Duas estátuas, em cima dos seus túmulos, percebem o movimento crescente do cemitério e começam a refletir, depois de cem anos caladas, sobre o sentido e a fragilidade da vida. Ficção inspirada na pandemia de Covid-19, é uma visão perplexa e crítica de dois seres que apenas observam o resultado de toda a tragédia: a morte.
Rogers Silva [roteiro, direção e produção executiva]
Iara Helena Magalhães [direção de arte e assistente de direção]
Thaneressa Lima [montagem e making of]
Lucas Cecchino [direção de fotografia]
Cassio Ribeiro [direção de som]
Rubia Bernasci [direção de elenco]
Vitor Fernandes [Estátua-homem]
Anna Júlia EJ [Estátua-mulher]
Sinopse
“Estátuas sobre túmulos” é um curta-metragem de ficção, gênero drama, com aproximadamente 13 minutos de duração. Inspirado em um momento crucial para a humanidade, a pandemia de Covid-19, o filme não se propõe a mostrar imagens repetidamente mostradas durante a pandemia, mas tratá-la sob um ponto de vista original: em cima dos túmulos, uma do lado da outra, duas estátuas de cemitério veem e comentam, perplexas, o resultado de toda tragédia: a morte. O telespectador, assim, relembra e/ou imagina os eventos a partir do ponto de vista das estátuas que, através do diálogo que travam durante cinco dias seguidos, contam tudo em detalhe.
Após um século, as duas estátuas percebem o movimento crescente do cemitério e iniciam uma conversa. Antes, só de vez em quando ocorria um enterro; agora, no decorrer dos dias, se deparam com vários enterros, alguns dos quais à noite, sob a luz do luar e de lanternas. Estará o mundo em guerra? Mas onde o barulho das bombas? Estarão os mortos deformados? Por que caixões plastificados? São muitas as questões que elas, como estátuas que observam cada detalhe de tudo o que ocorre, tentam responder.
“Estátuas sobre túmulos”, um curta-metragem de ficção inspirado em um momento crucial para a humanidade, é uma visão crítica e crua sobre a vida humana e a humanidade. A arte, dentre outras funções, serve para que não esqueçamos daquilo que não pode ser esquecido: a naturalização da barbárie, a importância da vida. Um novo dia, nesse mundo, vale mesmo a pena?