Patrimônios Culturais

Confira os Patrimônios Culturais que possuem proteção de preservação (Patrimônio material) ou salvaguarda (Patrimônio imaterial) municipal, ou se encontram em processo de solicitação de tombamento / registro, todos com parecer emitido pelo CMPPC:

Patrimônio Material:

Cachoeira da Fumaça

Ata 02/12/2020
Processo nº 15.791/20 

A Cachoeira da Fumaça, localizada no distrito de Calheiros, em Bom Jesus do Itabapoana, além de sua beleza natural, é carregada de memórias e histórias. Muitas delas remontam ao século XIX, período em que a região começou a se desenvolver em torno da agricultura a partir do afluxo de migrantes e imigrantes.

Ruínas Hidráulicas ( Solar do Minotauro) 

Ata 02/12/2020

Processo nº 15.791/20


As Ruínas Hidráulicas, popularmente conhecidas como Solar do Minotauro, estão localizadas na margem do Rio Itabapoana, próximo a Rodovia RJ 230, no bairro Santa Rosa, na sede.

Considerada uma obra complexa para a época de sua construção, considera-se que sua construção teve por intuito promover o tratamento e abastecimento de água para a população de Bom Jesus do Itabapoana.

Em uma das pedras que compõem a ruína se encontra a inscrição: 15-08-915-1919.

Símbolos Sagrados do Divino Espírito Santo de Bom Jesus do Itabapoana: Coroa e Cetro

Ata 10/11/2021 - processo nº 15.865/21

Patrimônio material (bens móveis) 

A Coroa e o Cetro que integram os Símbolos Sagrados do Divino Espírito Santo, são objetos dos Açores, Portugal, trazidos a Bom Jesus junto com a devoção de uma família procedente de Minas Gerais, Francisco Teixeira de Siqueira e Felicíssima Roza D'Oliveira, na década de 1860.

Sua importância cultural-religiosa se faz presente por serem esses Símbolos parte integrantes da Festa do Divino Espírito Santo em Bom Jesus do Itabapoana, um patrimônioi cultural imaterial.

Estando em Bom Jesus do Itabapoana há mais de 160 anos, esses objetos podem ser considerados os símbolos mais antigos da história religiosa católica de Bom Jesus.

A Coroa do Divino possui uma pomba de metal em sua parte superior. As hastes da Coroa são de prata e sua base de metal cromado. Seu peso é de 1,63 Kg.

O Cetro possui uma pomba em sua extremidade superior, confeccionado artisticamente em metal rosqueável ao corpo do Cetro, o qual é banhado em prata. Possui 43 cm de altura e pesa 590 g.

Patrimônio da Agroindústria Açucareira: Usinas Santa Maria e Santa Isabel 

Ata 25/08/2022 – processo nº 19.137/22

Patrimônio material arquitetônico e bem móvel

(PROCESSO EM ANDAMENTO)

Relativo a uma série de bens imóveis, um bem  móvel e um bem artístico, composto por: a) Chaminé Usina Santa Isabel; b) Prédio da destilaria Usina Santa Isabel; c) Pintura artista Delio Porto no Clube Usina Santa Isabel; d) Chaminé Usina Santa Maria; e) Prédio da destilaria Usina Santa Maria; f) Fachada Teatro Cinema Conchita de Moraes; g) Locomotiva da Usina Santa Maria.

O conjunto representa a marca do passado açucareiro vivido em Bom  Jesus do Itabapoana, cujo início ocorreu em fins do século XIX, com antigos engenhos,  atingindo seu auge no século XX, com sua transformação nas Usinas Santa Maria e Santa  Isabel.  Esse patrimônio industrial, talvez o primeiro a se  manifestar de forma tão ampla em Bom Jesus do Itabapoana, não resgata apenas a história de  proprietários e usineiros. As Usinas construíram em seu entorno um conjunto de casas para os  trabalhadores, os quais não pagavam pela moradia, luz e água. Havia também uma série de  serviços oferecidos pela Usina, tais como mercado, padaria, mercearia, clube, atendimento  médico, entre outros. Dessa forma, a vida das famílias dos trabalhadores se estreitava em  diferentes aspectos culturais, envolvendo assim um grupo social que tinha no ritmo cotidiano do trabalho, o desenvolvimento de uma cultura  construída, em grande parte, por relações de sociabilidade, afeto e apoio mútuo. Não por  acaso, a data do 1º de maio, dia do trabalhador, é uma data que sempre foi muito festejada no  período de funcionamento das Usinas, sendo mantida sua referência até os dias atuais, quando  moradores e ex-moradores se reúnem nessa data tão especial para a comunidade. 

É essa memória, marcada na população das duas usinas que também se vê refletida no  patrimônio e outros marcos simbólicos que, passados mais de 50 anos do fechamento da  Usina Santa Isabel e 30 da Usina Santa Maria, permanecem como referência e símbolo para as comunidades e sua vivência. Vale destacar que após a falência da Usina Santa Maria, na  década de 1990, mesmo com o grande baque econômico, muitos dos trabalhadores e suas  famílias permaneceram nas duas localidades, espaço em que muitos nasceram, cresceram,  constituíram família e com o qual possuem relações de afeto e sociabilidade. Para os que  saíram em busca de emprego e possibilidades, a relação com suas origens nunca deixou de existir, havendo também casos de retorno às suas localidades, seja como local de moradia ou em datas festivas, para reencontro com familiares e amigos. 

A preservação desse patrimônio, em seu conjunto, conta parte importante da história  de Bom Jesus do Itabapoana, em especial de sua região leste. A preservação desses bens  constitui relevante valor de registro histórico-cultural do mundo do trabalho agroindustrial,  além de destacar aspectos e vivências culturais que permearam a vivência dos trabalhadores  nas duas vilas que se fundaram ao redor da Usina, e logo se transformaram em povoado.

Capela Nossa Senhora do Rosário e "fachada antiga" do Hospital São Vicente de Paulo


Ata 02/10/2023 – processo nº 21.097/23

Patrimônio material arquitetônico

(PROCESSO EM ANDAMENTO)


Fonte da imagem: https://espacoculturallucianobastos.blogspot.com/2023/09/hospital-sao-vicente-de-paulo-e-capela.html?m=1  

    Constituído como uma instituição filantrópica, inicialmente ligada à Conferência Vicentina de Bom Jesus, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) foi inaugurado em 01/01/1925, passando depois ao Centro Popular Pro-Melhoramentos de Bom Jesus, criado em 1936, ao qual está ligado até os dias atuais. Mesmo com todas as alterações e expansões ocorridas no Hospital, que em breve completará seu centenário, a chamada “fachada antiga”, aquela que atesta sua arquitetura de fundação e primeiros anos de funcionamento, continua preservada até os tempos atuais, remetendo a aspectos arquitetônicos do Estilo Eclético.

     A Capela Nossa Senhora do Rosário, construída na década de 1940, mantém sua singela e permanente presença ao lado da “parte antiga” do Hospital. Sua edificação, aparentemente sem alterações significativas ao longo desse tempo, é um testemunho singular da arquitetura local das primeiras décadas do século XIX, constituindo uma das mais antigas capelas da área urbana da sede. Sob a condução da Conferência Vicentina, ao longo de todas essas décadas de existência, missas e outros atos religiosos têm ocorrido no local. 

   A Capela Nossa Senhora do Rosário e a fachada antiga do Hospital São Vicente de Paulo são arquiteturas contíguas, situadas à Rua Tenente José Teixeira, n.473, no Bairro Centro, em Bom Jesus do Itabapoana. Ambas constituem um conjunto da paisagem que remete à história urbana de Bom Jesus do Itabapoana, além de serem testemunho local de uma história mais ampla, que é a história da saúde no país, guardando a memória de diversas gerações que por ali passaram e que está intimamente ligada à cultura do Vale do Itabapoana. 

Patrimônio Imaterial:

Festa do Divino Espírito Santo em Bom Jesus do Itabapoana 

Ata 10/11/2021 - processo nº 15.864/21,
Patrimônio Imaterial (natureza: celebrações) 

fonte da imagem: https://diocesedecampos.org.br/emocao-festa-do-senhor-bom-jesus-e-do-divino-espirito-santo-encerrada-domingo/


A Festa do Divino Espírito Santo em Bom Jesus do Itabapoana tem sua origem na década de 1860, trazida para a região por migrantes oriundos de Minas Gerais. Rapidamente foi incorporada às tradições religiosas locais, passando a se constituir uma grande festa de devoção. A transferência da Festa do Divino do mês de maio para agosto foi realizada por nesse período já ter terminado a colheita do café, podendo a população participar mais facilmente dos festejos. Foi se esboçando assim, uma festa, pois após o novenário, as pessoas começaram a se encontram ao redor de barraquinhas de guloseimas e nos leilões. As pessoas saíam de seus lares para desfrutar desse encontro. Já não era mais somente uma festa religiosa, mas sim um encontro de bonjesuenses, independentemente de sua religiosidade. Estava estabelecida a Festa de Agosto.

Com sua culminância nos dias 13, 14 e 15, a Festa da Agosto é a festa máxima da comunidade bonjesuense. A Festa do Divino Espírito Santo, que lhe deu origem, é parte integrante dessa festividade e se mantém até os dias atuais, com seu novenário, a procissão pelas ruas da cidade ao som do Hino Alva Pomba, executado pela Lira Operária Bonjesuense, e as relíquias dos símbolos da Coroa e Cetro do Divino (patrimônio cultural material de Bom Jesus do Itabapoana).

Lira Operária Bonjesuense  

Ata 25/04/2021 - processo nº 12.254/22,

 Patrimônio Imaterial (natureza: celebrações)

Fonte da imagem: https://jailtondapenha.blogspot.com/


A Lira Operária Bonjesuense, criada em 1939, está presente na vida dos bonjesuenses e marca suas memórias. Durante a Festa de Agosto, acompanhar a banda em sua caminhada musical pelas ruas sonolentas da cidade ao amanhecer, na tradicional “Alvorada”, fez e faz parte da vivência de muitas gerações. Para outros moradores, é a vivência de um despertar festivo que  se anuncia, na cidade ainda quase adormecida, com sons distantes e que trazem a alegria  do sonho, quando a banda vai se aproximando da rua de sua casa.

É também a Lira Operária parte integrante da Festa da Coroa do Divino  Espírito Santo, patrimônio cultural imaterial de Bom Jesus do Itabapoana, sendo a responsável por acompanhar, ao som do Hino “Alva Pomba”, os  cortejos da Coroa em seu trajeto pelas ruas da cidade.

O registro da Lira Operária Bonjesuense como patrimônio cultural imaterial de Bom  Jesus do Itabapoana é a confirmação do reconhecimento que a própria sociedade confere a essa  banda octagenária, que vive na memória, no afeto e na vivência de várias gerações. Tanto  assim, que ganhou até apelido, sendo conhecida também como a “Furiosa”, termo com que,  de forma carinhosa, muitos bonjesuenses a ela se referem, com grande orgulho.

Lira 14 de Julho 

Ata 25/04/2021- processo nº 12.252/22, 

Patrimônio Imaterial (natureza: celebrações)

Fonte da imagem: https://diocesedecampos.org.br/corporacao-musical-lira-14-de-julho-de-rosal-completa-100-anos/

A Corporação Musical Lira 14 de Julho foi fundada oficialmente em 14 de julho de  1922, no atual distrito de Rosal, em Bom Jesus do Itabapoana, sendo composta de músicos que, com seus próprios instrumentos, realizavam os ensaios em suas próprias casas. 

O esforço de toda a comunidade na manutenção e permanência da Banda, ao longo  dos seus mais de cem anos de existência, demonstram  a relevância que a Corporação possui para a população local, passando essa afetividade de  geração em geração. É que, como indicado no folheto da Banda, essa “tradição musical construída  em Rosal, faz com que a Lira 14 de Julho seja respeitada não só por rosalenses mas também  por todos que apreciam o gênero e reconhecem a importância da música na formação da  cidadania”.  

A escolinha de música da Lira 14 de Julho, batizada de “Tatão Magalhães”, oferta  aulas para crianças e jovens da região, de forma gratuita, duas vezes por semana. Todas as atividades da banda têm sido realizadas por voluntários, envolvendo desde o  maestro, os músicos e os professores da escolinha, de forma que o envolvimento da comunidade tem sido  essencial para a manutenção da banda, 

A Lira 14 de Julho marca a identidade local em suas apresentações nos variados  eventos em que se faz presente, seja mantendo a tradição (como na Festa de Rosal) que  perdura na memória de várias gerações, seja no anual Festival de Chorinho e Sanfona de  Rosal, iniciado no ano de 2010, bem como em outros eventos locais. Além disso, como ocorre  desde sua fundação, a Lira se faz presente em eventos religiosos, bem como em festividades  familiares, alegrando e unindo a comunidade em torno a sua música. A Lira 14 de Julho tem sede, mas  seu espaço também é o Coreto, a Praça e as ruas de Rosal, onde, sob a regência do maestro, a  música se expande no território e vai ainda mais além, se apresentando em outras localidades  e outros municípios, em confraternização e intercâmbio. 

Conheça também os patrimônios tombados / inventariados pelo Estado do Rio de Janeiro, através do INEPAC: 

Inepac: Instituto Estadual do Patrimônio Cultural

O Instituto Estadual do Patrimônio Cultural - Inepac, criado em 1975, é o herdeiro direto da Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Guanabara - DPHA, criada por decreto em 1963 (primeiro órgão de preservação do patrimônio cultural, em nível estadual). O Instituto dedica-se à preservação do patrimônio cultural do Estado do Rio de Janeiro, elaborando estudos, fiscalizando e vistoriando obras e bens tombados, emitindo pareceres técnicos, pesquisando, catalogando, inventariando e efetuando tombamentos.

CINETEATRO MONTE LÍBANO

(Tombamento Provisório Processo nº E-18/001.145/2002) 

Construído em 1950 pelo libanês Merhige Hanna Saad, fica situado na praça central da cidade e foi inaugurado por ocasião das comemorações do aniversário da cidade a 14 de agosto de 1950. Durante 40 anos foi centro de irradiação de cultura para a região Norte Fluminense, apresentando filmes e shows de artistas vindos do Rio de Janeiro. Posteriormente, com o declínio dos cinemas no interior, encerrou as suas atividades. 

Localização: Praça Governador Portela, nº 39, Centro - Bom Jesus do Itabapoana

Inventário de Arte Sacra Norte / Noroeste Fluminense

Patrimônios identificados em Bom Jesus do Itabapoana:


Cristo Crucificado (Século XVIII / XIX) - madeira policromada

Localização: Matriz do Senhor Bom Jesus 

(Inventário de Arte Sacra Norte / Noroeste Fluminense, p.310)


Pia Batismal (Século XIX) - mármore

Localização: Matriz do Senhor Bom Jesus

(Inventário de Arte Sacra Norte / Noroeste Fluminense, p.351)


Santana Mestra (Século XIX) - madeira dourada e policromada

Localização: Igreja de Santana

(Inventário de Arte Sacra Norte / Noroeste Fluminense, p.321)


São Sebastião (Século XIX) - madeira policromada

Localização: Igreja de Santana

(Inventário de Arte Sacra Norte / Noroeste Fluminense, p.350)


Santo Antônio (Século XIX) - madeira dourada e policromada

Localização: Igreja de Santo Antônio

(Inventário de Arte Sacra Norte / Noroeste Fluminense, p.339)

Acesso ao Inventário completo: http://www.inepac.rj.gov.br/index.php/acervo/detalhar/34/0