 faleceu Antonio Berton, filho legítimo de Nicola e Pasqua Sbrissa, casado com Ermínia Alberton, com 35 anos de idade, sendo degolado pelos federalistas, sepultado no cemitério da 1 Seção, 1 Série (...) nº. 102. Fiz o presente que assino. Pe. Mateus Pasquali." (IN: Livro 1 de Óbitos - Folha 22 - número 28, Paróquia de São Luiz - Veranópolis.
Registro de Lote: Viúva Ermínia Berton e filhos, 1/2 do lote número 59, em agosto de 1887, com área de 151.250m², custo do lote de 93.775 réis e adicional de 20% de multa no valor de 18.755. Total do débito, 112.530. O pagamento foi feito em 26/09/1986, sendo restituída a multa. (IN: Códice SA 200, de Registro de Lotes e Título Definitivos da ex-colônia de Alfredo Chaves - I Seção, Série Oeste e Leste - 1891/1903, folha 3, número 61. Do acervo do Arquivo Histórico do RS.
Registro da outra metade do mesmo lote: Mathilde Fávero, 1/2 do lote número 59, em agosto de 1887, com área de 151.250m², custo do lote de 93.775 réis. O pagamento foi feito em 08/05/1986. Recebeu o título definitivo em 07/01/1897. (IN: Códice SA 200, de Registro de Lotes e Título Definitivos da ex-colônia de Alfredo Chaves - I Seção, Série Oeste e Leste - 1891/1903, folha 3, número 62. Do acervo do Arquivo Histórico do RS. Mathilde era proprietária da outra metade do lote da viúva Ermínia Berton e filhos.
Nascimento: 31/05/1860
Casamento: 29/11/1892
Falecimento:
Após a morte do marido, continuou assumindo os trabalhos domésticos, e também das plantações e criações. Somente um braço muito forte poderia suportar tantas responsabilidades sozinha. enquanto os filhos crescessem. Educou seus filhos no temor a Deus, sendo muito fervorosa.
Ensinava também aos seus netos as orações de cada dia. Estes netos lembram de suas palavras, dizendo que seu avô faleceu mártir, sofrendo por três dias, nas garras daqueles bandidos, e sendo inocente.
Ela assistiu a degola de seu companheiro e foi rezar junto de seu corpo, assim que pode se aproximar. Gostava também de contar aos seus netos de como era a Itália: no inverno eles tinham que fechar-se dentro do estábulo dos animais de seus patrões, para não morrer de frio, pois a neve cobria tudo; as mulheres faziam fios com estopa de linho, e com ele faziam os tecidos; os homens cantavam e gargalhavam.
Apesar de todos os problemas enfrentados, era uma mulher muito alegre. Se relacionava bem com os familiaries e vizinhos. Tinha o costume de cantar hinos religiosos aprendidos na Itália enquanto trabalhava. Seu filho Eugênio, casado com Judite, foi quem residiu na casa paterna por toda a vida, junto da mãe Ermínia. Ela faleceu com oitenta anos de idade (buscar data).
Nascimento:
Falecimento: 25/04/1905.
Irmão de Antônio Berton.
Estabeleceu-se também em Alfredo Chaves, no lote nº 45 da Linha Barão do Triunfo, que não pode pagar e acabou sendo destinado a outras pessoas. A partir de então, residiu junto da família de seu falecido irmão Antonio, até falecer, solteiro em 1905 com 42 anos de idade, conforme consta em sua certidão de óbito. Pode-se dizer que foi o responsável (indireto) pela morte de seu irmão Antonio.
Veja alguns registros seus:
Certidão de Óbito: Vitori Berton, filho de Nicola Berton e Pásqua Sbrissa. Falecido em 25 de março de 1905, no domicílio, de morte natural, nacido em Treviso - Itália. Foi declarante Luigi Berton (IN: Certidão de Tabelionato de Veranópolis).
Registro de Lote: Vittore Berton, lote nº 45, em agosto de 1887, com área de 302.500m², custo do lote de 187.550 réis. O pagamento foi concluído em 09/03/1887, quando o concessionário era Giovanni Turra (IN: Códice SA 200, de Registro de Lotes e Títulos Definitivos da ex-colônia de Alfredo Chaves - I Seção, Série Oeste e Leste - 1891/1903, folha 3, número 46 - Do acervo do Arquivo Histórico do RS).
Nascimento:
Casamento:
Falecimento:
Irmão de Antônio Berton.
Casado com a francesa Catarina, emigrou para o Brasil em 1891, indo se estabelecer junto dos demais irmãos em Alfredo Chaves. Apesar de depoimentos que dizem que Luiz não teve filhos, existem registros que mostram o contrário, mas não são contraditórios entre si.
Ambos coincidem com a informação oral de que ele era casado com Catarina, mas um deles acusa a existência de dois filhos (Giovanna de 07 anos e Fioravanti de 02 anos, na éopca da chegada ao Brasil, em 1891), e, o outro registro aponta para a existência de apenas um filho, Fioretto (de um mês de idade, naquele mesmo ano de 1891
Veja a transcrição desses registros:
Chegada ao RS: Luigi Berton, de 35 anos; esposa Catherina, de 33 anos. Além de Giovanna com 7 anos, Fioravanti com 2 anos. Nacionalidade Italiana. Chegada ao Brasil em 30/10/1891, procedentes do Rio de Janeiro. Saída em 02/11/1891 com destino a Alfredo Chaves. (IN: Arquivo Histórico do RS. Gênesis, etnias no RS: Registro dos imigrantes entrados no Estado do RS 1891-1892. Porto Alegre, EST, 1993 p.23. Dados extraídos do Códice C-197, número 321 a 324, folha 28).
Chegada ao RS: Luigi Berton, de 35 anos, italiano, casado com Catarina. Além de Fioretto de 1 mês. Agricultor. Chegada em 16/11/1891. (IN: Arquivo Histórico do RS. Alfredo Chaves e seus imigrantes. Porto Alegre, EST, 1995 p.75. Dados extraídos do Códice SA 071, número 10061 a 10063, folha 228).
A busca de uma possível explicação pode ser o fato de que estes filhos tenham vindo a falecer, após seu estabelecimento em Alfredo Chaves.
Família de Aurélio e Bianca, com os filhos
Nascimento:
Casamento:
Falecimento:
Nasceu durante a viagem pelo mar. Como o navio carregava a bandeira brasileira, pelo seu destino ao Brasil, ele foi registrado neste país, na antiga colônia Dona Isabel, hoje Bento Gonçalves. Ficou órfão de pai aos 9 anos de idade. Antes disso, já viajava junto dele, sendo o "madrinheiro" da tropa, que puxava as mulas pelo caminho certo. Depois da morte do pai, continuou a residir com sua mãe e irmãos. Sendo o filho homem mais velho da família, ele era quem dirigia o movimento da casa. Ao casar com Bianca Pigatto, continuou morando com a mãe por mais algum tempo, indo depois residir na localidade de Colomba, colônia de Guaporé. Ficaram ali por apenas um ano, venderam a propriedade e se dirigiram para Dois Lajeados, onde adquiriram um hotel, com casa de pasto. Ali permaneceram até o fim de suas vidas, criando seus 6 filhos.
Veja o registro de alguns documentos seus:
Processo de Habilitação para o casamento: Aurélio Berton e Bianca Pitaggo, em 05/02/1903. Ele solteiro agricultor com 22 anos, residente no primeiro distrito de Alfredo Chaves, natural de Bento Gonçalves, filho de Antinio e Ermínia Alberton Berton. Ela solteira, doméstica, com 17 anos, natural também de Bento Gonçalves, filha de Giacomo e Theresa Faresin Pigatto. (IN: Caixa número 1528, letra "B", processo de habilitação para o casamento de número 527 a 608, de 1905 a 1937, de Alfredo Chaves ou Veranópolis. Arquivo Público do Rio Grande do Sul).
Casamento Religioso: Aurélio Berton e Bianca Pigatto - Aos 15 de fevereiro de 1908, na Matriz, na presença do R. Padre Frei Cristophoro, por mim delegado e das testemunhas José Ferronato e Luiz Ferronato, observadas todas as formalidades de costume, receberam-se em matrimônio, na forma do S. Concílio Tridentino, Aurélio Berton e Bianca Pigatto. Ele com 22 anos de idade, natural desta diocese, filho legítimo do falecido Antonio e de Ermínia Alberton. Ela com 18 anos de idade, filha legítima de Giacomo e de Theresa Faresini, natural da Itália. Ambos não moradores desta paróquia. E para constar, etc. A. Chaves, 19 de fevereiro de 1908. P Luiz , Vigário. (IN: Livro 2 de Casamentos - folha 61 - número 4, Paróquia de São Luís, Veranópolis).
Seus seis filhos foram:
Antonia Marcilia Berton Goron, casada com Nino Lino Goron
Iracema Berton Palma, casada com Ernesto Palma
Nicola Italo Berton, casado com Iris Aiolfi
Antinio Bilson Berton, casado com Maria da Silva
Talvina Berton, casada com Ervin Ricardo Faeobrich
Antonia Tange Berton, casada com Armando Bertoglio
Família de Augusta e Inocente, junto com sua mãe, sogro e filhos
Nascimento:
Casamento:
Falecimento:
Nascida na Itália, acompanhou junto com seus pais a partida de sua pátria e a chegada ao "novo mundo" que era a América. Residiu na casa paterna até casar-se com Inocente Ferronato. A partir de então, passaram a residir em Anta Gorda.
Teve 10 filhos:
Zulmiro Ferronato, casado com Mistica Ferronato;
Luiza Ferronato Belotto, casada com Velino Belotto;
Antonio Ferronato, casado com Teodolinda Modin;
Izidoro Ferronato, casado com Carmelinda Pandolfo;
Irene Ferronato, casada com Plácido Ferronato;
Doiglio Ferronato, casado com Doli Menezes;
Leonara Ferronato Moefeh, casada com Aurélio Helio Moefeh;
Argemira Ferronato, solteira;
Herminia Ferronato, solteira;
Maria Ferronato, solteira.
Eugênio Berton e esposa Judite Ferronato, nas suas bodas de ouro
Nascimento: 29/07/1892
Casamento: 15/09/1915 (Habilitação), 27/10/1915 (Religioso)
Falecimento: XX/XX/1975
Nasceu em Veranópolis em 1892. Casou-se com 23 anos de idade, em 1915, também em Veranópolis. Faleceu alí mesmo, na Comunidade de São Roque, em Veranópolis, aos 83 anos de idade em 1975.
Enquanto solteiro, residindo na casa paterna, continuou as lidas do pais, tendo sido tropeiro. Ao casar, continuoua residir junto de sua mãe, o que fez por toda sua vida, e abandonou a tropa, passando a dedicar-se apenas à agricultura.
Criou nove filhos. Foi um homem justo, humilde, católico. Soube educar a família pelo caminho da justiça. Vivia sempre ao lado dos padres e das autoridades. Foi do partido PDS (ou PSD?) de "cruz na testa". Colaborava com todos, ajudava a Igreja. Foi sócio fundador da Cantina Cooperativa Agrícola Alfredo Chavense, a Cantina Noé. Foi membro do conselho fiscal da mesma cantina por 20 anos, junto ao presidente Ricardo Matiello. Foi presidente por vários anos da cantoria paroquial de Santa Terezinha, em Veranópolis.
Sua esposa, Judite Forronato, foi uma mãe de família exemplar, criando seus sete nove filhos com toda a delicadeza e amor, passando-lhes muitos ensinamentos cristãos, de humildade e respeito para com os pais e mais velhos. Foi quem cuidou da sobra, Ermínia e assistiu-a na hora de sua morte.
Veja a transcrição de alguns documentos:
Certidão de Nascimento: Eugênio Verginio Berton, filho de Antonio Berton e Ermínia Alberton, em 29 de julho de 1892. Sendo avós paternos, Nicola Berton e Pasqua Sbrissa, e , avós maternos, Eugênio Alberton e Maria Marcon. Foi declarante Antinio Berton. (IN: Certidão do Tabelionato de Veranópolis).
Processo de Habilitação para o Casamento: Eugênio Berton e Judutha Ferronato, em 15/09/1915. Ele, filho de Antonio Berton e Ermínia Berton, com 23 anos. Ela filha de Angelo e Luigia Zandoná Ferronato, com 20 anos. (IN: Caixa número 1532, letra "E", processos de Habilitação para o Casamento de número 8.611 a 8.954, de 1891 a 1924, de Alfredo Chaves ou Veranópolis. Arquivo Público do Rio Grande do Sul).
Casamento Religioso: Eugênio Berton e Judith Ferronato - Aos 27 de outubro de 1915, na presença do R. Padre Frei Rufino de Bellevance (?), por mim delegado, e das testemunhas Luiz Fávero e João Ferronato, observadas as leis da Igreja, receberam-se em matrimônio na forma do ritual, Eugênio Berton e Judith Ferronato. Ele com 23 anos de idade, filho legítimo do falecido Antonio Berton e de Ermínia Alberton. Ela com 20 anos, filha legítima de Angelo e da falecida Luiza Zandoná. Ambos são católicos, solteiros, sem impedimento canônico, naturais e moradores desta paróquia. E para constar, lavre este ato que assino. Pe. Frei Luiz de La Vernaz, Vigário. (IN: Livro 3 de Casamentos. Paróquia de São Luís, Veranópolis).
Seus nove filhos foram:
Antônio Marciano Berton (autor e motivador deste trabalho), casado com Ida Matiello
Teriano Luiz Berton, casado com Rosa Zardo
Vergínio Berton, casado com Erna Grespi
Leontino Berton, casado com Terezinha Fávero
Alcides Berton, casado com Nelí Incerti (1º Casamento) e Voni Ketnes (2º Casamento)
Italia Berton, casada com Emídio Zanette
Hermínia Berton, casada com Isidoro José Fávero
Germania Berton, casada com Rovilio Fávero
Otília Berton, casada com Domingos Fávero
sharing since 2010