Sala de aula invertida

A sala de aula invertida é um modelo no qual os alunos assistem em casa a aulas gravadas em vídeos, áudios e materiais interativos, e na escola aproveitam para tirar dúvidas e têm tempo para desenvolver projetos e trabalhar em equipa – rotina que é inversa à adotada pelas instituições convencionais.

Na “sala de aula invertida”, originariamente designada por “flipped classroom”, o professor não expõe a matéria por 45 ou 90 minutos. Em vez disso, antes de chegarem à sala de aula, os alunos já assistiram em casa a vídeos com a matéria, gravados pelo professor. Depois, já na escola, o tempo é aproveitado para outras tarefas que privilegiam a aprendizagem por projetos, a investigação e o debate de ideias. No artigo “E se a sala de aula desse uma cambalhota?”, a jornalista Marlene Carriço, do Observador, entrevista Jonathan Bergman, um dos pioneiros na aplicação deste método.

O método “sala de aula invertida” surge em 2007, no Colorado, Estados Unidos, pela mão de Jonathan Bergman, professor de Química quando juntamente com um colega procuravam uma forma de auxiliar os alunos impedidos de ir à escola por motivos de saúde. Bergman explica que a aprendizagem invertida é uma ideia bastante simples.


A adaptação ao método é fácil, garante Bergman, basta lembrar que as novas gerações dominam o “multimédia”, são os chamados “nativos digitais”. Mas atenção: as lições em vídeo devem ser curtas. “Recomendo aos professores que façam vídeo entre dois a 15 minutos, dependendo da idade dos alunos”, explica o autor do método. Num inquérito a 2.400 alunos, conduzido por Bergman para escrever o seu novo livro “Trabalhos para casa e aprendizagem invertida”, o professor constatou que a maioria dos docentes usava vídeos no máximo de 15 minutos.

Mas a grande questão é: “Será que os alunos aprendem mais e melhor com o novo modelo de aprendizagem?” Bergman responde: “Os resultados melhoraram, mas, mais do que os resultados nos testes, nós percebemos que eles começaram a perceber ciência. E estes resultados têm sido replicados milhares de vezes em todo o Mundo. Tenho visto a sala de aula invertida a funcionar em todo o tipo de disciplinas (matemática, ciências, inglês, literatura, línguas, história, educação física, arte, entre outras) e em todos os níveis de ensino (primário, básico, secundário e universitário).”

Entre 2013 e 2015, o método foi aplicado em Portugal em quatro turmas divididas pelo Colégio Monte Flor (Carnaxide), a Escola Secundária Quinta do Marquês (Oeiras), o Agrupamento de Escolas de Monte da Lua (Sintra) e o Agrupamento de Escolas do Freixo (Freixo).

Fonte: http://observador.pt/2016/09/13/e-se-a-sala-de-aula-desse-uma-cambalhota/