Um Olhar Gráfico das Músicas de Sérgio Godinho
“Não me interessa (nem consigo) estar sempre a compor.
O meu ritmo é o outro, e aliás não é ritmo nenhum. Componho sob duas pressões: - A do impulso criativo, que faz com que me atire de cabeça a sarilhos verbais e musicais, charadas de que não me posso queixar, porque eu próprio as suscitei. - E a das solicitações externas, “encomendas” para outras artes ou prazos muitas vezes auto-impostos, desafios que acabam por alargar as minhas próprias referências. (...)
Primeiro, na solidão em que se desenha um tema, até que se sinta que “isto anda tudo ligado”, como dizia o outro que às vezes sou eu. Depois, na partilha: cada vez mais um disco meu é obra colectiva. Porque o som foi crescendo e portanto re-escrito com os músicos com quem trabalho há vários anos, “Os Assessores” de alcunha, com quem partilho ensaios, palcos, novas canções a eles primeiro mostradas, e depois a sua tradução nessa obra precária que se chama gravação.
Por isso este disco é para mim único e amplia o prazer do trabalho comum. O resto é a urgência de o dar a ouvir a outros. E o resto do resto é silêncio.”
Sérgio Godinho
Gabriela - 12º I
"A noite passada fui passear no mar
De entre as algas teu cabelo boiava
A lua cheia escureceu na água
E então falámos
E então dissemos
Aqui vivemos muitos anos."
Sérgio Godinho
Daniela - 12ºI
" A noite passada fui passear no mar
Chegado ao mar abriu-se em dois o mundo
Olhei para baixo dormias lá no fundo,
faltou-me o pé, senti que me afundava,
Por entre as algas teu cabelo boiava."
Sérgio Godinho
"Chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
Olhei para baixo dormias lá no fundo,
faltou-me o pé, senti que me afundava. "
Sérgio Godinho
Mariana -12ºI
Beatriz Melo - 12º I
"Que hei-de eu fazer
Eu tão nova e desamparada
Quando o Amor
Me entra de repente
P'la porta da frente
E fica aporta escancarada."
Sérgio Godinho
"E assim se ouviu
pela noite fora os dois amantes falar
E o que não vi só tive de imaginar
É preciso explicar que sou o vizinho
E à noite vivo neste quarto sózinho
Corpo cansado e cabeça em desalinho
E o prédio inteiro nos meus ouvidos."
Sérgio Godinho
Madalena - 12ºI
"Senhora de preto
diga o que lhe dói
é dor ou saudade
que o peito lhe rói
o que tem, o que foi
o que dói no peito?
É que o meu homem partiu"
Sérgio Godinho
Beatriz Rodrigues - 12º I
Não Vás Contar Que Mudei A Fechadura
"Não vás contar que mudei a fechadura
Nem revelar que reclamei dos teus anéis
O amor dura, se durar, enquanto dura
E o vento voa à procura de papéis
O vento passa à procura dum engano
E quando encontra presa fácil na cidade
Bate à janela e redemoinha e causa dano
Naquilo que é suposto ser nossa vontade
Já de manhã vai parecer tudo tão diferente
Não é do vinho nem do sono ou do café
É só que um olho por olho, dente por dente
Nos deixa o rosto assemelhado ao que não é
E não vás contar-lhes desse abraço derradeiro
Nem que mudei a fechadura mal saíste
Quero o teu rosto devolvido por inteiro
O desse dia em que me vi no que tu viste
E não vás tomar à letra aquilo que te disse
Quando te disse que o amor é relativo
Se o relativo fosse coisa que se visse
Não era amor o por que morro e o por que vivo"
Sérgio Godinho
Gabriela -12º I
"Ah, quanto eu queria navegar
p´ra sempre a barca dos amantes
onde o que eu sei deixei de ser
onde ao que eu vou não ia dantes
Ah, quanto eu queria conseguir
trazer a barca à madrugada
e desfraldar o pano branco
na que for terra, mais amada."
Sérgio Godinho
Para novidades sobre Sergio Godinho.
Para ouvir os poemas cantados pelo autor: