O conceito de produtividade tem sido amplamente utilizado no mundo dos negócios e da economia para medir a eficiência com que os recursos são empregados para gerar resultados. Em termos simples, produtividade é a capacidade que uma organização tem, seja ela de qualquer tamanho e segmento, de atender suas demandas, consumindo o mínimo necessário dos recursos disponíveis. Esses recursos podem materiais, humanos, tecnológicos e patrimoniais. Quando uma organização consegue produzir mais com os mesmos recursos ou os reduz, sua produtividade aumenta.
Nas empresas, a produtividade está diretamente relacionada à competitividade. Quanto mais produtiva uma organização, maior sua capacidade de oferecer produtos e serviços a preços competitivos, com qualidade e dentro de prazos mais curtos. Isso não só atrai e fideliza clientes, como também contribui para a sustentabilidade financeira do negócio.
A produtividade pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo:
A logística empresarial refere-se ao processo de planejar, implementar e controlar o fluxo eficiente de materiais, bens e informações dentro e fora da empresa, desde a origem até o consumidor final. Esse processo abrange várias atividades, incluindo suprimentos, transporte, armazenagem, gestão de estoques, processamento de pedidos e distribuição, com o objetivo de garantir que os produtos certos estejam disponíveis nas quantidades necessárias, nos lugares certos, no tempo adequado, e com custos reduzidos, aumentando a lucratividade do negócio e a satisfação dos clientes.
A capacitação de colaboradores é um fator crucial para garantir a produtividade empresarial. Funcionários bem treinados possuem as habilidades e conhecimentos necessários para desempenhar suas funções de maneira mais eficiente, com menos erros e desperdícios, contribuindo diretamente para a otimização dos processos produtivos.
Melhoria nas Habilidades: Treinamentos e capacitações constantes permitem que os colaboradores aprimorem suas competências técnicas e comportamentais, resultando em maior eficiência e melhor qualidade de trabalho.
Redução de Erros: Com um entendimento mais profundo das suas funções, os colaboradores cometem menos erros, o que economiza tempo e reduz retrabalhos.
Adaptação às Novas Tecnologias: À medida que novas ferramentas e tecnologias são implementadas, a capacitação garante que a equipe consiga usá-las de forma eficaz, mantendo a produtividade em alta.
Motivação e Engajamento: Colaboradores que se sentem valorizados por meio de oportunidades de aprendizado tendem a ser mais motivados e engajados no trabalho, o que impacta positivamente sua performance.
Além disso, investir em capacitação reforça a cultura de melhoria contínua dentro da empresa, preparando os colaboradores para lidar com mudanças e inovações que possam surgir, mantendo a empresa competitiva e ágil no mercado.
A melhoria contínua se refere ao compromisso constante de aperfeiçoar todos os aspectos de uma operação. É uma abordagem central para a produtividade, pois foca em revisar e otimizar os processos e melhorar produtos de forma contínua. Ferramentas como DMAIC, PDCA, Kaizen e Lean Thinking são ferramentas fundamentais para a implantação da cultura da melhoria contínua. Esse processo envolve um ciclo contínuo de avaliação, análise de dados e implementação de melhorias, garantindo que a empresa não se acomode com os resultados atuais, mas sim, que continue avançando em eficiência e produtividade.
DMAIC: É uma metodologia estruturada, comumente usada em iniciativas de Six Sigma, que pode ser aplicada para resolver problemas específicos e otimizar processos através de melhorias baseadas em análises de dados concretos. A sigla DMAIC é proveniente das iniciais das suas etapas em inglês Define, Measure, Analyse, Improve, Control:
Define (Definir): Identificar claramente o problema ou a oportunidade de melhoria.
Measure (Medir): Coletar dados relevantes para entender o atual desempenho do processo.
Analyse (Analisar): Identificar as causas raízes dos problemas.
Improve (Melhorar): Desenvolver e implementar soluções que eliminem as causas raízes.
Control (Controlar): Garantir que as melhorias sejam sustentáveis ao longo do tempo.
PDCA: Também conhecido como Ciclo de Deming, é uma ferramenta de melhoria contínua que pode ser aplicada para otimizar os processos organizacionais de maneira simples e eficaz. A sigla PDCA é proveniente das iniciais de suas etapas Plan, Do, Check, Act:
Plan (Planejar): Planejar a mudança ou melhoria.
Do (Executar): Implementar a melhoria em pequena escala.
Check (Controlar): Avaliar os resultados e comparar com as expectativas.
Act (Agir): Se a melhoria for bem-sucedida, padronizá-la; se não, revisitar o plano.
Kaizen: Embora uma grande parte das pessoas, inclusive no mundo corporativo, diga que o kaizen é o próprio processo de melhoria contínua, ele é, na verdade, uma filosofia de origem japonesa que prega o autodesenvolvimento contínuo do indivíduo, ou seja, é uma filosofia focada na melhoria das pessoas, que são os principais agentes de mudança de qualquer organização. A confusão ocorre porque ao buscar o autodesenvolvimento constante, o indivíduo passa a sentir também a necessidade de melhorar tudo ao seu redor, promovendo pequenas melhorias pontuais que darão origem ao processo de melhoria contínua.
Lean Thinking (Pensamento Enxuto): O Lean Thinking é uma filosofia de gestão que visa identificar e eliminar possíveis desperdícios existentes nos processos de uma organização, garantindo o atendimento das suas demandas no menor tempo, com maior qualidade e menor custo possível. A filosofia Lean foi pensada inicialmente para melhorar os processos da indústria automobilística no Japão pós guerra, porém, com o passar dos anos foi-se percebendo que por se tratar de uma filosofia que promove a melhoria de processos, a filosofia Lean pode ser aplicada em qualquer setor ou tipo de organização. Na filosofia Lean a análise dos processos para a identificação da ocorrência de desperdícios nos processos está fundamentada em 5 princípios básicos:
Definição de valor na percepção do cliente: Um dos principais objetivos da filosofia Lean é agregar valor para o cliente, e, portanto, é fundamental entender o que esse cliente enxerga como valor de um produto ou serviço (preço, prazo de entrega, qualidade, condição de pagamento, etc...).
Mapeamento dos fluxos de valor: é a identificação das etapas da produção ou execução de um serviço que geram esse valor que o cliente deseja “enxergar”. Com o mapeamento do fluxo de valor é possível também os desperdícios ocorridos durante o processo que devem ser eliminados.
Criação de um fluxo operacional contínuo: Criar um fluxo operacional contínuo significa que os processos operacionais devem ser “redesenhados” de forma a eliminar os desperdícios, e devem ser adaptados ao espaço de trabalho para que a produção aconteça de maneira otimizada, mais eficiente e sem paradas.
Organização de um “fluxo puxado”: Ao contrário do que ocorria antigamente, onde as empresas eram obrigadas a produzir em grandes lotes, entregar tudo de uma vez e “lotar prateleiras” para conseguir diluir os custos por unidade (fluxo empurrado), o “fluxo puxado” é aquele que visa atender as demandas de mercado, disponibilizando ao mercado menores quantidades de produtos, porém com maior frequência, o que possibilita espaços menores para a armazenagem dos materiais, diminuição do capital imobilizado, menos consumo de material desnecessário, maior qualidade de produtos, maior agilidade nas entregas, custo produtivo reduzido, entre outros.
Busca pela perfeição: É a realização cíclica de análises e procedimentos que visam melhorar de forma contínua processos, produtos e serviços. Cada atividade pertencente a um processo pode e deve ser melhorada diversas vezes buscando a perfeição.
Quando falamos de eliminar desperdícios nos processos de uma organização através da filosofia Lean, estamos falando de eliminar todas as atividades que não são percebidas pelo cliente como parte do produto final ou do serviço executado, e no entanto, consomem recursos, tornando esses processos ineficientes, lentos e caros. Esses desperdícios estão classificados em 8 categorias:
Superprodução: É a produção em excesso ou fora do tempo ideal, acumulando produtos em excesso no estoque, necessitando de maior espaço de armazenagem e maior equipe para gestão e movimentação desses materiais, gerando custos extras, além de outros problemas, como por exemplo avarias nos produtos armazenados.
Espera: É quando a produção (ou parte dela) para por conta da espera de materiais, mão de obra, máquinas, burocracias, etc. Essa espera, além de fazer com que os recursos fiquem ociosos aumentando o tempo do processo, ainda pode acarretar em custos com horas extras.
Estoque: o setor de estoque é fundamental para as empresas de um modo geral, no sentido de minimizar atrasos e falta de materiais, além de ajudar a contornar flutuações de preços dos mesmos, porém, se esse estoque não for gerido de forma estratégica, pode acabar se tornando um grande problema para a organização, pois excesso de materiais em estoque significa capital imobilizado. Além disso, como já dito anteriormente, grandes quantidades de produtos em estoque exigem maior espaço e mais colaboradores gerenciá-los, o que acaba encarecendo a operação e, consequentemente, o preço do produto final.
Transporte: Aqui estamos falando de diversos tipos de transporte que podem ocorrer dentro de uma organização, tais como transporte de materiais, de funcionários, de informações, e obviamente, o transporte final para a entrega do produto ao cliente. Se qualquer uma dessas formas de transporte não for pensada e realizada estrategicamente, essa atividade pode ser uma fonte de desperdício.
Superprocessamento: ocorre quando são realizadas atividades não essenciais para a finalização da produção de determinado item ou para a execução de um serviço, consumindo desnecessariamente material, mão-de-obra, tempo, dinheiro, etc., encarecendo o processo.
Movimentação: Algumas movimentações realizadas dentro dos processos de uma organização são realmente necessárias para a execução das atividades, no entanto, o seu efeito nos resultados deve ser mínimo. Para que isso aconteça, processos e ambiente devem ser organizados e otimizados de forma a tornar mínimas tais movimentações, caso contrário, existe desperdício.
Defeitos: Acontece quando um produto ou serviço está fora dos padrões preestabelecidos, e, portanto, deverá ser retrabalhado para que se adeque às especificações, consumindo mais recursos do que deveria, gerando desperdício.
Desperdício Intelectual: Este é um desperdício que não está classfcicado na definição original da filosofia Lean É quando os conhecimentos e habilidades de um ou mais colaboradores não são aproveitados da maneira correta, como, por exemplo, utilizar um chefe de cozinha para servir as mesas ao invés de deixa-lo gerindo a cozinha e a confecção dos pratos que serão servidos. A tarefa de servir as mesas deve ser executada pelos garçons e não pelo chefe de cozinha.
O Lean Thinking busca melhorar continuamente todas as etapas dos processos produtivos, incluindo nessa busca todos os níveis hierárquicos. Dentre as vantagens obtidas com a implantação da filosofia Lean estão:
Economia de tempo: processos produtivos mais inteligentes (otimizados e adaptados ao ambiente de trabalho) levam menos tempo para serem finalizados;
Economia de dinheiro: processos produtivos mais inteligentes consomem menos recursos;
Aumento da produtividade e do faturamento: produtividade significa produzir mais, consumindo menos recurso, e como vimos acima os processos produtivos na filosofia Lean levam menos tempo para serem finalizados e consomem menos recursos. Isso significa que na filosofia Lean há ganho de produtividade
Maior satisfação dos colaboradores: processos produtivos mais inteligentes possibilitam aos colaboradores trabalharem menos para produzir o que produziam antes da otimização. Além disso, a filosofia Lean promove a capacitação constante dos colaboradores através da filosofia Kaizen.
Maior satisfação dos clientes: processos produtivos otimizados possibilitam aos colaboradores manterem o foco nas atividades que realmente agregam valor para o cliente.
Nos dias de hoje, a tecnologia é um fator indispensável para o aumento da produtividade nas empresas. Ferramentas como a inteligência artificial (IA) permitem automação avançada de processos, análise preditiva e otimização de fluxos de trabalho, resultando em ganhos significativos de eficiência. A IA pode melhorar a comunicação interna, fornecer insights baseados em dados e ajudar na tomada de decisões estratégicas mais rápidas e precisas.
Com o uso da tecnologia, as empresas conseguem reduzir custos operacionais, otimizar o desempenho da equipe e ampliar a competitividade no mercado. No entanto, para que esses benefícios sejam plenamente alcançados, é essencial que a implementação seja feita de maneira estratégica. Isso envolve avaliar as reais necessidades da empresa, capacitar a equipe para o uso das novas ferramentas e garantir a segurança dos dados. A inteligência artificial, em particular, requer um planejamento cuidadoso para evitar erros na automação e viés nos algoritmos.
Além disso, uma integração gradual entre os sistemas e a adaptação da cultura organizacional à nova realidade tecnológica são fundamentais para evitar impactos negativos no desempenho dos processos.
Com uma adoção consciente e planejada, a tecnologia e a inteligência artificial se tornam poderosas aliadas no crescimento e na competitividade do negócio.
Implementar todas essas metodologias de melhoria contínua e otimização logística pode ser um desafio para muitas empresas. Nesse ponto, a consultoria empresarial exerce um papel crucial. Um consultor especializado ajuda a diagnosticar gargalos, aplicar ferramentas de melhoria contínua e transformar a os processos e a cadeia de abastecimento de forma mais eficiente e lucrativa. Com uma visão externa e objetiva, a consultoria pode acelerar a implementação de mudanças estruturais e culturais, garantindo que a empresa maximize sua produtividade e resultados.
Consultores especializados também trazem experiência na integração de tecnologias emergentes, como o uso de software para gestão de estoques e frotas, promovendo uma logística mais conectada, ágil e produtiva.
Em resumo, a aplicação de melhoria contínua e ferramentas como Lean, Kaizen, DMAIC, PDCA e PDSA na gestão logística não só impulsiona a produtividade da empresa, como também proporciona uma operação mais enxuta, eficiente e capaz de se adaptar rapidamente às demandas de mercado. Contar com o auxílio de uma consultoria empresarial garante que esses conceitos sejam aplicados de maneira eficaz, maximizando os resultados e a competitividade da organização.