PRESENCIAL
RESUMO: No cerne da vasta obra do escritor brasileiro Jorge Amado (1912 – 2001) constitui-se um campo fecundo para a análise das dinâmicas culturais, sobretudo, religiosas que conformam o imaginário social brasileiro. Nesse ínterim, o sincretismo religioso se torna ‘amuleto’ estruturante, discursivo e estético da tessitura amadiana. Eis o caso das obras A morte e a morte de Quincas Berro Dágua (2008), Mar morto (2008) e Capitães da Areia (1937), que retratam as diversas faces da religiosidade, da fé, da razão, do corpo e do espírito, através de personagens pluralizados, mas análogos ao buscarem na religiosidade uma ancora subjetiva. Diante disso, evoca-se a teoria do Sigmund Freud (1856-1939), em especial, nos escritos Além do Princípio do Prazer e O Futuro de uma Ilusão, ambas analisam a religião como atuante na estruturação da contenção das angústias e desejos humanos, numa tentativa dos sujeitos ressignificarem suas querelas. Destarte, esta mesa investigará a dualidade entre o sincretismo religioso e a literatura, a fim de refletir como comparecem as (múltiplas) engrenagens religiosas no universo literário amadiano, como ‘forma’ de (des)construção dos discursos preconceituosos, ainda, tão caros na sociedade hegemônica.