RAUL TATI
Professor de História e Antropologia Cultural no Instituto Superior de Ciências de Educação em Cabinda (ISCED-CABINDA). Lecciona igualmente no curso de Relações Internacionais no Instituto Superior Politécnico Lusíada de Cabinda. Tem doutoramentos em Teologia Moral (Roma, 1998) e em Ciência Política e Relações Internacionais (Lisboa, 2018). Algumas publicações científicas: Crise Africana e o Processo de Democratização em África – Pertinência e implicações ético-antropológicas (1999); Cabinda – Percurso histórico de uma Igreja entre Deus e César (2013); Cabinda – Órfã da Descolonização do Ultramar Português (2017); The Angolan Process of Peace and Democratization, in N. Ganesan (ed.), International Perspectives on Democratization and Peace, London: Emerald Publishing, 2020 (co-autoria).
BRANCA CLARA DAS NEVES
Branca Clara das Neves (1956) nasceu em Luena, no Moxico, uma província de Angola que faz fronteira com a República Democrática do Congo e a República da Zâmbia, teatro das cruentas batalhas da Frente Leste não só durante a guerra de libertação do colonialismo português (1961‑1975), como na guerra civil que lhe sucedeu. Viveu no Luena e em Luanda, onde iniciou também a sua vida profissional como professora primária na Escola da Missão de São Paulo em 1974‑75. Exilou-se em Portugal no início da guerra civil que assolou Angola. Formou-se no Magistério Primário, na Faculdade de Economia da Universidade Técnica de Lisboa e pós-graduou-se em Estudos Africanos na Universidade Lusíada de Lisboa. Exerceu o magistério no ensino primário, na alfabetização de adultos e na universidade. Foi auditora, consultora e liderou projetos e ações de formação em Lisboa, Luanda, Bissau, São Tomé, Maputo e cidade da Praia. Para além da participação em várias antologias, tem duas ficções publicadas: Luena, Luanda, Lisboa. Fala de Maria Benta (2014) 1 ª edição pelas Edições Colibri e 2ª edição (2024) pela Elivulu Editora, e Estamos Aqui – Twina Vava – Nous Voici (2020) pela editora Guerra e Paz. Angola, a terra amada de nascença física e linguística, é presente na escrita cerrada destas duas obras. Na primeira, a narrativa desdobra-se entre um passado colonial e um presente em Lisboa com curtas estadias em Luanda, onde os temas do exílio e da guerra, do racismo e dos dramas familiares da diáspora, da violência conjugal e dos desafios do quotidiano luandense são atravessados pela personagem feminina central e pelos jovens que ela congrega, num tempo que oscila entre a sua ancestralidade lwena e a década de 1980. A segunda é uma homenagem trilíngue à escultura Mintadi da arte antiga Kongo e à sua cosmogonia, através da visita que uma jovem angustiada faz a um museu, encontrando lá a atmosfera de relação e encantamento que a vai libertar e transportar a um novo estar. A combinatória de texto e ilustração em que se cruzam as vozes da narradora, do escultor e do ascendente mestre, em registos quer de natureza popular, quer de natureza erudita, enfatizam a natureza simbólica deste livro.
ALBERTO OLIVEIRA PINTO
Nasceu em Luanda a 8 de Janeiro de 1962. É Doutor (2010) e Mestre (2004) em História de África pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), onde colaborou como docente no Departamento de História. Leccionou igualmente noutras universidades portuguesas e também em universidades estrangeiras na qualidade do professor convidado. Presentemente é investigador da Universidade de Lisboa. É autor de diversos romances e livros ensaísticos sobre a História de Angola, tendo ganho por duas vezes o Prémio Sagrada Esperança: em 1998, com o romance Mazanga, e em 2017, com o livro de ensaios Imaginários da História Cultural de Angola. O seu maior êxito foi História de Angola. Da Pré-História ao Início do Século XXI, primeira experiência no género em 40 anos de Independência de Angola, publicado em primeira edição em 2016 e prevendo-se uma quarta edição para 2024. Desde 2018, coordena o Curso Livre História de Angola da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, de que decorre a série do Youtube Fragmentos da História de Angola, com Anabela Carvalho. Em 2021, criou com o filho, João Alberto Freire de Oliveira Pinto, igualmente no Youtube, o programa de sucesso Lembra-te, Angola. Eu à sombra da Figueira da Índia, uma sucessão de pequenos quadros sobre a vida colonial na Cidade Alta de Luanda durante os anos de 1960, o primeiro livro que publicou, em 1990, embora escrito alguns anos antes, é agora reeditado pela Elivulu
IVETE RUTH L. CAPALO JOSÉ
Licenciada em Economia e Gestão pela Universidade Jean Piaget de Angola e Pós-graduada em Administração e Gestão Pública pela Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto. É especializada em Finanças Públicas pela Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto e funcionária pública, colocada no Centro Ortopédico e de Reabilitação Polivalente Dr. António Agostinho Neto (CORPAAN), onde exerce a função de Directora Administrativa.
LOURENÇO A. ALMEIDA JOSÉ
Licenciado em Ciências da Enfermagem pela Universidade Jean Piaget de Angola, e em Odontologia pelo Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude. É Pós-graduado em Administração e Gestão Pública pela Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, Mestrado em Saúde Pública pela mesma Universidade. Doutorando em Ciências da Reabilitação pela Universidade de Aveiro – Portugal. Funcionário público colocado no CORPAAN, onde exerce a função de Director dos Recursos Humanos e docente do Campo de Estágio Profissional. Lecciona a cadeira de Metodologia de Investigação Científica no Instituto Superior Politécnico de Angola, e de Noções Gerais de Enfermagem na Universidade Privada de Angola.
FERNANDO LUÍS DE AZEVEDO E SILVA
Pseudónimo FLAS Ndombe, nasceu a 20 de Setembro de 1959, em Caxito, província do Bengo, e aos 3 anos veio a Luanda onde frequentou o ensino primário e secundário. Em 1974, frequentou o Liceu Paulo Dias de Novais, e na sequência da paralisação das aulas, no ensino público, entre 1974 a 1975, foi obrigado a matricular-se num colégio privado, tendo frequentado a secção de Ciências do 5.º Ano. Entretanto, acaba por suspender e enquadra-se nas FAPLAS, onde chega a exercer o cargo de Comissário Político de Gupo, equivalente a batalhão na FAPA-DAA, com os seus 17 anos de idade Na sequência dos acontecimentos do 27 de Maio de 1977, é detido em Agosto deste mesmo ano e solto em Março de 1980, depois de ter escapado milagrosamente à morte, já que constava da lista das 300 vítimas executadas a 23 de Março de 1978, a mesma sorte não teve o seu irmão mais velho, que consta entre as vítimas do 27 de Maio. Depois da soltura dá continuidade aos seus estudos e matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, onde obteve o grau de Licenciado em Direito em 1989. Em 2007, concluiu o Mestrado em Ciências Jurídica-Civilísticas, pela Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, no âmbito do convénio com a Universidade de Coimbra. Entretanto, posto em liberdade, dá continuidade às acções políticas, participando na criação da Frente de Restauração Democrática (FRED), que mais tarde dilui-se no Movimento Revolucionário do 27 de Maio, fundado por Nito Alves, após o fracasso da insurreição do 27 de Maio. Este movimento revolucionário chegou a ter uma célula clandestina na Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto. Em 1991, por força da institucionalização da democracia multipartidária, participa na fundação do Partido Renovador Democrático (PRD). Em 1992, a convite do malogrado escritor Sílvio Peixoto, presidiu ao contencioso da SADIA (Sociedade Angola de Direitos de Autores), posteriormente em 2012, torna-se vice-presidente da mesma instituição. No ano de 1996, foi secretário-geral adjunto da Sociedade Angolana de Escritores, que apesar da duração fugaz, teve o condão de publicar algumas dezenas de obras literárias, o que constitui maior manifestação, embora que simbólica da sua existência. O autor publicou dezenas de ensaios de natureza política e/ou jurídica e sobre Direito do Trabalho e Direito de Autor nos jornais Correio da Semana, Renovador, Jornal de Angola, Jornal Independente e nas revistas Magazine dos Desmobilizados e da SADIA. Dentre as obras publicadas, destacam-se: Risos diluídos, poesia, 1994; Postal erótico, poesia, 1995; Parafraseando Cristo, poesia e sátira, 2003; A tara de Matondo, contos, 2005; O Maria Lixívia, novela, 2006; Massoxi (o impotente), conto, 2007; O Violador de Cadáver, contos, 2009 (A obra vendeu 66 mil exemplares, em Angola, Portugal, Brasil e Moçambique). Em 2008 publicou a obra académica intitulada “Direito de Autor e Responsabilidade Civil”, que consta na galéria dos autores de Direito da Universidade Agostinho Neto na Faculdade de Direito. Exerceu advocacia durante mais de 20 anos, sendo titular da Cédula Profissional n.º 89. Actualmente, sem filiação partidária, dedica-se apenas à investigação.
YARA NAKAHANDA MONTEIRO
Nasceu em Angola, no Huambo em 1979. É licenciada em Gestão de Recursos Humanos e trabalhou na área por 15 anos. Estudou guionismo e arte contemporânea.
O seu primeiro romance Essa dama bate bué! está traduzido em várias línguas e é estudado em diversas universidades do mundo. Em 2022, o seu livro de poesia Memórias, Aparições, Arritmias recebeu o Prémio Literário Glória de Sant’Anna.
Os seus contos e poemas estão disponíveis em várias publicações. Já morou no Rio de Janeiro, Luanda, Londres, Copenhaga e Atenas. Atualmente, reside em Portugal, no Litoral Alentejano.
Nas suas palavras: é trineta da escravatura, bisneta da miscigenação, neta da independência e filha da diáspora.
ORLANDO FERRAZ
Nasceu no bairro Cassenda e cresceu na Comissão do Prenda, em Luanda, onde frequentou parte do ensino primário. Antes de frequentar o curso de Mecânica no Instituto Politécnico Makarenko, que o conciliava com a docência na escola Rainha Ginga, ao Cassenda, passou pelo Posto-15, N´Gola Kanini e N`Gola Kiluanji. Em meados dos anos 80 segue para Moscovo, onde frequenta o Instituto Pushkin de Língua e Literatura russa. Na Alemanha, onde se radicou no início dos anos 90, concluiu um mestrado em Ciências Sociais e Políticas pelas Universidades Friedrich-Wilhelms, de Bona e da Albertus-Magnus, de Colónia. Dispõe de um vasto número de artigos publicados, nomeadamente análises e estudos de natureza político-social angolana e alemã divulgados, entre outros, na BBC, VOA, DW, RFI, ARTE-TV, assim como em revistas e jornais. Foi docente na Escola Superior Pública de Bona e do Centro Internacional de Preparação de expatriados e diplomatas (INWENT).
Trabalhou como analista de processos de asilo no Departamento Federal alemão para Migração e Refugiados – BAMF, tendo antes passado pela multinacional alemã GAUFF-ENGENHARIA, como consultor e director comercial em Angola, para depois dedicar-se como consultor em várias organizações internacionais para migração. Antigo consultor no gabinete do ministro do Comércio de Angola. Foi membro da Associação Alemã de Política Internacional – DGAP-e.V. um barómetro da política externa do governo alemão.
Co-fundador da AngoBarómetro.
JANUÁRIO KAHANGO PANELA NOVA
Pesquisador no Centro de Estudos Interdisciplinares em Cultura e Sociedade, Universidade de Concórdia, Canadá (em curso), Pesquisador no Programa de Doutoramento em Filosofia Política, da Universidade de Zaragoza, Espanha (em curso). Pesquisador convidado no Departamento de Comunicação e Media, Universidade de Johannesburg, em parceria com a UniSA, no Departamento de Ciências da Comunicação, África do Sul (em curso). Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba, Brasil, e graduado em Filosofia e Pedagogia pelo Instituto Dom Bosco de Estudos Superiores, Angola. Jornalista e Professor, venceu o Prémio Nacional de Direitos Humanos Ricardo de Melo. Publicou dez livros e duas centenas de artigos. Coordenador do Observatório da Imprensa de Angola.
DOMINGOS DA CRUZ
Pesquisador no Centro de Estudos Interdisciplinares em Cultura e Sociedade, Universidade de Concórdia, Canadá (em curso), Pesquisador no Programa de Doutoramento em Filosofia Política, da Universidade de Zaragoza, Espanha (em curso). Pesquisador convidado no Departamento de Comunicação e Media, Universidade de Johannesburg, em parceria com a UniSA, no Departamento de Ciências da Comunicação, África do Sul (em curso). Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba, Brasil, e graduado em Filosofia e Pedagogia pelo Instituto Dom Bosco de Estudos Superiores, Angola. Jornalista e Professor, venceu o Prémio Nacional de Direitos Humanos Ricardo de Melo. Publicou dez livros e duas centenas de artigos. Coordenador do Observatório da Imprensa de Angola.
JONUEL GONÇALVES
Jonuel (José Manuel) Gonçalves lutou pela independência e democratização de Angola, portanto, teve a maior parte da existência dividida entre o combate clandestino e os exílios. Aproveitou estes para, aos solavancos, chegar até ao mestrado. Quando o fim das guerras angolanas do século XX permitiu, fez o doutoramento. A partir daí dedicou-se à docência, a escrever coisas diferentes das que escrevia nos anos de chumbo e a nomadizar entre África, Brasil e Portugal. Publicou livros de não ficção, Africa no mundo livre das imposturas identitárias, Franco Atiradores, A Economia ao longo da História de Angola; e de ficção, Café Gelado, Relato de Guerra Extrema e A Ilha de Martim Vaz (publicados em Angola, Brasil e Portugal).
JEREMIAS SEBASTIÃO MANUEL
Ex-oficial do Ministério do Interior. Licenciado em Direito e Mestre em Relações Internacionais. Funcionário público, dedica parte do seu tempo a leccionar aulas de Direito Processual Civil e História Universal. Autor dos livros O Candidato e a A Banca.
NITO ALVES
Alves Bernardo Baptista (Nito Alves) nasceu a 23 de Julho de 1945, na aldeia do Piri. Inicia a actividade clandestina em Luanda, em 1965, o que o torna um alvo da PIDE. Em 1966, na sequência de uma vaga de prisões, foge com Lima Pombalino Mateus («Pombal») para a 1ª Região Político-Militar do MPLA, onde chega a 9 de Outubro. Passa por intenso e duro treino de guerrilha, sob o comando do lendário Comandante do Esquadrão Cienfuegos, Jacob João Caetano («Monstro Imortal»). É chamado para integrar a direcção do CIR (Centro de Instrução Revolucionária) e mergulha a fundo no estudo do Marxismo-Leninismo. A 11 de Fevereiro de 1977 entrega à comissão de inquérito ao fraccionismo o documento «13 Teses em Minha Defesa».
SEDRICK DE CARVALHO
Nasceu em Luanda, capital de Angola. Jurista, editor, jornalista e activista. Mestrado em Direito (em curso) pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Preso político condenado pelo regime angolano a quatro anos e seis meses no «Processo 15+2» (2015-2016), sob acusação de actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores. Fundador e coordenador editorial da Elivulu Editora. Autor dos livros Prisão Política (Elivulu Editora e Perfil Criativo, Luanda-Lisboa, 2021) e Cabinda – Um território em disputa (Guerra & Paz, Lisboa, 2018). Foi professor do ensino básico em Luanda. Associado da Transparência e Integridade – Associação Cívica (TI-AC). Trabalhou nos jornais Folha 8 e Novo Jornal. Tem artigos publicados nos jornais em Portugal.
CHOCOLATE BRÁS
Chocolate Brás é Mestre em Administração Educacional pelo ISCED/Luanda. Licenciado em Ensino da Psicologia pelo ISCED de Cabinda/UON. Frequentou o curso de Intercâmbio Internacional na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais/Brasil, no âmbito do Programa Pró-Mobilidade Internacional CAPES/AULP. Docente nos cursos de graduação em Pedagogia e Psicologia no Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola e na Universidade Independente de Angola. Autor e co-autor dos livros Educação e Valores em Angola: Compreender o papel da escola (2018, Novas Edições Académicas), Papel da Escola na Formação para a Cidadania em Angola (2019, Edições ECO7), Diálogos sobre Educação, Cultura e Filosofia nas Redes Sociais: pontos e contrapontos (2020, Mensagem Editora).
MWENE VUNONGUE
RECÔNDITO POETA CHIWALE
LEONOR FIGUEIREDO
MAGNO DOMINGOS
NVUNDA TONET