"Em 5 de março de 1892 partiram, de Montevidéu, doze Irmãs FMA com a finalidade de assumir o Colégio do Carmo e abrir mais duas casas no Brasil. Foi nomeada a Superiora a Irmã Teresa Rinaldi, tendo em sua companhia as Irmãs: Florinda Bittencourt, Helena Ospital, Paula Zuccarino, Joana Narizano, Dolores Machin, Ana Couto, Dileta Maldarin, Justina Gros, Francisca Garcia e as noviças, Matilde Bouvier e Maria Luisa Schilino. A expedição veio acompanhada ainda pelo Revmo. Pe. Domingos Albanello, nomeado prefeito do Colégio São Joaquim, de Lorena. Chegaram ao porto do Rio de Janeiro no dia 10, às 20h, no navio Sud América."

Crônica do Instituto Nossa Senhora do Carmo

Madre Teresa rinaldi

★ Dogliani-Cuneo (Itália) 12/10/1862

† Juiz de Fora (MG) 6/11/1895


Sofreu na Infância um trauma doloroso, porque circunstâncias especiais levaram-na a sentir-se estranha no próprio lar e a supor que o afeto materno se voltava apenas para a irmãzinha mais nova.


O amor e tato dos pais conseguiram desfazer o doloroso drama infantil, mas Tereza conservou o hábito de concentrar-se em si mesma, ao passo que a ação misteriosa da graça, com sempre mais insistência, lhe fazia sentir a necessidade de buscar apoio somente em Deus. Sentia crescer a propensão para doar-se, que satisfazia na busca de confortar e aliviar os desafortunados e infelizes.


Teria 16 anos, quando foi passar alguns dias em Turim, na companhia da irmã. Não mais voltou para casa. Resistindo a todas considerações que lhe fazia a mana,pediu-lhe apenas que transmitisse aos pais sua irrevogável decisão de consagrar-se a Deus no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. Seguiram diretamente para Nizza Monferrato, e Teresa foi aceita.


Noviça exemplar, sentindo sempre mais imperiosa necessidade de doação, pediu para ser missionária. Com apenas 18 anos de idade, partia para o Uruguai em 1881. Professora em Villa Colón, pouco depois era enviada como diretora do novo colégio fundado em Paissandu. Tanto o educandário como o oratório festivo rapidamente prosperaram sob a sua direção.


Em 1891, na qualidade de Visitadora, Madre Teresa Rinaldi acompanhou as Irmãs destinadas ao Colégio do Carmo, primeira aberta no Brasil, em Guaratinguetá, São Paulo. Graças ao seu dinamismo e a seus dotes de governo, em poucos anos novas Casas se abriram em Lorena, Pindamonhangaba, Araras e na capital paulista.


Tinha-se agora em vista a fundação de um Hospital de um colégio em Ouro Preto, estado de Minas Gerais. Escolhidas as Irmãs, e Madre Teresa se pôs à disposição de D. Lasagna, chefe da expedição. Embarcaram num vagão de classe, gentilmente cedido pelo Ministério da Agricultura, dividido em dois amplos compartimentos, destinados às irmãs e aos salesianos.


De todos é conhecido o trágico acontecimento de Juiz de Fora: duas composições ferroviárias se chocaram violentamente. Aos 33 anos de idade, perdia a vida aquela, em quem se depositavam tantas esperanças. Mal refeitos do pânico ocasionado pelo choque, debaixo de uma chuva torrencial, os poucos sobreviventes se entregaram ao doloroso trabalho de procurar vítimas entre os escombros dos vagões engavetados. Encontraram o cadáver de Madre Teresa: além dos ferimentos generalizados, tinha o rosto desfigurado por um estilhaço de ferro. Deus é sempre Providência; tanto quando nos preserva daquilo que consideramos desgraça, como quando permite que o inexplicável aconteça. Despojados, Ele nos pode enriquecer mais. No estado de Minas Gerais, a obra salesiana teve um desenvolvimento extraordinário.


Os que conheceram Madre Teresa Rinaldi no-la dizem religiosa exemplar, humanamente muito bem dotada, e rica em virtudes. Italiana de origem, depois de passar dez anos no Uruguai, procurou adaptar - se com naturalidade a um novo clima, a costumes diferentes, procurando comunicar-se numa língua que desconhecia. Ativa e perspicaz, onde havia alguma coisa a fazer, lá estava ela, varrendo, lavando roupa, costurando. Quantas vezes foi vista procurando, entre os sapatos que as educandas deixavam de lado, algum que lhe servisse! Remendava e tornava a remendar o hábito desbotado pelos anos de uso. Mostrava especial estima pela vida comum e, nem como diretora nem como Visitadora, se permitiu alguma coisa especial. Nem mesmo o quarto individual.


Quem conseguiu vê-la desocupada? Sempre amavelmente a serviço, ora ajudava a professora de trabalho, ora orientava a fessorinha nova, nos embaraços de transmitir a ciência ou de manter a disciplina. Não ia deitar-se, antes de dar uma volta pela casa toda, visitando especialmente os dormitórios, com aquele seu passo rápido e leve.


A palavra que conforta brotava natural de seus lábios ao mesmo tempo que sabia calar a observação que fere sem corrigir. Foi maternalmente boa, sem deixar de ser firme. Sua morte prematura, rodeada de circunstâncias tão dolorosas, deixou a consternação nas casas que fundara e dirigira. Seus restos mortais repousam na Capela da Casa do Puríssimo Coração de Maria, em Guaratinguetá-SP.

ir. elena ospital

Paisandu (Uruguai) 18/08/1872

† Paisandu (Uruguai)) 15/07/1949

Era uruguaia, natural de Paisandu, onde nasceu a 18 de agosto de 1872, para onde voltou em momento de difícil situação na Inspetoria brasileira e onde faleceu no dia 15 de julho de 1949 com 77 anos de idade e 61 de vida salesiana.

Foi Diretora dos Colégios de Guaratinguetá, Ponte Nova, Belo Horizonte e Colégio de Santa Inês, São Paulo. Foi também membro do Conselho Inspetorial. Era exímia educadora, empenhada na formação das Irmãs, procurando que fossem sempre alegres para melhor transmitirem o espírito de Dom Bosco. Era exemplo de serenidade mesmo quando duras provas a feriram profundamente e exigiram dela deixar o Brasil e retornar ao Uruguai, em 1932. A caridade e a piedade foram sua grande característica e o amor de Deus a sustentou sempre, mesmo sentindo viva saudades do Brasil.

Ir. justina gross

★ Savóia (França) 21/1/1859

† Lorena (SP) 20/3/1948


Ir. Justina pareceu-se com seu nome, que lembra apaziguamento e equilíbrio. Era alta, silenciosa, tinha um riso discreto e olhar transparente.

Nascera na França, mas era ainda menina quando os pais se transferiram para o Uruguai.

Em 1891, iniciava o noviciado em Vila Colón. No ano seguinte, partia para o Brasil, incorporada à primeira expedição missionária, com destino a Guaratinguetá. Consagrara à nossa terra o melhor de sua existência, mais de meio século de um trabalho silencioso e fecundo.

Seu reino foi a sala de trabalho. Costurava com agilidade e perfeição, usando de infinita paciência para transmitir sua arte às menos habilidosas. Recordamos tê-la visto, já bem idosa e cansada, cochilando diante de um monte de roupas para cerzir, tendo na mão a agulha enfiada, e no colo o trabalho começado. No mesmo colégio de Santa Inês - comunidade numerosa – após o café da manhã, formava-se a longa fila, cada qual com sua xícara na mão, em direção à copa. As mais jovens apressavam-se a retirar das mãos das mais antigas, a louça usada. Ir. Justina deixava-se ajudar, mas sempre dizia entre os dentes: "Assim eu perco o costume ... ".

Se lhe pediam, dava sábios conselhos. À professa nova, que desabafava com ela dificuldades de ofício, disse sorrindo, com sua voz descansada: - "Calma! Isto de ficar muito agitada prejudica o trabalho! Deus fez o mundo em seis dias. Deus é paz e não está na agitação".

A piedade de Ir. Justina era muito linear, não dada a "devoções". Seu espírito achava alimento na oração que sintetiza todas as outras: o Pai Nosso. Rezava-o enquanto trabalhava, com especial inflexão de voz. Rezou-o especialmente durante a última enfermidade. Entrando no seu quarto, a enfermeira a surpreendia, muito quieta no pequeno leito, recitando lentamente o Pai Nosso.

Estava já bem idosa, quando foi para a casa Maria Auxiliadora, em Lorena. A paralisia pregou-a numa cama por dois anos bem longos e dolorosos. Foi a doente mais fácil de tratar e contentar. Carinhosa, dizia-lhe por vezes a enfermeira: "Ir. Justina, hoje vou preparar uma sopinha diferente, para variar um pouco". Ao que ela retorquia mansamente:" Não se preocupe com minhas refeições. . . Para mim pouca coisa basta".

Assim viveu e morreu Ir. Justina: contente com muito pouca coisa! Ela compreendeu o que significa "amontoar tesouros no Céu", onde entrou rica, sem se dar por isso.

Ir. florinda BITTENCOURT

★ Agualva (Portugal) 18/3/1852

† Lorena (SP) 24/2/1944


Ir. Florinda foi uma das doze que, em 1892,vieram dar início à obra das Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil.

É interessante notar que, portuguesa de nascimento, transferira-se com a família para o Rio de Janeiro, onde entrou em contato com os padres salesianos. No fervor da vocação nascente, aceitou o risco de ingressar num Instituto que desconhecia, em país diferente, Uruguai, adotando nova língua e novos costumes. Em Montevideo fez o postulado e vestiu o hábito religioso, justamente no ano em que se proclamava a República no Brasil.

De volta à pátria adotiva, viveu os tempos heróicos das primeiras fundações, sempre na brecha, assumindo desde cedo postos de responsabilidades.

Foi primeiramente ecônoma na então Casa Inspetorial de Guaratinguetá e depois diretora das várias Santas Casas que se foram abrindo. Tinha sempre presente que a finalidade máxima das nossas casas, seja qual for a modalidade que assumam, é o anúncio do Reino de Deus.

Com o avançar da idade e a diminuição das forças, Ir. Florinda perdeu também a lucidez da mente. Na casa Maria Auxiliadora, sofreu intensamente o isolamento em que sua moléstia necessariamente a punha.

Mas nunca se mostrou agressiva. Era tocante a docilidade com que recebia as observações, impostas pelas circunstâncias, de quem lhe fora súdita anteriormente. Sua ideia fixa era estudar o catecismo: tinha-o sempre na mão, velho e usado. Repetia as fórmulas, beijava-o.

Enquanto pôde, ocupou seu lugarzinho na sala de trabalho, ajudando a consertar a roupa, a cerzir as meias.

Vocações religiosas, outra preocupação que nunca abandonou Ir. Florinda. Já presa ao leito pelo recrudescer de suas dores, ofereceu ao Pe. Inspetor, não uma bolsa de dinheiro, mas uma "bolsa de rosários "; 20 000 rosários rezados, sabe Deus com que sacrifício! Isto comoveu profundamente os salesianos, seus beneficiados.

Quando soube da morte de Ir. Ernestina Pourchet, sua companheira de sofrimento, disse: "Agora sou eu ... ". De fato, dois dias depois, na véspera de Natal, com uma santa morte, recebeu os frutos da Redenção, que tantas vezes ela contemplara na terra.

Ir. dolores machin

★ São José de Montevidéu (Uruguai) 12/5/1978

† Guaratinguetá (SP) 18/1/1899


Foi uma oratoriana assídua em Las Piedras (Uruguai) e de tal maneira correspondeu aos cuidados das Irmãs daquela casa, que muito jovem pode acolher o chamamento do Senhor para segui-lo mais de perto.

Tinha apenas doze anos quando iniciou o postulado em Villa Colón.

Precocemente amadurecida, foi uma noviça exemplar, distinguindo-se pela piedade simples e devotamento ao dever. Professou aos treze anos e, tanto prometeu de si, que foi uma das doze primeiras missionárias que partiram para o Brasil em 1892.

Sua passagem entre nós, se muito breve, deixou todavia um traço luminoso. Sempre igual a si mesma, prudente e simples, fazendo o bem sem ostentação, Ir. Dolores foi uma devotada enfermeira.

Com apenas vinte e um anos, morreu silenciosa como vivera, levando intacta sua fidelidade ao ideal que esposara.

Ir. dileta maldarin

★ Rovigo (ltália) 21/6/1870

† Lorena (5P) 24/7/1938


A família Maldarín imigrou para o Brasil quando Dileta tinha 18 anos de idade. Residindo perto do Santuário do Coração de Jesus, recebeu ela o benefício da direção espiritual do Pe. Luiz Zanchetta, que, logo descobriu nela o germe da vocação religiosa. Entretanto a vinda das salesianas para nossa terra, era ainda um projeto longínquo, Dileta não hesitou em viajar para Montevidéu.

Feito o postulado e o noviciado, estava pronta para tomar parte na expedição destinada à fundação do Colégio do Carmo, em 1892.

Ir. Diletta foi enviada primeiramente a Lorena onde, na casa anexa ao ginásio São Joaquim, as Irmãs respondiam pela cozinha e lavanderia dos salesianos.

Uma vida de muito trabalho e muitas privações. Esteve depois, mais ou menos com os mesmos ofícios, em várias outras casas da Inspetoria, nomeadamente em Batatais (SP). Foi quando começou a manifestar certas anomalias no procedimento, sintomas da arteriosclerose que a trabalhava. Caiu num mutismo quase absoluto, mas ainda podia acompanhar a vida comum. Estava em São Paulo quando sobreveio a Revolução Constitucionalista de 1932.

Ficou abaladíssima: a mania de perseguição a fazia ver perigos em toda a parte. Tornou-se então inevitável sua transferência para a casa Maria Auxiliadora, em Lorena.

De lá a diretora informava a Madre Inspetora: "Ir. Diletta não me tem dado nenhuma preocupação: Quieta no seu cantinho, cumpre sua tarefa de cerzir um determinado número de meias (as Irmãs atendiam então à lavanderia dos salesianos). Passa o resto do tempo consertando a própria roupa. Não fica nunca desocupada, não se queixa de nada, não resmunga. Muito fiel ao horário comum, acompanha todas as práticas de piedade".

Sua irmã, religiosa também, dizia que Ir. Diletta tinha herdado da avó paterna o caráter irritadiço. Caindo e levantando-se, ela lutou durante os 46 anos de sua vida religiosa. Foi fiel.

Sentindo- se doente, explicou que, nos últimos tempos , fazia a comunhão sempre como se fosse o Viático. Como lhe seria doce morrer num dia consagrado a Nossa Senhora!

Pois bem, no dia 24 de agosto participou da Santa Missa, e precisamente às 12 horas, quando o sino da Matriz anunciava o "Ângelus", Ir. Diletta morreu sem esforço.

Ir. paula zuccarino

★ Paysandu (Uruguai) 19/1/1869

† Lorena (SP) 8/11/1922

Ir. Paula Zuccarino foi uma das primeiras missionárias que o Uruguai deu ao Brasil. Assumiu logo boa parte da responsabilidade da obra que se iniciava de modo tão promissor, sendo nomeada, já em 1892, diretora da casa que se abria em Pindamonhangaba. Tinha apenas 24 anos, mas já demonstrava as qualidades de governo que a manterão neste difícil cargo por bem três decênios, ou seja, até a morte.

Dirigiu o pensionato aberto em São Paulo, o Orfanato do Ipiranga, o Externato de Ouro Preto, o colégio de Batatais e, finalmente por apenas nove meses, a Santa Casa de Lorena.

Quem se entretinha, por breve tempo que fosse com Ir. Paula, depois se surpreendia pensando: "Como é agradável a companhia dos santos! Quem com ela conviveu, pode descobrir que o encanto de sua acolhida provinha de uma amável bondade, cujas raízes mergulhavam na humildade autêntica de quem se apoia inteiramente em Deus.

Mostrou-se extremamente compassiva com as Irmãs, suas dependentes: não era necessário manifestar-lhe as próprias necessidades, pois ela as intuía com perspicácia materna; corrigia sem deprimir, incentivando sempre. As alunas sentiam-se circundadas de previdente solicitude, mas foram sobretudo os doentes que mais se beneficiaram de uma caridade a toda prova. O coração de Ir. Paula era tão grande, que por suas mãos

passavam todas as irmãs doentes da inspetoria: ela fazia questão de recebê-las e de proporcionar-lhes todo conforto e alívio.

Foi por vários anos Conselheira Inspetorial, e do seu cargo se aproveitou para fazer maior bem; por pendor natural e por virtude, ela estava sempre procurando a maneira de melhor servir. Temperando bondade e energia, inculcava a santa liberdade dos filhos de Deus", entendida como libertação de preconceitos, dos laços sutis do amor próprio, das armadilhas da inveja camuflada em zelo, da pusilanimidade acobertada de prudência. Fazer com reta intenção o que se deve fazer, sem tanta preocupação com a repercussão dos nossos atos .

O cargo tão cedo assumido em nada afetou a disponibilidade simples de Ir. Paula. Desempenhava com desenvoltura qualquer serviço doméstico, e quantas vezes cerziu ou remendou a roupa das suas dependentes "muito ocupadas para fazê-lo", dizia ela.

Nos últimos anos, por muito tempo, disfarçou o sofrimento físico que a prostrava. Depois... foi tudo muito rápido. Presa ao leito, no delírio provocado pela febre altíssima, mostrava uma única preocupação: o bem-estar de suas Irmãs. Nos momentos de lucidez, repetia: "O que vale e consola na hora da morte é termos guardado fidelidade à nossa vocação religiosa!" Depois acrescentava, lembrando-se de que era o tempo das "trocas de casa: Sejamos humildes! e nos sentiremos bem com qualquer diretora...

Quando Ir. Paula Zuccarino morreu, suas Irmãs encontraram consolo apenas no pensamento de que ela, no céu, continuaria a ajudá-las, com mais eficácia ainda.

ir. anna couto

★ Rio de Janeiro, (RJ) 3/9/1866

† Guaratinguetá (SP) 6/8/1893


Quando, em 1892, se organizou no Uruguai, a primeira expedição das Irmãs Salesianas com destino ao Brasil, Ir. Anna foi naturalmente escolhida para fazer parte do grupo.

Era uma carioca cuja família se transferira para o Uruguai. Na casa de Villa Colón estava iniciando a vida religiosa que escolhera. Não foi obstáculo ao seu entusiasmo, o mal que seriamente abalava sua saúde.

Com dificuldade, mas generosamente, venceu as agruras de uma sempre difícil fundação em seus inícios. Era a única a falar o português e obviamente tinha que se desdobrar, ora para acudir a uma assistente em dificuldades, ora para substituir uma professora em apuros. Fazia-o com delicado desembaraço, sem medir sacrifícios. Muito inteligente, era estimadíssima como professora, muito dedicada, conquistou logo a amizade das irriquietas meninas que foram lotando o Colégio do Carmo.

De toda a sua pessoa transpirava a alegria tranquila de quem vive na intimidade com o Senhor e Nele confia. Naqueles dias em que se alicerçava nossa obra no Brasil, Ir. Anna soube ser a irmãzinha disponível e dócil, com que se pode contar.

Mas o físico estava minado pela tuberculose. Para suas superioras, para as irmãs, para ela própria, foi duro aceitar a realidade. Tinha só 27 anos e tanto ainda para dar!

Entretanto, nos impenetráveis desígnios da Providência, era com o seu prematuro sacrifício que Ir. Anna devia atestar a vitalidade da obra que surgia. Em poucos anos percorrera uma longa caminhada. Brasileira, ela foi a primeira salesiana a ser enterrada no solo fecundo da Terra de Santa Cruz.

Ir. francisca garcia

Montevidéu, (Uruguai) 24/7/1874

Lorena (SP) 16/03/1967

Uruguaia de Montevidéu onde nasceu no dia 24 de julho de 1874, faleceu em Lorena em 1967, exatamente quando se comemorava, no Brasil, a chegada das primeiras Irmãs há 75 anos...Irmã Francisca era única supérstite daquele generoso grupo de 1892...quando ela, no entusiasmo dos 25 anos, chegava à nova Pátria, trazendo a riqueza, o ardor e as esperanças dos seus sonhos missionários.

Do Carmo, em Guaratinguetá, ao Colégio da Imaculada, de breve duração em Pindamonhangaba, passando por várias Casas da Inspetoria, Irmã Francisca viveu a dura prova do desastre de Juiz de Fora, em 1895. Acompanhou o desenvolvimento do Instituto no Brasil. Distinguiu-se como professora de música, catequista e assistente. Idosa e necessitada de descanso passou pelo Asilo São José de Lorena e posteriormente para a Santa Casa.

Quem teve a alegria de conhecê-la na Santa Casa de Lorena, lembra-se dela com carinho: pequenina, silenciosa, olhar e modos tranquilos. Recebia com afeto às pessoas que a visitavam. Todas as Irmãs tinham um carinho respeitoso por aquela Irmã que viu nascer a Inspetoria, entregando generosamente seus 75 anos de missão, no Brasil, para o bem de tantas crianças, jovens, adultos, idosos que acompanhou com seu grande coração salesiano.

ir. joana narizano

★ Montevidéu, (Uruguai) 27/12/1869

Villa Colón (Uruguai) 30/09/1899

Nascida em Montevidéu a 27 de dezembro de 1869 e falecida em Villa Colón, no dia 30 de setembro de 1899 com nove anos de profissão. Escolhida para integrar a primeira expedição missionária para o Brasil, partiu do Uruguai com o entusiasmo de uma Irmã cheia de zelo apostólico, levando no coração a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora e o amor a Dom Bosco para compartilhá-los com as jovens de sua nova pátria. Foi Diretora em Lorena e em Pindamonhangaba.

ir. maria luisa schilino

Paisandu, (Uruguai) 25/09/1870

Coxipó da Ponte (MT) 07/04/1957


Pouco se sabe de sua vida até a entrada no Instituto, como postulante, em Villa Cólon a 15 de dezembro de 1891. Ainda noviça, veio para o Brasil na primeira expedição missionária, tendo professado em Guaratinguetá, no dia 24 de dezembro de 1894. Trabalhou em várias Casas da Inspetoria por 10 anos e, em 1915, partiu Missionária para o Mato Grosso, onde, também, por 10 anos permaneceu em Cuiabá como professora de música e responsável pela portaria. Caráter forte, enérgico e de grande generosidade. Sua piedade profunda e sincera era a força que a sustentava contra sua natureza forte e exuberante. Era capaz de compreender e aliviar o sofrimento alheio e de reconhecer humildemente seus erros. Incansável no trabalho, rica de espirito de sacrifício, humilde e sincera, deixou de si uma belíssima lembrança.

ir. matilde bouvier

Pouco se sabe da jovem noviça da primeira expedição das Filhas de Maria Auxiliadora que aportou no Brasil, em 1892.

De 1895 a 1906 foi Diretora n Colégio de Araras; de 1907 a 1910, Diretora em Batatais. Neste mesmo ano de 1910, voltou para o Uruguai, retirando-se definitivamente do Instituto.