Caro(a) aluno(a), para aprofundar nossos estudos sobre o campo da deficiência física, discutimos a respeito de conceitos, terminologias, questões históricas, classificação e causas da deficiência física. Tais conhecimentos se justificam pela importância de o professor conhecer a deficiência que acomete a criança que está trabalhando, visando auxiliar e contribuir significativamente para o seu desenvolvimento social, intelectual, social, afetivo e motor. Agora, chamo sua atenção para analisarmos os níveis de comprometimento da deficiência física.
Para isso, buscamos respaldo em Bueno (2010), que nos esclarece que os níveis de comprometimento estão relacionados ao grau de complexidade e de acometimento da ação motora que foi afetada e são classificados da seguinte forma: imaturidade funcional, disfunção cerebral e lesão. Vamos apresentar cada um, explicando suas características.
Imaturidade Funcional: está relacionado “aos níveis de dificuldades que afetam a estrutura cerebral com potencial mais limitado de melhora após o tratamento” (ANTONIUK, 2003, p. 1 apud BUENO, 2010, p. 65), neste caso, ou seja, na imaturidade, a criança adquire um ritmo normal ou praticamente normal de aprendizagem e, em questão de alguns meses de trabalho, a dificuldade é sanada. Para exemplificar, podemos citar aquelas crianças que nascem no tempo esperado, mas que se atrasam ou são mais lentas em algumas aquisições, por exemplo, falar, correr ou andar (BUENO, 2010).
Disfunção cerebral: neste caso, trata-se de um obstáculo funcional, isto é, as dificuldades acontecem em áreas específicas do cérebro que não apresentam respostas adequadas. Pode ser chamado também de distúrbio cerebral. Pessoas com disfunção cerebral apresentam dificuldades na execução de tarefas e não estão relacionadas com questões intelectuais. Um exemplo que podemos apresentar é a Dispraxia motora. A criança com Dispraxia motora é mais lenta para aprender atividades do tipo: guardar o material e amarrar o sapato (BUENO, 2010).
Lesão: está associada à perda de função em uma área cerebral específica. Tal perda acarreta a ausência de resposta a determinados estímulos. É importante entender que lesão é diferente de disfunção. Vamos esclarecer!
Na lesão, ocorre a perda de uma função, com a morte dos neurônios, assim, não há como recuperar determinada ação. Já em relação à disfunção, pode ocorrer uma resposta a determinados estímulos. Para melhor compreensão, enfatizamos que uma criança com lesão apresentará mais dificuldade para uma evolução, repercutindo na execução correta da ação. Uma criança com disfunção pode recuperar determinados padrões de movimento, por exemplo, melhorar a coordenação motora fina para se vestir, abotoar um casaco ou puxar um zíper da calça (BUENO, 2010).
O comprometimento da função física ainda poderá ocorrer quando existe a falta de um membro (amputação), sua má-formação ou deformação (alterações que acometem o sistema muscular e esquelético). Além disso, podemos citar as alterações funcionais motoras decorrentes de lesão do Sistema Nervoso e, nesses casos, alterando, sobretudo, a alteração do tônus muscular (hipertonia, hipotonia, atividades tônicas reflexas, movimentos involuntários e incoordenados) (SCHIRMER, 2007).
Caro(a) aluno(a), apresentamos a diferenciação desses termos para que você entenda os tipos de comprometimento e, por conseguinte, tenha condições de entender a temática proposta neste estudo de forma mais ampla. Isso significa afirmar que o trabalho do professor terá êxito à medida que ampliar o leque de informações e conhecimentos da área, visando o desenvolvimento das habilidades do aluno. Conforme preconiza Israel e Bertoldi (2010), a partir do momento que o professor está munido da compreensão de seu aluno, do que aconteceu e dos recursos pedagógicos, poderá promover o processo de aprendizagem de forma mais eficiente.
PARABÉNS!
Você aprofundou ainda mais seus estudos!