O GT13 e o Encontro Nacional de Educação Matemática Inclusiva

A aprovação pela SBEM do GT13 se deu em função da constatação de que um novo eixo de pesquisas havia se estruturado no âmbito da Educação Matemática e, para isso, o grupo proponente apresentou dados como a criação do subeixo Inclusão e Educação Matemática no XI Encontro Nacional de Educação Matemática (XI ENEM), em Curitiba/PR, e o novo grupo de discussão do Encontro Brasileiro de Estudantes de Pós-Graduação em Educação Matemática (EBRAPEM) – Educação Matemática e Inclusão – que reuniu pós-graduandos/as desta área pela primeira vez em 2012.

Foram também destacadas, para a criação do GT13, a publicação do primeiro número especial da Revista Internacional de Pesquisa em Educação Matemática (RIPEM) da SBEM, em 2014. Esta edição apresenta uma coleção de artigos abordando as práticas matemáticas de aprendizes com limitações sensoriais, cognitivas ou físicas. As participações, com apresentação de trabalhos de pesquisadores/as da área, em eventos internacionais como Congressos Internacionais de Educação Matemática (ICME 11 na Cidade do México e ICME 12 em Seul) também contribuíram fortemente para a criação do GT13.

Com a constituição do GT13 como agregador desses/as pesquisadores/as, as investigações se intensificaram. Uma demonstração disso é que, quando foi organizada a sua primeira reunião durante a realização do VI SIPEM - Simpósio Internacional de Pesquisas em Educação Matemática em Pirenópolis/Goiás, foram aprovados para apresentação e discussão 14 trabalhos, dentre os 19 submetidos. No SIPEM seguinte, realizado na cidade de Foz do Iguaçu em 2018, foram aprovados 25 trabalhos, constituindo-se no segundo maior número de pesquisas aprovadas para aquele SIPEM, ficando aquém somente do GT7 - Grupo de Trabalho Formação de Professores que Ensinam Matemática, GT que agrega o maior número de pesquisadores/as da SBEM, por abranger, além de a formação de licenciados/as em Matemática, a de professores/as polivalentes, como os/as graduados/as em Pedagogia.

Outros indicativos do crescimento das pesquisas na área são a publicação de outros números temáticos de revistas acadêmicas, a saber, da Revista Paranaense de Educação Matemática - RPEM, em 2016, em que foram submetidos 43 trabalhos e publicados 13 neste número e quatro no número seguinte; da revista Perspectivas da Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em dezembro de 2018, para o qual foram submetidos 38 trabalhos, dos quais 21 foram aprovados. A Educação Matemática em Revista, da Sociedade Brasileira de Educação Matemática, publicou dois volumes do número especial “Diferença, Inclusão e Diversidade” com 40 artigos. Em 2020 o Boletim GEPEM publicou o dossiê “Inclusão e Educação Matemática”, com 14 artigos convidados. Em 2020 a Revista Com a Palavra, o Professor publicou o número temático “Educação Matemática Inclusiva: desafios para o ensino, a aprendizagem, a formação e a pesquisa”, com 20 artigos. Para 2023, está previsto número especial da Revista Sergipana de Educação Matemática e da Revista Educação Matemática Pesquisa sobre Educação Matemática Inclusiva, assim como para 2024 já há previsão de um número especial sobre esse mesmo tema na Revista Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, deixando explícito o quanto esse tema tem sido de interesse da comunidade de educadores/as matemáticos/as no Brasil.

No subeixo 5 Inclusão e Educação Matemática do XIII ENEM, realizado na cidade de Cuiabá/MT, em julho de 2019, foram submetidos quase uma centena de trabalhos.

Apesar do número de produções, duas fragilidades foram detectadas pelo GT13, em 2019: a inexistência de um evento específico, de características nacionais, para a divulgação desses resultados destinado aos/às professores/as da Educação Básica e de um fórum específico para discussão de pesquisas em andamento.

Buscando atender à demanda existente, foi idealizado o Encontro Nacional de Educação Matemática Inclusiva (ENEMI), sendo realizada sua primeira edição nos dias 17 e 18 de outubro de 2019, na Universidade Estácio de Sá – campus Nova América, cidade do Rio de Janeiro.  No primeiro dia do evento, aconteceram as mesas redondas e rodas de conversas, com destaques para os resultados de pesquisas voltadas para a sala de aula, buscando refletir acerca das angústias dos/as professores/as da Educação Básica. No segundo dia, aconteceram os grupos de discussões com destaques para as pesquisas em andamento na área. O evento contou com 200 inscritos/as e 76 trabalhos submetidos. O sucesso do primeiro evento apontou para a possibilidade de tornar sua realização periódica e, neste sentido, buscando se enquadrar no intervalo de três anos para edições de eventos nacionais da SBEM, o ENEM e o SIPEM, que se caracterizam como espaços para reuniões oficiais do GT13, estabeleceu-se a necessidade da realização do II ENEMI em 2020 e o III ENEMI, em 2023, já adequado ao calendário da SBEM Nacional

No período de 11 a 13 de novembro de 2020 aconteceu o II ENEMI, em uma parceria das Universidades Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/BA), que contou com 375 inscrições e 146 trabalhos aprovados. O evento, previsto para acontecer na cidade de Vitória da Conquista, Estado da Bahia, foi realizado de forma virtual em função da pandemia do Covid19.

O ENEMI, além das atividades canônicas de todo evento, como conferências de abertura e de encerramento, mesas redondas e sessões de comunicação cientifica e relatos de experiência, traz a realização de Grupos de Discussão – GD, para apresentação e discussão de pesquisas em andamento, cuja aceitação não está sujeita a pareceres. A relevância deste espaço acontece considerando-se a ainda recente área de pesquisa em Educação Matemática Inclusiva (EMI), que não possui um número significativo de doutores/as para orientar e, assim, muitas das dissertações e teses estão sendo orientadas por pesquisadores/as da Educação Matemática que não atuam na área da inclusão. Esses/as pesquisadores/as sempre buscam a cooperação de membros/as do GT13, seja como participantes da banca, o que, algumas vezes, acarreta grandes mudanças no trabalho, ou como coorientadores/as, o que nem sempre é possível em função do acúmulo de trabalho. Desta forma, emergiu das dificuldades dos/as orientadores/as a criação de um espaço, semelhante ao do EBRAPEM, em que projetos de pesquisa possam ser discutidos com pesquisadores/as mais experientes em EMI, inicialmente aqueles/as relacionados/as à Educação Especial, ou seja, com educandos/as de seu campo de investigação, a saber: com deficiências ou/e transtornos; com altas habilidades/superdotação;  e com dificuldades específicas de aprendizagem em Matemática; em que se concentra a maior demanda das escolas e das pesquisas; mais recentemente, amplia-se para o público LGBTI+, para a população negra e para o universo feminino, mas não somente.

Em razão do exposto, este projeto vem como consolidação da resposta do GT13 aos anseios dos/as professores/as da Educação Básica e dos/as orientadores/as e pós-graduandos/as que estão iniciando pesquisas em Educação Matemática Inclusiva.

Card de fundo branco. No centro, desenhos de uma árvore em verde; de casas coloridas nas tonalidades de amarelo, laranja, rosa, azul e verde, representando a Comunidade de Nazaré; do Convento da Penha; da terceira ponte e barcos brancos. Na parte inferior contornando a imagem em preto: III ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA INCLUSIVA.