ETESG PROFESSOR PEDRO LEME BRISOLLA SOBRINHO

Como professor efetivo de Língua Portuguesa iniciei na EEPSG – Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus – “Prof. Pedro Leme Brisolla Sobrinho”. Posteriormente fui Assistente de Diretor. A escola, que havia sido por muitos anos Ginásio Industrial, passou a ser acadêmico- pela extinção do Departamento do Ensino Técnico. Isso ocorreu porque a Secretaria da Educação não queria saber de cursos técnicos. No início da década de 1990 surgiu DISAETE, divisão do ensino técnico, um braço da Secretaria da Educação e pouco apoiado por ela. Aqui em Ipaussu, a duras penas, a escola voltou a ser técnica, graças ao empenho e coragem do diretor, na época o Professor José Coelho Barbosa, que não aceitava nem admitia existir um enorme salão, a oficina de Mecânica, com tornos, fresadoras, furadeiras, bancadas, ferramentas etc., abandonado e coberto pela poeira. Foi então que surgiu o Segundo Grau, que oferecia os cursos de Mecânica e Contabilidade.

Fui Diretor da ETESG de 1991 a 1995. Nos três primeiros anos, administrei a escola com muita dificuldade, não só pela falta de apoio da Secretaria da Educação como, e principalmente, pela falta de verba. Para consegui-la, o corpo docente, o corpo administrativo e muitos alunos realizamos jantares, rifas, bailes e leilões, tudo para angariar verba para poder “tocar” a escola. Aqui é preciso lembrar o nome da falecida Professora Maria de Lourdes Nutti pela fibra, empenho e coragem na promoção dos eventos. Conseguimos a instalação do Curso de Processamento de Dados. Havia ótimos professores do curso, salas próprias, mas faltavam máquinas, os microcomputadores. Os dois laboratórios de microcomputadores montados na época (30 máquinas em cada) foram adquiridos com recursos próprios através das promoções que realizei com o corpo docente. Eram poucos e escassos. Apesar disso a escola cresceu. Devido à grande demanda, fomos obrigados a realizar, por nossa conta, o primeiro vestibular da ETESG. Foi sucesso. Mas novos percalços vieram. Foi extinta a DISAETE e em seu lugar surgiu a frágil DEET, que logo em seguida desapareceu. Ninguém queria saber de escola técnica. Foi então que por um ato governamental absurdo e despropositado, as ETESG’s foram parar nas mãos da Secretaria da Ciência e Tecnologia! O que sabia ela de Educação? Fui pessoalmente com o prefeito da cidade, na época Dr. Hiroshi Otani, pedir socorro ao próprio Secretário da Ciência e Tecnologia. Mas o que ele podia fazer? Até que em outubro de 1993, por ato do Governador Fleury, as ETESG´s passaram ao comando do Centro Paula Souza, chamando-se ETE´s. Fiquei como Diretor “pro tempore” da escola de 1994 a 1995. Foram dois anos difíceis também, período de transição e adaptação ao novo comando. Financeiramente para o corpo administrativo e docente foi muito vantajoso. Todos passamos para o regime da CLT. Vencido meu mandato em 95, não quis candidatar-me à Direção da Escola porque minha aposentadoria se avizinhava. Foi o que aconteceu em abril de 1996. Para finalizar quero destacar que durante o meu mandato o corpo técnico-administrativo, corpo docente, discente e Associação de Pais e Mestres eram excelentes.

Os alunos que passaram pela escola neste período e se formaram, foram bem aceitos no mercado de trabalho por estarem muito bem preparados, pois a carga horária era muito grande, os cursos eram de três anos. Técnico em Processamento de Dados, Técnico em Mecânica e Técnico em Contabilidade. (PEDROSO, LANDI, 2012, p. 9)