Sobre os Geossítios

Geossítio 1

Figura 1: Embasamento Cristalino

  • Endereço: Km 151 da BR-174
  • Localização (DMS): 1°42'2.52''S, 60°9'13.68''W
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No km 151 da rodovia BR-174 ocorre uma pedreira com interessante ocorrência de diques sin-magmáticos ou sin-plutônicos (Figura 1). Este afloramento representa o embasamento cristalino paleoproterozoico. Note que o dique básico sin-plutônico em granitóide do embasamento cristalino (Batólito São Gabriel) também é cortado por injeções graníticas.

Figura 1 - Dique básico sin-plutônico em granitóide do embasamento cristalino (Batólito São Gabriel). Notar que o dique também é cortado por injeções graníticas.

Geossítio 2

Figura 2: Formação Prosperança

  • Endereço: Km 159 da BR-174
  • Localização (DMS): 1°36'43.56"S, 60°12'1.08''W
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O afloramento situado no quilômetro 159 da rodovia BR-174 representa a cobertura sedimentar neoproterozóica da Formação Prosperança, as rochas sedimentares (Figura 2) mais antigas do Geoparque Cachoeiras do Amazonas. As camadas desta unidade formam duas estreitas faixas de ocorrência que se encontram recobertas por lateritas e, aparentemente, encaixadas em falhas normais formando grabens onde recobrem rochas vulcânicas mais antigas do Grupo Iricoumé.

Figura 2 - Camadas de arenito da Formação Prosperança: depósitos continentais do Neoproterozoico.

Geossítio 3

Figura 3: Cachoeira da Iracema

  • Endereço: Km 114 da BR-174
  • Localização (DMS): 1°59’12.48”S, 60°3’41.04”W
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Rumando para o sul em direção à cidade de Manaus, a partir do quilômetro 129 da rodovia BR-174, ocorrem as exposições mais setentrionais, na área do GCA, das rochas sedimentares paleozoicas que constituem a borda norte da bacia sedimentar ou sinéclise do Amazonas. São exposições de camadas praticamente horizontais de arenitos e folhelhos do Grupo Trombetas, a unidade litoestratigráfica que apresenta o maior número de atrativos do GCA, como as famosas cachoeiras que dão nome ao Geoparque, bem como cavernas, dolinas, cânions, arcos de pedra, fósseis e inúmeras e belas geoformas e paisagens. Esta unidade litoestratigráfica constitui a base do pacote de camadas que afloram na borda norte dessa sinéclise paleozoica. É composta pelas formações Nhamundá (mais antiga), Pitinga (intermediária) e Manacapuru (mais jovem) que representam depósitos resultantes de sucessivas transgressões e regressões marinhas com influência glacial.

Figura 3 - Feições de relevo ruiniforme e pseudocárstico em arenitos depositados em praia marinha rasa da Formação Nhamundá. Gruta Palácio do Galo da Serra (Cachoeira da Iracema).

Geossítio 4

Figura 4: Cachoeira da Porteira

  • Endereço: Km 13 da AM-240
  • Localização (DMS): 2°02'20.76''S, 59°55'12.72''W
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A Cachoeira da Porteira (Figura 4) situa-se no km 13 da estrada da Balbina (rodovia AM-240) e representa uma praia paleozoica com megadunas materializadas por camadas de arenito grosso com estratificação cruzada tabular. O afloramento é um extenso lajeiro formado por camadas inclinadas de quartzo arenito com direção N05°E e mergulho de 30‐40° para SE (Az=095°). As camadas inclinadas, aparentemente basculadas por ação de prováveis falhas tectônicas, são sets ou conjuntos de lâminas frontais de estratificações cruzadas tabulares (estrutura primária interna da camada sedimentar), separadas por superfícies horizontais de truncamento (superfícies limitantes das camadas) e com sentido preferencial da paleocorrente para sudeste (S85°E).

Figura 4 - Camadas inclinadas da Formação Nhamundá na Cachoeira da Porteira. Efeito de falhas tectônicas ou estratifi cação cruzada.

Geossítio 5

Figura 5: Cachoeira da Pedra Furada

  • Endereço: Km 57 da AM-240
  • Localização (DMS): 1°59’32.00”S, 59°29’24.00”W
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Geossítio situado no km 57 da estrada da Balbina (rodovia AM-240). O local possui um balneário particular com escassa infraestrutura, porém com proteção direta exercida pelos proprietários do local. A sequência de rochas exposta na encosta da cachoeira representa possivelmente um ambiente marinho de praia mais profunda, onde ocorriam escorregamentos de material argiloso inconsolidado ou lama, que agora são materializados por argilitos com dobras convolutas.

Figura 5 - Cachoeira da Pedra Furada. Dobras convolutas na camada intermediária de argilito (abaixo da camada “furada” de arenito) representam antigos escorregamentos de lama.

Geossítio 6

Figura 6: Formação Manacapuru – Rio Urubu

  • Endereço: Km 100 da BR-174
  • Localização (DMS): 2°6'45.36''S, 59°59'30.48''W
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Esse geossítio localiza-se no km 100 da BR-174, próximo a ponte sobre o rio Urubu. O pacote de rochas expostas neste afloramento é correlacionado à Formação Manacapuru e representa depósitos sedimentares acumulados em ambiente litorâneo a marinho nerítico. O afloramento ocorre em corte de estrada junto à ponte e é composto por um pacote de lâminas horizontais de folhelho carbonoso de cor cinza com cerca de 4 metros de espessura aparente (Figura 6). No topo do afloramento ocorrem intercalações de arenito muito fino com cerca de 10 cm de espessura. Nestas camadas superiores de arenito ocorrem indícios de bioturbação (pequenos canais irregulares preenchidos por areia cruzando as lâminas de folhelho e resultantes de atividade de organismos). Nas camadas intermediárias do pacote, as lâminas de folhelho contêm fósseis de braquiópodes, organismos marinhos bentônicos típicos do período Devoniano Inferior.

Figura 6 - Rio Urubu. Lâminas de folhelho carbonoso indicam acumulação de sedimentos em águas “calmas” ou mais profundas

Geossítio 7

Figura 7: Platô Laterítico

  • Endereço: Km 80 da AM-240
  • Localização (DMS): 1°57'0.72''S, 59°25'44.40''W
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Esse geossítio representa os latossolos, os solos mais comuns e típicos da região amazônica que também são importantes fontes de minérios como a bauxita e o caulim. Mostra processos de alteração de rocha, como intemperismo e lateritização. O geossítio ocorre em um corte de estrada (Figura 7) situado em um platô laterítico, onde a rocha encontra-se intensamente alterada formando dois bem distintos horizontes de solo.

Figura 7 - Corte de estrada com exposição de solo com níveis ferruginosos.

Geossítio 8

Figura 8: Gruta do Maroaga

  • Endereço: Km 08 da AM-240
  • Localização (DMS): 2°3'5.04"S, 59°58'14.16"W
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O acesso é realizado a partir do km 8 da estrada da Balbina (rodovia AM-240). A Gruta do Maroaga é uma Área de Proteção Ambiental (APA Maroaga) que compreende também a Gruta da Judéia, situada na mesma encosta ou paredão. As visitações à APA Maroaga são permitidas somente quando acompanhadas por guias cadastrados na Prefeitura Municipal de Presidente Figueiredo. A Gruta do Maroaga ocorre na base de uma encosta erosiva com cerca de 30 metros de altura e formada por camadas horizontais de quartzo-arenito com estratificação plano-paralela pertencentes à Formação Nhamundá. A encosta constitui um paredão, onde a erosão, provocada principalmente pela ação do escoamento de água de chuva, esculpiu sulcos e cavidades como grutas, lapas e abrigos sob rochas com formas que lembram construções em ruínas ou antigas catedrais góticas (Figura 8). A Gruta Maroaga é composta por uma galeria principal com cerca de 300 metros de comprimento, de onde se ramificam diversas galerias secundárias. O teto das galerias é em forma de arco e o piso é formado por depósitos de areia acumulados pela água que flui do interior das paredes, remove os grãos da rocha e forma um pequeno rio subterrâneo. No interior da gruta é notável a ausência de feições construtivas como espeleotemas, exceto concreções ferruginosas pré-existentes.

Figura 8 - Abertura da Gruta do Maroaga gerada por erosão subterrânea.

Cortesia de Renê Luzardo

Referências