Christopher Nolan. Interestrelar. 2014.
Texto escrito por Beatriz S Pereira com colaboração de Mateus Macedo, Fevereiro de 2021.
Christopher Nolan. Interestrelar. 2014.
Texto escrito por Beatriz S Pereira com colaboração de Mateus Macedo, Fevereiro de 2021.
O objetivo não é salvar pessoas, mas a espécie. Com o tempo, o acaso faz com que seja possível salvar as pessoas, os únicos preocupados e consumidos pela missão de salvar as pessoas é a própria tripulação que acompanhamos, que não sabe ser o último recurso da preservação biológica dos humanos.
Construção de uma nova civilização em cima de uma mentira, de uma história genocida contada pelos colonizadores.
Lugar da natureza no salvamento? O que aconteceu com os animais na situação da poeira? A natureza continua sendo vista a serviço do homem, como alimento e equilíbrio de um ecossistema sustentável para a vida humana? Mesmo depois de tudo?
Um diálogo com contos bíblicos, uma espécie de arca de Noé, sem a preocupação de preservar os animais; e relação com Adão e Eva, já que apenas os dois astronautas ficam encarregados de fazer uma nova sociedade, além de enfrentarem o desconhecido.
Efeito em cadeia que permitiu a salvação das pessoas e não apenas espécie, revés do dr. Mann, que apesar de todas as suas ações, contribui para que outra possibilidade além daquela missão exista.
Murphy se revela como protagonista e real "heroína" da história, ela precisa passar por suas adversidades para se transformar na mulher que dará futuro para as pessoas na Terra.
O espaço-tempo é relativo e nesse caso, paradoxal. Os agentes que modificam a trajetória da Murphy e Cooper, só podem existir porque eles são cativados um pelo outro, há uma conexão que se mantém em qualquer temporalidade.
Dust Bowl e Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?
Distopias de Ficção Científica anos 90 e 00 refletem uma superstição sobre a virada do milênio, um imaginário sobre o que pode vir a acontecer, relacionado com eventos que já aconteceram.
2001, Odisséia no Espaço - robôs, Tars e Mars em formato que remete a tecnologia alienígena deixada na Terra e na Lua
Solidão da viagem espacial refletida em ambos os filmes e livro, necessidade de contato e interação social muitas vezes suprida por uma máquina ou robô, que não se sabe até que ponto está a serviço dos humanos.
O Pequeno Príncipe e Amelia Brand, sozinhos no seu planeta, com as coisas que são mais preciosas para eles, lamentam a morte
Cada um está sozinho em seu planeta, mas Amélia tem o peso do mundo nas costas, carrega a ancestralidade de toda uma raça sozinha, pode ser “fantasma do futuro da humanidade”. Deve enterrar seu amado, fazer luto pelo Cooper que se lança num destino incerto por ela.
“Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…”
(Saint-Exupéry, 2007, p.68)
SAINT-EXUPÉRY, O pequeno príncipe, 48.ed. Rio de Janeiro, Agir editora LTDA, 2007
Amélia tem necessidade de companhia para lidar com seu fardo, foi cativada por Cooper, assim como ele por ela, de tal forma, que mesmo Murphy que não assiste essa relação o sabe, e deixa de ter necessidade de seu pai com o tempo, assim como ele dela.
“A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!” (Saint-Exupéry, 2007, p. 69)
SAINT-EXUPÉRY, O pequeno príncipe, 48.ed. Rio de Janeiro, Agir editora LTDA, 2007
Ancestralidade como fantasma
“ - Agora só estamos aqui para sermos memória para os nossos filhos.
- Quando se tem filhos, você se torna o fantasma do futuro deles.”
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