Uma editora não publica livros, sabe escolher os livros que publica. O que requer princípios, valores, critérios. Uma editora não é imparcial. A publicação é apenas o resultado final do trabalho do editor. O editor preocupa-se com a qualidade do papel, a cor do papel, a textura do papel, o peso do papel, porque o papel é a pele do livro. O editor é um apaixonado pela tipografia. Gosta de conhecer as suas origens e história, escolhe o tipo que lhe parece mais conveniente para um certo tipo do texto. E a editora é uma pessoa que é muita gente. É uma comunidade de que o editado é membro e com verdade pode dizer: a minha editora. Uma editora tem consciência dos perigos que corre. Quando se lê, pensa-se. Quando se vê um filme não há tempo para pensar. A editora publica livros que os leitores lêem com um lápis na mão. É uma questão vital. Se a poesia acabasse, sucumbia o mundo. É assim desde há muito tempo. É também esse o nosso combate. O belo é mais belo quando se partilha.
Do nosso nome, Fantasma — do verbo grego phantázein, “fazer aparecer”, derivado de phaínein, “mostrar”. Nas duas palavras encontramos o mesmo elemento, phos, “luz”. É a luz que nos deixa ver e nos mostra o que há para ver.