Em abril de 2016, O CPB promoveu uma oficina que reuniu colaboradores especialistas nas espécies-alvo ou em seus hábitats, e com maior atuação na porção sul do PAN PRINE.
Foram selecionadas as áreas que aglomeravam fragmentos de florestas ao longo da distribuição geográfica das espécies e que representavam hábitat. Para indicá-las foram considerados os registros de ocorrência, e as populações conhecidas e mais abundantes das espécies ao longo das respectivas distribuições. O apontamento dessas áreas preliminares foi realizado com o auxílio do software @GoogleEarth (Google Inc., 2001), a partir do cruzamento das bases e da experiência de campo dos participantes. As “Áreas Importantes" (AI) foram nomeadas de acordo com o município, a localidade, a unidade de conservação ou a região de localização. Para maximizar o mapeamento, foi considerada uma zona (buffer) de 5,0km para além dos remanescentes florestais das áreas indicadas, de forma a abranger os fragmentos contíguos priorizando a conectividade e barreiras naturais (rios, depressões, descampados, estradas, ferrovias, gasodutos, etc.).
Durante este mesmo ano, foram adquiridas imagens LANDSAT-8, adequadas para mapeamento de recursos naturais, do banco de imagens da Divisão de Geração de Imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – (DGI/INPE). As imagens foram obtidas no formato GeoTIFF com resolução espacial de 30x30m (www.dgi.inpe.br/CDSR/) e georreferenciadas para o DATUM SIRGAS 2000, projeção Albers. Em seguida, as imagens foram tratadas utilizando a composição das bandas espectrais 4(R), 3(G) e 2(B), visando interpretar da melhor forma a cobertura vegetal.
Mapa da Área Importante Santana (AI 23).
Cada remanescente florestal de cada AI foi desenhado utilizando a ferramenta freehand na escala aproximada de 1:50.000. gerando polígonos individualizados precisos. Foram mapeados remanescentes para além das AIs, dada a importância por estabelecerem a conectividade entre os remanescentes vizinhos. Para a produção dos mapas finais e classificação do uso e ocupação do solo, foi utilizada a base de dados do MapBiomas “Coleção Versão 3.0 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil" (2018).
Entre os dias 22 e 24 de maio de 2018, foi realizada uma nova oficina para validar as áreas importantes resultantes. Nessa ocasião foram ajustados os limites e incluídos remanescentes e informações complementares. Também foi definida a área de abrangência do trabalho, tendo como limite sul a margem esquerda do rio Jequitinhonha. Assim, foram incluídos: remanescentes do norte do estado Minas Gerais, com possibilidade de conexão através da mata ciliar do rio; no entorno de unidades de conservação (Reserva Biológica da Mata Escura); áreas com presença de sítios de quebra de coco e com outras espécies de primatas (Callithrix penicillata, Callicebus melanochir, Callicebus personatus, Alouatta caraya, Brachyteles hypoxanthus) que devem se beneficiar de ações futuras nas áreas importantes.