PALESTRA VIRTUAL

RESUMO: Na literatura regional brasileira, a figura do coronel como eu a imagino - portador de violência e progresso - está muito presente nas ações de Mundinho Falcão: idealizador de benfeitorias como a dragagem da barra, a linha de ônibus Ilhéus-Itabuna, o restaurante da Gabriela, a criação da associação comercial e tantas outras. Ele foi o típico coronel empreendedor do início do século XX como Delmiro Gouvêa. Na literatura o Dr. Rodrigo Cambará, de Érico Veríssimo, no mesmo período tem o mesmo perfil como personagem. Eles foram - ficção ou realidade - os verdadeiros agentes do capitalismo e da modernização no Brasil de sua época. 

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RESUMO: Xirê é o conjunto de cânticos sagrados em louvor às divindades afro-brasileiras, portanto a pretensão da breve fala é discutir representações da mitologia dos orixás em parte da obra de Jorge Amado. Partiremos do princípio, segundo o qual os textos mitológicos são narrativas primordiais e, segundo nossa proposta de leitura, presentes em histórias amadianas compondo uma literatura de axé!  Desta forma, mostraremos que Jorge Amado é também um autor de axé, pois como Obá de Xangô — ministro de Xangô — possuía conhecimento e as devidas autorizações para falar de sua comunidade.

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RESUMO: A relação entre Jorge Amado e o cinema nacional ultrapassa a mera condição de adaptações literárias para as telas. Mais do que transposições, esses diálogos configuram processos de recreação, nos quais literatura e áudiovisual se entrelaçam na construção de um imaginário cultural brasileiro. A obra de Jorge Amado, marcada por forte apelo visual, linguagem coloquial e personagens socialmente marginalizados, encontra no cinema um espaço de expansão e suas narrativas e suas críticas sociais. Esta palestra discute não apenas como escritor autorizar vai participar ativamente da roteirização e das escolhas estéticas de adaptações - exemplo da parceria com Nelson Pereira dos Santos no filme tenda dos milagres (1977) -, mas também como, enquanto o homem público, cronista intelectual, Jorge Amado atuou diretamente na defesa do cinema nacional, contribuindo para a formulação de políticas públicas e leg incentivo ao audiovisual no Brasil. Por meio de suas crônicas de sua militância cultural de sua própria trajetória evidencia-se uma relação profunda com a sétima arte, tanto como espaço de recreação estética quanto como instrumento de afirmação cultural, memória, resistência e construção de uma identidade brasileira mestiça plural e popular.

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RESUMO: A presente palestra propõe discutir as representações das trabalhadoras nos romances de 30 do escritor baiano e intelectual comunista Jorge Amado (1912-2001), com especial atenção às trabalhadoras do sexo, lavadeiras, empregadas domésticas e operárias das fábricas de charuto. A análise se concentra no contexto do pós-abolição nas cidades de Salvador e do Recôncavo Baiano, a partir das obras publicadas no ciclo Romances da Bahia, especialmente quando de sua reedição e publicação pela prestigiosa editora José Olympio (JO). A produção literária de Amado foi central para a divulgação das teses da Internacional Comunista (IC) sobre as questões raciais, classe e gênero, alinhando-se à estética do realismo socialista, segundo a qual a arte deveria desempenhar uma função pedagógica, revelando as contradições do capitalismo e apontando os caminhos para a revolução no mundo. A obra amadiana não apenas destaca a importância dos trabalhadores negros, incluindo as mulheres, na consolidação da revolução no Brasil, mas também denuncia as condições de vida das trabalhadoras, como o abuso patronal, a violação de direitos relacionados à maternidade e maternagem, a luta por melhores condições de trabalho e remuneração e as jornadas exaustivas a que eram submetidas, sobretudo as mulheres negras.

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RESUMO: Com mirada interdisciplinar, entre a literatura e as ciências sociais, a palestra partirá da figura e da obra do romancista baiano, para abordar a ideia de mistura que perpassa seu universo. O pressuposto é que a literatura, assim como a arte, de maneira geral, não apenas reflete experiências sociais e históricas, como também as constitui. Assim, Jorge Amado, um dos escritores brasileiros mais lidos e adaptados no século XX, ajudou a construir uma representação de um Brasil mestiço e sincrético. É disso que trataremos, buscando exemplos de amálgamas entre o público e o privado, entre o catolicismo e o candomblé, entre o racismo e a miscigenação nas obras O Compadre de Ogum, Gabriela, Dona Flor e Tenda dos Milagres.

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RESUMO: A presente palestra tem como objetivo cerne discutir e também problematizar a escrita de Jorge Amado a partir da relação entre Literatura e História, reconhecendo-as como importantes para compreender o homem, a terra, a construção de sua identidade e seus desejos, tais aspectos são importantes como desdobramentos sócio-político na sociedade brasileira do século XX. Diante disso, justificam-se nossos objetivos específicos os quais subdividiram em dois, a saber: I) analisar o recorte literário em que a obra está inserida, bem como o campo político e os fatos centrais pertinentes para crítica literária brasileira; II) discutir sobre a representação da personagem central da narrativa articulando com contexto tão forte regionalista e as experimentações da liberdade em que a ironia está presente e o desejo se destaca na (des)construção masculina em cenas marcantes e singulares.

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RESUMO: Publicado em 1936, o romance Mar Morto , de Jorge Amado, atualiza o mito yorùbá e a história de amor entre Yèmọja e Ògún, deuses africanos, ao mesmo tempo em que problematiza a luta de classes e a exploração dos trabalhadores e da população ribeirinha da Cidade de São Salvador naquela década. Nossa proposta  ao reler  essa obra é fazer uma análise  literária da estrutura mítica da narrativa para apontar no texto a influência do pensamento yorùbá na obra do autor e, ao mesmo tempo, fazer apontamentos acerca da filosofia marxista presente nessa obra.

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RESUMO: No romance Tenda dos Milagres, de Jorge Amado, as personagens Pedro Archanjo - personagem central - e Iaba - “uma diaba com rabo escondido”2 - encarnam divindades míticas originárias da tradição ioruba, que, no Brasil, devido ao processo de sincretização religiosa, foram empurrados, principalmente, de acordo com Reginaldo Prande (2005), por meio das correntes umbandistas, para o papel do demônio, pois estas foram as mais diretamente influenciadas pela imagem do demônio concebida no cristianismo. Os Exus, masculino e feminino, representados no romance por Pedro Archanjo e Iaba, são deuses ambivalentes, contraditórios e transgressores; e, assim como outros deuses representados na obra, são indiferentes à distinção bem e mal, sagrado e profano, instituída pelo cristianismo, dado que leva ao conflito teológico instaurado entre as religiões de matriz africana e a religião cristã. A proposta desta palestra é suscitar a discussão a respeito dos modos de representação das personagens em questão e o reflexo do aspecto religioso na elaboração da identidade do sujeito negro inserido nesse contexto. É importante ressaltar, porém, o caráter ambivalente do aspecto mítico-religioso retratado no romance que pode contribuir simultaneamente para o enaltecimento e estereotipada da identidade religiosa dos praticantes das diversas vertentes religiosas de matriz africana no Brasil.