Artistas pela liberdade

Arte é multifacetada e é frequente a ligação entre as suas diferentes expressões.

A Literatura, a Pintura e a Música têm uma relação particular e muitos artistas interpretam os sentimentos despertos por outros artistas, acontecimentos e experiências.

Neste espaço temos três retratos de autores portugueses segundo o olhar de alunos da nossa escola.

São poetas e arautos da liberdade. Ainda hoje as suas músicas e poemas são conhecidos e cantados em momentos de luta e de memória.

A acompanhar a imagem criada pelos alunos temos pequenos clips de vídeo que apresentam a versão cantada de alguns poemas que ficam para a nossa história.

Ary dos Santos

Ficou na História da música portuguesa por ter escrito os poemas de 4 canções vencedoras do Festival RTP da Canção e apuradas para representarem Portugal no Festival Eurovisão da Canção: Desfolhada Portuguesa (1969), com interpretação de Simone de Oliveira, Menina do Alto da Serra (1971), interpretada por Tonicha, Tourada (1973), interpretada por Fernando Tordo e Portugal no Coração (1977), interpretada pelo grupo Os Amigos.

Além disso, assinala-se ainda a sua importante colaboração como letrista de fados e/ou canções interpretados por Amália Rodrigues e Carlos do Carmo.

José Afonso também conhecido pelo diminutivo familiar de Zeca Afonso, apesar de nunca ter utilizado este nome artístico.

É o autor de Grândola, Vila Morena que foi utilizada pelo Movimento das Forças Armadas para confirmar que a Revolução do 25 de Abril estava em marcha.

A alma combativa do cantor contra a opressão do Estado Novo trouxe-lhe vários problemas junto da PIDE: canções proibidas pela censura e até prisão, sem esquecer ainda a sua expulsão do ensino oficial, quando era professor licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas.



Nasceu em Águeda, em 1936 e formou-se em Direito na Universidade de Coimbra.


Foi chamado para o regime militar, em 1961. No ano seguinte, é enviado para Angola, onde foi o líder de uma tentativa de revolta militar. Em 1964, foi para o exílio em Argel, onde foi dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional.


Nessa época, publicou dois livros, “Praça da Canção”, em 1965 e “O Canto e as Armas”, em 1967, ambos foram apreendidos pela censura.


Muitos de seus poemas foram interpretados por cantores como Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira e foram considerados bandeiras da luta pela liberdade.